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quarta-feira, 22 de março de 2023

A tecnologia que 'captura' carbono da atmosfera para produzir diamantes

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Muitos especialistas acreditam que a tecnologia de remoção de dióxido de carbono é uma das ferramentas cruciais que precisamos usar para evitar uma catástrofe climática nas próximas décadas.
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TOPO
Por Serin Ha, BBC

Postado em 22 de março de 2023 às 11h25m

 #.*Post. - N.\ 10.728*.#

A Aether, com sede em Nova York, nos EUA, produz diamantes cultivados em laboratório a partir do ar — Foto: AETHER
A Aether, com sede em Nova York, nos EUA, produz diamantes cultivados em laboratório a partir do ar — Foto: AETHER

Carbono: um elemento simples que representa problemas muito profundos para nós.

O excesso de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera contribui para o aquecimento global, com uma ameaça de colapso climático irreversível.

No entanto, o carbono também é o bloco de construção essencial de toda a vida. Ela compõe a comida que nos sustenta e fornece a energia que alimenta a economia.

Então, se há tanto carbono no ar e de qualquer maneira precisamos desse elemento para nossa vida diária, por que não usá-lo a nosso favor?

Essa é a ideia de vários projetos que buscam capturar as emissões de gases de efeito estufa diretamente da atmosfera e utilizá-las de forma produtiva.

A Climeworks, da Suíça, e a Carbon Engineering, do Canadá, são duas dessas empresas que usam a tecnologia Direct Air Capture (também conhecida pela sigla em inglês DAC) para extrair CO2 da atmosfera e usá-lo para fazer de tudo — de calças a diamantes.

Mas essas joias, claro, têm um custo.

É assim que uma instalação que captura a poluição em larga escala parece — Foto: CARBON ENGINEERING
É assim que uma instalação que captura a poluição em larga escala parece — Foto: CARBON ENGINEERING

Antes de mais nada, vale ressaltar que a DAC não é uma "bala de prata" — e os próprios representares do setor admitem isso.

O processo de captura e extração de CO2 provavelmente liberará algum carbono no ar. Além disso, a tecnologia ainda é muito cara e a contribuição que ela realmente dá para a remoção dos poluentes do ar é mínima no atual momento.

Mas muitos especialistas acreditam que a tecnologia de remoção de dióxido de carbono (CDR) — que inclui a DAC — é uma das ferramentas cruciais que precisamos usar para evitar uma catástrofe climática nas próximas décadas.

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) — o órgão das Nações Unidas que avalia a ciência relacionada ao tema — concluiu em seu relatório de abril de 2022 que "a implantação de CDR para contrabalançar as emissões residuais difíceis de reduzir é inevitável".

Essa é uma necessidade reconhecida pelo mercado. Grande parte do CO2 capturado será simplesmente armazenado abaixo do solo ou no fundo do mar, mas um setor em crescimento procura utilizar esse elemento essencial em cadeias produtivas.

Dados divulgados pela Reuters em 2021 mostraram que várias startups envolvidas com essa tecnologia conseguiram cerca de US$ 800 milhões de investidores naquele ano para fabricar uma variedade de produtos usando as emissões de CO2. O valor é o triplo do que foi investido em 2020.

A seguir, você confere algumas das coisas interessantes que podem ser feitas a partir do ar poluído.

Diamantes vindos 'do nada'

Os diamantes são basicamente um pedaço extremamente condensado de carbono. A joalheria Aether, sediada em Nova York, nos EUA, produz diamantes a partir do CO2 extraído da atmosfera e garante que todas as etapas do processo são feitas com energia sustentável.

De acordo com Aether, esses diamantes cultivados em laboratório são idênticos do ponto de vista químico e visual aos diamantes extraídos das minas. A única maneira de saber a diferença é fazendo uma análise química mais aprofundada. Eles são até certificados pelo Instituto Gemológico Internacional, da mesma forma que os diamantes "originais".

Mas como os diamantes são feitos a partir da poluição? Primeiro, em parceria com a Climeworks, aspiradores gigantes puxam o ar da atmosfera. Daí, um filtro especial captura o dióxido de carbono e outros poluentes.

O CO2 é então enviado para uma instalação na Europa, onde é convertido em metano de hidrocarboneto, que serve como matéria-prima.

Este, por sua vez, é enviado para o reator da Aether em Chicago, nos EUA, onde calor e pressão extremos permitem "cultivar" os diamantes.

Basicamente, o processo de calor e pressão de um milhão de anos necessário para criar um diamante natural é feito em um laboratório em cerca de três a quatro semanas.

E a Aether não é a única empresa que investe nessa ideia — várias outras ao redor do mundo estão produzindo diamantes similares cultivados em laboratório.

A Vrai, apoiada pelo ator Leonardo DiCaprio, diz que seus diamantes são criados em uma fundição de emissão zero no noroeste do Oceano Pacífico, com 100% de energia hidrelétrica do rio Columbia, nos EUA — a fundição é certificada desde 2017 pela Natural Capital Partners por não produzir um excedente de carbono.

Já a SkyDiamond, sediada no Reino Unido, usa um processo semelhante para fabricar diamantes apenas com energia renovável, carbono e água da chuva.

Calças de ioga e muito mais…

A LanzaTech, com sede em Chicago, também nos EUA, é uma startup de transformação de carbono, cujo "produto" é usado para fazer de tudo, desde calças de ioga a recipientes para alimentos e sabão em pó.

A LanzaTech é especializada na conversão do carbono liberado por plantas industriais de etanol. Esse material serve para alimentar uma espécie de bactéria anaeróbia geneticamente modificada.

Essas bactérias—- identificadas pela primeira vez décadas atrás em fezes de coelho — metabolizam o gás e produzem um etanol sustentável, que pode ser usado para fazer uma variedade de materiais sintéticos.

Em parceria com a varejista de roupas esportivas Lululemon — famosa por suas calças de ioga — a empresa criou o primeiro fio de tecido do mundo feito a partir de emissões de carbono recicladas.

Um concreto mais resistente

Ao contrário da captura de CO2 que se baseia em ventiladores gigantescos, a Heirloom, com sede na Califórnia, nos EUA, usa calcário para capturar diretamente o carbono.

A empresa então armazena esse material de forma permanente e segura no subsolo ou em materiais como o concreto.

A tecnologia funciona da seguinte maneira: o calcário, composto de óxido de cálcio (CaO) e CO2, é um dos depósitos de carbono mais vitais do planeta.

Ao ser triturado e aquecido, o CO2 é liberado e o CaO restante age como uma "esponja", que absorve parte desse CO2 — que pode retornar ao estado natural de calcário.

A Heirloom coloca essas rochas "famintas" por CO2 em enormes bandejas, que são empilhadas umas sobre as outras como mini-edifícios. Isso acelera aquela propriedade natural do calcário, reduzindo o tempo de absorção de CO2 de alguns anos para apenas três dias.

Em parceria com a empresa de concreto CarbonCure, do Canadá, a tecnologia está servindo como uma tentativa de "mineralizar" o gás no concreto.

Quando o CO2 reciclado é misturado ao processo de fabricação de concreto, ele torna a massa muito mais forte — o que a parceria diz ser um cenário em que todos saem ganhando, tanto o clima quanto a indústria de construção.

O próprio concreto tem sido parte do problema climático, pois responde por cerca de 8% das emissões globais de carbono. Portanto, usá-lo para armazenar o CO2 reciclado de forma permanente é uma solução atrativa.

O fato de o concreto ser tão amplamente utilizado e atualmente não ter substituto real também é uma vantagem. Adicionar o CO2 ao concreto reduz a necessidade de acrescentar mais cimento à massa (e esse é ingrediente com a maior pegada de carbono).

A Heirloom diz que pretende usar o poder natural do calcário para remover um bilhão de toneladas de CO2 até 2035, usando a tecnologia DAC "mais econômica do mundo".

Podemos confiar na DAC?

Um ventilador gigante suga o ar, que é então exposto a uma solução química para capturar o CO2 — Foto: CARBON ENGINEERING
Um ventilador gigante suga o ar, que é então exposto a uma solução química para capturar o CO2 — Foto: CARBON ENGINEERING

Embora possamos fazer muitas coisas com CO2 capturado do ar, a DAC ainda é uma tecnologia muito incipiente — e extremamente cara.

De acordo com um relatório de maio de 2022 do Instituto Mundial de Recursos, existem 18 usinas DAC de tamanhos variados, que capturam pouco menos de 8 mil toneladas de CO2 por ano. Isso equivale apenas às emissões anuais de cerca de 1.740 carros.

O custo da DAC varia de US$ 250 a US$ 600 por tonelada de CO2 extraída —portanto, é muito mais cara do que o reflorestamento, que normalmente custa menos de US$ 50 a tonelada.

Parte do motivo pelo qual a DAC é tão difícil e cara é porque o CO2 está muito diluído na atmosfera, em cerca de 400 partes por milhão (ppm) no ar. Para comparar, se houvesse 5 mil bolas de tênis representando as moléculas do ar, apenas duas delas seriam de CO2.

Mas Peter Psarras, professor assistente de pesquisa em engenharia química e biomolecular da Universidade da Pensilvânia, nos EUA, diz que é importante começar e estudar o assunto.

"O problema é que estamos sem tempo. Por isso, a DAC e outros CDR precisam assumir um papel tão importante para alcançarmos as metas climáticas", disse à BBC. "Temos que começar hoje, [caso contrário] não seremos capazes de escalar a tecnologia a tempo."

Ele acrescenta que a DAC é uma das tecnologias mais simples de estudar e verificar os resultados, porque a comunidade científica tem uma "sólida compreensão da engenharia".

"A DAC está acontecendo em tempo real e você pode ver isso na prática. É possível observar o CO2 por meio de um [sistema] para o subsolo. [A DAC é] durável, fácil de monitorar e verificar, mas vem com um custo."

"Compare isso com uma floresta, que tem uma série de variáveis que podem impactar a quantidade de CO2 que entra e sai dali. Medir isso é infinitamente mais complexo", conclui o especialista.

- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/articles/cgx49z1z40xo

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Planeta está sob risco iminente de escassez de água, diz ONU

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O aviso veio num relatório divulgado antes da conferência das Nações Unidas sobre a água, que começa nesta quarta-feira (22).
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Por Bom Dia Brasil

Postado em 22 de março de 2023 às 10h05m

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Planeta está sob risco iminente de escassez de água, diz ONUPlaneta está sob risco iminente de escassez de água, diz ONU

Relatório da ONU mostra que o planeta Terra está sob risco iminente de escassez de água. O aviso foi divulgado no Dia Mundial da Água e um dia antes da conferência das Nações Unidas sobre a água, que começa nesta quarta-feira (22).

Representantes de governos e da sociedade civil do mundo inteiro vão debater por três dias os desafios globais na sede da ONU em Nova York.

No relatório, a ONU afirma que a população está seguindo um caminho perigoso de consumo vampiresco da água.

Em Bagé, moradores têm que racionar água — Foto: Reprodução/TV Globo
Em Bagé, moradores têm que racionar água — Foto: Reprodução/TV Globo

O documento alerta que a escassez de água está se tornando um problema endêmico, por causa de três fatores - poluição, demanda exagerada e, claro, as mudanças climáticas.

Os cientistas afirmam que 3,5 bilhões de pessoas - ou seja, quase metade da população global - já enfrentam condições de estresse hídrico durante uma parte do ano. Pelo menos 2 bilhões de pessoas não têm acesso a água potável e até 3,6 bilhões de pessoas não dispõem de condições mínimas de saneamento básico.

O relatório faz ainda uma projeção: nas cidades, o número de pessoas que vai enfrentar escassez de água pode chegar a 2,5 bilhões até 2050 - quase o dobro com relação a dados de 2016.

Os responsáveis pelo estudo afirmam que somente uma gestão efetiva e cuidados da água pode garantir recursos no futuro.

Veja a reportagem completa no vídeo acima.

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terça-feira, 21 de março de 2023

IPCC: ações urgentes contra mudanças climáticas ainda podem garantir ‘futuro habitável’ na Terra

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Em novo relatório publicado nesta segunda-feira (20), painel da ONU faz um resumo final do consenso científico dos últimos anos sobre o aquecimento do planeta, mas alerta que ritmo atual das ações globais é ‘insuficiente’.
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Por Roberto Peixoto, g1

Postado em 21 de março de 2023 às 09h00m

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Manifestação do 'Fridays For Future' em Berlim, Alemanha, em alerta às mudanças climáticas na Terra. — Foto: AP Photo/Michael Sohn, File
Manifestação do 'Fridays For Future' em Berlim, Alemanha, em alerta às mudanças climáticas na Terra. — Foto: AP Photo/Michael Sohn, File

Após uma semana de negociações, o IPCC, Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU, divulgou nesta segunda-feira (20) o relatório síntese do seu atual ciclo de avaliações sobre o aquecimento global provocado pelo homem - o próximo só deve ser publicado no final desta década.

O documento não traz novos estudos, mas sim um resumo final do conteúdo dos seis últimos relatórios elaborados pelo painel, reconhecido mundialmente como a fonte mais confiável de informações sobre as mudanças do clima.

Nele, os cientistas alertam que ainda há esperança para a ação global frente à estabilização da emissão de gases de efeito estufa na atmosfera, embora muito ainda precise ser feito para evitar o colapso climático do nosso planeta.

Este Relatório Síntese ressalta a urgência de tomar medidas mais ambiciosas e mostra que, se agirmos agora, ainda podemos garantir um futuro sustentável habitável para todos, disse o presidente do IPCC, Hoesung Lee.

A integração de ações climáticas efetivas e equitativas não apenas reduzirá perdas e danos à natureza e às pessoas, mas também proporcionará benefícios mais amplos.

Entre suas principais conclusões, o relatório que tem 93 autores também pontua que existem várias opções viáveis e eficazes para nos adaptarmos às mudanças climáticas e reduzirmos globalmente as emissões de poluentes.

Apesar disso, o IPCC também relembra que esse desafio continua cada vez maior, já que as demandas vistas como fundamentais para que o aquecimento do planeta não ultrapasse o limite de 1,5°C até o fim do século vêm sendo implementadas num ritmo considerado insuficiente pelos membros do painel.

Para chegar lá, segundo os atuais cálculos do IPCC, precisamos reduzir as emissões globais pela metade até 2030 [48%] e até 99% até 2050.

A humanidade está num gelo fino – e esse gelo está derretendo rapidamente, disse o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres.

Nosso mundo precisa de ação climática em todas as frentes – tudo, em todos os lugares, ao mesmo tempo", acrescentou. 

Principais conclusões do relatório síntese
  • O uso de combustíveis fósseis está impulsionando de forma esmagadora o aquecimento global;
  • A temperatura global da superfície aumentou mais rapidamente desde 1970 do que em qualquer outro período de 50 anos durante os últimos 2000 anos;
  • Para manter o aquecimento em 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais, as emissões de gases de efeito estufa devem ser reduzidas de forma profunda, rápida e sustentável em todos os setores;
  • Para chegar lá, segundo os atuais cálculos do IPCC, precisamos reduzir as emissões globais pela metade até 2030 [48%] e até 99% até 2050;
  • Os atuais níveis de financiamento para o clima são altamente inadequados, e ainda pesadamente ofuscados pelos fluxos financeiros para as energias fósseis;
  • A mudança climática reduziu a segurança alimentar e afetou a segurança da água, e os eventos de calor extremo estão aumentando as taxas de mortalidade e doenças;
  • Apesar da crescente conscientização e criação de políticas, o planejamento e a implementação da adaptação estão ficando aquém do necessário;
  • Para que o nosso mundo seja sustentável e igualitário, precisamos tomar as medidas certas agora;
  • Um futuro resiliente e habitável ainda está disponível para nós, mas as ações tomadas nesta década para produzir cortes de emissões profundos, rápidos e sustentados representam uma janela rapidamente estreita para a humanidade limitar o aquecimento a 1,5°C com mínimo ou nenhum excesso.
Correndo contra o tempo

Na última conferência do clima da ONU, a COP27, o documento final assinado pelos mais de 200 países-membros contemplou pela primeira vez na história uma resolução sobre um tipo de financiamento climático a países vulneráveis à crise do clima.

Chamado de perdas e danos, esse fundo era uma das questões-chave da cúpula do ano passado e uma demanda antiga de países em desenvolvimento.

Apesar de essa ser uma grande conquista apontada por especialistas, a COP 27 de Sharm El-Sheikh também foi tida como muito insuficiente em outros aspectos.

O texto final da Conferência das Partes da ONU, por exemplo, não trouxe avanços sobre o uso dos poluentes combustíveis fósseis nem colocou um limiar no pico de emissões globais de gases de efeito estufa até 2025, duas demandas vistas como fundamentais para que o aquecimento do planeta não ultrapasse o limite de 1,5°C.

Aumento da temperatura global — Foto: Arte/G1
Aumento da temperatura global — Foto: Arte/G1

Esse é o limiar de aumento da taxa média de temperatura global que temos que atingir até o final do século para evitar as consequências da crise climática. A taxa é medida em referência aos níveis pré-industriais, a partir de quando as emissões de poluentes passar a afetar significativamente o clima global.

Para chegar lá, segundo os atuais cálculos do IPCC, precisamos reduzir as emissões globais pela metade até 2030 [48%] e até 99% até 2050, algo que somente é possível se atingirmos um pico antes de 2025.

O presidente do IPCC, Hoesung Lee, durante a COP 27, a cúpula do clima da ONU de 2022. — Foto: AP Photo/Peter Dejong
O presidente do IPCC, Hoesung Lee, durante a COP 27, a cúpula do clima da ONU de 2022. — Foto: AP Photo/Peter Dejong

Por isso, diversas reivindicações permanecem em aberto e devem ser discutidas até a próxima cúpula da ONU este ano, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

E o relatório síntese terá um papel fundamental na cúpula, já que esta será a primeira conferência a analisar os esforços globais para reduzir as emissões desde o acordo de Paris, e incluirá petições de países mais pobres que pedem por mais ajuda.

(VÍDEO: IPCC: três próximos anos são cruciais pra manter o aquecimento do planeta dentro da meta do Acordo de Paris.)

IPCC: três próximos anos são cruciais pra manter o aquecimento do planeta dentro da meta do Acordo de ParisIPCC: três próximos anos são cruciais pra manter o aquecimento do planeta dentro da meta do Acordo de Paris
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Por que cientistas discutem criação de fuso horário na Lua

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A Agência Espacial Europeia (ESA) argumentou que combinar um fuso horário para a Lua não apenas tornará mais fácil para diferentes agências espaciais trabalharem juntas, mas também pode ajudar a ter orientação e navegação mais precisas na superfície lunar.
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Por BBC

Postado em 21 de março de 2023 às 07h30m

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Relógios correm mais rápido na Lua do que na Terra — Foto: Getty Images via BBC
Relógios correm mais rápido na Lua do que na Terra — Foto: Getty Images via BBC

Que horas são na Lua? No momento, ninguém tem certeza.

O tempo na órbita da Terra geralmente é o mesmo que na região correspondente do planeta, mas como diferentes países planejam viajar e trabalhar na superfície lunar nos próximos anos, há um debate sobre se não seria uma boa ideia ter um horário lunar oficial.

A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) argumentou que combinar um fuso horário para a Lua não apenas tornará mais fácil para diferentes agências espaciais de todo o mundo trabalharem juntas, mas também pode ajudar a ter orientação e navegação mais precisas na superfície lunar.

Agentes espaciais europeus dizem que uma única agência espacial teria que ser a responsável por estabelecer qual deveria ser o horário lunar.

Também seria necessário tomar uma decisão sobre se deveríamos seguir o fuso horário de um país aqui na Terra ou se deveríamos ter um horário específico para a Lua.

A cronometragem do tempo na Lua pode ser complicada pois os relógios funcionam um pouco mais rápido na superfície lunar - um dia de 24h em um relógio lunar tem 56 microssegundos a menos do que na Terra. Pode parecer pouco, mas é uma diferença que vai se acumulando. Isso acontece porque a Lua tem uma gravidade mais fraca do que a Terra.

Normalmente, as missões de curto prazo para a Lua usam antenas de rádio para tentar manter o equipamento sincronizado com o tempo na Terra, mas especialistas da ESA dizem que esse método pode não ser adequado a longo prazo conforme os humanos comecem a manter uma permanência maior no satélite natural da Terra.

Bernhard Hufenbach, da ESA, diz que estabelecer um fuso horário na Lua significará que o mesmo pode ser feito para futuras visitas a outros locais no espaço, como Marte.

Ele disse ainda que é preciso pensar na praticidade para os astronautas trabalhando na superfície lunar. Ele também listou certos desafios, como áreas da Lua onde um dia dura quase um mês terrestre e noites geladas que duram duas semanas (devido a diferença no tempo de rotação do astro).

Os EUA, a Índia, a Rússia e o Japão planejam missões à Lua neste ano.

A primeira visita humana à Lua em mais de 50 anos está programada para 2025, com a missão Artemis, da Nasa, que levará a primeira mulher e o próximo homem à superfície lunar.

O que é um fuso horário?

O tempo é dividido ao redor do globo em fusos horários usando linhas imaginárias chamadas meridianos. Eles vão do Pólo Norte ao Pólo Sul.

Uma dessas linhas imaginárias passa por Greenwich, em Londres, que estabelece o Greenwich Mean Time, ou GMT.

Países que estão à leste do Reino Unido (como o Japão) estão à frente desse horário base e países que estão à oeste (como o Brasil) estão atrasados.

O Brasil tem mais de um fuso, mas o que é seguido na maior parte do país é o fuso horário de Brasília, que é equivalente a menos 3 horas do horário em Greenwich, ou seja, é -3 GMT.

Isso significa que quando são 8h da manhã no Brasil, é 11h da manhã em Londres (a não ser que seja horário de verão em algum dos países).

- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/articles/c0363yk190jo

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segunda-feira, 20 de março de 2023

Com mercado em desaceleração, montadoras adotam férias coletivas em fábricas do Brasil

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Fábricas da Volkswagen, General Motors, Hyundai e Stellantis terão paralisação na produção nos próximos dias. Medida visa evitar criação de estoque, já que as vendas não estão positivas.
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Por g1 Vale do Paraíba e Região

Postado em 20 de março de 2023 às 18h20m

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Montadoras de carro adotam férias coletivas por queda nas vendas e desaceleração do mercado  — Foto: Reprodução
Montadoras de carro adotam férias coletivas por queda nas vendas e desaceleração do mercado — Foto: Reprodução

Com o mercado em desaceleração, ao menos quatro montadoras anunciaram férias coletivas entre março e abril em suas fábricas no Brasil. As paralisações na produção vão ocorrer em unidades da General Motors, Hyundai, Volkswagen e Stellantis, que reúne marcas como Fiat, Peugeot, Citröen.

Além da falta de componentes para produção, as paradas visam adequar a produção à demanda do mercado. Na prática, as montadoras vão pisar no freio para evitar a formação de grandes estoques, motivados pelo atual cenário econômico.

Um dos motivos é a alta inflação - o aumento no preço dos carros vem desde o final de 2020 e tem sido sentido cada vez mais. Recentemente, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) informou que a demanda realmente dava sinais de desaceleração para 2023.

Montadoras de carro adotam férias coletivas por queda nas vendas e desaceleração do mercado  — Foto: Thomas Peter/Reuters
Montadoras de carro adotam férias coletivas por queda nas vendas e desaceleração do mercado — Foto: Thomas Peter/Reuters

Durante coletiva de imprensa em fevereiro, o presidente da associação, Márcio de Lima Leite, explicou que, apesar de um aumento de quase 13% nas vendas em janeiro, era esperado um crescimento maior. Na ocasião, ele alertou sobre a necessidade de redução da taxa de juros para volta do crescimento do setor.

"O desempenho do primeiro bimestre, limitado pelas condições de crédito e oferta de suprimentos, reforça a necessidade de promover o reaquecimento do mercado e as cadeias locais de produção, disse Leite.

Até aqui, ao menos quatro montadoras confirmaram férias coletivas para adequar a produção e evitar a criação de estoque no país. São elas: Volkswagen, General Motors, Hyundai e Stellantis.

O g1 entrou em contato com as empresas para entender a adoção da medida. Confira abaixo:

Volkswagen

A montadora alemã confirmou que dará férias coletivas a dois mil trabalhadores na fábrica de Taubaté (SP). Serão 10 dias, que começam na próxima segunda-feira (27).

De acordo com a fabricante, a medida tem como objetivo a manutenção da linha de produção da unidade e ainda a instabilidade na cadeira de fornecimento de componentes, como por exemplo os semicondutores.

Fábrica da Volkswagen em Taubaté — Foto: Volkswagen/Divulgação
Fábrica da Volkswagen em Taubaté — Foto: Volkswagen/Divulgação

General Motors

Outra fabricante da região do Vale do Paraíba a adotar férias coletivas foi a General Motors. A medida atingirá três mil funcionários da unidade de São José dos Campos (SP) - cerca de 80% da área de produção – e também terá início no próximo dia 27.

A empresa não respondeu aos questionamentos feitos pelo g1, mas o Sindicato dos Metalúrgicos da cidade explicou que o objetivo também é ajuste de estoque por conta da desaceleração do mercado e queda das vendas.

Fábrica da GM em São José dos Campos  — Foto: GM/Divulgação
Fábrica da GM em São José dos Campos — Foto: GM/Divulgação

Hyundai

A multinacional sul-coreana informou que concede férias a partir desta segunda-feira (20) até o dia 2 de abril. São afetados 2 mil colaboradores de três turnos de produção e equipes administrativas de sua fábrica de veículos em Piracicaba (SP). Não estão incluídas operações da fábrica de motores, na mesma unidade, que seguirão normalmente.

De acordo com o comunicado enviado pela empresa, a decisão visa adequar os volumes de produção para o mês de março, evitar estoque e acompanhar dinâmica do mercado interno de veículos para o primeiro trimestre.

Ainda segundo a Hyundai, os volumes de produção programados para os outros meses do ano permanecem programados.

Produção de veículos na fábrica da Hyundai, em Piracicaba (SP) — Foto: Divulgação/Hyundai
Produção de veículos na fábrica da Hyundai, em Piracicaba (SP) — Foto: Divulgação/Hyundai

Stellantis

Dona das marcas Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën, a gigante franco-ítalo-americana informou que adotará férias coletivas na planta de Goiana (PE) a partir da próxima quarta-feira (22). A medida seguirá até o dia 10 de abril e atinge um de três turnos de trabalha na fábrica.

A partir do dia 27 de março, os demais turnos também serão interrompidos e retornarão no dia 6 de abril.

De acordo com a multinacional, o objetivo também é ajustar o volume de produção à demanda disponível no momento.

Produção de veículos na fábrica da Stellantis em Goiana (PE) — Foto: Divulgação/Stellantis
Produção de veículos na fábrica da Stellantis em Goiana (PE) — Foto: Divulgação/Stellantis

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