Total de visualizações de página

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Médicos brasileiros usam nova técnica de transplante para curar a cirrose do fígado

GIPOPE - INFORMATIONS.

NOTÍCIAS & INFORMAÇÃO.
BRASIL --\\-- MEDICINA & SAÚDE


Cirurgia usa partes de dois doadores vivos é foi realizada pela primeira vez na América Latina


Publicado:
Atualizado:

|[[&-=-&]]| RIO - Pessoas que sofrem de cirrose e precisam de transplante de fígado, mas estão com dificuldade para encontrar um doador têm uma nova chance. Médicos brasileiros realizaram com sucesso o primeiro transplante na América Latina usando partes dos órgãos de dois doadores vivos. A cirurgia foi feita no último dia 25 de novembro no Hospital Angelina Caron, na região metropolitana de Curitiba, no paranaense Darci Moacir Bladt, de 52 anos. Ele recebeu pedaços do fígado de seu filho, Natanael, de 22 anos, e de sua sobrinha, Julian, também de 26 anos.



Darci, que sofria de cirrose há um ano devido ao abuso de álcool, já saiu do CTI e passa bem. A cirurgia, de alta complexidade, envolveu pelo menos 15 profissionais, durou 17 horas, e foi liderada pelos cirurgiões João Eduardo Nicoluzzi, chefe do Serviço de Transplante do Hospital Angelina Caron; e pelo hepatologista Mauro Roberto Monteiro, chefe do Serviço de Hepatologia do Hospital. Para o transplante de fígado há três possibilidades: doador em morte cerebral, doador vivo e agora no Brasil, de dois doadores vivos.



No transplante hepático intervivos entre adultos, normalmente retiram-se 60% do fígado do doador. O objetivo é que este pedaço corresponda a 0,8 a 1% do peso do receptor. Por exemplo, o indivíduo de 70kg com cirrose necessita de algo em torno de 560g a 700g de fígado do doador. Mas no caso de Darci isso não foi possível. O paranaense tinha excesso de peso, característica comum em um grande número doentes de fígado. Com 86kg, Darci precisava de um órgão de aproximadamente 860g. A única saída foi usar cerca de 30% do fígado de Natanael e mais 30% de Julian, explica Nicoluzzi. Era sua chance porque já apresentava encefalopatia hepática, devido à cirrose. Esta síndrome neuropsi-
quiátrica pode causar pequenas alterações de personalidade e na cognição, hemorragia digestiva, distúrbio da coagulação, câncer e coma.



— É um dos procedimentos mais complicados em medicina, requer equipes de profissionais, médicos, enfermeiros, instrumentadores, entre outros, altamente qualificados. Além disso, não basta querer doar o fígado ao parente. É preciso passar por uma triagem rigorosa e uma série de exames. A técnica usando dois
doares vivos é exceção, para casos especiais como o de Darci — comenta o cirurgião.



O órgão do doador regenerase totalmente em quatro semanas, em média, e não ficam sequelas. Natanael e Julian já estão em casa. O fígado implantado também vai se recuperando aos poucos. Darci ainda deve ficar mais algumas semanas no hospital em observação e tomando medicamentos para evitar rejeição. As principais causa de cirrose são o alcoolismo e as hepatites B e C. Durante um ano o Hospital Angelina Caron preparou-se para o transplante pioneiro. Nicoluzzi e equipe aprenderam a técnica no Hospital Asan (na Coreia do Sul), uma das referências mundiais em transplantes. Agora os médicos paranaenses avaliam a possibilidade operar mais pacientes. Se a técnica fizer parte da rotina do hospital, será integralmente custeado pelo sistema público de saúde, uma vez que o hospital é cadastrado como centro de referência em transplantes pelo Ministério da Saúde.
++_______________________________________________________________________________________++

Nenhum comentário:

Postar um comentário