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terça-feira, 22 de agosto de 2023

Não é só boca ou garras: plantas carnívoras têm armadilhas até debaixo da terra e da água

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Conheça as 5 artimanhas desses vegetais, que podem atrair presas simulando um orvalho ou abrigo. Brasil tem o maior número de espécies criticamente ameaçadas do mundo por causa da conversão de terras para a agricultura, diz estudo de especialista.
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Por Paula Salati, g1

Postado em 22 de agosto de 2023 às 07h30m

#.*Post. - N.\ 10.919*.#

A drosera captura as suas presas a partir do visual. Suas gotas colantes se assemelham a orvalhos. É o gênero com o maior número de plantas, ao lado das utricularias. — Foto: Arquivo Julio Santiago - UFMG
A drosera captura as suas presas a partir do visual. Suas gotas colantes se assemelham a orvalhos. É o gênero com o maior número de plantas, ao lado das utricularias. — Foto: Arquivo Julio Santiago - UFMG

Nem sempre as armadilhas das plantas carnívoras são óbvias e visíveis como a boca de uma Nephentes ou as garras de jaula da famosa dionaea ou apanha-moscas, uma das espécies mais conhecidas no Brasil.

Suas artimanhas também podem aparecer na forma de um 'belo orvalho' – que, na verdade, é uma cola – ou até mesmo na de um 'abrigo' debaixo da terra ou da água, que, de repente, pode sugar as presas.

As capturas das plantas carnívoras também vão muito além dos insetos: algumas podem comer larvas, vermes, protozoários, sapos e até roedores ou pássaros mais distraídos. Veja abaixo um infográfico sobre cada tipo de armadilha.

Plantas carnívoras — Foto: Arte g1/ Luisa Blanco
Plantas carnívoras — Foto: Arte g1/ Luisa Blanco

Nessa reportagem, você ainda pode conferir:

Dionaea capturando inseto; planta usa a armadilha da jaula. — Foto: Arquivo pessoal/Julio Santiago - UGMG
Dionaea capturando inseto; planta usa a armadilha da jaula. — Foto: Arquivo pessoal/Julio Santiago - UGMG

A síndrome carnívora se desenvolveu como um mecanismo de sobrevivência de plantas localizadas em ambientes com solo pouco fértil, explica Julio Santiago, mestrando em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Os insetos, contudo, são uma fonte complementar de nutrientes, e não a principal.

"A principal fonte de energia das plantas carnívoras ainda é o sol, pois, assim como a maioria das plantas, elas fazem fotossíntese", ressalta o professor Paulo Gonella, da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).

Os insetos servem, na verdade, para complementar nutrientes que existem em pouca quantidade no solo onde vivem as plantas carnívoras, como o nitrogênio e o fósforo.

A larva de mosca que consegue roubar a comida de planta carnívora
A larva de mosca que consegue roubar a comida de planta carnívora

Podem capturar animais maiores, como ratos e pássaros?

Sim, mas de forma acidental e não são todas as espécies que conseguem. As Nephentes, por exemplo, têm estruturas para capturar animais um pouco maiores por causa do seu formato semelhante a um jarro.

"Os insetos são as presas principais das plantas carnívoras. Pequenas aves ou roedores são presas eventuais, que podem cair na armadilha atraídas pelos próprios insetos capturados ou pelo açúcar que a planta libera", diz Gonella.

A depender do tamanho do bicho, as plantas podem até apodrecer por causa da dificuldade de digerir uma quantidade muito alta de nutrientes.

Nephentes pode capturar de forma acidental animais um pouco maiores, mas sua presa principal é o inseto. — Foto: Arquivo Julio Santiago - UFMG
Nephentes pode capturar de forma acidental animais um pouco maiores, mas sua presa principal é o inseto. — Foto: Arquivo Julio Santiago - UFMG

Qual é a maior do mundo?

Há duas espécies que estão, até o momento, entre as maiores do mundo, e que podem atingir até 1,5 metro de altura: a Drosera magnifica e a Nephentes rajah, diz Santiago.

A Drosera magnifica é originária do estado de Minas Gerais, enquanto a Nephentes rajah, da Ilha de Bornéu, do Sudeste Asiático.

Como funciona uma fábrica de insetos
Como funciona uma fábrica de insetos

Plantas carnívoras são venenosas? Podem 'morder' o dedo?

Nenhuma planta carnívora que se tem conhecimento é venenosa ou tóxica e tampouco tem interesse na carne humana.

"[Se você colocar o dedo], pode até estimular [a planta], mas não o suficiente para prender. Em muitos casos, nem vai estimular, porque a sinalização química [que incentiva a captura] está relacionada à quitina, uma proteína presente no exoesqueleto dos insetos", explica Santiago.

No momento em que o inseto pousa em uma planta carnívora, há uma sinalização química da presença quitina que faz o vegetal reconhecer a presença de um alimento promissor.

De onde vem a tangerina
De onde vem a tangerina

Espécies pelo mundo e ameaça de extinção

No mundo, há cerca de 860 espécies de plantas carnívoras conhecidas, sendo que a maior parte delas são dos gêneros Drosera, Utricularia e Nephentes.

Os dados são do estudo "Conservação das plantas carnívoras na Era da Extinção", publicado em 2020 por Gonella e outros autores, na revista científica Global Ecology and Conservation.

O Brasil é o segundo país com o maior número de espécies (cerca de 130), perdendo apenas para a Austrália, que tem aproximadamente 250.

Quando se trata das que estão ameaçadas de extinção, há, hoje, cerca de 193, o que representa 20% do total das espécies.

Dessas, 28 estão no Brasil, das quais 13 são classificadas como "criticamente ameaçadas". O Brasil é o país com o maior número de espécies nesse estado, mostra o estudo de Gonella, que adota critérios de classificação da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

Planta carnívora do gênero philcoxia só existe no Brasil e está criticamente ameaçada de extinção. Suas armadilhas são subterrâneas. — Foto: Divulgação/PNAS
Planta carnívora do gênero philcoxia só existe no Brasil e está criticamente ameaçada de extinção. Suas armadilhas são subterrâneas. — Foto: Divulgação/PNAS

O gênero Philcoxia, que só existe no Brasil – mais especificamente nos biomas Cerrado e Caatinga –é o que mais preocupa, pois 100% dele está ameaçado, conta o professor da UFSJ.

Essas plantas crescem em areias muito brancas e dão flores de cor lilás. Elas se alimentam de pequenos vermes que vivem no solo, a partir de armadilhas adesivas em folhas que ficam debaixo da terra.

Outro gênero em risco no Brasil é a Drosera, com 40% de plantas ameaçadas.

"O Brasil tem uma responsabilidade muito grande na conservação de suas espécies carnívoras. Um dos principais fatores que está causando isso [a ameaça de extinção] é a destruição dos habitats para conversão para a agricultura", diz Gonella.

"O uso de fertilizantes e pesticidas na agricultura tornam o solo mais rico do que eles são originalmente, fazendo com que outras espécies invadam esses locais e acabem competindo pelos habitats das plantas carnívoras", acrescenta.

À direita, a parte de cima de uma utricularia e, à esquerda, sua parte subaquática. — Foto: Leonhard Lenz/Miguel Porto
À direita, a parte de cima de uma utricularia e, à esquerda, sua parte subaquática. — Foto: Leonhard Lenz/Miguel Porto

De onde vem o espumante
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Conheça o limão exótico que custa quase R$ 800 o quiloConheça o limão exótico que custa quase R$ 800 o quilo
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segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Navio cargueiro 'movido a vento' estreia em viagem ao Brasil

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Cargueiros movidos a energia eólica podem ajudar a indústria a caminhar em direção a um futuro mais verde
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TOPO
Por BBC

Postado em 21 de agosto de 2023 às 14h40m

#.*Post. - N.\ 10.918*.#

Cargueiros movidos a energia eólica podem ajudar indústria a caminhar em direção a um futuro mais verde — Foto: Cargill/Via BBC
Cargueiros movidos a energia eólica podem ajudar indústria a caminhar em direção a um futuro mais verde — Foto: Cargill/Via BBC

Um navio de carga equipado com velas especiais gigantes movidas a vento partiu em sua viagem inaugural.

A empresa de transporte marítimo Cargill, que fretou a embarcação, diz esperar que a tecnologia ajude a indústria a caminhar em direção a um futuro mais verde.

O uso das grandes velas (ou "asas") WindWings, de design britânico, visa a reduzir o consumo de combustível e, portanto, a pegada de carbono do transporte marítimo.

Estima-se que a indústria seja responsável por cerca de 2,1% das emissões globais de dióxido de carbono (CO2).

A primeira jornada do navio Pyxis Ocean será da China para o Brasil — e servirá como o primeiro teste da tecnologia no mundo real.

Dobradas quando o navio está no porto, as velas são abertas depois da embarcação zarpar. Elas têm 37,5 metros de altura e são construídas com o mesmo material das turbinas eólicas, o que as torna mais duráveis.

Permitir que uma embarcação seja levada pelo vento, em vez de depender apenas de seu motor, pode reduzir as emissões de um navio de carga em até 30%.

Jan Dieleman, presidente da Cargill Ocean Transportation, disse que a indústria está em uma "jornada para descarbonizar".

Ele admite não haver uma "bala de prata", mas disse que essa tecnologia demonstra a rapidez com que as coisas estão mudando.

"Cinco, seis anos atrás, se você perguntasse às pessoas sobre descarbonização, elas diriam 'bem, vai ser muito difícil, não vejo isso acontecendo tão cedo'", disse ele à BBC.

Cinco anos depois, acho que a narrativa mudou completamente e todos estão realmente convencidos de que precisam fazer sua parte. O desafio para todos é um pouco entender como fazer isso acontecer."

"É por isso que assumimos o desafio de ser uma das maiores empresas a assumir parte do risco, experimentar coisas e levar o setor adiante."

O Pyxis Ocean vai demorar cerca de seis semanas para chegar ao Brasil, seu destino final.

A tecnologia usada na embarcação foi desenvolvida pela empresa britânica BAR Technologies, que surgiu da equipe do velejador britânico Ben Ainslie na Copa América de 2017, uma competição chamada por muitos de "Fórmula 1 dos mares".

"Este é um dos projetos mais lentos que já fizemos, mas sem dúvida com o maior impacto para o planeta", disse à BBC o chefe da equipe, John Cooper, que trabalhava para a McLaren, da Fórmula 1.

Ele acredita que esta viagem marcará uma virada para a indústria marítima.

"Prevejo que até 2025 metade dos novos navios serão encomendados com propulsão eólica", disse ele.

"A razão pela qual estou tão confiante é a economia - uma tonelada e meia de combustível por dia. Com quatro 'asas' em uma embarcação, são seis toneladas de combustível economizadas, ou seja, 20 toneladas de CO2 economizadas. Por dia. Os números são enormes."

A inovação veio do Reino Unido, mas as "asas" (WindWings) são fabricadas na China. Cooper diz que a falta de apoio do governo para reduzir o custo do aço importado impede a empresa de fabricá-lo aqui.

"É uma pena, eu adoraria construir no Reino Unido", disse ele à BBC.

'Mergulhar de cabeça'

Especialistas dizem que a energia eólica para embarcações é uma área promissora, já que a indústria naval tenta reduzir os estimados 837 milhões de toneladas de CO2 que produz a cada ano.

Em julho, a indústria concordou em zerar a emissão de gases que aquecem o planeta "por volta de 2050" — uma promessa que os críticos disseram ser capenga.

"A energia eólica pode fazer uma grande diferença", diz Simon Bullock, pesquisador de navegação no Tyndall Centre, na Universidade de Manchester.

Ele disse que novos combustíveis mais limpos levarão tempo para surgir, "então temos que mergulhar de cabeça em medidas operacionais em navios existentes, como modernizar embarcações com velas, pipas e rotores".

"Em última análise, vamos precisar de combustíveis de carbono zero em todos os navios, mas, até lá, é urgente tornar cada viagem o mais eficiente possível. Velocidades mais lentas também são uma parte crítica da solução", disse ele à BBC.

Stephen Gordon, diretor administrativo da empresa de dados marítimos Clarksons Research, concorda que as tecnologias relacionadas ao vento estão "ganhando força".

O número de navios que usam essa tecnologia dobrou nos últimos 12 meses, disse.

"No entanto, a referência para esse dado é baixa. Na frota de transporte marítimo internacional e na carteira de pedidos de mais de 110.000 embarcações, temos registros de menos de 100 com tecnologia assistida pelo vento hoje."

Mesmo que esse número aumente drasticamente, a tecnologia eólica pode não ser adequada para todas as embarcações, por exemplo, onde as velas interferem no descarregamento de contêineres.

A indústria naval ainda não tem um caminho claro para a descarbonização e, dada a escala, o desafio e a diversidade da frota naval mundial, é improvável que haja uma solução única para a indústria a curto ou médio prazo, analisa Gordon.

John Cooper, da BAR Technologies, é mais otimista, porém, dizendo que o futuro das asas eólicas é "muito promissor".

Ele também admite certa satisfação com a ideia da indústria voltar às origens.

"Os engenheiros sempre odeiam, mas eu sempre digo que é uma volta para o futuro", disse ele. "A invenção dos grandes motores de combustão destruiu as rotas comerciais e marítimas e agora vamos tentar reverter essa tendência."

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sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Quase R$ 1 milhão em uma garrafa: o que tem de diferente na cachaça mais cara do mundo? VÍDEO

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Lançada no começo de 2023, a VB Platinum, da Velho Barreiro, é um dos produtos da popular marca de bebidas que planeja gerar mais valor para a companhia e chegar a diferentes classes sociais - no Brasil e no mundo.
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Por Bruna Miato, g1

Postado em 18 de agosto de 2023 às 07h10m

#.*Post. - N.\ 10.917*.#

Conheça a cachaça mais cara do mundo, que é vendida por quase R$ 1 milhão
Conheça a cachaça mais cara do mundo, que é vendida por quase R$ 1 milhão

A popular marca de bebidas Velho Barreiro lançou um novo produto em maio deste ano que é praticamente impossível de passar batido. Estamos falando sobre a VB Platinum, a cachaça mais cara do mundo, disponível por valores a partir de US$ 180 mil — o que equivale a quase R$ 1 milhão.

A cachaça milionária é toda preparada de forma especial. Começa pelo líquido, que é produzido em alambique, de forma artesanal, até ser reduzido a um teor alcóolico entre 39% e 40% e depois vai para tonéis de uma madeira especial, a amburana, onde fica armazenado por cerca de quatro anos, envelhecendo para que o sabor seja mais adocicado e floral. (saiba mais sobre ela abaixo)

Mas, o que traz o preço que se sobressai aos olhos, na verdade, não é a bebida, e sim o que está por fora. A garrafa da cachaça, de 700 ml, é coberta por ouro rosé e centenas de pequenos diamantes. O presidente da empresa, Cesar Rosa, dispensa a modéstia: "uma verdadeira obra de arte".

Foi ele, aliás, quem desenhou o layout e mandou o projeto para um ourives de sua confiança, que fabricou a primeira unidade. Três meses depois do lançamento, essa ainda é a única garrafa produzida, já que nenhuma venda foi concretizada. O empresário diz que alguns clientes fiéis da marca estão com os cálculos na ponta do lápis para comprar o produto.

Rosa diz que esse processo de estudo da compra é natural. O alto valor não é corriqueiro, e, por isso, a Velho Barreiro só fabricará outra dessa garrafa da VB Platinum quando a compra da primeira for efetuada, com algum valor sinalizado.

As tratativas com o "cliente VIP", inclusive, são discutidas diretamente entre o presidente da empresa e o possível comprador.

Versão mais acessível

Mas, para quem não têm quase R$ 1 milhão disponível para a compra, ainda há outra possibilidade. A Velho Barreiro produziu, também, uma edição de varejo da VB Platinum, com uma garrafa sem todos os adornos e que pode ser comprada a partir de R$ 230.

De R$ 230 para quase R$ 1 milhão há uma enorme diferença. Mas a bebida produzida é a mesma tanto para a versão varejo, com as garrafas mais simples, quanto para a versão premium, com ouro e diamantes.

Essa diferença de preço, aliás, já foi muito comentada por especialistas e consumidores de cachaça e, para a companhia, está tudo bem. Afinal, a mídia espontânea gerada pela garrafa milionária atraiu até os olhos mais exigentes para a versão mais acessível.

Mauricio Maia, publicitário e especialista em cachaças, conta que buscou a bebida pela curiosidade em saber como seria esse produto, que visa posicionar a Velho Barreiro em um segmento premium.

O resultado, para Maia, é uma cachaça de alambique "boa e que obedece a todos os padrões de qualidade de uma bebida do tipo". Ele comenta que o produto não é inferior ou superior a outras cachaças do mesmo segmento e que o preço de R$ 230 é factível e está "dentro do que o mercado pratica".

Já o presidente da empresa diz encarar o lançamento de uma garrafa com ouros e diamantes como uma brincadeira que a companhia, pelo tamanho e tradicionalidade que tem no mercado, pode fazer para chamar a atenção do consumidor.

De qualquer forma, a VB Platinum está na prateleira de cachaças premium, com um processo de produção diferente das versões de entrada das cachaças no mercado.

As cachaças mais conhecidas — e mais baratas — são feitas em coluna, que é um modelo industrial de larga escala. Já a VB Platinum é parte de uma linha da Velho Barreira produzida em alambique, que é um recipiente próprio para a destilação e produção de uma bebida artesanal.

Depois de passar pelo processo conhecido como alambicagem, em que o álcool reduz até o teor desejado, a cachaça é armazenada em tonéis de amburana, uma madeira especial que traz as notas de sabor.

Da alambicagem ao armazenamento em amburana, a produção da VB Platinum dura cerca de quatro anos, enquanto as cachaças de coluna levam apenas algumas semanas.

Gerar valor para o setor de cachaça

Essa não é a primeira vez que a Velho Barreiro lança uma cachaça diferenciada. Antes da VB Platinum vieram outras, como a Diamond e uma edição especial numerada pelo bicentenário da Independência do Brasil, ambas de alambique e armazenadas em madeiras diferentes.

De acordo com o presidente da companhia, esses lançamentos refletem, na verdade, uma necessidade de todo o setor de cachaças: gerar valor com a bebida para além das classes sociais mais baixas, em que já está bastante inserida.

Rosa destaca que a Velho Barreiro já é uma marca consolidada entre as classes C, D e E e, com esses produtos mais requintados, está atingindo, também, as classes A e B, que são fãs mais fiéis de outros tipos de destilados, como rum, whisky e saquê, por exemplo.

Mauricio Maia destaca, no entanto, que a cadeia de geração de valor vai para muito além do preço e implica, sobretudo, em três pontos:

  • reconhecimento da qualidade do produto;
  • desejo de consumo;
  • fidelização do cliente para com a marca.

O especialista comenta que a Velho Barreiro já atingiu isso com o público C, D e E e considera que a estratégia de lançar a cachaça mais cara do mundo foi uma estratégia inteligente para dar um passo mais firme em direção às classes A e B.

Maia destaca que é como em um desfile de moda de marcas de luxo: os vestidos de alta moda e com valores exorbitantes normalmente são lançados em pouquíssimas peças e representam uma parte pequena do volume de vendas da marca. Mas, com todo mundo falando sobre aquilo, a marca vira desejo de consumo e vende centenas de outras peças.

Além de mirar as classes mais altas no Brasil, o executivo da Velho Barreiro também pontua que, já há algumas décadas, trabalha em parceria com o exterior para popularizar a cachaça como um produto de qualidade e tipicamente brasileiro, sobretudo nos Estados Unidos e na Europa.

Ele explica que clientes de mercados internacionais são "um pouco mais exigentes em relação às bebidas e têm gostado mais dos produtos feitos artesanalmente", o que incentiva a empresa a continuar em sua empreitada com os produtos premium.

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quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Como animais têm 'amizades' surpreendentemente parecidas com as humanas

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A amizade evoluiu ao longo dos anos porque trouxe benefícios, tanto para os humanos quanto para os animais.
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Por Beki Hooper, Delphine de Moor e Erin Siracusa, BBC, The Conversation

Postado em 17 de agosto de 2023 às 07h10m

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 — Foto: GETTY IMAGES
— Foto: GETTY IMAGES

Quando você pensa em amizade, o que vem à sua mente? Uma conversa telefônica até tarde da noite? Ver um filme e dividir uma pizza? Dar algumas risadas bebendo uma cerveja?

A amizade é uma parte central da experiência humana. Nossas histórias, nossas canções e nossas conversas são tecidas com fios de amizade.

Em termos científicos, duas pessoas são consideradas amigas se consistentemente preferem uma à outra ao invés de outros indivíduos. No entanto, os humanos não são os únicos que fazem amizades.

Talvez não seja tão surpreendente que nossos parentes mais próximos, como os chimpanzés e os bonobos, também tenham amigos.

Mas espécies de todo o reino animal, de pássaros e peixes a cavalos e golfinhos, também têm amigos. E é surpreendente o quanto essas amizades são semelhantes às humanas.

Semelhanças

Quando pensamos em nossos próprios amigos, percebemos que eles são iguais em vários sentidos.

Talvez vocês tenham crescido na mesma cidade e tenham estudado juntos, compartilhem hobbies ou tenham empregos semelhantes.

Essa propensão à semelhança, ou o que os cientistas chamam de "homofilia", não é exclusiva dos humanos. Acredita-se que essa preferência pela semelhança aumenta a previsibilidade e a confiança em um amigo.

Macacos, zebras, marmotas, elefantes e baleias mostram preferência por interagir com indivíduos próximos de sua faixa etária.

🐵 🐬 Chimpanzés e macacos-de-assam gostam de estar com outros que têm personalidades semelhantes (sim, os animais também têm personalidades) e os golfinhos preferem outros golfinhos que encontram sua comida de maneira semelhante.

Uma das tendências homofílicas mais estabelecidas é a afinidade por outros que compartilham os mesmos genes, ou seja, pela família.

Em todo o reino animal, as espécies mostram uma predileção por interagir com parentes.

Portanto, apesar das teimosas rivalidades entre irmãos, os membros de sua família podem estar entre seus melhores amigos.

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Conexão física
A conexão física é importante em qualquer tipo de relacionamento — Foto: GETTY IMAGES
A conexão física é importante em qualquer tipo de relacionamento — Foto: GETTY IMAGES

Quando consideramos a importância do toque nos relacionamentos, muitas vezes pensamos em parcerias românticas. Mas a conexão física pode ser importante em qualquer tipo de relacionamento.

Os animais nos provam isso. Alguns dos comportamentos que eles adotam para formar e manter amizades são bastante práticos.

Gralhas limpam seus amigos gentilmente com o bico, enquanto macacos usam as mãos. Esses comportamentos não são tão diferentes da forma como nós, humanos, abraçamos nossos amigos.

No entanto, no caso de alguns animais, os rituais de amizade podem parecer selvagens. Os macacos-prego-de-cara-branca cumprimentam seus melhores amigos enfiando os dedos nas órbitas oculares. Babuínos machos da Guiné testam seus laços acariciando os órgãos genitais um do outro.

Embora não recomendemos cutucar os olhos, um abraço na próxima vez que você disser olá ao seu melhor amigo pode ser uma boa ideia.

Mas é claro que nem todas as amizades exigem proximidade.

As amizades podem até se formar entre indivíduos de espécies que se evitam ativamente.

🐿️ Os esquilos-vermelhos-americanos são territoriais, o que significa que cada um deles defende sua própria casa e raramente entra em contato além do acasalamento.

Mas pesquisas mostram que esquilos que vivem juntos por muito tempo desenvolvem amizades que os ajudam a viver mais e a ter mais bebês. Quanto mais tempo esses esquilos vivem perto do mesmo vizinho, mais eles relaxam e gastam menos tempo e energia defendendo seu território.

Embora no passado as amizades dependessem de presença física, viagens internacionais, redes sociais e videochamadas mudaram a maneira como nos conectamos hoje.

🧫 A amizade humana está cada vez mais diferente, especialmente desde a pandemia de covid, mas nossos colegas animais têm nos mostrado que boas amizades podem ser cultivadas mesmo à distância.

Os golfinhos, por exemplo, mantêm proximidade se comunicando com outros golfinhos por meio de chamados de longas distâncias. Os sons emitidos podem viajar até 740 metros para ajudar a preservar relacionamentos de longa distância.

Muitos primatas, incluindo lêmures, macacos-japoneses, bonobos e chimpanzés, também usam vocalizações para manter laços sociais.

A amizade evoluiu ao longo dos anos porque trouxe benefícios, tanto para os humanos quanto para os animais.

Animais (incluindo humanos) que têm aliados vivem vidas mais longas e saudáveis, ajudando seus companheiros a lidar com os desafios.

Amigos podem oferecer apoio em tempos de conflito e fornecer proteção contra ameaças como predadores e escassez de alimentos.

Essa aliança pode ajudar a evitar ferimentos e morte. Por exemplo, orcas e lobos socialmente integrados têm maior probabilidade de sobreviver quando a comida é escassa do que aqueles que vivem nos limites de seus grupos.

Isso ocorre porque seus amigos compartilham alimentos e informações sociais sobre onde encontrá-los.

Ainda temos muito a aprender sobre a amizade animal, e alguns cientistas estão trabalhando para aprofundar nossa compreensão dos laços sociais dos animais.

👉 A vida humana moderna tende a estar longe de riscos como ser caçado por ursos ou lobos, mas o resultado final da amizade permanece verdadeiro.

Os humanos fazem amigos porque há benefícios mútuos. Esses benefícios podem ser um ombro para chorar, uma babá para cuidar de nossos filhos ou um aviso sobre vagas de emprego.

Como demonstram baleias, pássaros e primatas, os amigos nos ajudam. Sem eles, temos menos chances de sobreviver e prosperar.

* Beki Hooper, Delphine De Moor e Erin Siracusa são pesquisadoras de pós-doutorado em comportamento animal, da Universidade de Exeter, no Reino Unido.

** Este artigo foi publicado no The Conversation e reproduzido aqui sob a licença Creative Commons. Clique aqui para ler a versão original em inglês.

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