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domingo, 13 de dezembro de 2020

Enigma da pandemia: Os genes que ajudam a entender por que algumas pessoas ficam mais doentes que outras

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Estudo identificou genes que oferecem pistas sobre o que leva alguns a ficarem gravemente doentes com a Covid-19.
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TOPO
Por BBC

Postado em 13 de dezembro de 2020 às 13h45m


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A Covid-19 deixa algumas pessoas gravemente doentes, enquanto outras não apresentam nenhum sintoma. — Foto: SCIENCE PHOTO LIBRARY
A Covid-19 deixa algumas pessoas gravemente doentes, enquanto outras não apresentam nenhum sintoma. — Foto: SCIENCE PHOTO LIBRARY

Um dos maiores enigmas da pandemia é entender por que algumas pessoas com coronavírus não apresentam sintomas, enquanto outras ficam extremamente doentes.

Um estudo com mais de 2.200 pacientes de terapia intensiva publicado na revista Nature identificou genes específicos que podem trazer a resposta.

Eles tornam algumas pessoas mais suscetíveis aos sintomas graves de Covid-19.

As descobertas lançam luz sobre onde o sistema imunológico falha, o que pode ajudar a identificar novos tratamentos.

Os tratamentos continuarão a ser necessários mesmo com as vacinas sendo desenvolvidas, diz Kenneth Baillie, consultor em medicina da Royal Infirmary em Edimburgo, que liderou o projeto denominado Genomicc.

"As vacinas devem diminuir drasticamente o número de casos, mas é provável que os médicos ainda precisem tratar a doença em cuidados intensivos por vários anos em todo o mundo. Por isso existe uma necessidade urgente de encontrar novos tratamentos."

Ministro da Saúde diz que a pandemia do coronavírus não acabou
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Células 'irritadas'

Os cientistas analisaram o DNA de pacientes em mais de 200 unidades de terapia intensiva em hospitais do Reino Unido.

Todos os pacientes tiveram análises minuciosas em seus genes, que por sua vez abrigam instruções para todos os processos biológicos - incluindo como combater um vírus.

Os genomas dessas pessoas foram então comparados com o DNA de pessoas saudáveis na tentativa de identificar diferenças. Algumas foram encontradas - a primeira delas em um gene chamado TYK2.

"Ele é parte do sistema que torna as células imunológicas mais irritadas e mais inflamatórias", explicou o Baillie.

Se o gene estiver imperfeito, essa resposta imune pode entrar em exaustão, colocando os pacientes em risco de séria inflamação pulmonar.

Um tipo de medicamento anti-inflamatório já usado para doenças como a artrite reumatóide tem como alvo exatamente esse mecanismo biológico. É o caso de um remédio chamado Baricitinib.

"Isso o torna esse remédio candidato muito plausível para novos tratamentos", disse Baillie. "Mas, é claro, precisamos fazer testes clínicos em grande escala para descobrir se isso se confirma ou não."

Fábrica da Pfizer despacha primeiros lotes da vacina nos EUA
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Pouco 'interferon'

Diferenças genéticas também foram encontradas em um gene chamado DPP9, que desempenha um papel em inflamações, e em um gene chamado OAS, que ajuda a impedir que o vírus se multiplique.

Além disso, variações em um gene chamado IFNAR2 também foram identificadas nos pacientes de terapia intensiva.

O IFNAR2 está ligado a uma molécula antiviral potente chamada interferon, que ajuda a ativar o sistema imunológico assim que uma infecção é detectada.

Acredita-se que a produção de pouco interferon pode dar ao vírus uma vantagem inicial, permitindo que ele se replique rapidamente, levando a quadros mais graves.

Dois outros estudos recentes publicados na revista Science também relacionaram o interferon a casos de Covid, por meio de mutações genéticas e um distúrbio autoimune que afeta sua produção.

O professor Jean-Laurent Casanova, que realizou a pesquisa, da Universidade Rockefeller em Nova York, disse: "[Interferon] foi responsável por quase 15% dos casos críticos de Covid-19 registrados internacionalmente segundo nosso estudo."

O interferon poderia ser administrado como tratamento, mas um ensaio clínico da Organização Mundial da Saúde concluiu que ele não ajudou pacientes em estado grave. No entanto, o professor Casanova diz que o contexto é importante.

Ele explicou: "Eu espero que, se administrado nos primeiros dois, três, ou quatro dias de infecção, o interferon funcione, porque ele essencialmente forneceria a molécula que o [paciente] não produz por si mesmo".

Alemanha fecha escolas e comércio de 16 de dezembro a 10 de janeiro
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'Quando as coisas dão errado'

Vanessa Sancho-Shimizu, uma geneticista do Imperial College de Londres, disse que as descobertas genéticas oferecem uma visão sem precedentes sobre a biologia da doença.

"É realmente um exemplo de medicina de precisão, no qual podemos realmente identificar o momento em que as coisas deram errado para aquele indivíduo", disse ela à BBC News.

"As descobertas desses estudos genéticos nos ajudarão a identificar caminhos moleculares específicos que podem ser alvos de intervenção terapêutica", disse ela.

Mas o genoma ainda guarda alguns mistérios.

O estudo Genomicc - e vários outros - revelou um grupo de genes no cromossomo 3 fortemente ligado a sintomas graves. No entanto, a biologia por trás disso ainda não é compreendida pelos cientistas.

Mais pacientes serão convidados a participar da pesquisa.

"Precisamos de todos, mas estamos particularmente interessados ​​em recrutar pessoas de grupos étnicos minoritários que aparecem de maneira mais ampla na população gravemente doente", afirmou Baillie.

Ele acrescentou: "Ainda há uma necessidade urgente de encontrar novos tratamentos para esta doença e temos que fazer as escolhas certas sobre os próximos tratamentos, porque não temos tempo para cometer erros".


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sábado, 12 de dezembro de 2020

Como a pandemia 'bagunçou' a economia brasileira em 2020

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Entenda os efeitos da crise trazida pelo coronavírus no consumo, inflação, desemprego, dívida pública e nos setores produtivos.  
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Por Darlan Alvarenga, Luiz Guilherme Gerbelli e Raphael Martins, G1  
12/12/2020 08h09 Atualizado há 4 horas
Postado em 12 de dezembro de 2020 às 12h15m


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Movimento na região da Rua 25 de Março, no centro de São Paulo, em imagem de novembro. — Foto: CRIS FAGA/ESTADÃO CONTEÚDO
Movimento na região da Rua 25 de Março, no centro de São Paulo, em imagem de novembro. — Foto: CRIS FAGA/ESTADÃO CONTEÚDO

A pandemia de coronavírus derrubou a economia global em 2020 – e o Brasil não ficou imune ao abalo provocado pelas restrições impostas à atividade econômica, pela queda na renda das famílias e pelos adiamentos de investimentos e projetos empresariais e pessoais.

Veja abaixo as principais consequências da crise no Produto Interno Bruto (PIB), no mercado de trabalho, nas contas públicas e em outros indicadores da economia brasileira:

Impactos na indústria, comércio e serviços

A necessidade de isolamento social para conter o avanço da Covid-19 fez os principais setores da economia entrarem em queda livre. A princípio, a indústria foi mais prejudicada, pois somou uma redução brusca de demanda com a paralisação da produção.

Mas, a partir do ponto mais crítico da crise, entre abril e maio, cada setor teve uma retomada em dinâmicas diferentes. Com as políticas de incentivo fiscal e preservação do emprego criadas pelo governo federal, beneficiaram-se a indústria e o comércio de bens. O grande vencedor foi o comércio eletrônico, que registrou altas recordes de faturamento mês a mês e a adesão de novos clientes em ambiente digital.

Evolução da indústria, comércio e serviços em 2020 — Foto: G1 Economia
Evolução da indústria, comércio e serviços em 2020 — Foto: G1 Economia

Já o setor de serviços ficou para trás — caso de bares, restaurantes, turismo e tantas outras atividades que demandam a presença do consumidor.

"A mudança de padrão de consumo das famílias fez da recuperação muito desigual. O varejo atingiu níveis muito maiores que o pré-pandemia e deve cair quando houver segurança para consumir serviços", afirma Juan Jensen, economista e sócio da 4E Consultoria.

Para Jensen, a chegada da vacina deve reposicionar as curvas de cada setor mais ao centro, já que não haverá uma ampliação da massa salarial em 2021. Conforme a economia se normaliza, haverá uma queda inicial do comércio e alta mais vigorosa dos serviços.

Consumo

As principais medidas de resgate tomadas pelo governo durante a crise focaram no incentivo ao consumo. Além do Auxílio Emergencial, que despejou sozinho mais de R$ 300 bilhões na economia, houve a permissão de saque do FGTS emergencial, que tentou recompor as perdas de renda da população com a pandemia.

Pelos cálculos da 4E Consultoria, ainda haverá queda da massa efetiva de renda da ordem de 4,9% em relação ao ano passado. Mas, não fossem as medidas de incentivo, a redução seria de 12,6%.

Com auxílio emergencial, poupança tem saldo recorde no ano
Com auxílio emergencial, poupança tem saldo recorde no ano

As medidas foram fundamentais para resultados tão positivos como os do comércio. Como houve restrição mais severa do consumo de serviços, surgiram dois efeitos: maior concentração de gastos em itens básicos e crescimento da taxa de poupança.

"Para famílias mais pobres, o Auxílio Emergencial triplica a renda e valeu para intensificar compras no mercado, por exemplo. Para quem ganha um pouco mais, a flexibilização da circulação ajudou a aumentar a renda", afirma André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV.

Pelos cálculos do Ibre/FGV, a procura por alimentos e a desvalorização cambial fez subir, em média, 67% dos custos de produtividade industrial, trazendo de volta as preocupações com a inflação. (leia mais abaixo)

"Não há estrutura produtiva que aguente. Temos visto um espalhamento maior do aumento de preço em bens duráveis, vestuário, eletrodomésticos etc.", afirma.

Inflação

O descompasso entre oferta e demanda, a desvalorização do real e a retomada econômica da China resultaram em uma combinação perversa para a inflação em 2020. Os analistas consultados pelo relatório Focus, do Banco Central, estimam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) vai encerrar 2020 acima do centro da meta do governo, de 4%. No auge da crise, em junho, a projeção era pouco superior a 1,5%.

Com as medidas de distanciamento social, o Brasil enfrentou inicialmente uma crise de oferta, seguida por uma de demanda. As empresas tiveram de paralisar parte ou toda a produção, e a renda de boa parte da população foi interrompida.

Inflação: entenda o que está por trás da alta nos preços dos alimentos e aluguéis
Inflação: entenda o que está por trás da alta nos preços dos alimentos e aluguéis

Com o Auxílio Emergencial, o país conseguiu retomar a demanda, mas sem que a produção das empresas acompanhasse o mesmo ritmo — resultando em alta dos preços em vários grupos da economia, sobretudo em alimentos e bens industriais.

"Vários setores ficaram com uma oferta desbalanceada e com pouca capacidade de responder de forma rápida a uma volta da demanda, afirma o sócio e economista da Kairós Capital, André Loes.

Nesse cenário de descompasso, somaram-se ainda a desvalorização do real e a pressão de custo das matérias-primas, influenciadas pelo mercado doméstico e também por uma demanda crescente da China. O gigante asiático é um grande importador de commodities do Brasil — minério de ferro e soja, por exemplo —, e qualquer aumento de compra externa tem potencial para provocar uma alta de preços internamente.

"A retomada da China foi robusta e provocou uma 'minibolha' nos preços de commodities", afirma o CEO da Fator Administração de Recursos, Paulo Gala.

Além da crise sanitária, a perda de valor da moeda brasileira tem como pano de fundo as incertezas dos investidores com o rumo das contas públicas. O impacto dessa desvalorização fica evidente no IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado). Conhecido como a inflação do aluguel e muito sensível ao comportamento do dólar, o IGP-M deve terminar este ano com uma alta superior a 20%.

Mercado de trabalho

Mesmo com as medidas de auxílio lançadas pelo governo, a taxa de desemprego veio renovando recordes desde julho no país, à medida que os trabalhadores que perderam sua ocupação na pandemia passaram a buscar um emprego após o relaxamento das medidas de restrição e redução do valor do Auxílio Emergencial.

De acordo com o último dado oficial, o desemprego saltou para 14,6% no 3º trimestre encerrado em setembro, afetando 14,1 milhões de brasileiros, com uma perda de 11,3 milhões de postos de trabalho em 12 meses e com mais da metade da população em idade para trabalhar sem ocupação.

Evolução da taxa de desemprego — Foto: Economia G1
Evolução da taxa de desemprego — Foto: Economia G1

Entre os trabalhadores com carteira assinada que conseguiram manter os empregos, quase 10 milhões (cerca de um terço do total) tiveram redução de jornada e salário ou suspensão do contrato de trabalho.

Os mais afetados pela pandemia foram os informais. Em outubro, o país registrou o 4º mês seguido em que as contratações com carteira assinada superaram as demissões. No acumulado dos 10 primeiros meses deste ano, porém, houve a perda de 171.139 empregos formais.

Com a recuperação ainda tímida do mercado de trabalho, o rendimento médio do brasileiro correspondeu em outubro a 92,8% da renda média habitual, com os trabalhadores por conta própria sendo os mais atingidos pela queda de renda em razão da natureza da atividade, mais dependente de contato presencial e da retomada de uma rotina sem restrições.

Explosão da dívida pública

Os gastos federais anunciados para combater os efeitos da pandemia já somam R$ 615 bilhões, segundo o Tesouro Nacional. A resposta do governo para a crise garantiu algum alívio para empresas e trabalhadores que se viram, de uma hora para a outra, sem renda. Mas também provocou uma explosão da dívida pública, elevando as preocupações sobre a saúde das contas públicas e sustentabilidade fiscal do Brasil.

A dívida bruta do setor público, que no final do ano passado estava em 75,8% do PIB (Produto Interno Bruto), superou em 2020 a marca inédita 90% do PIB. E tende a continuar em trajetória de alta diante da perspectiva de recuperação lenta da economia e incertezas sobre a aprovação de reformas estruturais.

A pandemia foi um choque fiscal de tal magnitude que exigiria um choque de credibilidade e de atuação por parte do governo, que não foi visto e acho difícil de ver acontecer pela frente, diz Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, criticando a falta de um plano crível e executável de estabilização da trajetória da dívida.

Em relatório sobre o Brasil divulgado no começo de dezembro, o FMI (Fundo Monetário Internacional), projeta que a dívida pública bruta irá saltar para 100% do PIB e que continuará elevada no médio prazo.

Piora nas contas públicas — Foto: Economia G1
Piora nas contas públicas — Foto: Economia G1

No acumulado no ano até outubro, as contas do setor público consolidado apresentaram déficit primário de R$ 632,9 bilhões, caminhando para o pior ano já registrado na série histórica do Banco Central e o 7º ano seguido com as despesas do governo superando as receitas de impostos e contribuições. Pelas projeções atuais do mercado, o Brasil só deverá voltar a registrar superávits a partir de 2026.

Investimentos

A pandemia afetou o rumo dos investimentos no Brasil. Sem uma clareza de quando a crise sanitária vai ser plenamente superada e a economia vai poder retomar a sua plena capacidade, os empresários postergaram qualquer tipo de plano de expansão neste ano.

No terceiro trimestre, os investimentos até cresceram 11%, mas não conseguiram superar a queda de 16,5% no trimestre anterior. No acumulado do ano, a queda é de 5,5%.

A evolução da taxa Selic
Desde 2017, em % ao ano
131312,2512,2511,2511,2510,2510,259,259,258,258,257,57,5776,756,756,56,56,56,56,56,56,56,56,56,56,56,56,56,56,56,56,56,56,56,5665,55,5554,54,54,254,25332,252,25222222jan/17abr/17jul/17out/17fev/18mai/18ago/18out/18fev/19mai/19jul/19out/19fev/20mai/20ago/20out/2002,557,51012,515
Fonte: Banco Central

Há ainda a incerteza fiscal. Com a pandemia, o endividamento do governo deve se aproximar de 100% do PIB neste ano, um patamar considerado alto para uma economia emergente como a brasileira.

A principal dúvida na área fiscal é se o governo vai manter o teto de gastos, que limita o crescimento das despesas à inflação do ano anterior. Na leitura do mercado, uma eventual deterioração das contas públicas pode levar a uma fuga de investidores do país, o que provocaria uma depreciação do câmbio e um consequente aumento da taxa básica de juros – hoje em 2% ao ano.

Juros mais altos encarecem a tomada de crédito pelas empresas para realizar novos investimentos.

Governo não realiza nenhuma privatização

Paulo Guedes se diz 'bastante frustrado' por não ter conseguido vender estatais
Paulo Guedes se diz 'bastante frustrado' por não ter conseguido vender estatais

O baixo volume de investimentos no país em 2020 refletiu também a maior dificuldade do governo em avançar na sua agenda de privatizações e concessões, com muitos leilões sendo adiados e virando agora promessa para 2021 e 2022.

A lista de promessas frustradas no ano inclui, entre outros, o leilão do 5G, 22 aeroportos, 6 rodovias, 2 ferrovias e a venda de ao menos 6 estatais, incluindo a privatização da Eletrobras.

Em novembro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu estar "bastante frustrado" por não ter conseguido concluir a venda de nenhuma estatal em 2 anos de governo.

A privatização mais aguardada continua sendo a da Eletrobras, que é avaliada em cerca de R$ 60 bilhões e depende de aval do Congresso para ter seu controle transferido para o setor privado.

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sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

No ano, inflação da baixa renda é quase 3 vezes a dos mais ricos, mostra Ipea

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Alta dos alimentos pressionou o custo de vida da população mais pobre.  
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Por G1  
11/12/2020 16h10 Atualizado há 3 horas
Postado em 11 de dezembro de 2020 às 19h25m


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Base na refeição dos brasileiros, arroz foi um dos alimentos com maior alta — Foto: Reprodução/TV Diário
Base na refeição dos brasileiros, arroz foi um dos alimentos com maior alta — Foto: Reprodução/TV Diário

A forte alta dos preços dos alimentos pressionou o custo de vida da fatia mais pobre da população. Como resultado, a inflação para a classe de renda muito baixa, no acumulado do ano até novembro, foi quase três vezes a registrada entre a classe renda alta: 4,56%, ante 1,68%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (11) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Em novembro, a alta de preços também pressionou mais os mais pobres: a inflação para essa faixa de renda foi estimada em 1%, enquanto para os mais ricos, ficou em 0,63%.

"O forte aumento dos preços dos alimentos no domicílio foi o maior foco de pressão inflacionária nos segmentos de renda mais baixa", apontou o Ipea.

Inflação por faixa de renda — Foto: Economia G1
Inflação por faixa de renda — Foto: Economia G1

De fato, alimentos e bebidas foram responsáveis por 75% da inflação dos mais pobres no mês passado, com altas importantes nos preços do arroz (6,3%), batata (29,7%), frango (5,2%), óleo de soja (9,2%) e carnes (6,5%) no último mês.

Segundo o Ipea, o gasto com itens de alimentação e bebidas compromete em média 28% do orçamento das famílias mais pobres. Com isso, os reajustes acumulados em 2020 de itens como arroz (69,5%), feijão (40,8%), carnes (13,9%), frango (14%), leite (25%) e óleo de soja (94,1%) contribuíram para uma alta inflacionária bem mais intensa do que a observada no segmento mais rico, em que o peso desse grupo nas despesas mensais é de 13%.

Por outro lado, as famílias com renda alta foram as únicas com desaceleração inflacionária no último mês, com 0,63%, contra 0,82% em outubro. Para esta classe, os focos foram os aumentos nos transportes por aplicativos (7,7%), a gasolina (1,6%) e o etanol (9,2%).

"Neste ano, o cenário inflacionário combinou forte aceleração de preços de alimentos com uma alta desaceleração da inflação de serviços, o que explica o diferencial da inflação entre as faixas de renda mais baixa e mais alta", apontou o Ipea em nota. 
Veja na tabela as faixa de renda consideradas pelo Ipea:

Ipea - faixas de renda — Foto: Reprodução
Ipea - faixas de renda — Foto: Reprodução

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