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sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

VÍDEO: Starship se desintegra no espaço e faz com que aviões desviem rotas

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SpaceX, do bilionário Elon Musk, afirmou que equipe perdeu o contato com a nave após o lançamento. Voos comerciais na região do Caribe desviaram por segurança.
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TOPO
Por Reuters

Postado em 17 de Janeiro de 2.025 às 06h00m

#.* Post. - Nº.\  11.473*.#




Destroços da Starship são vistos do Haiti após nave se desintegrar

Um protótipo da nave Starship, da SpaceX, falhou no espaço minutos após ser lançado nos Estados Unidos, nesta quinta-feira (16). Voos comerciais que cruzavam a região do Caribe foram forçados a desviarem de suas rotas por segurança. Veja no vídeo acima.

O controle de missão da SpaceX perdeu contato com a Starship, que transportava sua primeira carga de teste com satélites simulados, oito minutos após a decolagem. O lançamento foi feito de uma base no Texas, às 19h38 pelo horário de Brasília.

Um vídeo gravado pela Reuters mostra bolas de luz laranja riscando o céu sobre a capital do Haiti, Porto Príncipe, deixando rastros de fumaça para trás.

"Perdemos toda a comunicação com a nave. Isso nos diz que tivemos uma anomalia com o estágio superior", disse o gerente de comunicação da SpaceX, Dan Huot.

Câmera flagra queda de meteorito em casa no Canadá; VÍDEO

Raramente um incidente da SpaceX causa grandes interrupções no tráfego aéreo, como o desta quinta. Pelo menos 20 voos comerciais desviaram para outros aeroportos ou alteraram sua rota por segurança, com base nos registros de voos do site de rastreamento FlightRadar24.

No Aeroporto Internacional de Miami, alguns voos foram cancelados, de acordo com uma testemunha ouvida pela Reuters.

A Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos, que regula as atividades de lançamentos privados, disse que estava avaliando a situação.

Voos desviam na região do Caribe após nave da SpaceX se desintegrar — Foto: FlightRadar24
Voos desviam na região do Caribe após nave da SpaceX se desintegrar — Foto: FlightRadar24

A última vez que o estágio superior da Starship falhou foi em março do ano passado, quando a nave estava voltando para a atmosfera da Terra sobre o Oceano Índico.

O CEO da SpaceX, Elon Musk, postou um vídeo no X mostrando o campo de detritos e disse: "O sucesso é incerto, mas o entretenimento é garantido!". O empresário também disse que a falha pode ter sido provocada por um vazamento de oxigênio e combustível.

Mesmo diante da falha, o administrador da Nasa, Bill Nelson, parabenizou a SpaceX pelo teste em uma rede social.

"O voo espacial não é fácil. É tudo menos rotina. É por isso que esses testes são tão importantes — cada um nos aproxima do nosso caminho para a Lua e em direção a Marte", escreveu.


Destroços da SpaceX cruzam o céu no Hemisfério Norte — Foto: Redes sociais

A missão

O estágio superior da Starship, 2 metros mais alto do que as versões anteriores, era uma "nave de nova geração com atualizações significativas", disse a SpaceX em uma descrição da missão antes do teste.

Ele deveria realizar um pouso controlado no Oceano Índico aproximadamente uma hora após seu lançamento do Texas.

A missão foi o sétimo teste da Starship pela SpaceX desde 2023, no esforço multibilionário de Musk para construir um foguete capaz de transportar humanos e carga para Marte. A empresa também quer lançar grandes lotes de satélites para a órbita da Terra.

A abordagem de desenvolvimento da SpaceX, que inclui uma série de testes, já resultou em falhas, uma vez que a empresa empurra os protótipos da Starship até os limites de engenharia. No entanto, o erro desta quinta ocorreu em uma fase da missão que já havia sido completado anteriormente.

Enquanto isso, o foguete Super Heavy retornou à plataforma de lançamento cerca de sete minutos após a decolagem, conforme planejado. Ele desacelerou a descida do espaço ao reacender os motores, enquanto se fixava em braços mecânicos da torre de lançamento.

Starship, nave mais poderosa do mundo, em foto divulgada em 16 de janeiro de 2025 — Foto: Divulgação/SpaceX
Starship, nave mais poderosa do mundo, em foto divulgada em 16 de janeiro de 2025 — Foto: Divulgação/SpaceX

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quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

VÍDEO: SpaceX pousa foguete na plataforma de lançamento, mas perde contato com Starship

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Na 7ª missão da maior nave do mundo, empresa de Elon Musk consegue repetir façanha de outubro, quando o propulsor Super Heavy voltou para base; contato com nave foi perdido no lançamento.
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Por Lara CasteloVictor Hugo Silva

Postado em 16 de Janeiro de 2.025 às 20h00m

#.* Post. - Nº.\  11.472*.#


SpaceX pousa foguete na plataforma, mas perde contato com nave Starship

SpaceX, empresa de foguetes do bilionário Elon Muskconseguiu repetir manobra em que o foguete Super Heavy, usado para impulsionar a Starship, pousa na plataforma de lançamento, mas perdeu o contato com a nave durante 7ª missão da Starship realizada nesta quinta-feira (16) pouco depois das 19h30 (horário de Brasília).

Houve uma desmontagem não programada da Starship relacionada aos motores durante o lançamento, mas as investigações sobre a perda de contato com a nave continuam, segundo publicação da SpaceX no X.

"Essa era uma nova versão da Starship. A intenção do teste era entender os limites para a habilidade desse veículo voar e entender onde estão esses limites. Sempre soubemos que a empolgação seria garantida hoje. O sucesso não é garantido", afirmou Kate Tice, gerente sênior de engenharia de qualidade da SpaceX, durante a transmissão da missão.

A manobra de retorno do foguete para a base de lançamento pode tornar voos espaciais mais baratos. Ela foi realizada pela primeira vez em outubro, na 5ª missão da nave. Em novembro, no 6° teste, a SpaceX tentou repetir a façanha, mas não conseguiu. Veja como foram os testes anteriores.

Confira momento em que o foguete retorna para a base durante 7° missão da Starship:



SpaceX repete manobra e pousa foguete da Starship na plataforma de lançamento — Foto: Reprodução

O voo, assim como todos realizados até agora com a nave, não era tripulado.

Essa é a primeira vez que a Starship tenta um exercício de implantação de satélites. A nave está levando 10 réplicas em escala real dos satélites da Starlink, serviço de internet da SpaceX.

Segundo a empresa de Musk, a maior nave do mundo passou por várias mudanças para o 7º voo, incluindo uma redução dos flaps dianteiros, ajustes no sistema de propulsão e melhorias nos componentes eletrônicos da nave.

Nesta missão, a nave tem um computador de voo e sensores mais potentes, além de novas câmeras. Segundo a SpaceX, os engenheiros terão mais de 30 ângulos do veículo espacial durante o voo.

O dia foi agitado no espaço. Mais cedo, também nesta quinta-feira (16), a Blue Origin, empresa de foguetes do bilionário Jeff Bezos, da Amazon, lançou o primeiro voo orbital com o seu novo foguete New Glenn.

Como foram os outros testes?

No primeiro lançamento, em abril de 2023, a Starship explodiu quando ainda estava acoplada ao Super Heavy. Uma falha nos motores fez a empresa ativar um sistema de destruição para explodir o foguete.

Veja como foi o 1º lançamento da Starship

No segundo, em novembro de 2023, o Super Heavy explodiu, mas logo depois de se separar da nave. A Administração Federal de Avião dos EUA (FAA, na sigla em inglês) investigou o acidente e afirmou que a SpaceX identificou a necessidade de realizar 17 correções na nave.



Veja como foi o 2º lançamento da Starship

O terceiro voo aconteceu em março de 2024 e durou 50 minutos. A Starship foi destruída, mas a empresa considerou esse teste um avanço porque nunca tinha ido tão longe neste tipo de teste.

Veja como foi o 3º lançamento da Starship

O quarto voo aconteceu em junho de 2024 e foi o primeiro bem-sucedido. A Starship conseguiu pousar no Oceano Índico, e o Super Heavy, no Golfo do México, como planejado.

Starship completou seu 1º voo bem-sucedido na 5ª tentativa

Na quinta missão, em outubro de 2024, a empresa conseguiu o retorno inédito do Super Heavy com a captura no ar pelos "braços da plataforma" e o pouso da Starship no Oceano Índico. A cápsula explodiu, como já era esperado, segundo a companhia.

Em teste da SpaceX, propulsor da Starship pousa com sucesso na torre de lançamento

O foguete acabou pousando no Golfo do México poucos minutos depois do lançamento, o que estava previsto caso não houvessem condições ou o comando específico do diretor da missão para repetir a manobra. A nave pousou no Oceano Índico cerca de uma 1h depois de decolar.

Esse lançamento foi acompanhado em tempo real pelo presidente eleito dos EUA Donald Trump, que assistiu à missão do local do lançamento, a base da SpaceX em Boca Chica, no Texas, nos Estados Unidos, com Elon Musk.

Trump anunciou que o bilionário vai liderar o novo Departamento de Eficiência Governamental durante o seu mandato, que começa na segunda-feira (20).

SpaceX lança nave, mas não traz foguete de volta para plataforma

Como é a nave Starship?

  • Tem 120 metros de altura (somando nave Starship e propulsor Super Heavy) e 9 metros de diâmetro
  • Poderá transportar até 100 pessoas
  • É projetada para ser reutilizável, assim como outras naves da SpaceX
  • Tem capacidade para transportar até 250 toneladas, se puder ser descartada após uma missão, e 150 toneladas, quando precisar ser reutilizada
  • Está sendo testada desde 2019
  • Será usada para transporte de carga no programa Artemis, série de missões da Nasa para levar astronautas de volta à superfície da Lua
  • No futuro, poderá ser usada para transportar pessoas e cargas até Marte, segundo a SpaceX
Conheça o maior foguete da história, criado pela empresa de Elon Musk

Starship — Foto: Arte/ g1

Turistas fazem primeira caminhada espacial de missão privada

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quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Hamas diz que cessar-fogo é “ponto de virada crucial” e detalha acordo

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Grupo apoiado pelo Irã divulgou documento explicando como trégua seria implementada
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Da CNN
15/01/2025 às 19:38
Postado em 15 de Janeiro de 2.025 às 20h05m

#.* Post. - Nº.\  11.471*.#

O chefe interino do Hamas em Gaza, al-Hayya, diz que Israel não conseguiu atingir seus objetivos em Gaza
O chefe interino do Hamas em Gaza, al-Hayya, diz que Israel não conseguiu atingir seus objetivos em Gaza • GABINETE DE IMPRENSA DO HAMAS

O Hamas disse que chegar a um cessar-fogo em Gaza e ao acordo de reféns marca um ponto de virada crucial em sua luta contra o inimigo.

O acordo para parar a agressão contra Gaza é uma conquista para nosso povo, nossa resistência, nossa nação e as pessoas livres do mundo. Ele marca um ponto de virada crucial na luta contra o inimigo, no caminho para atingir os objetivos de libertação e retorno de nosso povo, disse o Hamas em uma declaração nesta quarta-feira (15).

O grupo apoiado pelo Irã agradeceu aos mediadores que fizeram grandes esforços para chegar a este acordo, especialmente o Catar e o Egito.

Leia Mais

O alto funcionário do Hamas, Bassem Naim, compartilhou um documento detalhando como o acordo de cessar-fogo para reféns entre Israel e o Hamas será implementado.

De acordo com o documento, Israel libertará 1.000 prisioneiros palestinos que foram presos em 8 de outubro de 2023, mas não estavam envolvidos no ataque do Hamas a Israel no dia anterior.

Dos 33 reféns que o Hamas deve libertar, nove doentes e feridos serão trocados por 110 prisioneiros palestinos com sentenças perpétuas, de acordo com o documento.

Na primeira fase do acordo, as forças israelenses reduzirão gradualmente sua presença ao longo do Corredor Filadélfia, uma estreita faixa de terra ao longo da fronteira entre Egito e Gaza, e começarão a se retirar após a libertação do último dos 33 reféns.

As forças concluirão a retirada até o dia 50, na segunda fase do acordo, segundo o documento.

O texto também diz que Israel trabalhará para deixar a passagem de fronteira de Rafah pronta assim que o acordo for assinado para facilitar o retorno de civis deslocados.

No sétimo dia após o acordo entrar em vigor, pedestres desarmados poderão retornar ao norte, sem passar por inspeção, enquanto veículos poderão retornar após serem inspecionados por terceiros.

O Egito, um dos mediadores do acordo, confirmou a autenticidade do documento divulgado.

Pronunciamento chefe interino do Hamas

O chefe interino do Hamas em Gaza, Khalil al-Hayya, disse em um discurso televisionado divulgado nesta quarta-feira (15) que Israel falhou em atingir seus objetivos em Gaza, logo após o anúncio do acordo de cessar-fogo.

Os negociadores chegaram a um acordo em fases nesta quarta-feira para encerrar a guerra em Gaza entre Israel e o Hamas, disseram os EUA e o Catar, após 15 meses de um conflito que matou milhares de palestinos e inflamou o Oriente Médio.

As tropas israelenses invadiram Gaza depois que homens armados liderados pelo Hamas romperam as barreiras de segurança e invadiram comunidades da área de fronteira israelense em 7 de outubro de 2023, matando 1.200 soldados e civis e sequestrando mais de 250 reféns estrangeiros e israelenses.

A guerra aérea e terrestre de Israel em Gaza já matou mais de 46 mil pessoas, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza, com milhares de deslocados lutando contra o frio do inverno em tendas e abrigos improvisados.

Com informações da Reuters.

Este conteúdo foi criado originalmente emVer original

Tópicos
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“Os Estados Unidos têm mais bases militares no exterior do que todos os outros países juntos”.

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Entrevista com Daniel Immerwahr
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https://www.ihu.unisinos.br/categorias/
Instituto Humanitas Unisinos
Postado em 15 de Janeiro de 2.025 às 14h00m


#.* Post. - Nº.\  11.470*.#

Em seu livro Cómo ocultar un imperio: historia de las colonias de EEUU, o historiador Daniel Immerwahr, professor e diretor do Departamento de História da Universidade Northwestern, analisa o significado da palavra império e como os Estados Unidos vêm utilizando os territórios ultramarinos em diferentes períodos. Do imperialismo tradicional, com a colonização de territórios, ao império pontilhado, baseado em 750 bases militares e pequenos pontos estratégicos.

A entrevista é de Javier Biosca Azcoiti, publicada por El Diario, 04-05-2023. A tradução é do Cepat.

Eis a entrevista.

Para começar, o que é um império? A dimensão territorial é necessária?

Isso é algo que está em debate. Você pode ter uma definição mais restrita de império como um país que possui colônias e territórios remotos ou pode ter uma definição mais ampla em que império é um país que exerce poder indevido sobre outros e tem algum tipo de controle sobre seus vizinhos.

Seja qual for a definição utilizada, os Estados Unidos são claramente um império por sua dimensão territorial. No livro, não busco argumentar que os Estados Unidos são um império em suas relações comerciais ou em seus pactos militares, apenas quero destacar que se nos fixarmos apenas no território, obtemos uma história realmente interessante.

Argumenta que os Estados Unidos tradicionalmente ocultaram sua condição de império a ponto de até mesmo seus próprios cidadãos a ignorarem. Por quê?

Por um lado, faz sentido que os países tentem ocultar as partes de sua história das quais não se sentem orgulhosos. Mas, então, pergunta-se por que os Estados Unidos historicamente se orgulham do império e acredito que isso tem a ver com o nascimento do país em uma revolta contra outro império. É uma antiga colônia. Também tem a ver com o compromisso, desde muito cedo, com outro tipo de império diferente ao do uso de colonos e deslocamento da população do território em questão.

Tudo isso está muito arraigado na cultura política do país, de forma que quando os Estados Unidos começam a adquirir grandes territórios ultramarinos, são governados de forma diferente. Não se propôs o deslocamento ou o extermínio de filipinos, por exemplo. Tanto os dirigentes do país quanto os cidadãos tinham dificuldades de pensar nesses lugares e o que significavam para a cultura política do país. Era mais fácil, no entanto, escondê-los debaixo do tapete.

Fala também de uma dimensão racista. Poderia desenvolver um pouco essa ideia?

O império é uma forma política que submete vários territórios e seus habitantes a diferentes tipos de regras. Portanto, estabelece uma hierarquia entre os espaços dentro das fronteiras de um mesmo país. Ninguém se surpreende em saber que, muitas vezes, essa hierarquia se baseia em critérios raciais.

Os Estados Unidos têm uma longa história de expansão, reivindicação de território e, em seguida, elevação desses territórios a estados em igualdade de condições com os existentes, mas também têm uma longa história de expansão, reivindicação e manutenção indefinida ou por períodos muito longos do território. Qual é a diferença entre o destino desses territórios? A diferença é quase sempre a presença de colonos brancos.

Na América do Norte, os territórios que acabam adquirindo a condição de estado, como a Califórnia, que foi o mais rápido, após apenas dois anos, conseguiram devido a um fluxo de colonos brancos, neste caso, promovida pela febre do ouro. Por sua vez, os territórios que se mantiveram iguais por mais tempo, como Oklahoma, eram lugares onde viviam povos indígenas.

O mesmo acontece com os territórios ultramarinos. Uma das razões pelas quais a reivindicação de territórios ultramarinos se transforma em uma crise política dentro dos Estados Unidos é porque há uma firme suposição, de muitas pessoas, de que os lugares que estão habitados principalmente por pessoas não brancas não deveriam ser elegíveis para a condição de estado.

Divide a história do império estadunidense em quatro etapas. A partir do que considera a quarta e última, após a Segunda Guerra Mundial, por que os Estados Unidos se distanciaram do império colonial que tinham criado? O que significou essa estratégia?

Há uma forma de simplificar muito o assunto dizendo que os Estados Unidos rejeitaram completamente o modelo de colonialismo e seguiram uma forma baseada em pontos estratégicos. A razão do erro dessa ideia é que embora os Estados Unidos renunciam a sua maior colônia, as Filipinas, e embora declinem em tomar outras colônias, apesar de todas as oportunidades, continuam apegados a Porto Rico, Guam e outros.

Os Estados Unidos têm hoje cinco territórios ultramarinos e neles vivem 3,5 milhões de pessoas. A grande questão é: por que os Estados Unidos não fazem o que fez o Reino Unido, que quando estava no auge de sua hegemonia internacional se apoderou de muitos territórios? Os Estados Unidos parecem investir muito mais em uma forma diferente de projeção de poder, o que eu chamo de império pontilhado.

Existem dois tipos de respostas sobre os motivos. Uma tem a ver com algo a respeito do qual deveríamos falar, que é uma revolta global contra o imperialismo no sul global. As pessoas que vivem em colônias ou possíveis colônias rejeitam o império, de forma militante, tornando muito mais difícil para os colonizadores reivindicar esses territórios. O custo de reivindicar uma colônia aumentou.

Por outro lado, o desenvolvimento de novas tecnologias, especialmente a partir da Segunda Guerra Mundial, possibilita substituir as colônias por uma forma de projeção de poder com pontos apenas com a presença de bases. Por exemplo, os sintéticos, que tornam as matérias-primas das colônias menos importantes, e a aviação e a comunicação sem fio, que retira valor do controle territorial. Os Estados Unidos obtiveram muitos privilégios imperiais sem reivindicar realmente colônias.

Fala sobre o caso de Guantánamo e Saipan. Como os Estados Unidos se aproveitaram de contar com territórios juridicamente diferentes em relação ao continente?

Esses territórios não são grandes em termos de superfície, mas claramente possuem um peso que se sobrepõe em termos de importância histórica. Uma das razões é que se você tem um país onde a maior parte está sujeita a um conjunto de leis e há alguns lugares em que são aplicadas normas diferentes, eles vão se tornar muito interessantes porque permitem fazer várias coisas.

Um exemplo clássico é o uso da Baía de Guantánamo, que não é propriedade dos Estados Unidos, mas é estreitamente controlada por este país e foi utilizada para torturar os prisioneiros de uma forma que constituiria uma violação da legislação estadunidense.

Não é só o Governo que se aproveita disso. Porto Rico, por exemplo, torna-se um local muito importante para testar a pílula e outros métodos anticoncepcionais porque os cientistas e pesquisadores farmacêuticos consideravam que esses testes seriam perigosos e, portanto, politicamente difíceis de serem realizados em um lugar como Massachussetts. Em Porto Rico, como há menos supervisão e menos prestação de contas dos pesquisadores sobre as consequências, é muito mais fácil fazer a pesquisa.

Ou os abusos trabalhistas na ilha de Saipan, nas Ilhas Marianas do Norte.

Claro. Por que os principais varejistas se abasteceriam com roupas desta ilha no Pacífico, distante de sua mão de obra e de seu ponto de venda? Não parece fazer nenhum sentido, mas a razão é que se trata de um lugar onde as leis trabalhistas não são aplicadas e, no entanto, em relação às leis alfandegárias, esses produtos são fabricados nos Estados Unidos. Essa brecha legal já se fechou.

O que significa o fato dos Estados Unidos terem cerca de 800 bases militares em todo o mundo?

Da perspectiva dos Estados Unidos, é muito fácil não fazer nada a respeito e assumir que o país é como aparece no mapa e pensar que se há algumas bases, são tão pequenas que basicamente não contam. Contudo, para os países que possuem essas bases, são incursões politicamente importantes na soberania.

Houve dois primeiros-ministros japoneses que renunciaram devido à tensão política em torno de nossas bases. E a experiência japonesa não é totalmente incomum. Os países que abrigam bases possuem muitos debates políticos sobre a sua conveniência, porque há alguns benefícios, mas também alguns custos evidentes.

E isso se estende para além dos países que abrigam bases. Os países que estão perto de outros que abrigam bases precisam lidar com o fato dos Estados Unidos estarem, por exemplo, voando com armas nucleares sobre o seu território ou afetando suas economias e culturas por meio de suas transmissões de rádio. Embora a superfície dessas bases seja pequena, sua importância histórica é enorme.

Os Estados Unidos têm mais bases militares no exterior e em seus territórios do que todos os outros países juntos. A pessoa com a melhor apuração é um antropólogo chamado David Vine e sua última contagem é de 750 bases em territórios ultramarinos.

Do ponto de vista territorial e até não territorial, você diria que, atualmente, os Estados Unidos são um império e que seus cidadãos estão cientes disso?

Sim. Os Estados Unidos têm cinco territórios habitados. Têm centenas de postos avançados em forma de bases militares. Estão espalhados por todo o mundo. Estão no quintal do mundo todo. São inequivocadamente um império. Também é verdade que os cidadãos estadunidenses não falam sobre isso ou, quando é o caso, nem sempre falam da dimensão territorial.

Não é incomum que as pessoas nos Estados Unidos digam que este país é um império. No entanto, quando dizem isso, normalmente, estão querendo dizer que não gostam da política externa do país. Assim, mesmo as pessoas que fazem essa crítica, tanto de esquerda quanto de direita, raramente levam em conta a extensão territorial dos Estados Unidos, referem-se apenas ao caráter de suas políticas.

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