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quarta-feira, 17 de junho de 2020

Com pandemia, setor de serviços tem queda recorde de 11,7% em abril

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Setor passa a acumular perda de 18,7% em 3 meses seguidos de retração, mostra IBGE. Serviços prestados às famílias registram tombo de 44,1% no mês. 
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Por Darlan Alvarenga e Daniel Silveira, G1  
17/06/2020 09h00  Atualizado há 2 horas
Postado em 17 de 17 de junho de 2020 às 11h10m  

                     Post.N.\9.345                
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Vista do Terminal 2 do Aeroporto Internacional de São Paulo, em maio, em meio à pandemia do coronavírus (COVID-19) — Foto: Mister Shadow/ASI/Estadão Conteúdo
Vista do Terminal 2 do Aeroporto Internacional de São Paulo, em maio, em meio à pandemia do coronavírus (COVID-19) — Foto: Mister Shadow/ASI/Estadão Conteúdo

O volume de serviços prestados no Brasil teve queda recorde de 11,7% em abril, na comparação com março, com perdas generalizadas em todas as as atividades, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Esse é o terceiro recuo consecutivo e o mais intenso da série histórica, iniciada em janeiro de 2011", destacou o IBGE.
Na comparação com abril do ano passado, a queda foi ainda maior, de 17,2% – a segunda taxa negativa nesta base de comparação.

Esta foi a primeira vez que a pesquisa refletiu um mês inteiro sob o quadro de isolamento social e de restrições impostas pela pandemia de coronavírus, que começaram a ser implementadas no país na segunda quinzena de março.
Volume de serviços mês a mês — Foto: Economia G1
Volume de serviços mês a mês — Foto: Economia G1

Com o tombo recorde em abril, o setor, que possui o maior peso na composição do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, passou a acumular perda de 18,7% em 3 meses.
Com os resultados de abril, o setor de serviços atingiu o patamar mais baixo da série histórica da pesquisa. Ele ficou 27% abaixo do pico mais alto, registrado em novembro de 2014, e bem abaixo do piso até então alcançado, em maio de 2018, quando ficou 15,7% abaixo do pico.
Os números de abril vieram piores do que as expectativas do mercado. Pesquisa da Reuters com analistas apontava contração de 10,5% no mês e de 15,8% no ano.

Setor passa para o vermelho no acumulado em 12 meses
No acumulado do ano, a queda é de 4,5% frente a igual período do ano anterior. Em 12 meses, passou de uma alta de 0,7% em março para retração de 0,6% em abril, evidenciando quão expressiva foi a queda do setor em 2020 diante da pandemia.

O acumulado em 12 meses é um indicador mais demorado, de trajetória de longo prazo. Até mesmo por isso, perder 1,3 ponto percentual de um mês para o outro é muito expressivo, destacou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
A recuperação, quando ocorrer, vai ser de forma bastante devagar e paulatina, não rápida como vimos com a greve dos caminhoneiros, que foi imediata, avalia Lobo.
Setor de serviços cai 11,7% em abril
Setor de serviços cai 11,7% em abril

Quedas recordes em todas as 5 atividades
Este foi o segundo mês seguido em que os cinco grandes ramos de atividade do setor tiveram queda, com forte impacto da pandemia nos setores de transportes e nas operações de hotéis e restaurantes.

O tombo em abril foi recorde em todas as atividades, com destaque para transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-17,8%) e serviços prestados às famílias (-44,1%). Em 2 meses, esses dois setores acumulam quedas de 24,9% e 61,6%, respectivamente.

Os demais resultados negativos vieram de serviços profissionais, administrativos e complementares (-8,6%), de informação e comunicação (-3,6%) e de outros serviços (-7,4%).

Considerando todos os subgrupos, os tombos mais expressivos foram registrados no transporte aéreo (-73,8%), nos serviços de alojamento e alimentação (-46,5%) e nos outros serviços prestados às famílias, incluindo salões de beleza, academias e reparos (-33,3%).

Segundo o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, antes da pandemia a última vez que se observou queda disseminada entre todos os cinco ramos foi em maio de 2018, quando ocorreu a greve dos caminhoneiros.

Veja a variação do volume de serviços em abril, por atividade e subgrupos:
  • Serviços prestados às famílias: -44,1%
  • Serviços de alojamento e alimentação: -46,5%
  • Outros serviços prestados às famílias (salões de beleza, academias, reparos, etc): -33,3%
  • Serviços de informação e comunicação: -3,6%
  • Serviços de tecnologia da informação e comunicação: -1,1%
  • Telecomunicações: 0,1%
  • Serviços de tecnologia da informação: -2,4%
  • Serviços audiovisuais: -22,7%
  • Serviços profissionais, administrativos e complementares: -8,6%
  • Serviços técnico-profissionais: -3,5%
  • Serviços administrativos e complementares: -9,9%
  • Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio: -17,8%
  • Transporte terrestre: -20,6%
  • Transporte aquaviário: -0,1%
  • Transporte aéreo: -73,8%
  • Armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio: -5,8%
  • Outros serviços: -7,4%
Índice de atividades turísticas tem queda recorde de 54,5%
O índice de atividades turísticas também teve forte recorde, com um tombo de 54,5% em abril, após queda de 30% em março.

Regionalmente, todas as 12 unidades da federação acompanharam este movimento de retração observado no Brasil, com destaque para São Paulo (-52,0%), seguido por Rio de Janeiro (-52,7%), Minas Gerais (-49,4%) e Bahia (-63,1%).

Na comparação com abril de 2019, houve retração de 67,3%. No acumulado no ano, a queda ficou em 20,9% frente a igual período do ano passado, pressionada, sobretudo, pelos ramos de restaurantes; hotéis; transporte aéreo e rodoviário coletivo (ambos de passageiros); e catering, bufê e outros serviços de comida preparada.
Com a crise, as atividades turísticas perderam participação no setor de serviços. Antes da pandemia, representava 13% de todo o setor. Em março, essa participação passou para 9,5%, caindo quase pela metade em abril, quando ficou em 4,86%

Serviços caíram em 26 das 27 Unidades da Federação
Regionalmente, 26 das 27 unidades da federação tiveram recuos entre marco e abril, com destaque para São Paulo (-11,6%) e Rio de Janeiro (-12,7%), que sofreram pressão negativa, principalmente, dos segmentos de alojamento e alimentação.

A única alta foi registrada em Mato Grosso (9%), cuja expansão é explicada não só pela baixa base de comparação, já que em março os serviços haviam recuado 12,6%, mas também pelo bom desempenho do transporte de cargas.

Cenário de recessão e perspectivas
A atividade de serviços sofreu contração de 1,56% no 1º trimestre, o que teve forte influência na queda de 1,5% do PIB nos três primeiros meses do ano, já que exerce forte peso sobre a atividade.

Na véspera, o IBGE mostrou que as vendas do comércio varejista registraram tombo recorde de 16,8% em abril. Na produção industrial, a queda também foi recorde em abril, com recuo de 18,8% na comparação com março.

Apesar do afrouxamento das medidas de isolamento no país e da reabertura de boa parte das atividades, os economistas do mercado financeiro continuam piorando as estimativas para o PIB do Brasil em 2020 em meio a incertezas sobre a recuperação da economia, tensões políticas e aumento do desemprego.
IBGE mostra que um milhão de brasileiros ficaram desempregados em maio
IBGE mostra que um milhão de brasileiros ficaram desempregados em maio

A projeção do mercado passou de queda de 6,48% para um tombo de 6,51% do PIB em 2020, conforme boletim "Focus" do Banco Central divulgado na segunda-feira (15). Caso a expectativa se confirme, será o pior desempenho anual desde 1901, pelo menos.

Já a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estima que a retração do PIB do Brasil poderá chegar a 9,1% em caso de segunda onda da pandemia e necessidade de regresso aos confinamentos.
OCDE afirma que economia mundial vai ter a maior queda da história em tempos de paz
OCDE afirma que economia mundial vai ter a maior queda da história em tempos de paz

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Entenda como 15 países em cinco continentes dominaram a pandemia

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Empresa alemã de análise de dados lista os casos de sucesso de recuperação desde que o novo coronavírus tornou-se ameaça ao planeta.
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Por Sandra Cohen
Especializada em temas internacionais, foi repórter, correspondente e editora de Mundo em 'O Globo'
17/06/2020 05h01  Atualizado há uma hora
Postado em 17 de junho de 2020 às 10h00m  
      Post.N.\9.344  
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Pessoas se sentam em café ao ar livre em Nelson, na Nova Zelândia, no primeiro dia após o fim das regulamentações depois de o país ser declarado livre do coronavírus, na terça-feira (9) — Foto: Reuters/Tatsiana Chypsanava
Pessoas se sentam em café ao ar livre em Nelson, na Nova Zelândia, no primeiro dia após o fim das regulamentações depois de o país ser declarado livre do coronavírus, na terça-feira (9) — Foto: Reuters/Tatsiana Chypsanava

Quinze países, em cinco continentes, destacam-se por terem dominado a pandemia do novo coronavírus. São casos identificados pela empresa alemã Iunera, de análise de dados, como um caminho bem-sucedido de recuperação".

Desde que o Sars-Cov-2 deu os primeiros sinais, há sete meses, a doença imprimiu uma nova rotação ao planeta, com 8 milhões de infectados e 440 mil mortos.

A grande maioria adotou bloqueios rígidos ou recorreu a toques de recolher para achatar a curva da doença, sem sobrecarregar o sistema de saúde.
Leia abaixo como os 15 se livraram do novo coronavírus e estão encaram a pós-pandemia.

ÁFRICA — Tunísia, Marrocos e Chade
Clientes em mercado de Túnis, capital da Tunísia, em 4 de maio de 2020 — Foto: Fethi Belaid / AFP
Clientes em mercado de Túnis, capital da Tunísia, em 4 de maio de 2020 — Foto: Fethi Belaid / AFP

Após enfrentar três meses de toque de recolher, a Tunísia planeja reabrir suas fronteiras dentro de dez dias. Lojas, empresas, mesquitas, cafés e hotéis, que sustentam a vocação turística do país, equivalente a 10% do PIB, já funcionam normalmente.

O país recebeu elogios da OMS por implementar rastreamento e quarentena, quando o número de casos era inferior a 100. Ainda assim, com 1.125 doentes de Covid-19 e 49 mortos, o governo custou a declarar vitória sobre o coronavírus. O premiê Elyes Fakhfakh só o fez neste domingo, quando já não havia novos casos registrados.
O marroquino Daoui Mohammed, presidente da associação comunitária Anwal, posa para uma foto em Sale, no Marrocos. Daoui contribui e ajuda as autoridades a aumentar a conscientização sobre a nova pandemia de coronavírus entre os moradores — Foto:  Fadel Senna/AFP
O marroquino Daoui Mohammed, presidente da associação comunitária Anwal, posa para uma foto em Sale, no Marrocos. Daoui contribui e ajuda as autoridades a aumentar a conscientização sobre a nova pandemia de coronavírus entre os moradores — Foto: Fadel Senna/AFP

No Marrocos, o governo precisou combater o fluxo inverso da migração, barrando a entrada de quem voltava da Espanha, país duramente castigado pelo novo coronavírus. Embora criticada por organizações de direitos humanos, esta abordagem agressiva, que impediu a repatriação de seus cidadãos, permitiu ao país conter a propagação do vírus e manter-se com cerca de 9 mil casos e 200 mortos.

O fechamento prematuro das fronteiras marroquinas levou também em conta o sistema de saúde pública precário do país, que no ano passado enfrentou a demissão de mais de 300 médicos. A mais alta entidade religiosa do Marrocos, o Conselho Supremo de Ulemás, emitiu um decreto encerrando cultos em todas as mesquitas. Os marroquinos entraram em quarentena em 20 de março, submetidos a um toque de recolher entre 19h e 5h.

Outro exemplo listado é o do Chade, no centro-norte do continente, que conseguiu conter a propagação da pandemia, com 850 casos e 73 mortos. As restrições se assemelharam às dos vizinhos: declaração de estado de emergência sanitária, fechamento de fronteiras, toque de recolher, restrições de viagens internas e encerramento de comércio e escolas.

AMÉRICAS — Dominica, Barbados e Uruguai
Dominica não registrou mortos entre os 18 casos do novo coronavírus na população de 72 mil habitantes. Afetada há três anos pelo Furacão Maria, a pequena ilha do Caribe superou outro desafio. Foi declarada livre do Covid-19 por seu primeiro-ministro, Roosevelt Skerrit.

No Caribe Oriental, Barbados ainda tem poucos casos isolados, de um total de 96 infectados e sete mortos. As empresas reabriram nesta segunda-feira, seguidas por atividades esportivas, parques e praias. Eventos podem ter até 250 pessoas, mas o toque de recolher ainda vigora de sexta-feira a domingo, entre 22h e 5h.
Homem e menina passeiam pela Rambla, o calçadão da orla de Montevidéu — Foto: Eitan Abramovich/AFP
Homem e menina passeiam pela Rambla, o calçadão da orla de Montevidéu — Foto: Eitan Abramovich/AFP

Com apenas 848 doentes e 23 mortos, o Uruguai é apontado como modelo entre os países da América do Sul. Optou pela quarentena, mas sem impô-la de forma obrigatória a seus 3,5 milhões de habitantes.

A ameaça da pandemia pairou de imediato sobre o recém-empossado presidente conservador Luis Lacalle Pou. Ele apelou para o senso de responsabilidade dos uruguaios, suspendendo aulas e fechando fronteiras. Saía para trabalhar quem realmente precisava. Atualmente, o maior risco para o país vem do Brasil.

ÁSIA — Camboja, Tailândia e Japão
Pessoas fazem fila para entrar no shopping Siam Paragon, em Bangcoc, na Tailândia — Foto:  Mladen Antonov / AFP
Pessoas fazem fila para entrar no shopping Siam Paragon, em Bangcoc, na Tailândia — Foto: Mladen Antonov / AFP

O país foi incluído na lista da Iunera por ter agido com rapidez para conter a doença, que afetou 128 pessoas, todas recuperadas. Não houve quarentena obrigatória, mas as escolas permaneceram fechadas, assim como as fronteiras, internas e externas, causando impacto econômico ao país de 16 milhões de habitantes.

De acordo com a empresa de dados alemã, a Tailândia é atualmente um dos melhores países em recuperação da pandemia em todo o mundo e o primeiro na Ásia. O toque de recolher foi suspenso nesta segunda-feira, depois de 21 dias sem registrar casos. Máscaras são obrigatórias desde janeiro.

Escolas que têm até 120 alunos, cinemas, shows, museus e parques de diversão foram reabertos na Tailândia, que registrou 3.135 casos e 58 mortes. Em breve, o país retomará viagens para China, Japão, Laos, Mianmar, Camboja e Coreia do Sul entre outros.
Pessoas bebem em um ‘izakaya’, bar em estilo informal, no distrito Shinbashi, em Tóquio, no Japão, em 10 de junho — Foto: Charly Triballeau/AFP
Pessoas bebem em um ‘izakaya’, bar em estilo informal, no distrito Shinbashi, em Tóquio, no Japão, em 10 de junho — Foto: Charly Triballeau/AFP

Já o Japão — que teve 17.587 contaminados e 927 mortos — conseguiu controlar a doença e já se encontra na terceira e última fase da reabertura da economia. No início, o panorama parecia sombrio, mas o sistema de saúde, o rastreamento de doentes e hábitos de higiene já enraizados na população funcionaram de forma eficaz e ajudaram a conter o vírus no estágio inicial do surto.

EUROPA — Montenegro, Islândia e Croácia
Com 315 dos 326 infectados já recuperados, Montenegro suspendeu a exigência do uso de máscaras e autorizou a entrada de estrangeiros no país, que declarou-se livre da Covid-19 em 24 de maio, antes dos demais vizinhos do continente europeu.

A Islândia foi, desde o início da pandemia, uma história de sucesso, registrou apenas 10 mortos. O país insular, de 360 mil habitantes, manteve o surto sob controle, sem necessidade de bloqueio rigoroso. Mas imprimiu velocidade na detecção da doença, com alto índice de testagens.
O país já recebe visitantes, há dez cabines de testes instaladas no aeroporto de Keflavik, o maior da Islândia, onde chegam diariamente oito voos da Europa.
Não se pode dizer que a doença foi erradicada no país — ainda há quatro casos ativos. A Croácia, por sua vez, aproxima-se rapidamente desta realidade. Atualmente, o país tem dois doentes internados e um total de 2.137 recuperados, com 107 vítimas.

OCEANIA — Fiji, Nova Zelândia e Austrália
Foto de 17 de abril de 2020 - Equipe médica em uma estação de testes de Covid-19 em Christchurch, na Nova Zelândia — Foto: AP Photo/Mark Baker, File
Foto de 17 de abril de 2020 - Equipe médica em uma estação de testes de Covid-19 em Christchurch, na Nova Zelândia — Foto: AP Photo/Mark Baker, File

A Nova Zelândia é considerada outro modelo bem-sucedido. O governo da primeira-ministra trabalhista Jacinda Ardern impôs três meses de fortes restrições aos cinco milhões de habitantes. A flexibilização se deu em cinco fases — a última anunciada recentemente pela primeira-ministra. As fronteiras ainda estão fechadas a estrangeiros, mas o distanciamento social já não é necessário.

Apesar do pânico entre a população de 930 mil habitantes, o arquipélago de Fiji reafirmou sua condição paradisíaca na pandemia: 18 infectados, todos curados. No último dia 4, o país zerou os casos de Covid, conforme o premiê Frank Bainimarama anunciou pelas redes sociais, após 45 dias sem registrar doentes. A fórmula, segundo ele, combinou orações respondidas, trabalho duro e afirmação da ciência.

Desde o primeiro caso confirmado, no início de março, os australianos entraram em quarentena. Quem saía acompanhado era sujeito à multas. A saúde da população foi prioritária em relação à economia. Funcionou.
Exemplo de combate à Covid, Nova Zelândia retoma jogos da liga de rugby, com direito à torcida
Exemplo de combate à Covid, Nova Zelândia retoma jogos da liga de rugby, com direito à torcida

CORONAVÍRUS

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terça-feira, 16 de junho de 2020

Vendas do comércio desabam 16,8% em abril, pior resultado da série histórica do IBGE

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Com queda mensal recorde, setor passa a acumular perda de 18,6% em dois meses, em meio à pandemia. Maior tombo no mês foram nas vendas de tecidos, vestuário e calçados (-60,6%). 
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Por Darlan Alvarenga e Daniel Silveira, G1  
16/06/2020 09h00  Atualizado há uma hora
Postado em 16 de junho de 2020 às 10h15m 

      Post.N.\9.343  
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Movimentação foi grande no Centro do Recife nesta segunda-feira (15), com a reabertura do comércio de rua — Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press
Movimentação foi grande no Centro do Recife nesta segunda-feira (15), com a reabertura do comércio de rua — Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press

As vendas do comércio varejista registraram tombo recorde de 16,8% em abril, na comparação com março, refletindo o fechamento de lojas por todo o país, segundo dados divulgados nesta terça-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"É o pior resultado desde o início da série histórica, em janeiro de 2000, e a segunda queda consecutiva, acumulando uma perda de 18,6% no período", informou o IBGE.
Na comparação com abril do ano passado, a queda também foi de 16,8%.

Esta foi a primeira vez que a pesquisa do varejo refletiu um mês inteiro sob o quadro de isolamento social e de restrições para o comércio, que começaram no país na segunda quinzena de março.
Vendas do comércio mês a mês — Foto: Economia G1
Vendas do comércio mês a mês — Foto: Economia G1

O IBGE revisou a queda do comércio em março. A queda registrada no mês foi de 2,1%, menos intensa que a divulgada anteriormente, que era de 2,5%.

No acumulado no ano, o setor passa a registrar queda de 3%. Já no acumulado nos últimos 12 meses ainda tem alta de 0,7%.
Com o tombo de abril, o patamar de vendas do comércio encolheu para uma mínima recorde, 22,7% abaixo da máxima histórica, registrada em outubro de 2014.
Até então, o ponto mais baixo do setor havia sido registrado em dezembro de 2016, quando o patamar de vendas ficou 13,5% abaixo do pico de 2014. "Ou seja, a gente ultrapassou e muito o piso", enfatizou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

O resultado de abril veio pior que o esperado pelo mercado. A expectativa em pesquisa da Reuters era de baixa de 12% na comparação mensal e de queda de 13,6% sobre um ano antes.

Queda em todas as atividades
Pela terceira vez desde o início da série da pesquisa, houve queda em todas as 8 atividades pesquisadas pelo IBGE. A última vez que isso ocorreu foi em janeiro de 2016. Antes, a queda disseminada havia sido registrada em julho de 2015.

O maior tombo foi no ramo de Tecidos, vestuário e calçados (-60,6%), seguido de Livros, jornais, revistas e papelaria (-43,4%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-29,5%), que inclui lojas de departamentos, óticas e artigos esportivos. Destaque também para a queda nas vendas de Móveis e eletrodomésticos (-20,3%).

Nos ramos de supermercados e artigos farmacêuticos – atividades consideradas essenciais e que tinham registrado alta em março – houve queda de 11,8% e de 17%, respectivamente, em abril.

Além das medidas de isolamento social, a queda da renda das famílias e o medo do desemprego e do contágio de Covid-19 também têm levado o brasileiro a consumir menos.
Tivemos também uma redução da massa salarial que, entre o trimestre encerrado em março para o encerrado em abril, caiu 3,3%, algo em torno de R$ 7 bilhões. Isso também refletiu nessas atividades consideradas essenciais, explicou o gerente da pesquisa.
Outro fator de influência apontado pelo pesquisador para a queda das vendas dos supermercados é o fenômeno de estocagem ocorrido em março, quando muitos consumidores fizeram estoque de alguns artigos temendo desabastecimento por conta da pandemia.
Vendas no varejo caem 16,8% em abril
Vendas no varejo caem 16,8% em abril

Tombo de 36% nas vendas de veículos
A pesquisa do IBGE mostrou ainda que no comércio varejista ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, o volume de vendas desabou 17,5% em abril, após recuo de 13,7% em março. Foi também a maior retração da série histórica desta pesquisa, iniciada em 2003. O tombo recorde em abril foi pressionado pelo setor de veículos, motos, partes e peças (-36,2%), enquanto material de construção teve recuo de 1,8%.

Veja o desempenho de cada atividade do varejo em abril:
  • Combustíveis e lubrificantes: -15%
  • Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: -11,8%
  • Tecidos, vestuário e calçados: -60,6%
  • Móveis e eletrodomésticos: -20,3%
  • Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: -17%
  • Livros, jornais, revistas e papelaria: -43,4%
  • Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: -29,5%
  • Outros artigos de uso pessoal e doméstico: -29,5%
  • Veículos, motos, partes e peças: -36,2% (varejo ampliado)
  • Material de construção: -1,8% (varejo ampliado)
No acumulado em 2020, as maiores quedas são nas vendas de Tecidos, vestuário e calçados (-28,5%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-21,9) e em veículos (-17,8%). Já os segmentos de supermercados (4,2%) e artigos farmacêuticos (4,3%) ainda registram alta.

Queda das vendas em todos os estados
As vendas do varejo caíram em abril em todas as 27 unidades da federação tanto na passagem de março para abril como no indicador interanual.

Na comparação com março, as maiores quedas foram no Amapá (-33,7%), Rondônia (-21,8%) e Ceará (-20,2%). No comércio varejista ampliado, a variação negativa também ocorreu em todo o país, com destaque para Amapá (-31,6%), Espírito Santo (-23,4%) e São Paulo (-23,3%).

De acordo com o IBGE, 28,1% das empresas pesquisadas relataram impacto em suas receitas em abril por conta das medidas de isolamento social. Em março, esse percentual era de 14,5% no mês de março.

Impactos da pandemia e cenário de recessão
O tombo nas vendas do varejo evidencia a dimensão dos impactos da pandemia de coronavírus e das medidas de isolamento social na atividade econômica.

"Os dados anunciados pelo IBGE reafirmam a perspectiva de queda abrupta da atividade do 2º trimestre", avaliou o economista-chefe da Necton, André Perfeito. "Muito provavelmente maio deve manter o baixo nível do varejo para vermos apenas uma melhora em junho uma vez que só agora a quarentena foi afrouxada".

Na produção industrial, a queda foi de 18,8% em abril, o maior declínio mensal já registrado pela série histórica da pesquisa, iniciada em 2002. Já os dados do setor se serviços serão divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (17).

A equipe da XP investimentos avalia que abril "foi realmente o pior mês da crise e, agora, deve se iniciar uma leve recuperação do varejo como um todo".

Os economistas do mercado financeiro continuam, porém, piorando as estimativas para o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil neste ano.

Mesmo após a reabertura de boa parte do comércio e da economia no país, a projeção do mercado passou de queda de 6,48% para um tombo de 6,51% em 2020, conforme boletim "Focus" do Banco Central divulgado na segunda-feira. Caso a expectativa se confirme, será o pior desempenho anual desde 1901, pelo menos.

Já a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estima que a retração do PIB do Brasil poderá chegar a 9,1% em caso de segunda onda da pandemia e necessidade de regresso aos confinamentos.

"Provavelmente milhares de pequenos comerciantes iram perder seus negócios após a pandemia uma vez que não conseguirão manter os fluxos de obrigações em dia por tanto tempo", avalia Perfeito.
Pesquisas divergem sobre segunda onda da epidemia, mas concordam que reabertura é precoce
Pesquisas divergem sobre segunda onda da epidemia, mas concordam que reabertura é precoce
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