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Reunião de líderes europeus não teve resultados práticos; bolsas na Europa fecharam em queda.
João Sorima Neto
Reuters
Sem o referencial das bolsas americanas por causa do feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos e igualmente influenciado pelas notícias negativas da crise europeia, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, também operou com muita volatilidade, e fechou com alta de 0,56% aos 55.279 pontos e volume financeiro de R$ 2,9 bilhões. Incertezas sobre a crise na Europa continuam dando o tom do mercado.
- Continuamos reféns das economias da Europa. E as informações de que a atividade industrial na China enfraqueceu, trazem o temor de que vamos exportar menos minério de ferro ou soja, o que acaba batendo no dólar. Muita gente tomou posição em moeda americana - explica João Medeiros, diretor da Corretora Pionner, de São Paulo.
Nesta quinta, a chanceler alemã, Angela Merkel, reuniu-se com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e com o primeiro-ministro da Itália, Mario Monti para discutir a crise na Europa. Mas nenhuma medida prática, de curto prazo, foi anunciada. Merkel defendeu que o euro forte depende da união fiscal e de mais integração política das nações que adotaram a moeda única. Para dar este passo, Merkel e Sarkozy devem apresentar uma proposta nos próximos dias. A chanceler alemã manteve sua posição contrária em relação ao lançamento de eurobônus.
- Nós acreditamos em um euro forte, como uma moeda estável, e faremos todo o possível para defendê-la. Isso significa que temos de ter confiança mútua e trabalhar muito mais estreitamente - disse Merkel.
Na reunião, os três participantes descartaram uma atuação mais incisiva do Banco Central europeu no mercado.
- Mais uma vez, eles se reuniram, mas nenhuma medida prática, capaz de acalmar os investidores, foi anunciada - avaliou o diretor da Corretora Pionner, João medeiros.
Por isso, as bolsas europeias, que iniciaram o dia em alta, caíram no fechamento: Madri (0,23%); Frankfurt (0,54%), Londres (0,24%); Paris (0,01), Milão (0,03%) e Londres (0,24%).
O juro dos titulos italianos de 10 anos voltou a bater na casa de 7% para rolagem. O mercado também exigiu um juro alto da Espanha (6,7%) e até da Alemanha (2,2%). Após o fracasso do leilão de títulos da Alemanha nesta quarta, o país produziu uma boa notícia para os mercados nesta quinta: o índice IFO de clima para negócios no país, que mede a confiança das empresas, subiu para 106,6 em novembro, acima da previsão que era de 105,1. A divulgação do IFO foi recebida com otimismo pelo mercado após o fracassado leilão de títulos feito pelo Tesouro alemão nesta quarta.
A agência de classificação de risco Fitch rebaixou os ratings de longo prazo em moeda local e estrangeira de Portugal de BBB- para BB+. O rebaixamento é anunciado em meio a uma greve geral nesta quinta, em protesto contra as medidas de austeridade adotadas pelo governo português para conter o déficit público, entre elas corte de salários e aumento de imposto.
A agência atribuiu o rebaixamento aos problemas estruturais do país como desequilíbrio fiscal, elevado endividamento em todos os setores e adversas perspectivas macroeconômicas.
- O perfil do crédito soberano não é mais consistente com uma classificação de grau de investimento BBB- - diz a nota da Fitch.
A agência avalia que o PIB do país deve encolher 3% este ano.
A situação é tão crítica em Portugal e o primeiro-ministro do país, Pedro Passos Coelho, esteve em Angola - ex-colônia portuguesa - pedindo que empresas locais invistam em seu país. A nação africana é rica em petróleo.
Feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos
Nesta quinta, feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, os pregões não funcionaram. Analistas dizem que, como este é um dos poucos feriados que os americanos emendam, a folga pode ser aproveitada para que se façam as primeiras compras de Natal, ajudando as vendas no varejo. É a chamada “Black Friday”, liquidação que acontece na última sexa de novembro.
Na Ásia, a Bolsa de Tóquio fechou em queda de 1,80% , mas foi um exceção na região. O ministro da economia do Japão, Motohisa Hurakawa, alertou que a crise na Europa pode ter um “impacto potencial na economia japonesa, inclusive em seu sistema financeiro”. Segundo documento do Banco do Japão, até setembro, os problemas europeus estavam tendo impacto indireto no Japão, com valorização do iene frente ao dólar e ao euro. Mas agora passou a ter impacto direto com a queda das exportações do país para as nações da zona do euro. Os demais pregões na região tiveram valorização.
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