Objetivo:
“Projetando o futuro e o desenvolvimento autossustentável da sua empresa, preparando-a para uma competitividade e lucratividade dinâmica em logística e visão de mercado, visando sempre e em primeiro lugar, a satisfação e o bem estar do consumidor-cliente."
Revista científica é considerada uma das mais relevantes no mundo. Texto compara Bolsonaro com Trump, lista retrocessos e diz que o PT fez 'grandes investimentos' em ciência e atuou contra o desmatamento. <<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>> Por g1 Postado em 26 de outubro de 2022 às 21h30m #.*Post. - N.\ 10.526*.#
Editorial da Nature diz que reeleição de Bolsonaro é ameaça à ciência, à democracia e ao meio ambiente — Foto: Reprodução
Um editorial da revista científica "Nature" publicado nesta terça-feira
(25) afirma que só há uma escolha na eleição do Brasil, e que um
segundo mandato para o presidente Jair Bolsonaro (PL) representaria uma
ameaça à ciência, à democracia e ao meio ambiente.
No texto de opinião que tem o título "There’s only one choice in Brazil’s election — for the country and the world",
a revista começa lembrando que, logo após a eleição de Bolsonaro há
quatro anos, sinalizou que a vitória do ex-capitão era ruim para a
ciência e para o meio ambiente.
Na avaliação da revista, "o histórico de Bolsonaro é de arregalar os
olhos". Ela cita que o meio ambiente foi devastado (desmatamento quase
dobrou desde 2018) após o presidente retirar proteções legais, e lembra
que Bolsonaro desrespeitou direitos indígenas.
A "Nature" ainda lembra que Bolsonaro seguiu seu "colega populista"
Donald Trump ao ignorar os alertas da ciência sobre a Covid-19. Atuou
contra a vacinação usando questionamento sobre a segurança e eficácia
das doses. A revista ainda lembra que houve diminuição no financiamento
para ciência e inovação.
Como contraponto, a revista diz que o Partido dos Trabalhadores fez
"grandes investimentos" em ciência, criou proteções ambientais, ampliou
oportunidades em educação e criou um programa de transferência de
dinheiro para os pobres, o Bolsa Família.
"Ao contrário de Bolsonaro, Lula não procurou lutar contra
pesquisadores. Ele prometeu alcançar o desmatamento 'zero líquido' e
proteger as terras indígenas se eleito", escreveu a Nature
Após levantar os pontos positivos neste contraponto, a revista lembra a
condenação e a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva por 19 meses e a
posterior anulação da condenação.
"Nenhum líder político chega perto de ser perfeito. Mas os últimos
quatro anos do Brasil são um lembrete do que ocorre quando aqueles que
elegemos desmantelam ativamente as instituições destinadas a reduzir a
pobreza, proteger a saúde pública, impulsionar a ciência e o
conhecimento, proteger o meio ambiente e defender a justiça e a
integridade das evidências", afirma a "Nature".
O texto termina afirmando que os eleitores têm uma oportunidade valiosa
para começar a reconstruir o que Bolsonaro derrubou. "Se Bolsonaro
conseguir mais quatro anos, o dano pode ser irreparável", finaliza o
editorial.
Revista Nature destaca frustração de cientistas com governo brasileiro
A Grande Mancha de Lixo do Pacífico é um enorme aglomerado flutuante de lixo plástico no maior oceano do mundo – mas não é a única. Os cientistas estão agora tentando descobrir como é possível limpá-las. <<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>> Por BBC 25/10/2022 17h22 Atualizado há um dia Postado em 26 de outubro de 2022 às 20h15m #.*Post. - N.\ 10.525*.#
Boa parte do lixo que chega aos oceanos fica perto da costa e acaba sendo trazida de volta para terra — Foto: Getty Images
Reach Penaflor tem uma missão.
Desde 2009, ele trabalha em conjunto com o grupo River Warriors
("Guerreiros do Rio", em tradução livre), que se dedica a limpar os
estuários que deságuam no rio Pasig, que atravessa a maior área urbana
das Filipinas - a região metropolitana da capital do país, Manila,
conhecida pelos seus odores nocivos. Os cientistas afirmam que o Pasig é
o rio que mais contribui para a poluição do ambiente marinho.
Quando a limpeza começou, havia tanto lixo sólido na água que ele
precisou ser removido manualmente. Mulheres voluntárias percorriam as
águas poluídas, quase sem roupas de proteção, antes que pudesse começar a
dragagem.
"Elas precisavam cavar fundo para retirar as coisas, usando apenas
luvas para sua proteção", relembra Penaflor. "Eu decidi ir trabalhar com
elas e só consegui por meio dia. Não parava de me coçar e não conseguia
me livrar daquele mau cheiro."
Penaflor e seus colegas conhecem a reputação duvidosa do rio Pasig e a
tarefa hercúlea de tentar mudar essa situação. As Filipinas são um dos
maiores geradores de poluição marinha da Ásia - e, de forma talvez
surpreendente, a maior parte desse lixo acaba perto do litoral.
Britta Denise Hardesty, principal cientista de pesquisa dos oceanos e
da atmosfera da Organização de Pesquisa Industrial e Científica da
Comunidade Britânica (CSIRO, na sigla em inglês - o organismo nacional
de pesquisa da Austrália), afirma que existem muitos conceitos errôneos
envolvendo o lixo que vemos no oceano.
Existem lugares onde podemos ver o lixo flutuando na nossa linha de
visão, mas, em outros, as correntes oceânicas podem carregar o material
para o mar e fazer com que ele se acumule em sopas de plástico em locais
distantes, como a Grande Mancha de Lixo do Pacífico, entre o Havaí e a
costa oeste dos Estados Unidos.
Fragmentos plásticos que não chegam ao mar aberto podem boiar vagando
por anos, servindo de abrigo para a vida marinha — Foto: Alamy
Muito já se falou sobre a Mancha do Pacífico, mas ela é apenas um dos
giros - correntes oceânicas em circulação - que se movem ao longo dos
oceanos do planeta em um círculo sem fim.
Os giros são parte de uma "esteira transportadora oceânica" dirigida
pelas correntes que se movem ao longo da superfície dos oceanos, fluindo
no sentido horário, no norte, e anti-horário, no sul. E, como as
correntes também se comportam como imensas banheiras de hidromassagem,
elas acabam empurrando fragmentos para mais perto do centro, onde podem
acumular-se em concentrações mais altas, devido à redução da ação dos
ventos e das ondas.
Britta Baechler, gerente sênior de pesquisas sobre plásticos nos
oceanos da organização ambiental Ocean Conservancy, afirma que "ao todo,
existem cinco grandes giros oceânicos".
"Todos os cinco giros são grandes sistemas de correntes oceânicas
circulares que acumulam objetos flutuantes, incluindo plásticos",
explica ela, mas "o Giro do Pacífico norte é o giro oceânico mais
pesquisado e sabemos menos sobre os outros quatro". Os outros giros
ficam no Pacífico Sul, no Atlântico Norte e Sul e no Oceano Índico, além
de diversos outros giros menores.
"O que é importante saber ou observar é que a maior parte do plástico
ou do lixo perdido no meio ambiente não vai para esses bolsões", afirma
Hardesty. "Ele não vai para o meio do oceano. A maioria dos nossos
fragmentos, na verdade, fica presa na vegetação litorânea em terra."
De fato, a maior parte dos fragmentos que podem ser encontrados no
oceano já está por lá. Pelo menos a metade vem de navios pesqueiros que
entram e saem de águas internacionais e inclui redes e equipamento de
pesca perdido ou abandonado. Em seguida, vem o material que era
transportado pelo oceano e acabou sendo perdido no mar.
O Conselho Mundial de Transporte Marítimo estima que, em média, 1.382
contêineres sejam perdidos todos os anos, devido a fortes ventos e marés
altas. Mas esse número pode ser muito maior, pois as perdas de
contêineres varridos dos navios somente são relatadas quando se sabe que
eles estão transportando materiais perigosos.
O plástico que fica à deriva decompõe-se em microplásticos menores, que
já foram encontrados na areia da praia em todo o mundo — Foto: Alamy
Uma das perdas de contêineres mais conhecidas do século 20 envolveu
mais de 29 mil brinquedos de banho, incluindo patos, tartarugas, sapos e
castores de brinquedo, embarcados da China para os Estados Unidos em
1992. Esses patos depois chegaram ao noticiário, quando começaram a
aparecer em praias nos Estados Unidos - e continuaram a ser encontrados
por mais de duas décadas depois do incidente.
Pode parecer que se trata de uma boa notícia, mas nem tudo é positivo.
Hardesty explica que, se existirem centenas de toneladas de lixo
caminhando pelo oceano, outros produtos flutuantes podem ainda chegar à
zona do litoral, que se estende até cerca de 8 km da costa. E, dali, uma
combinação de ventos, correntes e ondas pode destruir o lixo e levar os
fragmentos até milhares de quilômetros de distância do seu ponto de
origem.
"Sabemos [por exemplo] que existem objetos que viajaram do Japão até a
costa oeste dos Estados Unidos em menos de um ano depois que o tsunami
[de 2011] carregou objetos grandes, como motocicletas e atracadouros
flutuantes através do Oceano Pacífico em um ou dois anos", relembra ela.
São principalmente os objetos flutuantes levados pelas correntes
oceânicas que podem acabar fazendo parte da Grande Mancha de Lixo do
Pacífico, que foi apresentada pela primeira vez pelo oceanógrafo
americano Curtis Ebbesmeyer, em 1997. Ele passou décadas estudando e
rastreando fragmentos no oceano, até descrever a mancha como um dos
"pontos geológicos mais importantes" do planeta.
Por que o plástico?
A poluição dos oceanos fez com que os giros se tornassem massas
flutuantes em forma de sopa de microplásticos, resultantes da
decomposição física que começa assim que o plástico escapa para o mar.
Materiais orgânicos mais pesados, como madeira e metais, podem
degradar-se ou afundar até o fundo do mar. Mas o plástico se decompõe
perto da superfície, como reação física à abrasão, exposição prolongada
aos raios ultravioleta e degradação pelo contato prolongado com a água.
A decomposição dos pedaços de plástico maiores em fragmentos ou pedaços
menores, devido à sua exposição às forças físicas, como o vento ou as
ondas, cria os microplásticos que infestam nossos oceanos hoje em dia.
Estudos demonstraram que esses pedaços podem medir menos de um terço de
milímetro e compõem até 60% dos fragmentos plásticos flutuantes no Giro
do Pacífico Norte. Mas não se sabe exatamente quanto plástico acaba se
acumulando no centro dos giros.
Entre 2016 e 2017, a Fundação de Pesquisas Marinhas Algalita, com sede
nos Estados Unidos, explorou o Pacífico Sul. Ela recolheu amostras do
Giro Subtropical do Pacífico Sul e encontrou o que eles acreditavam
serem altas concentrações de fragmentos plásticos, mas suas quantidades
não foram reveladas.
A fundação não tinha certeza se aquelas concentrações estavam acima dos
níveis normais. Por isso, eles procuraram obter mais dados para estudar
o que poderia ser um grande erro de estimativa da quantidade de
plástico encontrada atualmente nos oceanos do planeta.
Antes daquele estudo, em 2014, acreditava-se que os giros tivessem
apenas 200 a 600 g de resíduos plásticos por quilômetro quadrado. Mas,
atualmente, Baechler afirma que "as pesquisas existentes indicam que
outros giros podem acumular muito menos resíduos plásticos em comparação
com o Giro do Pacífico Norte".
Amostragens concluíram, por exemplo, que a quantidade média de plástico
no Giro do Pacífico Sul é de 26.898 partículas por quilômetro quadrado.
E, em média, existem 20.328 itens por quilômetro quadrado no giro
subtropical do Atlântico Norte, em comparação com mais de 700 mil
partículas por quilômetro quadrado encontradas no Pacífico Norte.
Enquanto o Programa Ambiental das Nações Unidas estima que existem hoje
de 75 a 199 milhões de toneladas de plástico nos oceanos, não há como
ter certeza de quanto desse plástico está chegando aos giros, já que um
grande percentual fica preso perto do litoral.
Hardesty afirma que a quantidade de plástico encontrada nos oceanos vem
acompanhando a produção mundial de plástico e aumenta em 1,5 a 2% todos
os anos.
"Estamos encontrando cada vez mais plástico nos oceanos", afirma ela.
"E, como esses giros ou áreas de acúmulo estão onde os agregados de
plástico estão se reunindo, é bem razoável observar, pensar e esperar
que, sim, estamos vendo um aumento do plástico também nessas áreas de
acúmulo, os principais giros."
A superfície desses giros de lixo pode ser uma visão desagradável, mas o
que mais preocupa os pesquisadores é o que acontece embaixo.
"Um estudo coletou amostras da superfície do Giro do Pacífico Norte ao
longo de um período de 22 anos (1986-2008) e concluiu que, apesar do
aumento contínuo da produção e do descarte mundial de plástico, a
concentração de fragmentos de plástico naquela região não havia
aumentado", afirma Baechler.
"Isso pode ocorrer porque o plástico flutuante não fica na superfície
para sempre. Descobriu-se que os fragmentos de plástico flutuantes que
se reúnem no giro também afundam pela coluna de água, até o fundo do
mar", explica ela.
À medida que isso acontece, diversos estudos agora demonstram que esses
plásticos estão entrando no ecossistema marinho, onde não só são
ingeridos, mas também inalados pelos animais, incluindo aves marinhas,
peixes e tartarugas.
'Impactos imensos'
Plásticos vagueando pelos oceanos que não se decompõem também têm a
capacidade de viajar pelo mundo como os patos de brinquedo. E também
permitem que micróbios e outros organismos marinhos movam-se de uma
região para outra, inadvertidamente transportando espécies para regiões
onde podem tornar-se invasoras.
Existem também as ameaças representadas pelas redes de pesca perdidas, que podem capturar a vida marinha.
"Diversos objetos causam danos enormes à vida selvagem", afirma
Hardesty. "Plásticos moles são facilmente ingeridos pelos animais e têm
imenso impacto negativo sobre os mamíferos marinhos, aves marítimas e
tartarugas."
"Mas as redes de pesca perdidas ou abandonadas são realmente
problemáticas, porque elas capturam a vida selvagem e continuam pescando
indiscriminadamente. Os animais nadam para essas redes perdidas, ficam
presos e morrem", acrescenta ela. E, como os fragmentos agora estão
muito interligados à vida marinha, é difícil removê-los dos giros.
"Limpar o lixo plástico diretamente do Giro do Pacífico Norte é uma
tarefa muito difícil", segundo Baechler. "O mais rápido e econômico é
reduzir ou remover o fluxo de lixo [na fonte, em terra] bem antes que
ele atinja o oceano e entre nos giros."
Isso aumenta a importância do trabalho de Reach Penaflor e seus
Guerreiros do Rio, além da organização Ocean Conservancy, de Baechler.
"Embora seja difícil medir diretamente o impacto dos nossos esforços em
terra sobre a quantidade de plástico em alto mar e, mais
especificamente, nos giros, o que sabemos é que a redução da poluição
plástica no litoral e em terra significa que menos poluição está
atingindo nossos cursos d'água e, por fim, entrando no oceano", conclui
Baechler.
Decisão confirma estabilidade da taxa básica de juros. Expectativa do mercado financeiro é que o indicador permaneça neste patamar até junho de 2023. <<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>> Por Ana Paula Castro e Alexandro Martello, g1 — Brasília 26/10/2022 18h37 Atualizado há uma hora Postado em 26 de outubro de 2022 às 19h40m #.*Post. - N.\ 10.524*.#
Taxa Selic: entenda o que é a taxa básica de juros da economia brasileira
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta
quarta-feira (26) manter a taxa Selic em 13,75% ao ano – patamar em
vigor desde o início de agosto.
A cada 45 dias, o Copom define a taxa básica de juros da economia. Essa
é a terceira vez consecutiva em que o comitê se reúne e fixa a Selic em
13,75%.
O BC subiu os juros entre março de 2021 e agosto deste ano. Foram 12
elevações seguidas da taxa Selic, que avançou 11,75 pontos percentuais,
configurando o maior e mais longo ciclo de alta desde 1999, ou seja, em
23 anos.
No comunicado emitido após a reunião, o Copom avalia que:
o "conjunto dos indicadores" nos últimos 45 dias sinalizou "ritmo mais moderado de crescimento"da atividade econômica brasileira;
apesar de quedas recentes em áreas específicas, "a inflação ao consumidor continua elevada".
A evolução da taxa Selic Desde 2017, em % ao ano
:5Fonte: Banco Central
Apesar da manutenção da taxa, a Selic permanece no maior patamar desde novembro de 2016, quando estava em 14% ao ano. Ou seja, há quase seis anos.
Na avaliação de economistas do mercado financeiro, a taxa básica de
juros deve continuar em 13,75% até junho de 2023 — quando recuará para
13,25% ao ano. Para o fim do ano que vem, a projeção é de juros em
11,25%.
O objetivo do ciclo da alta dos juros, segundo o BC, foi conter as
pressões inflacionárias decorrentes da pandemia da Covid, que gerou
interrupção na oferta de produtos e injetou recursos extraordinários na
economia, por meio de auxílios temporários, o que elevou os preços.
Também causou impacto na inflação a guerra na Ucrânia, principalmente nos preços de combustíveis e alimentos.
No comunicado divulgado nesta quarta-feira, o Copom diz que seguirá
"avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por
período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a
convergência da inflação".
Segundo o comitê, o ciclo de ajuste monetário poderá ser retomado se o processo de desinflação não ocorrer como esperado.
Sistema de metas
Para definir o nível dos juros, o Banco Central se baseia no sistema de
metas de inflação. Quando a inflação está alta, o BC eleva a Selic.
Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas, o
Banco Central pode reduzir o juro básico da economia.
Em 2022, a meta central de inflação é de 3,5% e será oficialmente
cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%. Para 2023, a meta de inflação
foi fixada 3,25%, e será considerada formalmente cumprida se oscilar
entre 1,75% e 4,75%.
Neste momento, o BC já está ajustando a taxa Selic para tentar atingir a
meta de inflação dos próximos anos, uma vez que as decisões sobre juros
demoram de seis a 18 meses para terem impacto pleno na economia.
"O Comitê entende que essa decisão (de manter a Selic em 13,75%) é
compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da
meta ao longo do horizonte relevante, que inclui os anos de 2023 e de
2024", informou hoje o Banco Central.
Inflação e ambiente externo 'volátil'
Na avaliação do Copom, o ambiente externo continua "adverso e volátil",
com países avançados adotando políticas monetárias mais restritivas em
meio à pressão do ambiente inflacionário.
No cenário interno, o comitê avalia que "apesar da queda recente
concentrada nos itens voláteis e afetados por medidas tributárias, a
inflação ao consumidor continua elevada".
Depois de dois meses seguidos de deflação, o Índice Nacional de Preços
ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) – considerado a prévia da inflação
oficial do país – ficou em 0,16% em outubro, conforme divulgado nesta segunda (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Desde que mantidos padrões sustentáveis, alguns especialistas acreditam que o mar poderá ser a nova fronteira para alimentar bilhões de pessoas e garantir uma alimentação nutritiva no futuro. <<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>> Por BBC 23/10/2022 23h33 Atualizado há um dia Postado em 25 de outubro de 2022 às 07h00m #.*Post. - N.\ 10.523*.#
'A criação de mexilhões e de ostras são muito positivas em seus
impactos, porque elas podem até ajudar a limpar os ecossistemas
costeiros e mitigar problemas', explica o professor Chris Armstrong —
Foto: Getty Images via BBC
O homem criou a agricultura e, com ela, a chance de domar a natureza
para gerar alimentos de maneira mais eficiente. Com ela, veio também a
pecuária e, assim, aumentamos consideravelmente o total de comida à
disposição da humanidade e pudemos evoluir como espécie de muitas
maneiras.
Mas se a prática de cultivar e criar nossos alimentos representou
muitos ganhos, também trouxe com ela alguns efeitos negativos: de uma
dieta nem sempre ideal às explosões populacionais e a criação de elites
favorecidas — a raiz da formação das classes sociais já estava ali.
Para alimentar mais e mais pessoas, desenvolvemos produtos químicos
para aumentar a produtividade, baseamos o modelo vigente em monoculturas
e criações intensivas e passamos a cobrar caro do meio ambiente.
Claro que a agricultura e a pecuária têm sido essenciais para a
manutenção da vida humana na Terra, mas elas também representam hoje um
desafio para todos nós em plena crise climática: como produzir mais
comida sem causar um colapso?
Para muitos cientistas, a resposta pode estar nas águas, muito mais do que no solo.
Dada a crescente demanda por comida e as restrições da expansão da
produção de alimentos em terra, os alimentos provenientes do oceano —
ricos em nutrientes e uma fonte de proteína — estão prestes a se tornar
nossa próxima grande resistência para produção alimentar capaz de suprir
as quase 10 bilhões de pessoas que viverão no planeta até 2050.
Um grupo de especialistas de todo o mundo reuniu-se para analisar essa
questão, contando com sua amplitude combinada de conhecimento que
abrange economia, biologia, ecologia, nutrição e pesca.
E também a maricultura, termo que começa a ganhar maior projeção, e que
diz respeito às práticas de cultivo da vida marinha para alimentação
humana (o mesmo que a agricultura, mas feita nos mares).
São 22 pesquisadores de distintas partes do mundo que se debruçaram
sobre a questão para publicar uma série de artigos (o inaugural saiu na
prestigiada revista Nature) sobre a alimentação que vem do mar.
Alguns pesquisadores acreditam que o mar poderá ser mais explorado para
fins alimentícios, sem que isso leve a uma exaustão do ambiente marinho
— Foto: Getty Images via BBC
"Examinamos os principais setores produtores de alimentos na pesca
oceânica - selvagem, peixes de maricultura e maricultura de bivalves -
para estimar 'curvas de oferta sustentável' que levam em conta as
restrições ecológicas, econômicas, regulatórias e tecnológicas.
Sobrepomos essas curvas de oferta com cenários de demanda para estimar a
produção futura de alimentos do mar", diz a apresentação do artigo.
Hoje, estimam os cientistas, os alimentos provenientes do mar
representam apenas 17% da produção atual de carne comestível no planeta.
A pesquisa visa responder quanto de alimentos podemos esperar que o
oceano produza de forma sustentável até 2050.
"Os alimentos comestíveis do mar podem aumentar em 21 a 44 milhões de
toneladas até 2050, um aumento de 36 a 74% em comparação com os
rendimentos atuais. Isso representaria 12 a 25% do aumento estimado em
toda a carne necessária para alimentar 9,8 bilhões de pessoas até 2050",
concluem.
"Basicamente, a pergunta que estávamos tentando responder era: o
gerenciamento sustentável do oceano nos próximos 30 anos significa que
produziremos mais ou menos alimentos?", pergunta Christopher Costello,
professor de Economia Ambiental e de Recursos da UCSB Bren School of
Environmental Science & Management, e principal autor do artigo.
Por muito tempo pensou-se que, para gerenciar o oceano de forma
sustentável, teríamos que extrair menos, o que significaria menos comida
do mar. O que os pesquisadores descobriram, no entanto, foi que temos
que extrair de forma melhor — que tenha a sustentabilidade como valor
principal.
"Se feito de forma sustentável, é possível aumentar os alimentos do mar
e em uma proporção inversa em relação à expansão dos alimentos baseados
em terra", detalhou o coautor Ling Cao, membro afiliado do Centro de
Segurança Alimentar e Meio Ambiente de Stanford.
"E isso pode ser feito de uma maneira muito mais ecológica para o
clima, a biodiversidade e outros serviços ecossistêmicos do que a
produção de alimentos em terra".
Para isso, eles propõem ações que vão de reformas políticas, inovação
tecnológica e a extensão das mudanças futuras na demanda, mas sempre
tendo em conta um planejamento prévio — algo que não tivemos na
agricultura e na pecuária em solo, que correspondem pela esmagadora
maioria dos alimentos que consumimos.
"Se esses potenciais de produção serão realizados de forma sustentável
dependerá de muitos fatores, mas queremos começar essa discussão",
acrescenta Costello.
Autor de um recém-lançado livro que tem sido considerado um dos mais
importantes manifestos sobre as políticas de exploração dos oceanos (A
Blue Deal: Why We Need a New Politics for the Ocean, ainda sem edição no
Brasil), o professor Chris Armstrong, do Departamento de Políticas e
Relações Internacionais da University of Southampton (Inglaterra), ecoa o
coro de que novas políticas de exploração dos mares precisam ser
criadas.
"O oceano já enfrenta muitas ameaças, e é importante que não as
tornemos ainda piores. Se vamos adicionar novas indústrias oceânicas,
elas terão que ser do tipo que possam ajudar o oceano a se recuperar, em
vez de prejudicar ainda mais sua saúde", afirma, em entrevista à BBC
Brasil.
Ele cita, por exemplo, a criação extensiva de salmão e camarão que têm
impactos ambientais muito negativos aos mares — de danos à vida marinha e
do uso de antibióticos nas águas.
Mas indica a exploração sustentável de animais que podem nos trazer maiores benefícios.
"A criação de mexilhões e de ostras são muito positivas em seus
impactos, porque elas podem até ajudar a limpar os ecossistemas
costeiros e mitigar problemas. O mesmo vale para o cultivo de algas
marinhas, que também pode ajudar a combater as mudanças climáticas", ele
afirma.
Armstrong também refuta a ideia de que o oceano é 'subexplorado', como
defendem alguns pesquisadores— ainda que defenda que a oferta de
alimentos provenientes do mar possam aumentar de forma ordenada e
sustentável.
"Nossa primeira prioridade deve ser garantir que os ecossistemas
oceânicos sejam protegidos, não que sejam 'usados' ao máximo", ele
ressalta.
Com a demanda global por alimentos aumentando e questões sérias se
acentuando sobre se a oferta pode aumentar de forma sustentável, o mar
pode indicar uma solução no horizonte. Claro que expansão baseada em
terra é possível, mas pode exacerbar as mudanças climáticas e a perda de
biodiversidade e comprometer a prestação de outros serviços
ecossistêmicos.
"Concordo que no futuro nos voltemos para novas fontes de alimentos do
mar. Sobretudo porque seus impactos ambientais são menores do que as
formas convencionais de pesca e piscicultura e de outras maneiras que
conhecemos para produzir alimentos para bilhões de pessoas", conclui.