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sexta-feira, 14 de abril de 2023

Agência europeia lança Juice, sonda espacial que vai explorar luas de Júpiter

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Objetivo principal da sonda, que vai demorar oito anos para chegar ao seu destino, não é encontrar propriamente vida, mas sim ambientes propícios para seu surgimento.
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Por g1

Postado em 14 de abril de 2023 às 08h30m

 #.*Post. - N.\ 10.757*.#

O lançamento da Juice, sonda que vai explorar as luas de Júpiter. — Foto: ESA/DIVULGAÇÃO
O lançamento da Juice, sonda que vai explorar as luas de Júpiter. — Foto: ESA/DIVULGAÇÃO

A Agência Espacial Europeia (ESA) lançou na manhã desta sexta-feira (14) a sonda espacial Juice, que tem como destino o maior planeta do nosso Sistema Solar, Júpiter.

Inicialmente marcado para a última quinta-feira (13), o lançamento foi adiado para hoje, devido às más condições climáticas.

A sonda foi lançada com sucesso da base europeia de Kourou, na Guiana Francesa, perto das 9h15 da manhã no horário de Brasília.

Acrônimo em inglês para Explorador das Luas Geladas de Júpiter, a Juice vai demorar oito anos para chegar ao seu destino, que está a uma distância da Terra que oscila entre 640 e 900 milhões de quilômetros.

"É um dos objetos espaciais mais complexos já enviados ao sistema solar externo", destacou o diretor-geral da ESA, Josef Aschbacher.

Representação artística mostra a sonda Juice com Júpiter e suas luas. — Foto: ESA/Divulgação
Representação artística mostra a sonda Juice com Júpiter e suas luas. — Foto: ESA/Divulgação

Construída pela Airbus, a sonda leva dez equipamentos específicos (câmera ótica, espectrômetro, radar, magnetômetro...), protegidos das temperaturas extremas - em especial do poderoso campo magnético de Júpiter - por uma cobertura de isolamento de múltiplas camadas.

A sonda também está equipada com imensos painéis solares de 85m², para conservar a potência em um ambiente onde a luz do sol é 25 vezes menor do que na Terra.

A chegada está prevista para julho de 2031. A viagem se anuncia sinuosa, já que a sonda terá que realizar complexas manobras de assistência gravitacional, que consistem em utilizar a força de atração dos outros planetas como uma catapulta.

Primeiro realizará um sobrevoo Lua-Terra, depois irá em direção a Vênus (2025), voltará à Terra (2029), antes de tomar seu impulso em direção ao maior planeta do sistema solar e às suas quatro maiores luas, descobertas por Galileu há 400 anos: a vulcânica Io e suas três companheiras de gelo Europa, Ganímedes e Calisto.

Oceanos de água em estado líquido

O sistema de Júpiter tem "todos os ingredientes de um mini-sistema solar", diz Carole Mundell, diretora de ciências da ESA. Sua exploração "facilitará os estudos sobre como funciona nosso sistema solar e como se formam os planetas. E vai conseguir finalmente responder a pergunta: "Estamos sozinhos no universo?", acrescentou a astrofísica.

O objetivo principal da Juice não é encontrar propriamente vida, mas sim ambientes propícios para seu surgimento. Apesar de Júpiter, planeta gasoso, ser inabitável, suas luas Europa e Ganimedes são candidatas ideais: sob suas superfícies de gelo, há oceanos com água em estado líquido e apenas em água nesse estado é possível o surgimento de vida como conhecemos.

Após três anos sobrevoando em repetidas ocasiões Europa, Calisto e Ganímedes, Juice entrará na órbita de Ganímedes em 2034. Essa lua de Júpiter é o maior satélite do sistema solar e o único que possui um campo magnético.

O foguete Ariane 5 com a sonda Juice pronta para lançamento em plataforma na Guiana Francesa. — Foto: ESA/DIVULGAÇÃO
O foguete Ariane 5 com a sonda Juice pronta para lançamento em plataforma na Guiana Francesa. — Foto: ESA/DIVULGAÇÃO

No ano que vem, a Nasa lançará outra missão ao sistema jupiteriano, a Europa Clipper, com destino a esse satélite e que vai chegar um ano antes da Juice, por fazer um caminho mais curto e ter um foguete impulsor mais poderoso.

Missões espaciais anteriores sugerem a presença, sob as espessas camadas de gelo, de um gigantesco oceano, "de várias dezenas de quilômetros, muito mais profundo que os oceanos terrestres", disse Josef Aschbacher.

Uma das perguntas é saber se a água em estado líquido interage com o fundo rochoso para dissolver elementos com potencial nutritivo, uma das condições para o desenvolvimento de um ecossistema.

Com um custo total de 1,6 bilhão de euros (cerca de 1,7 bilhão de dólares, 8,4 bilhões de reais), Juice (Jupiter Icy Moons Explorer) é a primeira missão europeia a explorar um planeta no sistema solar externo, que se inicia depois de Marte.

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quinta-feira, 13 de abril de 2023

Tumba e capelas funerárias de 3,2 mil anos são descobertas em necrópole no Egito

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Os especialistas acreditam as descoberta os ajudarão a desvendar mais informações sobre a necrópole de Saqqara, que funcionava como cemitério de Mênfis, antiga capital egípcia.
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Por Giuliana Vggiano

Postado em 13 de abril de 2023 às 07h30m

 #.*Post. - N.\ 10.756*.#

Tumba de 3,2 mil anos descoberta em necrópole no Egito — Foto: Ministry of Tourism and Antiquities of Egypt
Tumba de 3,2 mil anos descoberta em necrópole no Egito — Foto: Ministry of Tourism and Antiquities of Egypt

Uma tumba e quatro capelas funerárias de 3,2 mil anos foram encontradas no sítio arqueológico de Saqqara, ao sul do Cairo, no Egito. A descoberta foi resultado das escavações de uma equipe de estudiosos do Museu de Leiden, na Holanda, e do Museu Egípcio, em Turim, na na Itália.

Os especialistas acreditam as descoberta os ajudarão a desvendar mais informações sobre a necrópole de Saqqara, que funcionava como cemitério de Mênfis, antiga capital egípcia. Fundada pelo primeiro faraó do Egito, Menés, em 3000 a.C., acredita-se que a necrópole tenha funcionado até 950 d.C.

Tumba

Segundo os historiadores, a tumba pertenceu a Paveshy, mordomo do templo dedicado ao deus Amon, e data de aproximadamente 1.250 a.C., época em que o faraó Ramsés II estava no poder. Na época, túmulos para pessoas importantes, como neste caso, eram grandes e decorados.

Conheça algumas características da tumba de Paveshy:

  • A estrutura está em um pátio retangular de 13,4 por 8,2 metros, possui um pequeno templo, três capelas, algumas colunatas e um poço para as câmaras funerárias subterrâneas.
  • O nome e os títulos de Panehsy são mencionados em hieróglifos: "Panehsy de Mênfis" e "administrador do templo do [deus] Amon".
  • O túmulo está a sul da tumba de Maya, um conhecido alto funcionário responsável pelo tesouro do faraó Tutancâmon.
  • As paredes de tijolos de barro são decoradas com relevos coloridos que mostram cenas de Panehsy, sua esposa Baia, sacerdotes e sacrifícios.
  • Uma das representações mostra o dono do túmulo em adoração à deusa Hathor, que aparece como uma vaca saindo de uma montanha.
  • Outro desenho mostra Panehsy e sua esposa sentados à mesa. Na frente do casal está um sacerdote careca e com pele de leopardo nos ombros que joga água nos dois.
Capelas

As escavações também resultaram na descoberta de quatro pequenas capelas funerárias de outras tumbas no lado leste do túmulo de Panehsy. Em uma delas, os historiadores encontraram a rara representação do dono da tumba com sua família.

Enquanto isso, a análise de outra capela, uma estrutura de um metro quadrado, revelou o nome do proprietário, Yuyu, que é descrito como "o fabricante de folhas de ouro do tesouro do Faraó". Relevos coloridos mostram quatro gerações da família do morto, seu cortejo fúnebre e o ritual de abertura da boca, ápice do funeral, além de deuses e de cenas da vida após a morte.

Restauração da capela funerária de Yuyu, no Egito — Foto: Ministry of Tourism and Antiquities of Egypt
Restauração da capela funerária de Yuyu, no Egito — Foto: Ministry of Tourism and Antiquities of Egypt

A sepultura de Yuyu foi escavada há mais de cem anos, mas depois desapareceu novamente sob a areia.

"A arqueologia hoje visa reconstruir a biografia desses objetos, para que se possa melhor compreender a história econômica e social do antigo Egito. A descoberta da capela de Yuyu é o exemplo disso: partes das portas deste monumento, hoje preservadas no Museu de Picardia, em Amiens [França], podem finalmente ser compreendidas e contextualizadas, disse Christian Greco, diretor do Museu Egípcio, em comunicado.

De acordo com os especialistas, considerando o estado de preservação da capela, é provável que ela tenha sido reutilizada em épocas posteriores. Isso apoia a teoria de que esta parte da necrópole de Saqqara tenha sido utilizada por um longo período, afirmou Mostafa Waziri, secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, em comunicado.

Tumba de 3,2 mil anos descoberta em necrópole no Egito — Foto: Museu Rijksmuseum van Oudheden
Tumba de 3,2 mil anos descoberta em necrópole no Egito — Foto: Museu Rijksmuseum van Oudheden

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Conheça Xangai, a Nova York da China, primeira parada da viagem do presidente Lula

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Tradição e modernidade se misturam na cidade de mais de 25 milhões de habitantes e que está no ranking das maiores do mundo. Templos e jardins milenares ocupam um lado de Xangai. Do outro, estão alguns dos prédios mais altos do mundo.
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Por g1

Postado em 13 de setembro de 2023 às 06h00m

 #.*Post. - N.\ 10.755*.#

Prédios em Xangai parcialmente encobertos por nuvens em setembro de 2022. — Foto: Aly Song/ Reuters
Prédios em Xangai parcialmente encobertos por nuvens em setembro de 2022. — Foto: Aly Song/ Reuters

Xangai, primeira parada da comitiva de Lula na viagem à China, é a maior e mais cosmopolita cidade do país. Com mais de 25 milhões de habitantes, ela está no ranking das maiores cidades do mundo e ganhou o apelido de "a Nova York chinesa", uma alusão ao seu skyline, com prédios gigantescos que ficam às margens do rio Huangpu (veja mais abaixo).

Mas a cidade é muito mais do que o Pudong, região futurista onde está o centro financeiro. Xangai, que teve sua origem há mais de 8.000 mil anos, preserva em sua história a arquitetura colonial do passado. Do outro lado do rio, no bairro Bund, ficam os prédios mais tradicionais e emblemáticos: a Alfândega, o Hong Kong & Xangai Bank e o Peace Hotel, além de restaurantes famosos e o agito da vida noturna.

Xangai ainda se recupera de um lockdown que durou 65 dias no ano passado. Depois da liberação, a cidade reabriu a toda velocidade os negócios, transporte, produção e consumo.

Confira as principais atrações e curiosidades de Xangai:

Tradição: jardins e templos

As tradições chinesas nos hábitos, nas artes e até nos templos religiosos estão de certa forma preservadas na cidade. Museus, galerias de arte e shows animam a cena cultural de Xangai.

🌿 O Jardim YuYuan (Jardim da Felicidade), uma antiga propriedade da Dinastia Ming de 1559, é um dos pontos mais procurados pelos turistas. São pavilhões rodeados por lagos, jardins ornamentais e rochas com as casas vermelhas e de telhados pontudos, imagem tradicional chinesa.

▶️ Entre os templos, o visitante poderá escolher o Cheng Huang Miao (Templo Cidade de Deus), que fica perto do jardim ou o templo Longhua, um dos remanescentes da Antiga Xangai da virada do século 19 para o 20.

Templo em Xangai (Arquivo) — Foto: France Presse
Templo em Xangai (Arquivo) — Foto: France Presse

🖼️ Já o Museu de Xangai é um museu de arte chinesa antiga, que fica na Praça do Povo. Ele é considerado um dos primeiros museus modernos do país, com uma coleção de mais de 120 mil peças. Está lá um dos três espelhos de bronze transparente da Dinastia Han. São 11 galerias e 3 salas especiais de exposições temporárias. Uma delas é só para a história da caligrafia chinesa.

👩‍❤️‍👨 Na Praça do Povo também acontece uma atividade curiosa na cidade. No fim de semana à tarde, mães e pais preocupados com a demora dos filhos em se casar costumam ocupar áreas do espaço verde para fazer propaganda dos seus pupilos em folhas de papel, preenchidas à mão, quase sempre apoiadas em um guarda-chuva (imagem abaixo). Os anúncios trazem idade e altura das moças e rapazes, seguidas de descrições elogiosas e uma série de exigências quanto ao perfil do potencial parceiro(a), mas fotos são raras.

Os arranha-céus de Xangai

Bandeira chinesa em Xangai — Foto: REUTERS
Bandeira chinesa em Xangai — Foto: REUTERS

🏙️ A arquitetura moderna da cidade reúne dezenas de arranha-céus e alguns deles estão na lista dos mais altos do mundo. No skyline da cidade, um dos destaques é a torre da TV Oriental Pearl, que tem 468 metros de altura. O desenho do prédio de 14 andares foi baseado em um poema da Dinastia Tang sobre um som assombrador feito por um alaúde, instrumento parecido com um violão. A torre de TV é aberta à visitação e recebe três milhões de visitantes por ano.

⬆️Já a Shanghai Tower tem 128 andares e 632 metros de altura. O prédio foi inaugurado em 2015, e é o mais alto da China e o segundo mais alto do mundo, superado apenas pelo Burj Khalifa em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

🛎️ Em 2021, um hotel abriu suas portas no topo da torre. O J Hotel pertence ao grupo Jin Jiang International Hotels, propriedade majoritária do Estado chinês e tem 165 quartos. Os preços de alguns quartos também estão nas alturas. Uma suíte iluminada por lustres de cristal e com uma sauna particular pode custar mais de 10 mil dólares.

🌆 O Shanghai World Financial Center também está entre os maiores prédios da cidade. Inaugurado em 2008 ele abriga escritórios, hotéis, espaços de conferências e comércio. O prédio tem 492 metros de altura e 101 andares e também está na lista dos mais altos da China. O edifício ganhou o apelido de "abridor", por causa do seu formato que lembra um abridor de garrafas. O espaço vazio no topo foi projetado para reduzir a pressão do vento.

🙅‍♂️Em 2021, a China decidiu limitar construção de prédios 'faraônicos'. A nova regra faz parte de uma política mais ampla de inibir a construção de "projetos faraônicos" e inclui também uma proibição de "arquitetura feia".

Vista noturna dos prédios em Xangai. Ao fundo, com iluminação azul, o Shanghai World Financial Center, conhecido como 'abridor". — Foto: Leopoldo Godoy/G1
Vista noturna dos prédios em Xangai. Ao fundo, com iluminação azul, o Shanghai World Financial Center, conhecido como 'abridor". — Foto: Leopoldo Godoy/G1

Estação de Longyang, ponto de partida do Maglev de Xangai — Foto: Leopoldo Godoy/G1
Estação de Longyang, ponto de partida do Maglev de Xangai — Foto: Leopoldo Godoy/G1

🚅 A cidade tem uma eficiente rede de transportes, mas sua principal atração é o trem maglev, o único trem de levitação magnética que faz percursos comerciais e chega a uma velocidade máxima de 431 quilômetros por hora.

🕐O maglev faz em cerca de 8 minutos o trajeto de 30 quilômetros que separa o Aeroporto Internacional de Pudong da Estação Longyang Road, em Pudong.

🧲 O maglev utiliza o princípio da atração e repulsão que se cria entre dois campos magnéticos. Tanto o trem como os trilhos possuem potentes eletroímãs, por isso a repulsão permite que o trem se eleve uns centímetros sobre as vias. O turista pode conhecer melhor a história dos trens em uma visita ao museu que fica na parte inferior da Estação Longyang Road.

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terça-feira, 11 de abril de 2023

IPCA sobe 0,71% em março, puxado pela alta da gasolina

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País passa a ter uma inflação acumulada de 4,65% em 12 meses. É o menor valor para a janela anual desde janeiro de 2021.
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Por Raphael Martins, g1

Postado em 11 de abril de 2023 às 10h05m

 #.*Post. - N.\ 10.754*.#

Combustíveis, gasolina — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Combustíveis, gasolina — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador considerado a inflação oficial do país, subiu 0,71% em março, segundo dados divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com isso, o país passa a ter uma inflação acumulada de 4,65% na janela de 12 meses. É o menor valor para 12 meses desde janeiro de 2021.

O grande destaque foi aumento da gasolina, que subiu 8,33% no mês e teve impacto individual de 0,39 ponto percentual no índice. Ainda assim, o IPCA veio abaixo das expectativas de mercado, que eram de 0,77% para março.

O resultado do IPCA vem na sequência de um avanço de 0,84% em fevereiro. Já em março de 2022, o índice teve alta de 1,62%.

Os três primeiros meses de 2023 acumulam alta de 2,09% nos preços. Mais uma vez, oito dos nove grupos de preços registraram alta. Desta vez, porém, foi o grupo Artigos de residência que registrou baixa de 0,27%.

Já na esteira da alta de combustíveis, o grupo de Transportes teve a maior alta do índice em março. Com a subida de 2,11% no mês, o segmento registrou impacto de 0,43 ponto percentual no IPCA.

Na sequência, os grupos de Saúde e cuidados pessoais (0,82%) e Habitação (0,57%) registraram as altas mais relevantes.

Veja o resultado dos nove grupos que compõem o IPCA:

  • Alimentação e bebidas: 0,05%
  • Habitação: 0,57%
  • Artigos de residência: -0,27%
  • Vestuário: 0,31%
  • Transportes: 2,11%
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,82%
  • Despesas pessoais: 0,38%
  • Educação: 0,10%
  • Comunicação: 0,50%

Reoneração de combustíveis

A gasolina ganhou grande destaque nos resultados de março em função da reoneração dos combustíveis determinada pelo governo federal no fim de fevereiro. Os impostos federais haviam sido retirados da cobrança pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para derrubar a inflação em ano eleitoral.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) renovou a desoneração por dois meses, mas reinseriu parcialmente os impostos a partir do dia 1º de março. Desde então, a gasolina passou a ter incidência de R$ 0,47 por litro. O etanol foi reonerado em R$ 0,02 por litro.

"Havia, portanto, a previsão do retorno da cobrança de PIS/COFINS sobre esses combustíveis a partir de 1º de março", diz o analista da pesquisa, André Almeida.

Nos resultados finais do IPCA após um mês da cobrança, a gasolina subiu 8,33% no mês, enquanto o etanol teve alta de 3,20%. No acumulado de 12 meses, contudo, ambos têm quedas de 22,06% e de 19,28%, respectivamente.

Ainda dentro do grupo Transportes — que teve alta de 2,11% no mês — houve quedas relevantes em gás veicular (-2,61%) e óleo diesel (-3,71%). Ao contrário dos demais combustíveis, o diesel continua com a desoneração de impostos federais em vigor até o fim do ano.

Por fim, as passagens aéreas tiveram queda de 5,32% em março, depois de terem recuado outros 9,38% em fevereiro.

Saúde e Habitação em alta

Outros dois grupos de destaque foram Saúde e cuidados pessoais (0,82%), e Habitação (0,57%). Ambas registram desaceleração em março, quando comparadas ao mês de fevereiro.

No primeiro segmento, o resultado foi puxado ainda por reajustes em planos de saúde. A alta de 1,20% segue incorporando as frações mensais dos planos novos e antigos referentes ao ciclo de 2022-2023, segundo o IBGE.

Já no grupo Habitação, o destaque foi a energia elétrica residencial, com alta de 2,23% no mês e peso de 0,09 ponto percentual no índice cheio.

O aumento foi registrado mesmo com a bandeira verde acionada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que não acrescenta custos às tarifas dos consumidores de energia com base no seu consumo mensal.

Essa bandeira está em vigor desde 16 de abril do 2022. Antes, as bandeiras tarifárias emergenciais em meio à crise energética configuraram peso forte no IPCA de 2021.

Serviços

Uma das principais preocupações dos economistas, o Índice Serviços do IPCA teve alta de 0,25% em março. A desaceleração é relevante em relação a fevereiro, quando subiu 1,41%. Ainda assim, a variação em 12 meses está acima do IPCA, marcando 7,63%.

Para Laíz Carvalho, economista para Brasil do BNP Paribas, a desaceleração mais lenta dos serviços e dos núcleos da inflação — métrica que procura ler a tendência do índice sem choques momentâneos — a fazem acreditar que o IPCA deve fechar o ano um pouco acima do patamar atual, na casa dos 6,5%.

"Essa inflação ainda se mostrando persistente não deve dar espaço para o Banco Central baixar os juros nas próximas reuniões. Nossa projeção é que consiga baixar a Selic só no ano que vem", afirma.

Já Claudia Moreno, economista do C6 Bank, diz que os preços de serviços são pressionados pelo mercado de trabalho aquecido, além de sofrerem os efeitos da inércia inflacionária.

"Nossa projeção é que esse comportamento continue até junho (...). No entanto, o IPCA deve voltar a acelerar a partir do segundo semestre, quando o efeito da redução de impostos adotada pelo governo em 2022 tiver saído completamente da base do IPCA", afirma.

O banco projeta que o IPCA termine o ano na casa de 6% neste ano e desacelere para 5% em 2024.

INPC tem alta de 0,64% em março

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) — que é usado como referência para reajustes do salário mínimo, pois calcula a inflação para famílias com renda mais baixa — teve alta de 0,64% em março. Em fevereiro, a alta foi de 0,77%.

Assim, o INPC acumula alta de 1,88% no ano e de 4,36% nos últimos 12 meses. Em março de 2022, a taxa foi de 1,71%.

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segunda-feira, 10 de abril de 2023

O que é a 'zona incerta' do cérebro, que intriga cientistas há quase 150 anos

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Cientistas têm noção de que a zona incerta desempenha um papel em processos-chave do corpo humano, como a memória.
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TOPO
Por BBC

Postado em 10 de abril de 2023 às 14h45m

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Cientistas têm noção de que a zona incerta desempenha um papel em processos-chave do corpo humano, como a memória — Foto: Getty Images via BBC
Cientistas têm noção de que a zona incerta desempenha um papel em processos-chave do corpo humano, como a memória — Foto: Getty Images via BBC

O cérebro humano é um órgão tão poderoso quanto misterioso.

Nesta massa de aproximadamente 1,5 kg habitam cerca de 86 bilhões de neurônios que compõem a massa cinzenta. Isso é quase igual ao número de estrelas na Via Láctea.

Esses neurônios se conectam entre si por meio de sinapses. Estima-se que o número de sinapses no cérebro humano seja próximo a um quatrilhão, ou seja, 1 seguido de 15 zeros.

Os cientistas sabem que essas conexões existem, mas ainda não conseguem descobrir exatamente como e onde toda a informação que chega e sai do nosso cérebro é produzida, armazenada e processada graças a essas sinapses.

Um exemplo desses enigmas do cérebro e da memória é a chamada "zona incerta"uma região sobre a qual há mais perguntas do que respostas.

O primeiro a descrever essa parte do cérebro foi o neuroanatomista suíço Auguste-Henri Forel, em 1877.

"É uma região sobre a qual nada pode ser dito com certeza", escreveu Forel.

Ilustração de uma sinapse entre dois neurônios — Foto: Getty Images via BBC
Ilustração de uma sinapse entre dois neurônios — Foto: Getty Images via BBC

Hoje, quase 150 anos depois, a situação permanece praticamente a mesma. Apesar de todos os avanços da medicina e da tecnologia, ninguém realmente entende o que é a zona incerta.

No entanto, os especialistas têm noção de que a zona incerta desempenha um papel em processos-chave do corpo humano, como a memória.

Mesmo assim, ela ainda é uma parte pouco estudada do corpo.

Mas estudos recentes encontraram novas informações sobre essa região importante, mas negligenciada, do nosso cérebro.

A zona incerta é uma faixa de massa cinzenta localizada na área central do cérebro.

"É como uma folha de neurônios que se estende entre o tálamo e o hipotálamo", disse Huizhong Tao, professor de fisiologia e neurociências da University of Southern California, à BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC.

Ao longo da zona incerta, pelo menos quatro sub-regiões foram identificadas, cada uma associada a um papel específico, que variam de funções motoras e viscerais a excitação e atenção.

A zona incerta também tem sido associada a funções como sono, regulação da dor e aprendizado, explica Huizhong.

E um estudo recente em camundongos mostrou que a zona também pode desempenhar um papel importante na consolidação da memória de longo prazo.

Mas além disso, pouco se sabe sobre os mecanismos sob os quais essa zona do cérebro atua e como se comunica com outras regiões do cérebro para realizar tarefas.

Por exemplo, a zona incerta é uma das poucas regiões comumente visadas para estimulação em pacientes com Parkinson, mas os cientistas não sabem ao certo por que ela tem a capacidade de aliviar os sintomas da doença.

Por que é difícil estudar essa zona?

A zona incerta é uma estrutura fina, localizada no fundo do cérebro, por isso é difícil de estudá-la em pessoas vivas, diz Huizhong.

Além disso, explica o especialista, a composição química e celular dessa membrana é complexa.

Cada uma de suas subdivisões aparentemente tem funções distintas, e seus neurônios envolvem a ação de até 20 neurotransmissores diferentes, dificultando sua análise como um todo.

E, como se isso não bastasse, "sua conexão com outras partes do cérebro é extremamente complexa", diz Huizhong.

A zona incerta se comunica com quase todos os centros dos circuitos neurais, desde o córtex cerebral até a medula espinhal, o que também ajuda a explicar por que ela está envolvida em papéis tão diversos. 
O que se descobriu?

Um estudo recente em camundongos, conduzido pela Universidade de Freiburg e pelo Instituto Max Planck para Pesquisa do Cérebro na Alemanha, encontrou novas evidências de que a zona incerta pode desempenhar um papel fundamental na atenção e na memória duradoura.

A análise mostrou que a zona incerta tem uma conexão particular com o neocórtex cerebral, a maior e mais evoluída região do cérebro.

Nos humanos, o neocórtex é considerado o maior depósito de memórias de longo prazo. Também é responsável por várias das funções cognitivas que nos distinguem, como o raciocínio, a consciência e a linguagem.

Porém, não se sabe exatamente como as memórias e experiências chegam e ficam armazenadas ali.

A zona incerta desempenha um papel na consolidação da memória — Foto: Getty Images via BBC
A zona incerta desempenha um papel na consolidação da memória — Foto: Getty Images via BBC

Sinais internos e externos

Para formar novas memórias, o cérebro deve fazer uma conexão entre os estímulos sensoriais que vêm de fora e os sinais internos que contêm informações de experiências passadas.

Para fazer isso, os neurônios trocam sinais que excitam (ativam) ou inibem (desativam) certas áreas do cérebro conforme necessário.

No passado, os estudos se concentravam em observar o efeito que os sinais de excitação tinham sobre o aprendizado e a memória.

Este novo estudo concentrou-se em sinais inibitórios decorrentes da zona incerta.

Cientistas observaram que a zona incerta desempenha um papel no aprendizado e na memória, não pela excitação de outros neurônios, mas pela inibição.

Essa inibição acaba criando uma "rede de inibição" que desativa certas conexões para otimizar o fluxo de conexões excitatórias em outras áreas.

Essa "rede inibitória" poderia ser comparada a um sistema de semáforos que se coordenam entre si para interromper o tráfego em algumas ruas e, assim, permitir que ele flua mais rapidamente em outras.

"O que observamos foi uma redistribuição completa da inibição dentro do sistema", diz Anna Schroeder, principal autora do estudo.

Por meio desse mecanismo, o resultado líquido é uma excitação dos circuitos do neocórtex para facilitar o aprendizado.

Por que isso é importante?

"Este estudo é muito interessante", diz Huizhong, que não participou da pesquisa.

"Ele oferece novas visões sobre mecanismos neurais para aprendizagem e memória."

Os autores da pesquisa afirmam que entender os mecanismos pelos quais as memórias são formadas pode ser útil para tratamentos contra perda de memória, transtornos de ansiedade ou Parkinson.

Eles ainda mencionam que a zona pode ter implicações para o desenvolvimento de inteligência artificial e desenvolvimento de software.

Por enquanto, porém, eles estão convencidos de que seu estudo serve para "inspirar outros pesquisadores" a continuar procurando pistas para resolver o mistério da zona incerta.

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