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No acumulado dos oito primeiros meses deste ano, Brasil teve déficit de US$ 3,48 bilhões nas transações comerciais com os EUA, com alta de 370% no período.<<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>>
Por Alexandro Martello, Thiago Resende, g1 e TV Globo — Brasília
Postado em 04 de Setembro de 2.025 às 15h20m
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Exportações para os EUA desabam 18,5% em agosto
🔎O déficit comercial significa que o Brasil importou mais produtos americanos do que exportou para os Estados Unidos. Para a economia brasileira, esse fato representa um cenário desfavorável.
- De acordo com o governo, as exportações aos EUA somaram US$ 2,76 bilhões no mês passado, com forte queda de 18,5% frente ao mesmo período do ano passado.
- Ao mesmo tempo, as importações totalizaram US$ 3,99 bilhões da economia norte-americana, com alta de 4,6% na comparação com agosto de 2024.
- Com isso, o saldo ficou deficitário para o Brasil em US$ 1,23 bilhão no mês passado. Este é o maior resultado negativo mensal deste ano.
- Apesar da queda nas vendas para os EUA, o Brasil exportou mais para outros grandes parceiros: China (+29,9%), México (+43,8%) e Argentina (+40,4%).
Porto de Paranaguá, no litoral do Paraná — Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná
▶️ O último mês no qual o Brasil teve superávit com os EUA, ou seja, quando as exportações superaram as compras do exterior, foi dezembro do ano passado — no valor de US$ 468 milhões.
▶️No acumulado de janeiro a agosto deste ano, o Brasil acumula um déficit nas transações comerciais de US$ 3,48 bilhões com os Estados Unidos. Isso representa um aumento de 370% no rombo na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o déficit somou US$ 745 milhões.
▶️Os números mostram também que o Brasil tem registrado déficits comerciais seguidos com os Estados Unidos desde 2009, ou seja, nos últimos 16 anos. Nesse período, as vendas americanas ao Brasil superaram suas importações em US$ 88,61 bilhões.

Fonte: MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO
O tarifaço anunciado pelo presidente Donald Trump foi anunciado de forma paulatina e progressiva com o passar dos meses — culminando em uma sobretaxa de 50% com início em 6 de agosto a cerca de 36% das vendas externas aos EUA.
O mandatário norte-americano chegou a citar questões econômicas, como um suposto déficit com o Brasil (inexistente de acordo com números oficiais), mas também apontou questões políticas relacionadas com o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e "direitos de liberdade de expressão de cidadãos americanos", entre outros.

Fonte: Ministério do Desenvolvimento
Em meados de agosto, o governo apresentou a primeira parte do pacote de medidas para socorrer empresas afetadas pela cobrança do tarifaço. A principal medida anunciada foi a criação de uma linha de crédito de R$ 30 bilhões. O acesso às linhas estará condicionado à manutenção do número de empregos.
Também foram anunciadas outras medidas. São elas:
➡️Seguro à exportação: governo anunciou instrumentos para proteger o exportador contra riscos como inadimplência ou cancelamento de contratos, permitindo que bancos e seguradoras utilizem essa garantia em mais tipos de operações.
➡️A Receita Federal foi autorizada a fazer diferimento (adiamento) de cobrança de impostos para as empresas mais afetadas pelo tarifaço.
➡️Isenção de insumos para exportações: o governo anunciou a prorrogação, por um ano, do prazo para que as empresas consigam exportar mercadorias que tiveram insumos beneficiados pelo chamado "drawback".
➡️Novo Reintegra: o governo também anunciou que as empresas exportadoras terão crédito tributário (valores a abater em impostos) para que suas vendas ao exterior sejam desoneradas.
➡️Compras públicas: foi anunciado que a União, estados e municípios poderão fazer compras públicas para seus programas de alimentação (para merenda escolar, hospitais, etc.).
➡️Diversificação de mercados: o governo anunciou, ainda, que continuará trabalhando para diversificar mercados, ou seja, buscando novos países compradores dos produtos sobretaxados pelos Estados Unidos.
Balança comercial em agosto
▶️Quando são consideradas as transações comerciais com todos os países, e não somente com os EUA, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 6,13 bilhões em agosto.
- Segundo dados oficiais, houve um aumento de 35,8% no saldo positivo na comparação com o mesmo mês de 2024 (+US$ 4,52 bilhões).
- Esse é o melhor resultado para meses de agosto desde 2023, quando foi contabilizado um superávit comercial de US$ 9,63 bilhões.
💵De acordo o governo, em agosto:
- As exportações somaram US$ 29,86 bilhões, com alta de 8,9% na média por dia útil;
- As importações somaram US$ 23,72 bilhões, com alta de 2,6% na média por dia útil.
Apesar da queda nas vendas aos Estados Unidos, as exportações para outros grandes parceiros comerciais do Brasil cresceram no mês passado, contra agosto de 2024.
- As vendas externas para a China subiram 29,9%.
- As exportações para o México avançaram 43,8%.
- As vendas para a Argentina cresceram 40,4%.
▶️No acumulado dos oito primeiros meses do ano, o saldo comercial ficou positivo em US$ 42,81 bilhões, com queda de 20,2% na comparação com o mesmo período do ano passado (US$ 53,62 bilhões).
INFOGRÁFICO - Linha do tempo do tarifaço contra o Brasil — Foto: Arte/g1