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sábado, 10 de dezembro de 2011

A crise da União Europeia vista pela lupa de dois economistas

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Especialistas, um francês e outro americano, mostram visões antagônicas sobre o acordo firmado em Bruxelas nesta sexta-feira.


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Moeda do euro vista por uma lupa: para alguns especialistas moeda única pode não se sustentar Foto: Giuseppe Cacace / AFP
Moeda do euro vista por uma lupa: para alguns especialistas moeda única pode não se sustentar Giuseppe Cacace / AFP
O isolamento a que o Reino Unido se impôs, ao ser o único dos 27 países da União Europeia a se recusar a sequer analisar os termos para reformulação do tratado do bloco, tomou conta dos debates mundo afora nesta sexta-feira. As consequências dessa decisão para o país e para UE divide opiniões, assim como as perspectivas futuras para o bloco diante do novo acordo.


Há quem considere o acordo firmado nesta sexta em Bruxelas um avanço, como é o caso do economista Alexandre Kateb, conferencista do Instituto de Ciências Políticas em Paris. Seu colega americano, James Galbraith, filho de John K. Galbraith, professor da Universidade do Texas, por sua vez, já diz não acreditar em progresso enquanto Alemanha e França, cada uma das nações representando os seus sistemas bancários, liderarem as reformas.


As entrevistas dos dois especialistas mostram a complexidade e profundidade da crise que assola à Europa e que não existe uma solução para a situação, mas sim uma série de novos arranjos que serão necessários para manter a sustentabilidade do euro e da União Europeia.
Leia o que dizem os economistas:

'Agora é solidariedade e disciplina', diz Kateb

Economista de renomado instituto parisiense está otimista com acordo europeu

Na visão do economista Alexandre Kateb, acordo muda UE e não garante euro, embora seja um caminho
Foto: Terceiro / Reprodução
Na visão do economista Alexandre Kateb, acordo muda UE e não garante euro, embora seja um caminho Terceiro / Reprodução
PARIS — O economista Alexandre Kateb, conferencista do Instituto de Ciências Políticas em Paris — o Sciences-po — prevê um Reino Unido cada vez mais isolado daqui para a frente, com perdas, inclusive, para o setor que tenta preservar: a praça financeira. O acordo de Bruxelas, segundo ele, foi um avanço. Mas para salvar o euro, diz, os europeus terão que ir ainda mais fundo na integração.


O GLOBO: O acordo de Bruxelas vai na direção certa, isto é, integração fiscal ou uma Europa federalista?
ALEXANDRE KATEB: Não podemos ainda falar de federalismo. Temos que esperar o estabelecimento de uma verdadeira integração fiscal. Mas em termos de monitoramento de políticas orçamentárias, houve avanços importantes.
O GLOBO: O euro está salvo com este acordo?
KATEB: Não podemos dizer que o euro está salvo. Serão necessárias outras medidas para isso. Mas evitamos o pior. Hoje temos uma base para avançar na questão institucional, o que permite assegurar os mercados financeiros que este tipo de crise não acontecerá mais, pois haverá mais monitoramento das políticas orçamentárias dos estados. Mas o problema de financiamento da dívida soberana não foi resolvido.
O GLOBO: Que consequências terá o isolamento do Reino Unido?
KATEB: O Reino Unido se colocou num córner. Para preservar a competitividade de sua praça financeira, escolheu não entrar (no acordo). A decisão é insustentável no longo prazo e trará consequências. Num dado momento, pessoas vão se perguntar o que faz o Reino Unido na União Europeia (UE).
O GLOBO: Não há nenhuma garantia, então, de que, ao ficarem de fora, os ingleses vão conseguir preservar sua praça financeira, como querem?
KATEB: Não, porque de qualquer forma, o Reino Unido depende do comércio com a zona do euro e o resto da UE. Se recusando a aceitar os constrangimentos que devem ser feitos para obter as vantagens de uma maior integração econômica do bloco, o Reino Unido corre o risco de se isolar ainda mais nas negociações futuras. E é algo que não será positivo, inclusive para o setor financeiro. Ao recusar a regra comum, isso vai gerar tensões no futuro entre reguladores e os atores financeiros do Reino Unido.
O GLOBO: Há risco de o Reino Unido querer sair da UE?
KATEB: Não acho que vai se chegar a este ponto. O Reino Unido tem vantagens importantes dentro da UE. Mas estamos indo claramente na direção de uma Europa com duas velocidades. Um certo número de países vai se integrar cada vez mais. E quanto maior for esta integração, em dez a 20 anos, mais os que decidiram ficar de fora vão se isolar. Um dia, se o Reino Unido estiver em crise, quem vai ajudar?
O GLOBO: Acabou a Europa de 27 países-membros, como anuncia o jornal "Le Monde"?
KATEB: Sim, uma certa concepção da Europa não existe mais. Não podemos ficar no meio do caminho. Temos agora que seguir rumo à integração até o fim. A visão inglesa de uma Europa como um grande mercado acabou. Mas para os outros 26 países que aceitaram o acordo, é positivo.
O GLOBO: Um novo tratado com 26 países será difícil de negociar? Pode levar anos?
KATEB: Sim. Mas há medidas técnicas que podem ser negociadas sem passar pelos parlamentos nacionais, como o reforço do monitoramento da Comissão Europeia dos orçamentos nacionais e déficits. Ou ainda o reforço do mecanismo europeu de estabilidade, que vai administrar problemas de refinanciamento dos estados, e vai estar sob a autoridade do Banco Central Europeu (BCE). Não há necessidade de mudar o tratado atual para fazer isso. Se quisermos ir mais longe, os meios atuais não são suficientes para tratar do problema de dívida soberana. Agora que lançamos o processo, não vejo como voltar atrás. E, num dado momento, teremos que levantar a questão da democracia e da implicação dos parlamentos nacionais neste processo, e de um verdadeiro federalismo. Vamos nesta direção. A questão é: em quanto tempo ? Será preciso uma nova visão.
O GLOBO: O senhor está mais otimista depois deste acordo?
KATEB: Sim, estou. Um acordo foi aceito por 26 países. Estamos nos mexendo. Agora é preciso que haja solidariedade, além da disciplina. Se tivermos solidariedade e criarmos uma ajuda financeira importante para dar tempo a reestruturar todas as dívidas soberanas dos países em dificuldade, aí, sim, poderemos falar de um verdadeiro sucesso. Enquanto não tivermos isso, teremos ainda incertezas pela frente.

‘Não há sinal de aprendizado dos líderes’

Filho de John K. Galbraith, economista diz que Alemanha e França não se importam com países pobres do bloco

O economista James Galbraith, da Universidade do Texas, diz não acreditar em progresso econômico enquanto França e Alemanha conduzirem as mudanças Foto: Terceiro / Divulgação
O economista James Galbraith, da Universidade do Texas, diz não acreditar em progresso econômico enquanto França e Alemanha conduzirem as mudanças Terceiro / Divulgação
A Alemanha e a França não estão simplesmente no rumo errado, elas não se importam com os países pobres do bloco, e o Reino Unido, único país a se recusar a aderir ao tratado, ainda não aprendeu nada sobre a crise. A opinião é do economista americano James Galbraith, filho de John K. Galbraith. Professor da Universidade do Texas, Austin, e autor dos livros "O Estado predatório" e "How Conservatives Abandoned the Free Market and why Liberals Should Too", que está no Brasil para palestra no BNDES para um balanço de três anos de crise.
— Não há sinal de aprendizado por parte dos líderes — dispara.


O GLOBO: Três anos depois, Europa e Estados Unidos estão diante de uma iminente recessão. A crise não terminou?
JAMES GALBRAITH: É a continuidade da mesma sequência de eventos financeiros. A situação é agravada na Europa por ideias econômicas muito ruins, estrutura institucional muito fraca e uma grande diferença de interesses entre os sistemas bancários no bloco. Não há sinal de aprendizado por parte dos líderes tanto na Europa quanto nos Estados Unidos.
O GLOBO: O Reino Unido se recusou a assinar o novo tratado para a União Europeia (UE)...
GALBRAITH: O Reino Unido não quer submeter seu sistema bancário à regulação da UE. É uma atitude de um governo que não está aprendendo nada com a crise. Por outro lado, o tratado em si será muito ruim para o resto da Europa.
O GLOBO: Por quê?
GALBRAITH: Porque é baseado no fato de que medidas de austeridade têm que ficar ainda mais duras. Na realidade, a política de austeridade faz parte do problema central da crise. Eles estão tentando forçar isso porque ainda têm uma influência política na Itália antes das próximas eleições, é uma questão de timing para Angela Merkel e Nicolas Sarkozy.
O GLOBO: As raízes são políticas ou econômicas?
GALBRAITH: Há elementos dos dois. Do lado político, na Alemanha eles fazem crer que o superávit faz parte dos pontos fortes enquanto o déficit faz parte das fraquezas. Mesmo Merkel, que é uma pessoa mais sofisticada e sabe que essa ideia é ridícula, não consegue escapar desse tipo de argumento. Do lado econômico, o problema central é que a política de resgate da Alemanha e da França vêm fundamentalmente dos bancos franceses e alemães. Essa política não foi desenhada para estabilização ou recuperação da Grécia, Portugal ou Espanha.
O GLOBO: A reação do Reino Unido de ficar de fora foi realmente uma surpresa?
GALBRAITH: Não estou surpreso. Não é que o Reino Unido esteja atrás de políticas melhores. Ele quer preservar a vantagem competitiva da City of London, em detrimento do resto da economia europeia.
O GLOBO: Cameron disse ser particularmente contra uma regulação europeia...
GALBRAITH: Isso é exatamente o que é fundamental. É necessário um sistema bancário rigoroso e uma estrutura regulatória efetiva. Mas eu relutaria em partilhar o desenho dessa regulação com os líderes políticos atuais. Não acho que as atuais lideranças da Alemanha e da França possam criar um sistema regulatório efetivo. Não é porque o Reino Unido está agindo de uma maneira egoísta que as políticas regulatórias seriam efetivas.
O GLOBO: A S&P acaba de pôr em perspectiva negativa toda a União Europeia. O senhor considera isso uma ameaça?
GALBRAITH: As agências de rating não são sérias. São companhias que não levaram em conta empresas entulhadas com ativos tóxicos e depois rebaixaram o triplo A dos EUA. Há importantes deficiências na maneira como operam. No caso de alguns bancos, elas talvez reflitam o senso comum quando os rebaixam. Mas a União Europeia? O que isso significa, que o Banco Central Europeu não vai honrar suas dívidas? É um absurdo.
O GLOBO: O euro é sustentável?
GALBRAITH: Não há mecanismo legal para sair dele e essa decisão não vai ser tomada pelos pequenos países. O único país que poderia fazê-lo é a Alemanha. Enquanto não houver mudança nas diretrizes econômicas e França e Alemanha continuarem a ditar a política europeia, será extremamente difícil algum progresso econômico. Não há solução na austeridade. Não sei por que é tão difícil que os líderes europeus entendam isso. O problema é que eles entendem, mas, de fato, não se importam. O governo alemão tem sua preocupação prioritária: a sobrevivência dos bancos franceses e alemães.
O GLOBO: E os emergentes?
GALBRAITH: Eles são obviamente afetados por uma desaceleração da Europa. Estão numa posição mais forte ao não serem detentores de títulos gregos, espanhóis e portugueses. Mas não estão imunes. Ninguém está.

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