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domingo, 3 de julho de 2022

Era de inflação ultrabaixa dificilmente voltará, diz Lagarde

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Presidente do Banco Central Europeu diz que bancos centrais precisam se ajustar às expectativas de alta dos preços.
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TOPO
Por Reuters

Postado em 03 de julho de 2022 às 09h45m

 #.*Post. - N.\ 10.382*.#

Christine Lagarde, presidente do BC europeu, em imagem de arquivo — Foto: Francois Lenoir/Reuters
Christine Lagarde, presidente do BC europeu, em imagem de arquivo — Foto: Francois Lenoir/Reuters

A era de inflação ultrabaixa que precedeu a pandemia não deve voltar e os bancos centrais precisam se ajustar às expectativas de alta dos preços significativamente mais elevadas, disse a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, nesta quarta-feira (29).

O crescimento dos preços, já acima de 8% em base anual nos 19 países da zona do euro, deve acelerar ainda mais até o início do outono no Hemisfério Norte, dizem economistas, antes de um arrefecimento lento que pode fazer com que a inflação geral fique acima da meta de 2% do BCE até 2024.

O BCE prometeu um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa de juros em julho, seu primeiro ajuste para cima em mais de uma década, seguido por movimento potencialmente maior em setembro, à medida que a instituição combate a inflação dolorosamente alta.

A inflação na Alemanha desacelerou em junho, mas ainda assim registrou uma alta anual de 8,2%, de uma taxa de 8,7% em maio, informou o Escritório Federal de Estatísticas.

Analistas associaram as medidas do governo ao arrefecimento inesperado da inflação em junho, mas alertaram que seus efeitos evaporarão em setembro, quando vencem.

Na Espanha, a inflação subiu em junho a 10,2% interanual, seu nível mais alto em 37 anos, segundo uma primeira estimativa divulgada nesta quarta-feira(29) pelo Instituto Nacional de Estadística (INE).

A Espanha enfrenta há meses, como muitos países no mundo, um aumento da inflação devido às restrições impostas pela pandemia e também pela guerra na Ucrânia.

Para tentar conter a alta dos preços, o governo central de Pedro Sánchez adotou em março um plano de auxílio direto de seis bilhões de euros para lares e empresas, focado principalmente na energia. O pacote foi prorrogado até o final do ano.

No último sábado, o governo anunciou um novo plano de auxílio direto, de nove bilhões de euros. Entre as medidas, destacam-se uma ajuda de 200 euros para os trabalhadores autônomos e desempregados e uma redução do IVA da eletricidade - a segunda do ano - de 10% a 5%.

Bancos centrais de mais de 40 países aumentaram juros este anoBancos centrais de mais de 40 países aumentaram juros este ano

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sexta-feira, 1 de julho de 2022

Quem é o jovem holandês que promete ser capaz de limpar 80% do lixo do oceano até 2030

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Boyan Slat decidiu se dedicar à limpeza do mar aos 16 anos e atualmente comanda uma ONG com projetos em alto mar e em rios de vários lugares do mundo. Ele diz que gostaria de atuar também no Brasil. Sua organização afirma ter equipamentos para limpar 80% do lixo plástico até 2030 e 90% até 2040.
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Por Patrícia Figueiredo, g1 — Lisboa

Postado em 01 de julho de 2022 às 09h00m

 #.*Post. - N.\ 10.381*.#

Quem é o jovem holandês que promete limpar 80% do lixo do marQuem é o jovem holandês que promete limpar 80% do lixo do mar

O holandês Boyan Slat tinha 16 anos quando, em uma viagem para fazer mergulho submarino na Grécia, encontrou mais sacolas plásticas do que peixes no mar. Da experiência ele tirou inspiração para criar um dispositivo que recolhe o lixo plástico do oceano.

Hoje com 27 anos, Boyan virou CEO da iniciativa The Ocean Cleanup, que garante ter meios para retirar 80% do plástico no mar até 2030, e cerca de 90% até 2040. A promessa consta em uma carta enviada pelo jovem à organização da Conferência do Oceano da Organização das Nações Unidas (ONU), que acontece em Lisboa até esta sexta-feira (1).

Com a criação, o ativista ganhou fama: em 2014 ele recebeu o título de “Campeão do Planeta” da ONU, o que lhe rendeu a aparição em diversas listas de jovens promissores, como a Forbes 30 Under 30 e a da revista Time. No site da iniciativa que ele comanda, há detalhes sobre o sistema de limpeza, mas também são vendidas camisetas e garrafas reutilizáveis com sua marca – Boyan virou quase uma celebridade.

O principal sistema criado por ele funciona como uma espécie de barragem móvel, que é levada por dois barcos. Esse coletor de lixo vai se enchendo conforme os barcos avançam a uma velocidade determinada, e conforme o plástico vai se movendo por conta das correntes marítimas (veja na imagem abaixo).

Sistema de coleta de lixo plástico no oceano da iniciativa The Ocean Cleanup em testes no Oceano Pacífico em 2021 — Foto: Divulgação/The Ocean Cleanup
Sistema de coleta de lixo plástico no oceano da iniciativa The Ocean Cleanup em testes no Oceano Pacífico em 2021 — Foto: Divulgação/The Ocean Cleanup

Quando fica cheia, essa espécie de rede é fechada, selada e levada até o barco, onde é descarregada. Depois que os navios que operam o sistema ficam cheios de plástico, o lixo é levado até um centro de reciclagem em terra firme.

Para encontrar os locais ideais para limpeza, a ONG utiliza modelos matemáticos que preveem em quais lugares do oceano o plástico tem mais chances de se acumular.

Lixo plástico coletado pelo sistema de redes criado pelo holandês Boyan Slat, da The Ocean Cleanup — Foto: Divulgação/The Ocean Cleanup
Lixo plástico coletado pelo sistema de redes criado pelo holandês Boyan Slat, da The Ocean Cleanup — Foto: Divulgação/The Ocean Cleanup

Além deste sistema de coleta no mar, a ONG comandada pelo holandês também desenvolveu um equipamento movido a energia solar para retirar o lixo dos rios antes mesmo que ele chegue até o oceano.

Chamados de "interceptores", esses equipamentos também funcionam criando barreiras para o lixo plástico. Atualmente, a ONG já tem dez dessas sistemas funcionando em rios de diferentes lugares do mundo, da Jamaica à Indonésia, passando por países como Malásia e República Dominicana.

Equipamento da ONG The Ocean Cleanup em funcionamento na foz de um rio na Jamaica — Foto: Divulgação/The Ocean Cleanup
Equipamento da ONG The Ocean Cleanup em funcionamento na foz de um rio na Jamaica — Foto: Divulgação/The Ocean Cleanup

Sistema em ação

Boyan Slat tinha apenas 18 anos quando inventou, em 2013, o primeiro protótipo do sistema de limpeza dos mares. Logo depois, em 2014, ele recebeu um prêmio da ONU e começou a ganhar reconhecimento. Foi nessa época que ele passou a atrair investidores para o seu projeto, que atualmente incluem nomes como a banda Coldplay e a fabricante de refrigerantes The Coca-Cola Company.

Boyan Slat, holandês criador da ONG The Ocean Cleanup — Foto: Divulgação/The Ocean Cleanup
Boyan Slat, holandês criador da ONG The Ocean Cleanup — Foto: Divulgação/The Ocean Cleanup

Apesar disso, as primeiras operações de limpeza começaram apenas em 2018, quando a The Ocean Cleanup testou o equipamento System 001. Depois, em 2019, uma evolução do mesmo sistema fez a primeira extração de plástico na região conhecida como a Grande Ilha de Lixo do Pacífico.

Desde então, o System 001 evoluiu para System 002 – conhecido também como Jenny – para realizar algumas operações de limpeza pontuais ao longo dos anos de 2021 e 2022.

Agora, o plano ambicioso da ONG é chegar a 10 sistemas em operação na região do Oceano Pacífico que mais concentra lixo plástico, e dobrar o número de equipamentos em funcionamento em rios a cada ano.

"Agora, nos próximos 12 meses, vamos focar no amadurecimento das nossas soluções. São sistemas comprovados, eles funcionam, então é tudo uma questão de obter mais experiência. Queremos dobrar a quantidade de interceptores nos rios a cada ano, e também aumentar de um para dez sistemas em operação na grande mancha de lixo do Pacífico em 2 anos", explicou Boyan.

Seus planos de expansão incluem o Brasil porque, segundo ele, o país é um dos que tem mais rios com potencial para a remoção do lixo plástico.

"Certamente há muito trabalho para ser feito no Brasil, e nós adoraríamos trabalhar com empresas locais e governos para tentar levar os interceptores para os rios do Brasil também", afirmou.

"É um bom investimento para os governos porque é muito mais caro limpar esse lixo na costa, depois que ele já afetou as praias e o turismo, do que simplesmente coletar enquanto ele ainda está nos rios", completou.

Redução do lixo

A criação de Boyan é focada em meios para retirar o lixo que já está no mar, mas o próprio inventor reconhece que é necessário pensar também em estratégias para evitar que a produção de plástico se mantenha nos níveis atuais. Segundo a ONU, 89% do lixo plástico encontrado no mar vem de itens de uso único, como sacolas de plástico e embalagens.

De acordo com os dados mais recentes do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o montante de plástico no oceano é estimado em algo entre 75 e 199 milhões de toneladas. Esse lixo afeta mais de 800 espécies marinhas e costeiras, seja pelo risco de emaranhamento no lixo, seja por mudanças no seu habitat.

Por conta disso, as discussões da Conferência do Oceano da ONU têm sido focadas na redução do uso de plástico e, a longo prazo, na completa substituição deste material, e não em iniciativas de limpeza pontuais como a que foi criada por Boyan.

Lixo boia nas águas da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro — Foto: Marcos Serra Lima/G1
Lixo boia nas águas da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro — Foto: Marcos Serra Lima/G1

Uma das iniciativas é o chamado Compromisso Global da Nova Economia do Plástico, que foi reconhecido por 22 novos países durante a conferência. Entre os novos signatários do acordo há ainda governos locais, como os dos estados de São Paulo, Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, que juntos reúnem quase a metade da população brasileira.

Conferência do Oceano

Responsável por cobrir mais de 70% da área do planeta, o oceano é essencial para a manutenção da vida na Terra, mas sua saúde está em perigo – este alerta é o principal foco da Conferência do Oceano da ONU, que ocorre em Portugal até esta sexta (1º).

O evento reúne delegações de diversos países para promover o desenvolvimento de ações concretas, tanto de países como de instituições privadas, para que as metas da Agenda 2030, também conhecidas como Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), sejam atingidas. No caso do oceano, trata-se do ODS 14, Vida no Mar, que inclui compromissos como a de reduzir significativamente a poluição marinha até 2025.

Conferência do Oceano da Organização das Nações Unidas (ONU) é realizada em Lisboa, Portugal, em junho de 2022 — Foto: Patrícia Figueiredo/g1
Conferência do Oceano da Organização das Nações Unidas (ONU) é realizada em Lisboa, Portugal, em junho de 2022 — Foto: Patrícia Figueiredo/g1

Além de fornecer alimento e trabalho, o oceano também tem um papel fundamental na regulação climática do planeta: é ele que garante que a temperatura da Terra fique em níveis adequados para a sobrevivência de diversas espécies, inclusive o homem.

Mas, por conta da ação humana, os mares têm sofrido diversos desafios, que passam pelo aumento da poluição, causada principalmente por plásticos, e também pela elevação da acidez da água, provocada pela alta nas emissões de carbono na atmosfera.

Esta reportagem foi produzida no âmbito da 2022 UN Ocean Conference Fellowship, organizada pela Earth Journalism Network da Internews com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian (Reino Unido).

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quinta-feira, 30 de junho de 2022

20 anos sem Chico Xavier: relembre o caso da 'luz misteriosa' que entrou no quarto em que o médium estava internado em MG

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Morte de Chico completa 20 anos nesta quinta-feira (30). Líder espírita revelou pouco antes de morrer quem o teria visitado no hospital em Uberaba.
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Por TV Integração — Uberaba

Postado em 30 de junho de 2022 às 10h50m

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Veja luz misteriosa que entrou pela janela do quarto onde Chico Xavier esteve internadoVeja luz misteriosa que entrou pela janela do quarto onde Chico Xavier esteve internado

A morte de Chico Xavier, um dos maiores líderes espíritas e filantropos do Brasil e do mundo, completa 20 anos nesta quinta-feira (30). Nascido em Pedro Leopoldo (MG), mas radicado em Uberaba, Chico viveu importantes – e intrigantes – histórias na cidade do Triângulo Mineiro.

Um desses acontecimentos ainda não foi desvendado pela ciência e segue como um grande mistério ligado à figura de Xavier: o momento em que uma luz foi flagrada pela câmera do cinegrafista da TV Integração entrando pela janela do quarto do hospital em que o médium estava internado.

Em entrevista concedida pouco tempo antes de falecer, Chico revelou quem o teria visitado naquele dia por meio da luz.

Veja detalhes sobre essa história e sobre a vida de Chico Xavier abaixo:

Memória MG relembra trajetória de Chico Xavier; veja a terceira reportagemMemória MG relembra trajetória de Chico Xavier; veja a terceira reportagem

Em junho de 2001, Chico Xavier foi internado no Hospital Doutor Hélio Angotti, em Uberaba, para tratar de um quadro grave de pneumonia nos dois pulmões. Ele estava na enfermaria, mas foi transferido para uma suíte no 2º andar da unidade dias depois.

Durante a recuperação do médium, uma câmera posicionada na frente do hospital pelo repórter cinematográfico Emerson Gondim flagrou uma situação inusitada. Um objeto luminoso aparece descendo e entrando pela janela do quarto em que Chico estava. No caminho, ele parece se dividir em dois feixes de luz, mas volta a ser um só ao passar pela janela.

Médium Chico Xavier morreu em Uberaba em 2002 — Foto: Reprodução
Médium Chico Xavier morreu em Uberaba em 2002 — Foto: Reprodução

Quem percebeu primeiro o fenômeno misterioso foi o então operador de câmera de estúdio da TV Integração, Dângeles Chandre. Ele e o editor da época viram a cena várias vezes para tentar entender o que aquela luz poderia ser.

"No processo de colar as imagens, eu vi aquela luz. Pedi para ele [o editor] voltar o frame e ele também percebeu a luz. Foi algo surreal pra gente na época", relata Dângeles.

Segundo o profissional, a equipe da TV foi até o local da gravação e pensou em diversas teorias para tentar explicar o ocorrido, mas nenhuma delas parecia plausível.

"Não poderia ser a luz de um carro, por exemplo, porque ele teria que estar andando na contramão para poder ser captado pelo ângulo de gravação da câmera. E também não poderia ser um raio solar, porque, no nascer do dia, eles não batiam na lente", explica.

O pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em mídias eletrônicas Régis Alves também refutou a teoria de que houve um defeito na câmera e não soube apontar o que seria a luz.

"Um objeto com uma massa apreciável iria apresentar uma trajetória parabólica, e não é o que acontece, já que houve uma trajetória retilínea", afirmou o pesquisador, que também estimou que o raio tinha cerca de 30 centímetros e deveria ser transparente, já que não deixou sombra na parede.

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2. Explicações

Após a história da luz misteriosa circular pelo país, diversas hipóteses surgiram para tentar justificar o fenômeno. Para a comunidade espírita, Chico Xavier havia recebido ajuda mediúnica para se recuperar da doença.

"Quando o espírito é muito evoluído, ele passa a não ter a sua forma física e se manifesta em forma de luz. Então, essa força que veio do plano espiritual superior certamente é uma equipe de espíritos ou um único espírito altamente iluminado que visita o Chico Xavier para sustentá-lo nas suas forças físicas", disse, na época, a médium Shirlene Campos.

O filho adotivo de Chico, Eurípedes Humberto Higino Reis, também defendeu a visão de que o pai estava sendo visitado por espíritos que o ajudariam na melhora dele.

"Não tenho nenhuma dúvida de que houve, do mundo espiritual, uma nova etapa, um novo tempo de vida para nosso querido Chico", afirmou Eurípedes em entrevista em 2001.

Fachada do Hospital Hélio Angotti, em Uberaba, em imagem de 2021 — Foto: Hospital Hélio Angotti/Divulgação
Fachada do Hospital Hélio Angotti, em Uberaba, em imagem de 2021 — Foto: Hospital Hélio Angotti/Divulgação

Curiosamente, segundo o médico que tratava Chico, o médium, de fato, teve uma evolução no quadro logo após a 'visita'.

"Eu resolvi olhar o prontuário para ver se alguma coisa havia acontecido. Dali para frente, ele começou a melhorar", disse o médico Eurípedes Tahan.

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3. Revelação

Depois de se recuperar da doença, Chico viveu por mais um ano em Uberaba até falecer, em 30 de junho de 2002. Antes de morrer, ele concedeu uma entrevista em que revelou de quem teria sido a visita que recebeu quando estava internado: a mãe dele, Maria José, e Emmanuel, espírito a quem Xavier atribuía grande parte das psicografias que fez.

"Disseram que eu tivesse paciência", afirmou o médium, cercado de amigos e familiares.
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segunda-feira, 27 de junho de 2022

Por que o Departamento de Defesa dos EUA está monitorando sons produzidos por camarões

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Os sonares militares podem causar efeitos sérios sobre algumas criaturas do oceano. Será que os ruídos naturais produzidos pelos animais marinhos poderão ser utilizados para localizar ameaças subaquáticas?
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Por BBC, David Hambling

Postado em 27 de junho de 2022 às 16h15m

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Quando camarão-pistola estala suas garras, pode criar o som mais alto produzido por qualquer criatura da Terra — Foto: BBC/GETTY IMAGES
Quando camarão-pistola estala suas garras, pode criar o som mais alto produzido por qualquer criatura da Terra — Foto: BBC/GETTY IMAGES

Esqueletos de baleias repousam ao longo do litoral de Fuerteventura, nas ilhas Canárias (Espanha), como um lembrete brutal dos efeitos prejudiciais dos sonares militares. Acredita-se que o sonar dos navios e submarinos seja um dos fatores que contribuem para o encalhe das baleias, confundindo o próprio sonar dos animais e fazendo com que elas se dirijam às praias.

Mas essa tecnologia prejudicial para as baleias pode ter um concorrente em breve.

Lori Adornato, gerente de projetos da agência de pesquisa militar americana Darpa, acredita que poderemos detectar submarinos se prestarmos mais atenção aos sons naturais, em vez de permanecer disparando pulsos de sonar.

"Atualmente, tratamos todos esses sons naturais como ruído de fundo ou interferência, e estamos tentando mudar isso", diz Adornato. "Por que não fazer uso desses sons e ver se conseguimos encontrar um sinal?"

Seu projeto, batizado de Sensores Aquáticos Vivos Persistentes (Pals, na sigla em inglês), "escuta" animais marinhos como uma forma de detectar ameaças subaquáticas.

As boias de sonar atuais, lançadas do ar — desenvolvidas pelos militares para detectar atividade subaquática dos inimigos — funcionam apenas por algumas horas em uma área pequena, devido à vida limitada da bateria. Já o sistema Pals poderá cobrir uma região ampla por meses.

Ele poderá fornecer monitoramento quase constante das linhas costeiras e dos canais subaquáticos. Adornato afirma que as espécies que habitam recifes e permanecem sem sair do lugar de forma confiável provavelmente serão as melhores sentinelas. "Você precisa ter certeza de que o seu organismo estará sempre ali", afirma a especialista.

O projeto Pals está financiando diversas equipes para investigar diferentes linhas de pesquisa, utilizando espécies muito diferentes que vivem nos recifes.

Acredita-se que sonar militar seja um dos fatores que fazem com que algumas espécies de baleias se dirijam às praias e acabem morrendo — Foto: BBC/GETTY IMAGES
Acredita-se que sonar militar seja um dos fatores que fazem com que algumas espécies de baleias se dirijam às praias e acabem morrendo — Foto: BBC/GETTY IMAGES

Garoupa-preta

Laurent Cherubin, da Universidade Atlântica da Flórida, nos Estados Unidos, coordena uma equipe que pesquisa a garoupa-preta, um peixe comum nas águas americanas, que pode pesar até 300 kg e é conhecido por emitir sons altos.

"É um som alto, porém em baixa frequência", explica Cherubin. "As garoupas-pretas são territoriais e costumam emitir esses sons quando flagram um intruso em seu território."

Os sons produzidos por esse peixe podem ser detectados a 800 metros de distância, mas nem sempre o objetivo é afastar intrusos e predadores. As garoupas-pretas também emitem sons para acasalar, delimitar território e outros fins, que ainda permanecem um mistério.

A equipe está agora focada nos chamados de alerta, algo como tentar ouvir o latido de um cão de guarda contra intrusos, segundo Cherubin. Diferenciar esses chamados dos demais não é fácil e, por isso, a equipe criou algoritmos de aprendizado de máquina para essa tarefa. Foram necessárias milhares de gravações até que os algoritmos conseguissem distinguir e classificar diferentes chamados das garoupas.

O algoritmo pode ser então transformado em software, que é conduzido em um processador pequeno, mas poderoso, instalado em um microfone subaquático, ou hidrofone. Um conjunto de hidrofones pode cobrir um recife, ouvindo chamados das garoupas e acompanhando-as, à medida que a causa para os chamados se move de um território de garoupas para outro.

Chamados territoriais crescentes das garoupas-pretas podem agir como "latido de um cão" debaixo d'água, alertando sobre presença de invasores — Foto: BBC/GETTY IMAGES
Chamados territoriais crescentes das garoupas-pretas podem agir como "latido de um cão" debaixo d'água, alertando sobre presença de invasores — Foto: BBC/GETTY IMAGES

Camarão-pistola

Analisar as conversas entre os peixes pode parecer bizarro, mas o trabalho do projeto Pals no provedor de sistemas de defesa Raytheon é muito mais parecido com o sonar antissubmarinos tradicional — na verdade, com uma diferença importante.

"Estamos tentando detectar os ecos criados quando os ruídos dos camarões são refletidos pelos veículos", afirma a cientista Alison Laferriere, da Raytheon. "É bastante parecido com um sistema de sonar tradicional que detecta ecos do som gerado pela sua fonte."

Em outras palavras, o sistema funciona como outro sonar normal, mas utiliza ruídos produzidos por camarões, em vez dos artificiais.

O camarão-pistola, também chamado de camarão-estalo, é conhecido por emitir o som mais alto produzido por qualquer criatura viva na Terra — 210 decibéis (a título de comparação, a decolagem de um avião a jato gera 120 decibéis).

Esse invertebrado produz seu estalo característico fechando suas pinças com tanta rapidez que gera energia sônica suficiente para atordoar a presa.

O camarão-pistola também se comunica entre si. Um grupo de camarões-pistola emite um rugido constante que Laferriere compara com o barulho de fritar bacon.

"O sinal criado por um camarão-pistola possui duração muito curta e amplitude incrivelmente ampla", afirma Laferriere. "Um único estalo é muito mais silencioso que uma fonte de sonar tradicional, mas pode haver milhares de estalos sendo disparados por minuto."

Laferriere explica que o som varia com a hora do dia e a temperatura da água, mas uma colônia de camarões nunca fica em silêncio.

"Um dos maiores desafios que enfrentamos é lidar com a enorme quantidade de ruído criada pelos camarões-pistola e os reflexos de todos esses sons para fora da área circunvizinha", afirma Laferriere.

Interpretar esses reflexos é um grande desafio, pois, ao contrário do sonar tradicional, a localização da fonte do som é desconhecida. Novamente, a solução é usar o software moderno.

A equipe de Laferriere desenvolveu algoritmos inteligentes para analisar o som e selecionar um único estalo, calculando em primeiro lugar a localização do camarão e depois o trajeto percorrido pelo som refletido, deduzindo, por fim, onde ele foi refletido.

Para compreender o som de retorno, a equipe de Laferriere precisou criar modelos computadorizados para determinar quais ecos vieram de objetos de fundo e poderiam ser ignorados. A eliminação desses ecos evidencia os objetos em movimento pelo ambiente — que podem ser peixes, submarinos ou veículos subaquáticos não tripulados.

Novamente, a solução finalizada será um conjunto de hidrofones inteligentes com computação a bordo, capazes de processar os sons dos camarões e determinar a localização de eventuais alvos de interesse na região.

Outras equipes do projeto Pals vêm realizando estudos semelhantes. Pesquisadores da empresa Northrop Grumman estão trabalhando em outro sistema de sonar utilizando camarões e uma equipe da Marinha americana está pesquisando os sons gerais dos recifes e como eventuais intrusos os afetam.

Todos prometem uma imensa rede de sensores que cobrirá amplas regiões por extensos períodos, com a maior parte do hardware convenientemente fornecido pela natureza. Apenas os hidrofones precisarão de reparos ou substituições.

Nudanças tecnológicas, se bem-sucedidas, poderão pôr fim a encalhe de baleias — Foto: BBC/GETTY IMAGES
Nudanças tecnológicas, se bem-sucedidas, poderão pôr fim a encalhe de baleias — Foto: BBC/GETTY IMAGES

Vai funcionar?

"O estudo da Darpa será realmente uma importante inovação, se for bem-sucedido", afirma Sidharth Kaushal, especialista em equipamento militar naval do think tank (centro de pesquisa e debates) britânico RUSI. "Um ecossistema de sensores vivos dispersos em flutuação permanente, em princípio, é algo tentador."

Em princípio, mas não necessariamente na prática. Kaushal tem suas dúvidas porque projetos anteriores usando a vida marinha para detectar submarinos não tiveram sucesso.

Submarinos alemães chegaram a ser identificados devido ao efeito causado sobre o plâncton bioluminescente, que emite uma luz brilhante quando perturbado — e um desses submarinos supostamente chegou a ser afundado graças a esse efeito na Primeira Guerra Mundial. Mas tentativas posteriores de usar esse fenômeno de forma mais ampla, com sensores especiais buscando as fontes de luz em uma área maior, tiveram pouco sucesso.

"Os esforços soviéticos e americanos durante a Guerra Fria para usá-los de forma sistemática não resultaram em nada", afirma Kaushal. "Em parte, porque eles não tinham como diferenciar os falsos positivos, como a reação de uma baleia que passava, do objeto real."

Ainda não se sabe qual será a qualidade da distinção que o Pals poderá fazer entre um submarino e um tubarão, por exemplo. Lori Adornato acredita que a combinação entre os organismos marinhos e os algoritmos inteligentes modernos fornecerá um "aviso de trajeto" confiável, para orientar os caçadores de submarinos mais tradicionais a verificar um possível intruso.

Adornato afirma que as tecnologias desenvolvidas para o projeto Pals poderão também ser empregadas para pesquisas científicas, monitorando os recifes e outros ambientes subaquáticos com um conjunto de sensores.

"Esses sistemas de observação de baixo impacto podem ser desenvolvidos em muitos ambientes diferentes, sem prejudicar o ecossistema estabelecido pela natureza", diz ela.

Sintonizar os sons produzidos pela vida marinha normal e aprender como eles se alteram ofereceria aos pesquisadores uma forma barata e ecológica de rastrear o impacto das atividades humanas debaixo d'água. Isso seria útil para projetos como geradores eólicos, extração de petróleo e mineração subaquática em alto mar, pois tudo o que precisaríamos fazer é ouvir a natureza.

O projeto concentra-se em espécies comuns nas águas territoriais americanas, de forma que sua replicação em outras regiões não seria necessariamente fácil. Mas a tecnologia, de forma geral, pode ser aplicada de forma mais ampla.

O projeto Pals completou sua primeira fase, que foi um estudo de viabilidade para duas abordagens diferentes, de monitoramento das reações a intrusos das espécies que vivem nos recifes e do sonar do camarão-pistola. Os desenvolvedores agora estão trabalhando em uma segunda etapa, para demonstrar como suas soluções funcionam em testes controlados, no verão do hemisfério norte de 2022.

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