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terça-feira, 22 de outubro de 2024

Brics se torna clube de autocracias liderado pela China

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Lula não figurará na foto inaugural da cúpula do novo grupo na Rússia por acidente, não por desejo
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https://www.cnnbrasil.com.br/
22/10/2024 às 04:00
Postado em 22 de outubro de 2024 às 06h00m

#.* Post. - Nº.\  11.380 *.#

Cúpula do Brics em Johanesburgo
Cúpula do Brics em Johanesburgo • 23/8/2023 REUTERS/Alet Pretorius

A reunião de cúpula dos Brics, desta terça (22) até quinta-feira (24), na Rússia, marca a sua conversão, de um bloco de grandes nações emergentes, para um clube de regimes autoritários que gravitam ao redor da China. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não figurará na foto inaugural dos governantes do Brics+, como é chamado, não por falta de desejo, mas por um capricho do destino.

O Brasil é representado pelo chanceler Mauro Vieira, enquanto Lula acompanha a cúpula por vídeo, depois de um pequeno acidente doméstico no sábado (19) que levou seu médico, Roberto Kalil, a dissuadi-lo de fazer a longa viagem até a histórica cidade de Kazan, na república russa do Tatarstão, e de enfrentar a pesada agenda de chefes de Estado.

O bloco acolherá Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito e Etiópia, convidados no ano passado, por iniciativa da China, duplicando seu número de integrantes. O Brasil e a Índia não queriam essa expansão, mas a China impôs o seu desejo.

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O governo Lula desejava a entrada apenas da Argentina, como forma de ajudar na eleição do candidato de esquerda, Sergio Massa. Ele foi derrotado pelo libertário Javier Milei, que rejeitou o convite, depois de uma campanha em que prometeu não cultivar contatos com os governos comunistas da China e do Brasil.

Para ampliar ao máximo a impressão de que a Rússia não está isolada, o presidente Vladimir Putin convidou mais de 20 outros países que manifestaram desejo de ingressar no Brics+. Exatamente com o mesmo objetivo, Putin mais uma vez não participará da cúpula do G-20 no mês que vem no Rio de Janeiro.

Desde que invadiu a Ucrânia, o autocrata russo não vai a essas reuniões, para não ser visto esnobado pelos governantes das democracias mais ricas do mundo. Um agravante, no caso dessa cúpula, é o fato de o Brasil ser signatário do Acordo de Roma, criador do Tribunal Penal Internacional, que emitiu ordem de prisão contra Putin por causa do sequestro de milhares de crianças ucranianas, separadas de seus pais e levadas à força para centros de reeducação na Rússia, entre outros crimes de guerra.

Entre os países que pretendem ingressar no Brics+ está a Venezuela. Segundo apuração dos analistas Renata Varandas e Caio Junqueira, da CNN, o governo brasileiro se opõe a essa inclusão e pede, como fez no ano passado, sem êxito, que o bloco defina os critérios de expansão.

O critério é claro: a China busca se projetar como líder do Sul Global, como árbitro de conflitos locais e como incentivadora da contestação da ordem internacional baseada em regras. Nessa última categoria se enquadram o Irã, que patrocina o Hamas, o Hezbollah e os Houthis; a Venezuela, que ameaça invadir a Guiana; a própria China, que contesta a soberania de Taiwan e de territórios do Japão e das Filipinas; e a Rússia, que ocupa parte da Ucrânia.

Apesar da retórica do multilateralismo empregada por China, Rússia e Brasil, a estratégia conduz a um mundo bipolar: de um lado, o chamado Ocidente Coletivo, formado por países democráticos e liberais; de outro, o chamado Sul Global, que embora inclua democracias como o Brasil, a Índia e a África do Sul, sofre a predominância de autocracias iliberais, nas quais o Estado exerce poder maior sobre a economia e os cidadãos.

A cristalização desses blocos ficou clara na divisão dos votos no Conselho de Segurança da ONU acerca das crises da Ucrânia e da Faixa de Gaza. Estados Unidos, China e Rússia exerceram seu poder de veto no Conselho para impedir a aprovação de resoluções contrárias a seus interesses, contribuindo para uma paralisia ainda maior da entidade.

O mesmo já vem acontecendo na Organização Mundial do Comércio, na qual os Estados Unidos impedem a nomeação de juízes para o painel de apelação, por considerar que a China se beneficia das regras de livre comércio criadas sob liderança americana.

O próximo passo nesse movimento da China por meio dos Brics pode ser o enfraquecimento do G-20. Esse grupo foi criado como forma de ampliar a interlocução com as maiores economias do mundo, antes restrita às sete democracias mais ricas, reunidas no G-7. A consolidação do Brics+ como bloco econômico liderado pela China tende a dividir o G-20 segundo alinhamentos geopolíticos.

A fusão dos interesses geopolíticos e econômicos se expressa no plano da China, Rússia e Brasil de consolidar um sistema de pagamentos alternativo ao dólar. O objetivo mais premente é ajudar países como Rússia, Irã e, eventualmente, Venezuela e Cuba, que também pretendem ingressar no bloco, a driblar as sanções impostas pelos Estados Unidos e, em alguns casos, pela União Europeia.

Não há dúvida de que a dominância do dólar traz grandes benefícios para os Estados Unidos e prejuízos para os outros países, que ficam sujeitos a flutuações cambiais sobre as quais não têm controle, e sofrem de menor atratividade de seus títulos da dívida e investimentos, entre outros fatores.

Mas a melhor forma de lidar com esse problema não é passar a orbitar em torno do renminbi, a moeda chinesa, por sua vez sujeita à arbitragem do Banco Cenral Chinês, ainda menos transparente e previsível do que aquela feita pelo Fed, seu equivalente americano.

Para um país como o Brasil, seria melhor investir no equilíbrio das contas públicas, na independência do Banco Central, na liberalização do comércio, na segurança jurídica e em reformas que aprimorem o ambiente de negócios, como aquelas preconizadas pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), para aumentar a atratividade dos investimentos. Mas não é esse o caminho escolhido pelo governo Lula.

Tópicos

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domingo, 20 de outubro de 2024

Como a maconha altera seu DNA

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Estudo revela que o uso de maconha de alta potência altera a metilação do DNA — sobretudo em genes relacionados às funções de energia e do sistema imunológico.
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TOPO
Por Marta Di Forti*, Emma Dempster*

Postado em 20 de outubro de 2024 às 06h00m

#.* Post. - Nº.\  11.379 *.#

Maconha — Foto: GETTY IMAGES via BBC
Maconha — Foto: GETTY IMAGES via BBC

A maconha é uma das drogas mais usadas no mundo. No entanto, ainda há muita coisa que não sabemos sobre ela e sobre seus efeitos no cérebro — incluindo por que a cannabis provoca psicose em algumas pessoas que usam a droga.

Mas nosso estudo recente acaba de nos deixar mais perto de entender o impacto biológico do uso de maconha de alta potência.

Publicado na revista científica Molecular Psychiatry, ele demonstra que a cannabis de alta potência deixa uma marca distinta no DNA.

Também descobrimos que essas alterações no DNA eram diferentes em pessoas que estavam sofrendo o primeiro episódio psicótico, em comparação com usuários que nunca haviam sofrido de psicose.

Isso sugere que observar como o uso de cannabis modifica o DNA poderia ajudar a identificar aqueles que correm mais risco de desenvolver psicose.

A quantidade de THC (Delta-9-Tetrahidrocanabinol), o principal ingrediente da maconha que faz as pessoas se sentirem "chapadas", tem aumentado de forma constante desde a década de 1990 no Reino Unido e nos EUA.

No Estado americano do Colorado, onde a maconha é legalizada, é possível comprar a droga com 90% de THC. Embora o THC seja um dos mais de 144 outros produtos químicos encontrados na planta da cannabis, é o principal composto usado para estimar a potência da maconha.

Muitos estudos mostraram que quanto maior a concentração de THC, mais fortes serão os efeitos no usuário. Por exemplo, uma pesquisa descobriu que as pessoas que usam maconha de alta potência (com THC de 10% ou mais) diariamente, possuem cinco vezes mais chance de desenvolver um transtorno psicótico, em comparação com aquelas que nunca usaram a droga.

Os transtornos psicóticos associados ao uso diário de cannabis de alta potência costumam se manifestar por meio de uma série de sintomas. Entre eles, estão alucinações auditivas (ouvir vozes que outras pessoas não conseguem escutar), delírios de perseguição (sentir que é alvo de uma conspiração sem qualquer evidência) e paranoia (perceber o ambiente como hostil e interpretar as interações de forma suspeita).

Todas estas experiências são muito angustiantes e incapacitantes.

Nosso estudo teve como objetivo analisar a marca que o uso corrente de cannabis deixa no DNA. Também queríamos entender se esta marca é específica do uso de cannabis de alta potência — e se isso pode ajudar a identificar os usuários com maior risco de sofrer de psicose.

Para fazer isso, analisamos os efeitos do uso de cannabis em um processo molecular chamado metilação do DNA. Trata-se de um processo químico que regula a atividade dos genes, ativando ou desativando os genes, e controlando como os genes são expressos sem alterar a estrutura do próprio DNA.

A metilação do DNA é apenas um dos muitos mecanismos que regulam a atividade dos genes, e faz parte de um importante processo biológico conhecido como epigenética.

A epigenética é base da interação entre o nosso ambiente, as escolhas de estilo de vida que fazemos (como o uso de cannabis ou a prática de exercício físico) e a nossa saúde física e mental.

Embora estudos anteriores tenham investigado o impacto do uso de maconha ao longo da vida na metilação do DNA, eles não analisaram o efeito do uso regular de diferentes potências da droga neste processo. Tampouco exploraram como isso afeta as pessoas que têm psicose.

Nossa pesquisa combinou dados de dois grandes estudos de caso-controle iniciais: o estudo Genética e Psicose, realizado no sul de Londres, e o estudo EU-GEI, que incluiu participantes da Inglaterra, França, Holanda, Itália, Espanha e Brasil.

Ambos os estudos coletaram dados de pessoas que estavam sofrendo o primeiro episódio psicótico e de participantes que não apresentavam problemas de saúde e representavam a população local.

Pessoas que usam cannabis com THC de 10% ou mais têm cinco vezes mais chance de desenvolver um transtorno psicótico, em comparação com aquelas que não usam a droga. — Foto: GETTY IMAGES via BBC

No total, analisamos 239 pessoas que estavam sofrendo o primeiro episódio psicótico e 443 voluntários saudáveis. Cerca de 65% dos participantes eram do sexo masculino. Eles tinham idades entre 16 e 72 anos. Todos forneceram informações sobre o uso de cannabis, assim como amostras de DNA do sangue.

Cerca de 38% dos participantes usavam maconha mais de uma vez por semana. Daqueles que usavam a droga, a maioria consumia cannabis de alta potência mais de uma vez por semana — e havia começado por volta dos 16 anos.

As análises de metilação do DNA foram então realizadas em várias partes de todo o genoma. A análise levou em conta o potencial impacto de diversos fatores de confusão biológicos e ambientais que podem ter afetado os resultados — como idade, sexo, etnia, tabagismo e a composição celular de cada amostra de sangue.

Marca distinta no DNA

Nossas descobertas revelaram que o uso de maconha de alta potência altera a metilação do DNA — sobretudo em genes relacionados às funções de energia e do sistema imunológico. Isso ocorreu com os participantes que haviam usado maconha de alta potência. No entanto, as pessoas que haviam sofrido de psicose apresentavam uma marca diferente de alteração no seu DNA.

Estas mudanças epigenéticas mostram como fatores externos (como o uso de drogas) podem alterar o funcionamento dos genes. É importante destacar que estas alterações não foram explicadas pelo tabaco — que normalmente é misturado nos cigarros de maconha por muitos usuários, e é conhecido por alterar a metilação do DNA.

Esta descoberta também evidencia as alterações epigenéticas como um possível elo entre a cannabis de alta potência e a psicose.

A metilação do DNA, que faz a ponte entre a genética e os fatores ambientais, é um mecanismo chave que permite que influências externas (como o uso de substâncias) afetem a atividade dos genes.

Ao estudar as alterações epigenéticas, os pesquisadores podem ser capazes de desenvolver uma compreensão melhor sobre como o uso de maconha — especialmente de alta potência — pode influenciar vias biológicas específicas.

Isso pode, por sua vez, nos ajudar a entender por que é que alguns usuários de cannabis apresentam um risco maior de psicose.

Esperamos que as nossas descobertas ajudem os cientistas a compreender melhor como o uso de maconha pode afetar a biologia do corpo.

As futuras pesquisas devem agora investigar se os padrões de metilação do DNA associados ao uso de cannabis podem servir como biomarcadores para identificar usuários com maior risco de desenvolver psicose.

Isso poderia levar a estratégias de prevenção mais direcionadas e orientar práticas mais seguras de uso de cannabis.

* Marta Di Forti é cientista clínica, bolsista de pesquisa do MRC, na Universidade King's College London, no Reino Unido.

Emma Dempster é professora de ciências clínicas e biomédicas na Universidade de Exeter, no Reino Unido.

Este artigo foi publicado originalmente no site de notícias acadêmicas The Conversation e republicado aqui sob uma licença Creative Commons. Leia aqui a versão original (em inglês).

Projeto da Unicamp cria método para controlar qualidade dos produtos de maconha medicinal

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sábado, 19 de outubro de 2024

'Gaiola de faraday': o que é o conceito da física que explica proteção de passageiros em trem com pane elétrica

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Episódio ocorreu na noite de segunda (14), na Zona Sul da capital. Segundo a concessionária, as chamas atingiram a estação Granja Julieta, da Linha 9-Esmeralda, e foram 'prontamente apagadas'. Não houve feridos, apesar do susto dos passageiros dentro do trem.
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Por Roberto Peixoto, g1

Postado em 19 de outubro de 2024 às 17h25m

#.* Post. - Nº.\  11.378 *.#




Passageiros se desesperam durante pane elétrica com incêndio em estação de trem da ViaMobi

Em uma emergência envolvendo eletricidade, como o conhecimento da física pode ajudar? O vídeo que mostra passageiros em pânico dentro de um trem viralizou nas redes sociais e fez muitas pessoas lembrarem de um conceito chamado "Gaiola de Faraday".

Em meio ao caos registrado nas imagens que mostram explosões e faíscas do lado externo do vagão, é possível ouvir o grito de um dos passageiros: Não põe a mão nos ferros. É só esperar. Não encostem nos ferros. O receio era que houvesse circulação interna da corrente elétrica.

De acordo com especialista ouvida pelo g1, considerando que a ViaMobilidade não deu detalhes do problema, em tese é possível afirmar que o princípio da "Gaiola de Faraday" protegeu os passageiros dentro do vagão e que o melhor nessas situações é evitar tocar as partes metálicas do veículo.

O experimento da gaiola é o mesmo que indica que é seguro permanecer dentro do carro durante chuvas com raios ou diante do rompimento de fios de alta tensão.

Quando um carro — a gaiola — é atingido por raios ou qualquer tipo de descarga elétrica de alta intensidade, essa energia fica acumulada na parte externa do veículo; internamente, não há perigo se a pessoa não tocar as partes metálicas.

"É desaconselhável tocar na estrutura de metal porque ela pode estar eletrificada, permitindo a passagem da corrente elétrica para quem a tocar, resultando em choque elétrico grave ou até fatal", explica a professora de Engenharia Elétrica da FEI, Michele Rodrigues. 
Blindagem eletrostática

A gaiola de Faraday foi um dos experimentos mais conhecidos realizados pelo cientista britânico Michael Faraday em 1836. Faraday queria demonstrar como um condutor oco poderia oferecer uma espécie de blindagem contra eletricidade externa.

"O princípio da gaiola de Faraday se baseia no fato de que quando um condutor oco, como a carroceria metálica de um carro, é exposto a um campo elétrico externo, as cargas elétricas se redistribuem de maneira que o campo elétrico não afete o interior", pontua Michele.

Um modelo da Gaiola de Faraday. — Foto: Museu Interativo da Física da UFPA
Um modelo da Gaiola de Faraday. — Foto: Museu Interativo da Física da UFPA

Para isso, ele construiu uma câmara metálica, onde colocou diversos instrumentos, como eletroscópios e velas para iluminação.

A ideia era verificar o comportamento da eletricidade no interior da câmara quando ela fosse carregada eletricamente por fora, ou seja, quando fosse exposta a uma carga elétrica externa.

Como explica Julha Marcolan, mestre e doutoranda em Física Computacional pelo IFSC-USP, o fenômeno cria um efeito de blindagem elétrica em materiais condutores.

⚡ ⚡ ⚡ No experimento, faíscas intensas eram visíveis na superfície metálica externa da câmara, mas, curiosamente, dentro dela, NADA parecia ser afetado.

Nenhum dos dispositivos que estavam dentro da câmara apresentava qualquer alteração, demonstrando que o campo elétrico gerado fora da câmara era anulado em seu interior.

Isto é, o excesso de cargas que se concentrava na parte externa do metal não conseguia penetrar, confirmando pela primeira vez o que hoje os físicos chamam de efeito de blindagem eletrostática.

"Quando temos um objeto feito de um material condutor, como os metais — neste caso, o vagão de um trem — os elétrons se movem com maior liberdade na superfície externa desse condutor", afirma Marcolan.

🛡️ 🛡️ 🛡️ Ou seja, ao serem atingidos por uma descarga elétrica externa, como um raio ou uma pane elétrica, os elétrons se reorganizam na parte externa do metal, formando uma espécie de "escudo".

"Dentro dessa estrutura, o campo elétrico gerado é praticamente nulo, o que significa que a eletricidade não penetra o interior da gaiola, mantendo as pessoas lá dentro seguras", acrescenta.

'Gaiola de faraday': Entenda conceito da física que protegeu passageiros em trem com pane

Protege ou não protege?

Essa proteção ocorre porque as cargas elétricas externas criam um campo elétrico na superfície externa que cancela qualquer campo interno, fazendo com que o campo elétrico dentro do vagão seja anulado.

Dessa forma, dá para dizer que as pessoas dentro de um vagão — ou de qualquer estrutura metálica completamente fechada — não seriam afetadas diretamente pela eletricidade externa.

Apesar do princípio ser eficaz em muitas situações, Rodrigues alerta que ele não é infalível.

"Se houver aberturas significativas no condutor, como janelas abertas ou rachaduras, o campo elétrico pode penetrar no interior, tornando a proteção ineficaz", comenta a professora.

Há um detalhe importante nesse conceito: "Para que a gaiola de Faraday funcione de maneira eficaz, a estrutura condutora precisa ser completamente fechada e não pode haver partes expostas ou fios dentro do vagão que estejam conectados à parte externa", alerta Marcolan.

⚠️⚠️⚠️ Caso contrário, o efeito de blindagem pode ser comprometido, permitindo que a eletricidade entre no sistema.

"A questão aí é que não sabemos se havia um fio solto dentro do vagão ou não, e isso muda um pouco a situação", detalha.

Segundo nota da concessionária ViaMobilidade, os usuários foram "atendidos em segurança pelos Agentes de Atendimento da concessionária, desembarcaram em plataforma e seguiram viagem em outra composição". Ninguém ficou ferido.

As explosões e chamas da pane elétrica foram vistas e gravadas por vizinhos da estação e por passageiros que estavam do lado de fora dela.

"Quando a estrutura condutora não está perfeitamente fechada, o campo elétrico interno pode ser afetado, e nesse caso a segurança das pessoas dentro poderia ter sido comprometida", acrescenta Julha.

Até a mais recente atualização desta reportagem, não havia informações sobre a causa do princípio de incêndio. Segundo a ViaMobilidade, o episódio "passará por uma apuração detalhada para definir as causas da ocorrência".

Linha 9-Esmeralda tem princípio de incêndio em composição

Explosao na Marginal Pinheiros

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Terra pode já ter ultrapassado 7 dos seus 9 limites planetários; entenda o que são

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Constatação é de um novo estudo, feito por pesquisadores do Instituto Potsdam para Pesquisa sobre o Impacto Climático (PIK), que analisaram os processos essenciais para a manutenção do equilíbrio ambiental na Terra.
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Por Roberto Peixoto, g1

Postado em 19 de outubro de 2024 às 06h00m

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Representação visual dos limites planetários. — Foto: Potsdam Institute for Climate Impact Research (PIK)
Representação visual dos limites planetários. — Foto: Potsdam Institute for Climate Impact Research (PIK)

O mundo pode ter ultrapassado sete de nove limites planetários que podem desencadear catástrofes ambientais irreversíveis. E o aquecimento global tem grande responsabilidade nisso, alertaram cientistas.

Ou seja, se não controlarmos o aumento global da temperatura, eventos como o colapso de ecossistemas e desastres climáticos extremos se tornarão cada vez mais frequentes (entenda mais abaixo).

A constatação é de um novo estudo, feito por pesquisadores do Instituto Potsdam para Pesquisa sobre o Impacto Climático (PIK), que analisaram os processos essenciais para a manutenção do equilíbrio ambiental na Terra.

No estudo, foram identificados sete processos que já ultrapassaram níveis considerados seguros ou estão próximos de ultrapassar, relacionados aos seguintes tópicos:

  1. Mudanças no uso da terra do planeta: tem a ver com o desmatamento e a conversão de ecossistemas naturais em áreas agrícolas ou urbanas, que estão destruindo habitats e afetando a regulação climática. Seus níveis seguros já foram ULTRAPASSADOS e atingiram uma zona de ALTO risco. 🔴
  2. Mudanças climáticas: algo diretamente ligado ao aumento da temperatura devido à poluição por gases do efeito estufa, que têm consequências graves para o planeta. Seus níveis seguros já foram ULTRAPASSADOS e atingiram uma zona de ALTO risco. 🔴
  3. Biodiversidade: tem relação com a extinção de várias espécies, causada pela degradação dos habitats naturais e pela exploração excessiva dos recursos. Seus níveis seguros já foram ULTRAPASSADOS e atingiram uma zona de ALTO risco. 🔴
  4. Ciclo do nitrogênio e fósforo: está relacionado ao uso excessivo de fertilizantes, que prejudica a qualidade da água e afeta os ecossistemas aquáticos. Seus níveis seguros já foram ULTRAPASSADOS e atingiram uma zona de ALTO risco. 🔴
  5. Uso de água doce: tem a ver com a demanda crescente por água em várias regiões, que está se aproximando de níveis críticos. Seus níveis seguros já foram ULTRAPASSADOS. 🟠
  6. Poluição química por compostos como microplásticos: diz respeito ao acúmulo de produtos químicos tóxicos no ambiente, que representa uma ameaça crescente à saúde humana e à biodiversidade. Seus níveis seguros já foram ULTRAPASSADOS. 🟠
  7. Acidificação dos oceanos: tem a ver com o aumento de CO₂ na atmosfera, que torna os oceanos mais ácidos, prejudicando a vida marinha e os recifes de corais. Seus níveis seguros ainda não foram ultrapassados, mas estão muito próximos. 🟢

Já os dois processos que ainda NÃO estão próximos de serem ultrapassados são os seguintes:

  1. Aerossóis na atmosfera: ou seja, o aumento de partículas suspensas no ar (como fuligem e poeira), que vem alterando os padrões climáticos regionais e afetando a saúde humana. 🟢
  2. Camada de ozônio: a degradação dessa região da estratosfera já estava em andamento, mas ações internacionais ajudaram a protegê-la. 🟢

Esses limites planetários foram propostos em 2009 por Johan Rockström, que é o diretor do PIK. Desde então, pesquisadores têm trabalhado para identificar e quantificar esses processos, numa forma de chamar atenção para o a emergência climática.

"A avaliação geral é que o paciente, o Planeta Terra, está em estado crítico. Seis dos nove 'Limites Planetários' foram ultrapassados, e sete processos apresentam tendência de aumento da pressão. Em breve, a maioria dos parâmetros da 'Verificação da Saúde Planetária' estará na zona de alto risco", diz Rockström.

Abaixo, entenda ponto a ponto por que a preocupação com esses 7 sistemas:

1. Mudanças no uso da terra 🔴

A transformação de paisagens naturais é um processo que acontece principalmente através do desmatamento e da urbanização, e que tem um efeito profundo nas funções ecológicas essenciais para a saúde do nosso planeta.

No estudo, os pesquisadores ressaltam que essas mudanças não apenas diminuem as áreas verdes, mas também comprometem funções vitais que mantêm o equilíbrio ecológico.

Para exemplificar, atualmente, a cobertura florestal global está em torno de 59% do que poderia ser, indicando que estamos abaixo dos níveis considerados seguros, segundo dados do observatório europeu Copernicus.

Em termos práticos, uma cobertura florestal segura é definida perto de 75% da extensão original, sendo que 85% é a taxa ideal para florestas tropicais (como a Amazônia) e boreais, enquanto florestas temperadas precisam de pelo menos 50%.

Entre 2000 e 2018, quase 90% da desflorestação direta se deveu à expansão de terras agrícolas, com 52,3% dessa perda relacionada ao cultivo de alimentos e 37,5% à criação de gado.

Gado pasta em uma área desmatada do município de Assis (AC), na Amazônia. Imagem é de 1º de novembro de 2007. — Foto: AP Photo/Silvia Izquierdo
Gado pasta em uma área desmatada do município de Assis (AC), na Amazônia. Imagem é de 1º de novembro de 2007. — Foto: AP Photo/Silvia Izquierdo

2. Mudanças climáticas 🔴

Esse limite da mudança climática refere-se ao processo que altera o equilíbrio energético da Terra: o acúmulo de gases de efeito estufa na atmosfera, o que afeta tanto as temperaturas globais quanto os padrões climáticos.

E em 2024, a quantidade de CO2 da atmosfera está em torno de 422 ppm, bem acima do limite de 350 ppm estabelicido pelo estudo, que leva em conta as metas do Acordo de Paris (veja gráfico abaixo).

Já a chamada força do aquecimento causado pela atividade humana no topo da atmosfera vem superando 2,79 W/m², valor que também já está muito acima do que é considerado seguro para o clima do nosso planeta.

Esse último conceito inclui todas as atividades humanas que afetam o equilíbrio energético da Terra, não se limitando apenas às emissões de CO₂. Outras emissões de gases de efeito estufa, como metano e óxido nitroso, além de aerossóis e mudanças no uso da terra, também estão incluídas na conta.

O limite planetário para essa força foi estabelecido em +1,0 W/m² (em relação aos níveis pré-industriais). Com o seu aumento, mais energia é retida no planeta, elevando as temperaturas na atmosfera, nos oceanos e na terra. Com isso, os impactos do aquecimento resultam em eventos climáticos extremos, como chuvas torrenciais, inundações, ondas de calor e secas.

"Os dados mostram que o planeta está sob enorme pressão. Se não tomarmos medidas imediatas, estaremos acelerando ainda mais a crise climática e a perda de biodiversidade", diz Renata Piazzon, diretora-geral do Instituto Arapyaú, que fez parte de um conselho ligado ao estudo dos limites planetários contribuindo diretamente para o relatório "Planetary Health Check".

3. Biodiversidade 🔴

O termo técnico que os cientistas utilizaram para isso é a chamada "mudança na integridade da biosfera", ou seja, as alterações na saúde e no funcionamento dos ecossistemas do planeta.

Em um relatório que foi publicado em setembro, eles indicam que a maioria das violações desses limites acontece em regiões onde a terra é utilizada intensivamente, como em zonas agrícolas.

Em contraste, áreas como a Amazônia e a Bacia do Congo, que permanecem naturais ou semi-naturais, não apresentam essas violações de forma tão clara, ainda segundo o estudo.

Quanto à diversidade genética, ou seja, a diversidade de variações genéticas entre os indivíduos de uma mesma espécie, as taxas de extinção são preocupantes. O relatório aponta que pelo menos 73 grupos de vertebrados desapareceram nos últimos 500 anos.

Gorila das planícies do oeste 'Malui' caminhando por entre uma nuvem de borboletas que ela perturbou em um bai. Bai Hokou, Reserva Florestal Especial Densa de Dzanga Sangha, República Centro-Africana. — Foto: Anup Shah / TNC Photo Contest 2021
Gorila das planícies do oeste 'Malui' caminhando por entre uma nuvem de borboletas que ela perturbou em um bai. Bai Hokou, Reserva Florestal Especial Densa de Dzanga Sangha, República Centro-Africana. — Foto: Anup Shah / TNC Photo Contest 2021

4. Ciclo do nitrogênio e fósforo 🔴

Essas são mudanças que podem resultar em zonas mortas em ambientes de água doce e no mar. Os chamados fluxos biogeoquímicos movimentam elementos essenciais para a vida, como nitrogênio e fósforo, que circulam pelo meio ambiente.

Em 2024, porém, dados mostram que os fluxos de fósforo para os oceanos chegaram a 22,6 Tg P por ano, enquanto a fixação de nitrogênio feita pela indústria está em torno de 190 Tg N por ano, números que ultrapassaram limites considerados seguros para esses ciclos de nutrientes.

O limite planetário para o fluxo de fósforo foi estabelecido no estudo em 11 Tg P por ano, para evitar a eutrofização generalizada (crescimento descontrolado de algas) e a redução de oxigênio nos ambientes aquáticos. Já o nitrogênio teve um limite definido de 62 Tg N anualmente.

Tivemos o mês de agosto mais quente do registro instrumental, mas sabemos também que estamos vivendo o período mais quente em cerca de 125 mil anos por causa do aquecimento global antropogênico. Com isso, estamos alterando os padrões do sistema climático e entre as consequências temos aumento de frequência e intensidade de eventos extremos.
— Karina Lima, climatologista e divulgadora científica.

5. Uso de água doce 🟠

Os dados mais recentes também mostram que as atividades humanas estão causando sérios problemas nos fluxos de água de rios, lagos e reservatórios como lençóis freáticos. Esses problemas também já ultrapassaram os limites seguros estabelecidos no estudo.

Segundo o PIK, cerca de 18% da superfície da Terra está passando por mudanças significativas na água desses corpos, e cerca de 16% está enfrentando níveis de umidade no solo que não são considerados adequados.

"Ultrapassar os limites da mudança de água doce tem impactos significativos no funcionamento do sistema terrestre e nas sociedades humanas. A interrupção do ciclo da água ameaça a sobrevivência de ecossistemas inteiros, como a Amazônia, comprometendo a integridade da biosfera e os serviços ecossistêmicos", diz um trecho do estudo.

Imagem mostra antes e depois da seca ao redor do mundo em 2022. Da esquerda para a direita, de cima para baixo: Território francês, Rio Reno, Alemanha, Lago Mead e Lago Powell, ambos nos EUA. — Foto: Copernicus/ESA/Nasa
Imagem mostra antes e depois da seca ao redor do mundo em 2022. Da esquerda para a direita, de cima para baixo: Território francês, Rio Reno, Alemanha, Lago Mead e Lago Powell, ambos nos EUA. — Foto: Copernicus/ESA/Nasa

6. Poluição química por compostos como microplásticos 🟠

Esse processo diz respeito ao aumento da circulação de substâncias químicas sintéticas, como microplásticos e materiais radioativos.

Entre 2000 e 2017, a produção de produtos químicos do tipo vem aumentando continuamente, ainda segundo dados do estudo.

E essas substâncias contribuem não só para a poluição, como também para o acúmulo biológico e a resistência a antibióticos, além de causarem problemas de saúde, como o câncer.

Um estudo recente inclusive encontrou microplásticos no cérebro humano. Segundo a pesquisa brasileira, essa é a primeira vez que o resíduo é encontrado no órgão e, segundo os especialistas, um sinal de alerta máximo para o risco do uso de plástico na rotina humana.

7. Acidificação dos oceanos 🟢

A acidificação dos oceanos é um fenômeno que se refere ao aumento da acidez das águas do mar, causado pela absorção de CO2 presente na atmosfera. Isso tem impactos diretos nos organismos marinhos que formam estruturas calcárias, como corais e moluscos, e, consequentemente, afeta todo o ecossistema marinho.

Segundo dados de 2024, o nível de saturação em aragonita global, uma taxa que mede a acidez das águas, está em 2,80. Esse valor se encontra dentro da margem segura para o fênomeno (2,75), mas é bastante próximo do limite.

E superar o limite da acidificação dos oceanos traz consequências sérias para o planeta. Por exemplo, os corais enfrentariam dificuldades na construção de seus esqueletos, algo que compromete a estrutura de recifes. Além disso, moluscos e outros organismos com conchas teriam dificuldades para formar suas estruturas, algo que afetaria sua sobrevivência e crescimento.

O problema é que isso também já uma realidade para algumas espécies, como os pterópodes de altas latitudes, moluscos que apresentam danos em suas conchas por causa da acidificação dos oceanos.

Um estudo de 2020 inclusive, publicado pela Rede Global de Monitoramento de Recifes de Coral (GCRMN), revelou que o mundo perdeu cerca de 14% de seus recifes de coral desde 2009. Este relatório, pioneiro em sua categoria, baseou-se em dados coletados em mais de 12.000 locais de coleta em 73 países ao longo de um período de mais de 40 anos (1978-2019).

Entenda a crise do clima em gráficos e mapas

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