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RODRIGO VIZEU
ENVIADO ESPECIAL A SANTARÉM (PA)
AGUIRRE TALENTO
DE BELÉM
SILVIO NAVARRO
ENVIADO ESPECIAL A MARABÁ (PA)
ENVIADO ESPECIAL A SANTARÉM (PA)
AGUIRRE TALENTO
DE BELÉM
SILVIO NAVARRO
ENVIADO ESPECIAL A MARABÁ (PA)
O acirramento da disputa expõe uma espécie de "questão étnica" no Pará, devido às diferenças das populações de cada região.
O ponto alto da discussão ocorreu ontem, durante debate entre representantes das frentes realizado pela rádio Liberal/CBN. O plebiscito sobre a divisão do Pará em mais dois Estados --Carajás e Tapajós-- ocorrerá domingo.
Líder antidivisão, o deputado federal Zenaldo Coutinho (PSDB), de Belém, referiu-se diversas vezes à representante da frente do Carajás, deputada estadual Bernadete Ten Caten (PT), como "a deputada gaúcha".
"Vocês trazem um marqueteiro da Bahia [Duda Mendonça], seu projeto vem do Tocantins [cuja criação serviu de inspiração para os separatistas] e a maioria de vocês vem de fora", disse.
Adriano Vizoni/Folhapress | ||
Separatistas em crise não conseguem mobilizar a cidade de Santarém; plebiscito acontece no domingo |
A deputada se irritou. "Isso se chama xenofobia e discriminação", respondeu.
Anteontem, o governador Simão Jatene (PSDB), da grande Belém, criticou os "vendedores de ilusões sem identidade com o Pará".
Na capital, a Folha presenciou gestos de hostilidade contra separatistas. Durante carreata, foram recebidos aos gritos de "voltem para Goiás" e "voltem para Marabá".
No Carajás, só cerca de 20% dos habitantes são do Pará, segundo os divisionistas. A maioria vem de Maranhão, Minas, Rio Grande do Sul, Tocantins e São Paulo.
Historicamente, a população paraense pouco explorou o interior do Estado, abrindo espaço para os migrantes.
O resultado foi uma população de origem, sotaque e costumes diferentes, com mais ligação com o agronegócio do que com as tradições culturais da capital.
Um dos líderes pró-Carajás, deputado Giovanni Queiroz (PDT), é mineiro e possui fazendas avaliadas em R$ 8 milhões no Pará.
No Tapajós, a distância fez com que os habitantes se identificassem mais com Manaus do que de Belém.
"Por mês, saem de Santarém 56 barcos para Manaus e oito para Belém", diz o professor universitário Edivaldo Bernardo, líder pró-Tapajós.
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