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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Itália, a próxima vítima...


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ter, 08/11/11
por thais.heredia |


|^|*-=-*|^| A batalha para salvar a Europa da crise atual se parece com um imenso barco com muitos buracos no casco e poucas mãos para tapa-los. Ao conseguir estancar, temporariamente, a sangria pela Grécia, agora são os rombos da Itália que crescem e são ainda mais ameaçadores.


Mesmo com a aprovação do Orçamento de 2012 pelo parlamento, o primeiro-ministro da Itália perdeu a maioria e sua saída do governo é praticamente certa.


O Silvio Berlusconi é hoje o maior empecilho para a Itália. Ele é turrão, personalista, e não conta mais com apoio algum do parlamento. Se ele realmente não resistir no cargo, o que pode acontecer em questão de horas ou poucos dias, os mercados poderão dar algum alívio para Itália num espaço curto de tempo”, avalia um analista de banco estrangeiro no Brasil.


Em análise enviada a clientes internacionais, o banco Goldman Sachs se mostra bastante preocupado com a andar da carruagem na zona do euro. Os analistas do banco, que assinam o documento, vêem no Banco Central Europeu um papel ainda central na resolução da crise. Mas não é isso que vem acontecendo, adiando e agravando o quadro atual.


Temos defendido que o BCE continuará atuando com o programa de compras dos títulos (dos países em maior dificuldade) para evitar uma apreensão dos mercados soberanos e uma situação desordenada nos mercados europeus em geral. Ao mesmo tempo, temos sido céticos de que Mario Draghi faça uma mudança da abordagem ‘passiva’, adotada pelo sistema europeu até agora na condução dessas compras. Apesar dos apelos de muitos observadores para o BCE adotar um esquema maior, mais ambicioso e pro-ativo para compra dos títulos, duvidamos que ele vá seguir essa estratégia tão cedo, diz o relatório.


Em suas última declarações, o presidente do BCE, Mario Dragui, repetiu o que seu antecessor, Jean-Claude Trichet, não cansou de falar até deixar a instituição. “A atuação do BCE como emprestador de último recurso para os governos realmente não está dentro do mandato do BCE”, disse Dragui.


Certa ou errada, é fato que a atuação do BCE não tem sido capaz de segurar a disparada do risco dos títulos públicos italianos. A alta histórica do custo de carregamento dos papéis já reflete uma situação muito próxima de incapacidade de pagamento e insustentabilidade das contas públicas do país.


O primeiro-ministro Berlusconi enfrenta agora a mesma situação vivida por Giorgos Papandreu na Grécia. Mesmo assim, o esforço de estancar os buracos por onde escapa rapidamente a credibilidade da Itália será hercúleo e com consequências mais graves para a economia internacional, mas deve ser o único caminho.


Se o governo italiano puder restabelecer a sua credibilidade e, assim, ter novamente acesso ao mercado com spreads (taxa de risco) mais baixos, um ciclo virtuoso de aumento da confiança, crescimento e sustentabilidade podem surgir tanto na Itália quanto, indiretamente, na da área do euro como um todo. Restabelecer a credibilidade e confiança, no entanto, é mais fácil dizer do que fazer, avaliam os analistas do Goldman Sachs.


E “fazer” o que é preciso na Itália parece ainda mais complicado. As reformas dos gastos públicos exigidas do país encontram forte resistência política e o clima fica pior com a falta de liderança e coalizão em torno do governo de Berlusconi.


A seguir à possível saída de Berlusconi teremos a dúvida sobre a formação do novo governo. O mais provável é que os políticos de centro-esquerda assumam o poder. Mas eles também vem se colocando contra as medidas de mais austeridade fiscal exigidas pela comunidade européia para que a Itália seja salva do pior, avalia o analista ouvido pelo G1.


A medidas apresentadas até agora estão em linha com as anunciadas em anteriores planos de médio prazo da reforma (fiscal). A forte resistência de grupos de interesse, no passado, obstruiu a implementação das reformas. As tensões políticas e a fragilidade da coalizão governista só aumentam a dificuldade de formular e concordar com as mudanças necessárias para o contrato social. Neste contexto, aumentam os riscos para a revisão trimestral do FMI, já aceita pela Itália, e que será iniciada em 15 de novembro. Mas também poderá dar um sinal crível para o mercado e facilitar a transferência de recursos financeiros para o país sem uma estreita condicionalidade (exigida pelo FMI), conclui o relatório do banco de investimentos.


Enquanto a Itália se debate, na Grécia o processo de formação do novo governo prossegue. A saída do país da zona do euro não está mais na prioridade das discussões, o que gerou algum alívio na agenda dos líderes Nicolas Sarkozy, da França, e Angela Merkel, da Alemanha. Quem quer que assuma o comando na Grécia vai precisar dar mais uma demonstração de apoio dos dois lados da política do país. Especula-se agora que a liderança dos dois  partidos majoritários escrevam uma carta pública formal, assumindo que aceitam o pacote de ajuda financeira já acordado.


Aqui no Brasil vivemos uma situação semelhante durante as eleições presidenciais em 2002. O país enfrentava uma grave crise de confiança e chegou ao limite de sua capacidade financeira, precisando de um novo pacote do FMI. Para receber os US$ 30 bilhões do fundo, no maior pacote já oferecido por eles até então, todos os pre-candidatos à presidência da república tiveram que assumir publicamente, que manteriam a política econômica adotada por Fernando Henrique Cardoso, com o tripé de metas para inflação, câmbio flutuante e superávits primários seguidos. O tripé brasileiro funcionou até agora e mantém a economia brasiliera de pé e mais forte diante da crise na Europa.
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