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domingo, 14 de fevereiro de 2021

Emirados Árabes divulgam primeira foto de Marte produzida por sua sonda Esperança

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Missão espacial é inédita no mundo árabe e vai gerar dados meteorológicos do planeta vizinho.  
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Por G1  
14/02/2021 09h05 Atualizado há 4 horas
Postado em 14 de fevereiro de 2021 às 13h10m


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Foto divulgada pelos Emirados Árabes como a primeira de sua missão Esperança do palenta Marte — Foto: Reprodução/Twitter/ Mohammed bin Rashid Al-Maktoum
Foto divulgada pelos Emirados Árabes como a primeira de sua missão Esperança do palenta Marte — Foto: Reprodução/Twitter/ Mohammed bin Rashid Al-Maktoum

O emir de Dubai, Mohammed bin Rashid Al-Maktoum, e o príncipe herdeiro de Abu Dhabi, Mohammed bin Zayed, postaram em suas redes sociais a primeira foto de Marte produzida pela missão interplanetária "Esperança".

A sonda entrou na órbita do planeta vermelho na semana passada, num passo inédito do mundo árabe na exploração espacial.

Essa chegada é considerada a parte mais delicada de uma viagem cujo objetivo é desvendar alguns dos segredos do planeta vermelho.

Segundo o emir, a imagem foi tirada a 25 mil km da superfície do planeta.

Dinâmica Meteorológica

A sonda "Al-Amal" ("Esperança" em português), tem o objetivo de gerar um quadro completo da dinâmica meteorológica de Marte.

A decolagem da nave não tripulada ocorreu em julho do centro espacial Tanegashima (sudoeste do Japão), depois de ter sido adiada duas vezes devido ao mau tempo.

As ambições espaciais do rico país do Golfo são vistas como uma reminiscência da era de ouro das grandes conquistas culturais e científicas do Oriente Médio.

Projetos espaciais

O Estado federado formado por sete emirados - incluindo a capital Abu Dhabi e a luxuosa Dubai - tem nove satélites em operação e planeja lançar outros oito nos próximos anos.

Em setembro de 2019, Hazza al-Mansuri foi o primeiro cidadão dos Emirados enviado ao espaço a bordo de um foguete Soyuz e o primeiro árabe a permanecer na Estação Espacial Internacional.

As ambições do país vão ainda mais longe com o projeto de criar uma colônia humana em Marte antes de 2117.

Enquanto isso, planeja construir uma "cidade científica" no deserto ao redor de Dubai, para simular as condições marcianas e calibrar a tecnologia necessária para colonizar o planeta.

Os Emirados também vislumbram projetos de mineração e de turismo espacial. Neste sentido, assinaram um protocolo de acordo com a Virgin Galactic, a empresa de turismo espacial do milionário britânico Richard Branson.

A viagem da 'Esperança'

"Al-Amal", a sonda de 1.350 kg, do tamanho de um carro 4x4, demorou sete meses para percorrer os 493 milhões de quilômetros até Marte, a tempo de comemorar o 50º aniversário da unificação dos sete emirados.

A sonda permanecerá em órbita por todo um ano marciano, ou seja, 687 dias.

O objetivo é estudar a atmosfera de Marte para "fornecer um primeiro entendimento completo" de suas variações climáticas durante um ano inteiro, indicou Sarah al-Amiri no lançamento, quando era vice-chefe do projeto. Hoje ela é ministra de Tecnologia dos Emirados e presidente da agência espacial do país.

Inspirar a juventude

A sonda dos Emirados usará três instrumentos científicos para monitorar a atmosfera marciana e deve começar a transmitir informações em setembro.

Um espectrômetro infravermelho medirá a baixa atmosfera e analisará a estrutura de temperatura, enquanto um sensor permitirá uma imagem de alta resolução que dará informações sobre os níveis de ozônio, e um espectrômetro ultravioleta medirá os níveis de oxigênio e hidrogênio a uma distância que pode chegar a 43 mil km da superfície do planeta.

Mas o projeto também é visto como uma fonte de inspiração para a juventude árabe, em uma região que muitas vezes aparece mais na mídia por conflitos destrutivos e crises políticas do que por suas conquistas científicas.

"Os Emirados querem enviar uma mensagem clara aos jovens árabes e lembrá-los do passado, quando éramos geradores de conhecimento e saber", explicou Omran Sharaf, chefe de projeto da missão.

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sábado, 13 de fevereiro de 2021

O arriscado plano da China de 'semear nuvens' em mais da metade de seu território

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O governo chinês vem usando programas de manipulação do clima há anos e, em dezembro passado, deu um passo além. Mas a iniciativa gerou preocupação em países vizinhos em meio às incertezas sobre o impacto dessa tecnologia no delicado clima regional. 
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TOPO
Por Tamara Gil, BBC  
11/02/2021 09h14 Atualizado há 2 dias
Postado em 13 de fevereiro de 2021 às 13h00m


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Campo de arroz em Taiwan: sob um céu azul com nuvens, um campo alagado refletindo a paisagem — Foto: Getty Images via BBC
Campo de arroz em Taiwan: sob um céu azul com nuvens, um campo alagado refletindo a paisagem — Foto: Getty Images via BBC

Pequim é uma das cidades mais poluídas do mundo, mas quando acontece uma reunião política importante ou um evento de relevância internacional o céu fica limpo, azul, e a luz volta à cidade. E isso não é coincidência.

O governo chinês vem usando programas de manipulação do clima há anos e, em dezembro do ano passado, deu um passo além: anunciou sua meta de expandir substancialmente sua capacidade operacional nessa área.

A China planeja expandir seu programa de chuva e neve artificial para cobrir 5,5 milhões de quilômetros quadrados até 2025, quase 60% de seu território (quase três vezes o México).

A iniciativa gerou preocupação em países vizinhos, como a Índia, em meio às incertezas sobre o impacto dessa tecnologia e tensões regionais.

Três objetivos

O governo elaborou um guia, anunciado em 2 de dezembro, para o desenvolvimento e expansão do programa de manipulação do clima. Três objetivos específicos foram estabelecidos:

O primeiro é que até 2025 "a área afetada pelas operações para aumentar a chuva artificial (ou neve) alcance mais de 5,5 milhões de quilômetros quadrados".

O governo também quer, até a mesma data, que "a área protegida por operações de prevenção de granizo chegue a mais de 580 mil km²".

O terceiro objetivo é que "em 2035 um 'nível avançado geral' seja alcançado por meio da inovação em pesquisas e tecnologias essenciais, bem como uma 'prevenção abrangente de riscos de segurança'".

Diversas províncias usam a semeadura de nuvens para tentar proteger suas plantações — Foto: Getty Images via BBC
Diversas províncias usam a semeadura de nuvens para tentar proteger suas plantações — Foto: Getty Images via BBC

O programa, afirma o comunicado, ajudará no socorro a desastres, produção agrícola, resposta a incêndios em florestas e pastagens, bem como na gestão de altas temperaturas ou secas incomuns, embora não forneça muitos detalhes sobre isso.

"O governo central definirá o quadro geral enquanto os diferentes ministérios e governos locais desenvolverão medidas concretas, geralmente recebendo generosos financiamentos", explica o jornalista Yitsing Wang, da BBC em Pequim.

Wang cita, por exemplo, o caso da província de Gansu (no norte), que "anunciou metas imediatamente" a partir da estratégia centrada no uso de drones.

Foi em Gansu que a China lançou seu programa de modificação do clima baseado em drones capazes de causar chuvas, com o vôo inaugural do Ganlin-1 ("chuva doce"), segundo a agência de notícias oficial do governo.

Semeando nuvens

Mas a chamada "semeadura de nuvens" não é uma tecnologia nova.

"Muitos países usam essa tecnologia [semeadura de nuvem]. A China já usa há muito tempo, a Índia também usa. Também se usa a técnica na África subsaariana e no nordeste do continente asiático, onde há muitas secas problemáticas. Na Austrália também", explica Dhanasree Jayaram, especialista em clima na Academia Manipal de Educação Superior em Karnataka, Índia.

No entanto, diz Jayaram, a escala dos projetos existentes não é tão grande quanto o plano de Pequim.

A semeadura de nuvens consiste na pulverização de compostos químicos como o iodeto de prata nas nuvens — as partículas das substâncias funcionam como núcleo de condensação para o vapor, gerando chuva.

As primeiras pesquisas sobre a técnica começaram no final da década de 1940, principalmente nos Estados Unidos. Mas ainda existem grandes questionamentos sobre esse método.

A técnica é usada há muitos anos no mundo todo — Foto: Getty Images via BBC
A técnica é usada há muitos anos no mundo todo — Foto: Getty Images via BBC

"Foi desenvolvida sem ter passado por nenhum tipo de validação científica", explica John C. Moore, cientista-chefe da Faculdade de Ciências do Sistema Terrestre e Mudanças Globais da Universidade Normal de Pequim.

"Ainda hoje cientistas especializados em aerossóis na China, que fazem experimentos com aviões e coisas assim, dizem que é um assunto pouco conhecido, que é feito no dia a dia sem uma pesquisa científica completa", afirma ele, que também lidera o programa de geoengenharia da China.

No país asiático, a manipulação do clima por meio da semeadura de nuvens é uma espécie de "questão operacional", acrescenta o especialista.

"Não é um exercício de pesquisa ou qualquer coisa remotamente científica. É basicamente feito em nível comunitário, em cidades e vilas", diz ele.

Uma das práticas da China mais conhecidas internacionalmente está relacionada a grandes eventos — o governo faz a semeadura de nuvens antes, e a chuva deixa o céu limpo. Nesses casos específicos, no entanto, o fechamento de fábricas também costuma entrar em jogo para reduzir a poluição.

Proteção contra o granizo

Moore afirma que 50 mil municípios chineses praticam a semeadura de nuvem regularmente para evitar danos às suas plantações.

"Basicamente, [trata-se] de tentar evitar que tempestades de granizo destruam as plantações, então você tenta 'tirar' a chuva das nuvens antes que ela se torne muito perigosa", afirma.

Mas a semeadura de nuvens só funciona efetivamente no país por um ou dois meses por ano, diz ele.

Em dezembro passado, a revista científica New Scientist fez um artigo sobre uma pesquisa recente que apontou que a semeadura de nuvens pode aumentar a precipitação, mas o aumento é inferior a 10%.

Quem é o dono da chuva?

As dúvidas sobre essa técnica não impediram a China de investir nela, o que alimenta as preocupações dos países vizinhos em um momento de crescentes disputas entre o gigante asiático e outros países.

"Um dos temores de que essa tecnologia seja aplicada massivamente na China é de que ela tenha um impacto nas monções de verão na Índia, que também são fundamentais para toda a região", diz Dhanasree Jayaram.

O especialista acredita que esse tipo de anúncio poderia ter passado despercebido se a relação entre os dois países estivesse em um momento melhor. Mas tensões fronteiriças, com diversos confrontos entre soldados dos dois países, aumentaram o sentimento anti-chinês na Índia.

Taiwan também está alarmada

Pesquisadores da Universidade Nacional de Taiwan afirmaram, em artigo publicado em 2017, que a falta de coordenação nas atividades de manipulação do clima pode levar a acusações de "roubo de chuva" entre países vizinhos.

Ainda não há evidências científicas para apoiar esse tipo de acusação, diz Moore, mas as monções asiáticas dependem de um equilíbrio delicado.

"Um dos impulsionadores das monções é a diferença de temperatura entre o planalto tibetano e o Oceano Índico. Então, se você fizesse alterações significativas no planalto tibetano, poderia ter um efeito bastante drástico", afirma.

Há um plano de engenheiros chineses para realizar um projeto de semeadura de nuvens em grande escala em todo o planalto tibetano, embora esta iniciativa não tenha apoio nacional.

"É como um bando de construtores sem treinamento construindo uma nave espacial copiando Elon Musk ou algo assim, sem o trabalho de base (...) A maioria dos cientistas chineses com quem trabalho ficam horrorizados com essa abordagem", diz Moore.

Mas a maior preocupação na região vai além da semeadura de nuvens e se concentra na possibilidade de a China implementar tecnologias de geoengenharia mais ambiciosas, como o gerenciamento ou controle da radiação solar, sem consultar outros países.

Isso é problemático especialmente quando as relações passam por um momento tenso, aponta Dhanasree Jayaram.

"Não acho que a tecnologia em si seja alarmante. Pode ser útil. E cada um tem soberania no seu território. Mas o problema surge quando você faz unilateralmente algo que afeta outros países. O que acontece, por exemplo, se algo dá errado com esse tipo de tecnologia, quem vai pagar?", questiona.

Os especialistas consideram urgente estabelecer uma agência internacional para regular essas práticas e possíveis conflitos.

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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Pandemia aprofunda diferenças no mercado de trabalho

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Dados mostram que foi mais fácil manter o emprego e a renda para quem tem currículo com nível superior. Profissionais sem qualificação e trabalhadores informais foram os primeiros a perder com a crise e ainda não veem sinais de recuperação.  
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https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/
12/02/2021 21h47 Atualizado há 1 hora
Postado em 12 de fevereiro de 2021 às 22h50m


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Pandemia aprofunda diferenças no mercado de trabalho
Pandemia aprofunda diferenças no mercado de trabalho

Desde o início da pandemia, o problema velho, nacional, da desigualdade social se aprofundou muito, e o mercado de trabalho é um exemplo disso. Como a gente vê na reportagem do Davi Faria e da Renata Ribeiro.

Era abril de 2020 e o vírus já fazia vítimas no Brasil. Em São Paulo, com as medidas de contenção à pandemia, sumiram os carros, pedestres, executivos, comerciantes e clientes - e o dinheiro também deixou de circular como antes.

É a era da desigualdade junto com a era da incerteza, uma combinação bastante problemática, comentou Marcelo Neri, diretor da FGV Social.

À medida que os compradores trocavam a prateleira do comércio pela do mercado eletrônico, o restaurante pelo delivery, o escritório pela casa, os recursos se concentravam ainda mais na mão de quem já era grande.

É uma grande vantagem nesse momento você conseguir manter a sua posição, manter o seu nível de rendimentos; e, para conseguir isso, você tem que ter qualificação. Mas quem está embaixo não tem. Então isso faz com que a pandemia crie um aumento de desigualdade muito claro. Quando você atinge um nível muito alto de desigualdade, isso acaba sendo prejudicial ao crescimento econômico sustentável, explicou André Salata, sociólogo e professor da Escola de Humanidades da PUC-RS.

Com os principais países impactados, especialistas do mundo todo se perguntam qual o desenho da recuperação - V, com queda e retomada igualmente rápidas? Em U, num retorno mais lento? Ou ainda em L, sem crescimento à vista?

Os dados indicam uma recuperação em K, que provoca desigualdade também entre os setores. Depois da queda, um crescimento vigoroso para os setores financeiro, de tecnologia, telecomunicações, imobiliário e parte do varejo. Em queda livre, lazer e hotelaria, viagens, alimentação, serviços domésticos e outros serviços.

Home office é luxo de poucos brasileiros. Para Marion, que aprendeu a ser bióloga a distância, a única coisa que falta é o contato com a natureza.

Acabou mantendo mesmo o meu salário e todos os meus benefícios. Eu tenho uma filha de 15 anos, ela estuda, e acaba que eu até fiz algumas economias que eu não estava contando, como redução na matrícula na mensalidade e questão do transporte escolar que a gente acabou não mantendo por conta de toda essa situação, contou Marion Bartolomeu e Silva, bióloga.

A pandemia deixou um cenário de crise, mas, para quem ocupa uma vaga no topo do mercado de trabalho, o vírus pode ter só mudado o jeito de trabalhar. Os dados mostram que foi mais fácil manter o emprego e a renda para quem tem currículo com nível superior. Imagine para cada cadeira, um profissional que aprendeu a fazer de casa o que fazia no escritório.

Na rua, à procura de emprego ou à espera de clientes, está a parte mais afetada do mercado de trabalho. Profissionais sem qualificação ou trabalhadores informais foram os primeiros a perder com a crise e ainda não veem sinais de recuperação.

Essas pessoas que estão nos estratos mais baixos estão concentradas no setor informal. Ou seja, elas não têm proteção nenhuma. Então logo que bate a crise, elas sentem imediatamente os efeitos nos seus rendimentos. São pessoas que também tem um nível de qualificação muito mais baixo o que significa que elas são mais facilmente descartadas pelo mercado de trabalho, explicou André Salata. 

A partir da Pesquisa Nacional de Emprego e Renda, pesquisadores da PUC do Rio Grande do Sul compararam o impacto da pandemia nos polos opostos do mercado de trabalho nas regiões metropolitanas do Brasil.

Se o recorte for por qualificação, quanto maior o nível de escolaridade, menor foi a perda. A parcela de trabalhadores que têm até o Ensino Médio teve uma queda média de quase 30% na renda.

Já os mais graduados reduziram 14%.

O contraste entre formais e informais também é grande. Trabalhadores com carteira assinada perderam em média 8,6% da renda; sem carteira, mais de 25%.

Mulheres negras, por exemplo, são as que mais estão no mercado informal, as que menos têm garantias trabalhistas e com a pandemia ficaram numa situação ainda mais vulnerável, expôs Djamila Ribeiro, escritora e ativista.

São as primeiras a perder o emprego. Faz três meses que Maria Sandra foi cortada da produção da indústria de alimentos.

No momento estou procurando serviço, mas está muito difícil, muito difícil mesmo. Você sai da sua casa, gastando condução cara, quando você chega no lugar, as pessoas pedem para ir para casa aguardar e nunca te ligam e é só conta para pagar, todo mês chega conta para pagar: água, luz, telefone, lamentou Maria Sandra.

E a barraca de camelô ficou pequena para proteger os vendedores informais da crise.

Primeiro a gente ficou quase quatro meses sem trabalhar e, quando a gente voltou a trabalhar, está nessa situação; 70% a menos do que antes, na média, relatou Atelino Cruz, vendedor informal.

A queda da renda da população não mudou o gasto médio de R$ 400 no salão frequentado pela elite paulistana.

O dono é famoso pelo corte e tintura, mas está interessado em outro tipo de transformação: mudar o horizonte dos mais pobres. O projeto é formar 2 mil cabeleireiros nas comunidades do Brasil.

Eu vejo que o que nós estamos dando o governo deveria dar: oportunidade. Eu quero transformar isso em saúde, dinheiro, fé, prosperidade e felicidade. Esse é o meu sonho. Eu vou mostrar para essas pessoas que, se eu cheguei, elas podem chegar mais do que cheguei ainda, contou Wanderley Nunes, empresário e cabeleireiro.

A desigualdade não é um problema só para quem está na base da pirâmide.

Uma sociedade onde os ricos que consomem menos têm sua renda protegida e até crescendo é uma sociedade mais estagnada. A vantagem quando você combate a pobreza de maneira eficaz é que não só você beneficia a família dos pobres através dessa redução de desigualdade, como também você beneficia a todos, porque você faz as rodas da economia girarem, explicou Marcelo Neri, diretor da FGV Social.

Quando as famílias têm dinheiro, todo ecossistema vai prosperar, vai aumentar o consumo, aprodução. Então é importante a gente entender que a desigualdade é um dos grandes problemas do Brasil. Nós não somos um país pobre, nós somos um país extremamente desigual. Para a gente sair dessa crise tão profunda que a gente entrou por causa do coronavírus, a gente precisa falar dessa desigualdade, resolver essa desigualdade e avançar na linha do que o mundo todo está fazendo, afirmou Gabriela Chaves, economista da NuFront.

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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Setor de serviços tem tombo recorde de 7,8% em 2020, aponta IBGE

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Em dezembro, houve recuo de 0,2% frente a novembro, interrompendo sequência de 6 altas consecutivas. Setor ainda se encontra 3,8% abaixo do patamar pré-pandemia e é o mais afetado pelas medidas de restrição de circulação de pessoas.  
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Por Darlan Alvarenga e Daniel Silveira, G1 — São Paulo e Rio de Janeiro  
11/02/2021 09h00 Atualizado há 2 horas
Postado em 11 de fevereiro de 2021 às 11h00m


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Setor de serviços encerra 2020 com queda histórica: -7,8%
Setor de serviços encerra 2020 com queda histórica: -7,8%

O volume de serviços prestados no Brasil despencou 7,8% em 2020, na comparação com o ano anterior, segundo divulgou nesta quinta-feira (11) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da queda mais intensa da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.

Até então, a maior queda anual tinha sido a registrada em 2016 (-5%).

Em dezembro, o setor recuou 0,2% frente a novembro, interrompendo uma sequência de 6 meses consecutivos de alta. Na comparação com dezembro de 2019, a queda foi de 3,3%, a 10ª taxa negativa seguida nessa base de análise.

Setor de serviços registrou tombo recorde em 2020 — Foto: Economia/G1
Setor de serviços registrou tombo recorde em 2020 — Foto: Economia/G1

Os resultados foram piores que as expectativas em pesquisa da Reuters, que eram de uma alta de 0,4% na comparação mensal e de queda de 2,6% na base anual.

O setor, que possui o maior peso no cálculo do PIB (Produto Interno Bruto), tem sido o mais afetado pela pandemia de coronavírus e é o que apresenta a recuperação mais lenta. Na véspera, o IBGE mostrou que o comércio fechou 2020 com crescimento anual de 1,2%. Já a indústria teve um tombo de 4,5%.

Segundo o IBGE, o volume de serviços prestados no país ainda se encontra 3,8% abaixo do patamar de fevereiro, quando as medidas de isolamento social para controle da pandemia de Covid-19 ainda não haviam sido adotadas. 
Serviços prestados às famílias caem 3,6% em dezembro

A queda na passagem de novembro para dezembro foi puxada pelas atividades de serviços prestados às famílias (-3,6%) e de transportes, serviços auxiliares ao transportes e correio (-0,7%).

“A necessidade do isolamento social, o fechamento de diversos estabelecimentos – seja parcial ou integralmente – considerados não essenciais, o receio de contágio das famílias, a inexistência de uma medicação que combata a Covid-19 e o horizonte de tempo ainda distante de uma vacinação em massa são fatores que atuam como um limitador de uma recuperação mais acelerada do setor, sobretudo, em relação aos de caráter presencial”, avaliou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

Setor de serviços registrou, em dezembro, sexta taxa negativa de 2020; resultado do mês é considerado como estabilidade estatística pelo IBGE — Foto: Economia/G1
Setor de serviços registrou, em dezembro, sexta taxa negativa de 2020; resultado do mês é considerado como estabilidade estatística pelo IBGE — Foto: Economia/G1

Com o resultado de dezembro, o patamar do setor de serviços ficou 14,5% abaixo do seu pico histórico, registrado em novembro de 2014.

Além do tombo histórico em 2020, a taxa dos últimos 12 meses acumulada em dezembro também representou um novo recorde para o setor, mantendo a trajetória descendente iniciada em janeiro de 2020.

"Com o resultado de dezembro, o setor recuperou 80% das perdas registradas com a pandemia. Para além de qualquer medida que o governo ou as empresas possam adotar para avançar o setor, nada vai ser mais importante que uma vacinação em massa da população. É impossível dissociar uma recuperação dos serviços da questão sanitária no país", afirmou Lobo. 
Queda de 7,7% em 9 anos

O tombo de 7,8% ao longo dos 12 meses de 2020 fez com que o setor de serviços acumulasse uma perda de 7,7% em nove anos, que é o período da atual série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços.

Entre 2012, quando teve início o levantamento, e 2014, o setor havia acumulado crescimento de 11,3%. Já nos três anos seguintes (2015 a 2017), houve uma perda acumulada de 11% o que, praticamente, anulou os ganhos anteriores. Nos dois anos posteriores (2018 e 2019), o setor acumulou alta de apenas 1%, resultando em apenas 0,1% de crescimento acumulado entre 2012 e 2019, o que dimensiona o tamanho do impacto negativo do ano de 2020.

Ao analisar a série histórica, porém, o gerente da pesquisa Rodrigo Lobo apontou que não se pode dizer que toda a perda acumulada ao longo dos nove anos se deu em função da crise sanitária e financeira deflagrada no ano passado.

"Não dá pra saber o que teria ocorrido com o setor de serviços se não tivesse ocorrido a pandemia", enfatizou o pesquisador.

Questionado, Lobo negou que se possa falar em nove anos perdidos. Isso porque algumas dentre as principais atividades investigadas na pesquisa acumularam ganhos expressivos no mesmo período. O principal destaque, segundo ele, ficou com os serviços de tecnologia da informação, que acumularam crescimento de 95,6% entre 2012 e 2020.

Segmentos com as maiores quedas em 2020

Das 5 grandes atividades do setor de serviços, 4 despencaram no ano, com expansão em apenas 28,9% dos 166 tipos de serviços investigados.

Os segmentos que registraram os maiores tombos no ano foram aqueles ligados às atividades presenciais e que, portanto, foram mais afetados pelas medidas adotadas para combater a pandemia.

A queda histórica do setor em 2020 foi puxada, principalmente, pelos serviços prestados às famílias (-35,6%), especialmente, pela queda nas receitas de restaurantes, hotéis, outros serviços de comida preparada e atividades de condicionamento físico.

As outras pressões vieram de serviços profissionais, administrativos e complementares (-11,4%) e de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-7,7%), que também tiveram quedas recorde no período.

Baixo desempenho foi disseminado entre as principais atividades de serviços prestados no país em 2020 — Foto: Economia/G1
Baixo desempenho foi disseminado entre as principais atividades de serviços prestados no país em 2020 — Foto: Economia/G1

"O principal impacto veio dos serviços prestados às famílias, que foi pressionado pela queda na receita dos restaurantes, hotéis, serviços de bufê e produção e promoção de eventos esportivos e atividades de ensino ligadas a cursos profissionalizantes, técnicos e autoescolas, por exemplo”, explicou Lobo.

Entre os subgrupos, as maiores quedas foram em serviços de alojamento e alimentação (-36,8%) e em transporte aéreo (39,9%).

Regionalmente, a queda do volume de serviços no Brasil se deu de forma disseminada entre os locais investigados, já que 25 das 27 unidades da federação também mostraram retração no faturamento.

O principal impacto negativo em termos regionais veio de São Paulo (-7,4%), seguido por Rio de Janeiro (-7,3%), Rio Grande do Sul (-12,7%), Paraná (-9,5%), Minas Gerais (-6,1%) e Bahia (-14,8%).

Corretoras e serviços financeiros foram destaque de alta

O único segmento que fechou 2020 no azul foi o de outros serviços (6,7%), impulsionado, principalmente, pelo aumento das receitas das empresas que atuam nos segmentos de corretoras e mercado financeiro.

“Com a queda recente da taxa de juros, famílias e empresas passaram a procurar outras formas de investimento alternativas à poupança e estão migrando para investimentos de renda fixa ou variável. E empresas desses segmentos financeiros auxiliares também tiveram aumento de receita em função dessa intermediação que fazem do mercado financeiro com as famílias e empresas que buscam por aumento de rendimento”, explicou o pesquisador. 
Alta de 5,8% no 4º trimestre

O setor de serviços fechou o quarto trimestre de 2020 com crescimento de 5,8% na comparação com o terceiro trimestre. Foi a segunda taxa positiva seguida. No terceiro trimestre, o crescimento havia sido de 9% frente ao segundo. No primeiro, a queda havia sido de 2,9%, enquanto no segundo houve tombo de 15,4%.

Embora o setor de serviços tenha peso de cerca de 70% na economia brasileira, vale destacar que as atividades investigadas na pesquisa mensal do IBGE representam ao redor de 30% do PIB.

Segmento de turismo tem queda de 36,7% no ano

O IBGE informou, também, que o índice de atividades turísticas do setor de serviços despencou 36,7% em 2020 frente a igual período de 2019.

Todas as 12 unidades da federação investigadas registraram taxas negativas, com destaque para São Paulo (-40,0%), seguido por Rio de Janeiro (-30,9%), Minas Gerais (-35,2%), Bahia (-37,2%) e Rio Grande do Sul (-43,3%).

Na passagem de novembro para dezembro, o indicador ficou estável, após uma sequência de 7 altas. Segundo o IBGE, segmento de turismo ainda precisa avançar 42,9% para retornar ao patamar de fevereiro de 2020.

Perspectivas para 2021

Apesar da perspectiva de recuperação da economia em 2021, analistas têm destacado que uma retomada depende do controle da pandemia e do fim das medidas de restrição de circulação de pessoas, como também de uma melhora consistente do mercado de trabalho.

Indicadores antecedentes têm mostrado uma desaceleração do ritmo de recuperação da atividade econômica neste começo de ano em meio ao término das medidas de auxílio governamental. O índice que mede a confiança do setor de serviços da Fundação Getulio Vargas voltou a cair em janeiro, se mantendo mais distante do nível pré-pandemia.

Após a divulgação do tombo recorde em 2020, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) reduziu de 3,7% para 3,5% a expectativa de crescimento para 2021 do volume de receitas dos serviços.

"A perspectiva para o 1º trimestre não é boa. O fim do auxílio emergencial pode ser um grande problema para o setor que possui concentra uma parcela significativa dos trabalhadores informais ou microempreendedores individuais", avaliou a equipe da consultoria GO Associados.

Já para Lisandra Barbero, economista da XP Investimentos, apesar das dificuldades de curto prazo, as perspectivas para a recuperação do setor ainda são positivas. "O ritmo de vacinação no Brasil tem sido surpreendentemente positivo e, até o momento, temos insumos para a vacinação da maioria das pessoas do grupo de risco. A perspectiva positiva com relação ao ritmo de vacinação corrobora esse cenário mais benigno de retorno à normalidade em 2021", escreveu em relatório a clientes.

A estimativa atual do mercado é de alta de 3,47% para o PIB em 2021, abaixo da média mundial, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. Analistas têm citado as persistentes preocupações com a situação fiscal do país, que limita os investimentos públicos e o espaço no orçamento para estímulos econômicos.

Setor de serviços se recupera aos poucos durante perído de pandemia
Setor de serviços se recupera aos poucos durante perído de pandemia

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