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sexta-feira, 25 de março de 2022

Mundo avança de 'olhos fechados para catástrofe climática', diz secretário-geral da ONU

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Ele lamentou que, apesar da “gravidade” da situação, as grandes economias continuem aumentando suas emissões de gases do efeito estufa.
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TOPO
Por RFI

Postado em 25 de março de 2022 às 15h35m

Post.- N.\ 10.262

Ativistas climáticos participam de uma manifestação do lado de fora do local da Cúpula do Clima COP26 da ONU em Glasgow, em 12 de novembro de 2021 — Foto: AP/Scott Heppell, Arquivo
Ativistas climáticos participam de uma manifestação do lado de fora do local da Cúpula do Clima COP26 da ONU em Glasgow, em 12 de novembro de 2021 — Foto: AP/Scott Heppell, Arquivo

O mundo avança de olhos fechados em direção à catástrofe climática, alertou segunda-feira (21) o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres. Ele lamentou que, apesar da gravidade da situação, as grandes economias continuem aumentando suas emissões de gases do efeito estufa.

O objetivo de limitar o aumento das temperaturas da Terra a 1,5°C em relação à era pré-industrial, o mais ambicioso do Acordo de Paris, está em tratamento intensivo, declarou Guterres durante uma conferência sobre o desenvolvimento sustentável organizada pelo jornal The Economist, em Londres.

De acordo com a ONU, seria necessário reduzir 45% das emissões até 2030 para conter o aumento a 1,5°C. Mas as emissões continuam em alta e o planeta ganhou em média 1,1°C desde a era pré-industrial, com consequências como temperaturas extremas, secas, tempestades e inundações catastróficas.

O problema se agrava, declarou Guterres em um mensagem de vídeo gravada. Ele lembrou que em 2020, as catástrofes climáticas tiraram de suas casas 30 milhões de pessoas – quase três vezes mais que o número de migrantes gerados por conflitos, completou.

Se continuarmos assim, podemos dizer adeus ao objetivo de 1,5°C. O (objetivo) de 2°C também poderia ficar fora de alcance, afirmou.   
Aquecimento catastrófico

Mas ainda que as nações cumpram os compromissos feitos em Paris, as emissões podem aumentar 14% antes do fim da década, levando a um aquecimento catastrófico de 2,7°C, de acordo com o grupo de especialistas sobre a evolução do clima da ONU, o IPCC.

O diretor geral da ONU criticou o otimismo inocente após a COP26, em Glasgow, em outubro, e chamou de loucura a dependência persistente dos países de energias fósseis.

Esse vício dos combustíveis fósseis nos conduz em direção à destruição coletiva, afirmou.

A mensagem de Guterres foi feita horas antes de uma reunião, que deve durar duas semanas, com o objetivo de validar o relatório histórico do IPCC sobre os cenários que permitiriam limitar o aquecimento do planeta. O documento divide as possibilidades por grandes setores que poderiam aumentar a captura e a absorção do carbono.

O relatório deve concluir que, para alcançar os objetivos de temperatura fixados em Paris, as emissões de CO2 devem atingir um pico nos próximos anos.

Relatório do IPCC pede ações urgentes e rápidas contra os efeitos das mudanças climáticasRelatório do IPCC pede ações urgentes e rápidas contra os efeitos das mudanças climáticas

Consequências da invasão da Ucrânia

De acordo com Guterres, a invasão da Ucrânia pela Rússia poderia atrapalhar ainda mais a ação a favor do clima, se os países decidirem correr atrás de novos fornecedores de gás e petróleo para substituir as importações russas, permanecendo assim na dependência de combustíveis fósseis.

Em 2021, um relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) concluiu que limitar o aumento das temperaturas a 1,5°C é incompatível com novas explorações de petróleo, gás e carvão.  

Guterres quebrou o protocolo habitual, que consiste em não acusar um país em particular, e reprovou a Austrália e outros recalcitrantes por não terem apresentado planos significativos a curto prazo para reduzir as emissões.

A China e a Índia, que dependem do carvão, não aderiram plenamente ao objetivo de 1,5°C e não fixaram objetivos mais ambiciosos de redução de emissões a curto prazo.

A boa notícia é que todos os governos do G20, incluindo a China, o Japão e a Coreia, aceitaram não financiar mais o carvão estrangeiro, relativizou Guterres. Agora eles devem fazer o mesmo no plano interno, com urgência, completou.

O secretário-geral da ONU responsabilizou os países ricos pelo financiamento, tecnologia e outros instrumentos necessários para ajudar as economias emergentes a eliminar o carvão de suas matrizes energéticas.

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