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sábado, 25 de junho de 2022

Navio naufragado da Segunda Guerra Mundial é encontrado nas Filipinas em profundidade recorde

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Tripulação do Sammy B ficou à deriva por quase três dias aguardando resgate; dos 224 tripulantes, 89 morreram.
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TOPO
Por France Presse

Postado em 25 de junho de 2022 às 13h55m

 #.*Post. - N.\ 10.377*.#

Navio de guerra encontrado nas Filipinas — Foto: Reprodução/Twitter/Victor Vescoso
Navio de guerra encontrado nas Filipinas — Foto: Reprodução/Twitter/Victor Vescoso

Um destróier (navio de guerra) da Marinha dos Estados Unidos que naufragou durante a Segunda Guerra Mundial foi encontrado na costa das Filipinas em uma profundidade recorde de quase 7.000 metros, anunciou uma equipe de exploração dos EUA.

Um submersível tripulado filmou, fotografou e inspecionou o casco danificado do "USS Samuel B Roberts" em vários mergulhos ao longo de oito dias, informou a empresa texana Caladan Oceanic, especializada em tecnologia submarina.

O "Sammy B" naufragou durante uma batalha na ilha de Samar em 25 de outubro de 1944, quando as forças dos EUA tentavam libertar as Filipinas, então uma colônia americana ocupada pelo Japão. Imagens fornecidas pela empresa mostram os três tubos de um lançador de torpedos e o suporte da arma do navio.

"A 6.895 metros [de profundidade], este é o naufrágio mais profundo já localizado e estudado", tuitou o fundador da Caladan Oceanic, Victor Vescovo, que pilotou o submersível.

Navio de guerra encontrado nas Filipinas — Foto: Reprodução/Twitter/Victor Vescoso
Navio de guerra encontrado nas Filipinas — Foto: Reprodução/Twitter/Victor Vescoso

"Este pequeno navio enfrentou os melhores elementos da Marinha japonesa, lutando contra eles até o fim", acrescentou.

De acordo com os arquivos da Marinha dos EUA, a tripulação do "Sammy B" "ficou à deriva por quase três dias aguardando resgate, muitos morreram por ferimentos e ataques de tubarão". Dos 224 tripulantes, 89 morreram.

O naufrágio ocorreu durante a Batalha de Leyte, que durou vários dias, entre forças japonesas e americanas. O "Sammy B" foi um dos quatro navios americanos que afundaram em 25 de outubro de 1944.

A equipe do Vescovo encontrou em 2021 o "USS Johnston", que a quase 6.500 metros era até hoje o naufrágio mais profundo já encontrado. Para comparação, os restos do "Titanic" repousam a uma profundidade de cerca de 4.000 metros.

Navio de guerra encontrado a 7 mil metros de profundidade nas Filipinas — Foto: Reprodução/Twitter/Victor Vescoso
Navio de guerra encontrado a 7 mil metros de profundidade nas Filipinas — Foto: Reprodução/Twitter/Victor Vescoso

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sexta-feira, 24 de junho de 2022

As 10 melhores cidades do mundo para se viver, segundo ranking da 'Economist'

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A revista britânica publicou sua lista, que este ano tem Viena no topo. Saiba quais são as piores cidades para se viver, segundo o ranking.
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TOPO
Por BBC

Postado em 24 de junho de 2022 às 09h45m

 #.*Post. - N.\ 10.376*.#

Viena ficou em primeiro lugar na lista — Foto: GETTY IMAGES/via BBC
Viena ficou em primeiro lugar na lista — Foto: GETTY IMAGES/via BBC

Viena voltou a ficar em primeiro lugar na lista de melhores cidades do mundo para se viver, segundo o relatório produzido anualmente pela Unidade de Inteligência da revista britânica "The Economist". A capital austríaca tomou o primeiro lugar de Auckland, na Nova Zelândia, que caiu para o número 34, devido às rigorosas medidas de prevenção que impôs devido à pandemia, segundo o relatório.

Viena havia perdido o primeiro lugar no ano passado justamente por causa do fechamento de museus e restaurantes devido à covid. Mas a reabertura da vida cultural e social a devolveu à posição que já havia alcançado em 2018 e 2019.

Em segundo lugar ficou Copenhague (Dinamarca); em terceiro lugar, Zurique (Suíça); e em quarto e quinto lugares, duas cidades canadenses: Calgary e Vancouver, respectivamente.

As 10 melhores cidades para se viver

  1. Viena, Áustria
  2. Copenhague, Dinamarca
  3. Zurique, Suíça
  4. Calgary, Canadá
  5. Vancouver, Canadá
  6. Genebra, Suíça
  7. Frankfurt, Alemanha
  8. Toronto, Canadá
  9. Amsterdã, Holanda
  10. Osaka, Japão
  11. Melbourne, Austrália

Fonte: 'The Economist'

As cidades são classificadas de acordo com índices como estabilidade, saúde, cultura e meio ambiente, educação e infraestrutura.

Mas o que faz de Viena a melhor cidade para se viver?

Auckland passou do primeiro lugar para a 34ª posição em um ano — Foto: GETTY IMAGES/via BBC
Auckland passou do primeiro lugar para a 34ª posição em um ano — Foto: GETTY IMAGES/via BBC

Segundo os autores do relatório, "estabilidade e boa infraestrutura são os principais encantos da cidade para seus habitantes, respaldados por bom atendimento médico e muitas oportunidades de cultura e entretenimento".

Outros dados curiosos

O relatório também lista as 10 piores cidades segundo esses índices: Damasco (Síria), Lagos (Nigéria), Trípoli (Líbia), Argel (Argélia), Karachi (Paquistão), Port Moresby (Papua Nova Guiné), Dhaka (Bangladesh), Harare (Zimbábue), Douala (Camarões) e Teerã (Irã).

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quarta-feira, 22 de junho de 2022

Médicos recomendam: dormir é um ótimo remédio

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A Academia Americana de Medicina do Sono lançou campanha mostrando que descansar é indispensável para a saúde. Confira dez dicas que vão te ajudar!
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Por Mariza Tavares — Rio de Janeiro

Postado em 22 de junho de 2022 às 09h15m

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No começo do mês, a Academia Americana de Medicina do Sono lançou uma campanha para conscientizar os norte-americanos sobre a importância de dormir para garantir uma boa saúde. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC na sigla em inglês), um em cada três adultos daquele país descansa menos de sete horas por noite.Sabemos que a privação crônica do sono está associada a um quadro de prejuízo para o estado geral de qualquer indivíduo, diminuindo sua imunidade e aumentando o risco do surgimento de inúmeras doenças. Não dormir também interfere na regulação do humor e na saúde mental, afirmou Jennifer Martin, professora na faculdade de medicina da UCLA (Universidade da Califórnia, Los Angeles).

Carneirinhos fora da cartilha da higiene do sono:  não leve aparelhos eletrônicos, como celulares e tablets, para o quarto  — Foto:  Pixabay
Carneirinhos fora da cartilha da higiene do sono: não leve aparelhos eletrônicos, como celulares e tablets, para o quarto — Foto: Pixabay

Se você sofre de insônia, não está só. A atriz Jennifer Aniston, a inesquecível Rachel de Friends, recentemente veio a público para falar que o problema a acompanha há décadas, mas que demorou para procurar um médico: me dei conta de que estava letárgica, comendo mal, sem vontade de me exercitar e com grandes olheiras. A Coreia do Sul é um dos países com os maiores índices de privação de sono do mundo, com efeitos devastadores sobre sua população. Segundo reportagem da BBC, o vício em remédios para capotar se tornou uma epidemia nacional.

Estudo da Universidade de Northwestern mostra que, quando dormimos, a exposição à luz, mesmo moderada, prejudica a função cardiovascular e aumenta a resistência à insulina. Os resultados indicam que apenas uma noite com o quarto moderadamente iluminado é capaz de alterar a regulação cardiovascular e da glicose no organismo, explicou Phyllis Zee, chefe do departamento de medicina do sono na instituição. A investigação provou que os batimentos cardíacos aumentavam e os indivíduos apresentavam resistência à insulina pela manhã. Os participantes não tinham conhecimento das alterações que ocorriam à noite, mas os pesquisadores comprovaram os distúrbios. É como se esse sono fosse leve e fragmentado, disse a doutora Daniela Grimaldi, uma das autoras do trabalho.

Seguem dez recomendações dos especialistas em higiene do sono:

  1. Exercite-se durante o dia, mas não nas duas horas que antecedem a ida para a cama.
  2. Não tire sonecas durante o dia.
  3. À noite, evite cafeína e álcool. Refeições pesadas e excesso de líquidos também atrapalham.
  4. Crie uma rotina para desacelerar à noite. Tome um banho morno, ouça música relaxante, leia um livro.
  5. Diminua a temperatura do quarto.
  6. Não deixe luzes acesas no cômodo. Cerre as cortinas, instale blackouts e use uma máscara para dormir se precisar.
  7. Nada de aparelhos eletrônicos, como celulares e tablets, perto da cama. Assista à TV apenas na sala.
  8. Invista no conforto: um bom colchão e travesseiro (s) fazem toda a diferença.
  9. Visualize coisas ou lugares que te façam feliz.
  10. Utilize o método de relaxamento criado pelo médico Andrew Weil conhecido como 4-7-8 (neste vídeo, ele próprio ensina como fazer). Siga o passo a passo, mas não se preocupe se não conseguir segui-lo à risca: vá no seu ritmo!
  • Coloque sua língua delicadamente atrás dos seus dentes superiores
  • Solte todo o ar pela boca
  • Em seguida, inspire pelo nariz, num total de 4 segundos
  • Segure a respiração durante 7 segundos
  • Expire pela boca durante 8 segundos, fazendo um som como shuuuu, até que todo o ar tenha sido expelido
  • Repita o processo quatro vezes
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terça-feira, 21 de junho de 2022

Rocha atinge Júpiter com força de 2 milhões de toneladas de TNT e provoca maior clarão já visto desde 1994

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Explosão pode ter sido semelhante a um dos maiores impactos de meteoritos da história recente da Terra, afirmam cientistas. Pesquisa ainda não foi revisada por pares.
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Por Roberto Peixoto, g1

Postado em 21 de junho de 2022 às 17h00m

 #.*Post. - N.\ 10.374*.#

Corpo celeste atingiu Júpiter em outubro de 2021.  — Foto: Arimatsu et al/Kyoto University/PONCOTS
Corpo celeste atingiu Júpiter em outubro de 2021. — Foto: Arimatsu et al/Kyoto University/PONCOTS

Uma rocha espacial atingiu a "superfície" gasosa de Júpiter em outubro do ano passado e o impacto dessa colisão, que pode ter sido a maior em 28 anos, foi tão forte que observadores aqui da Terra conseguiram capturar o fenômeno.

De acordo com os cientistas que fizeram o registro, astrônomos e astrofísicos da Universidade de Kyoto, no Japão, essa explosão foi equivalente a 2 milhões de toneladas de TNT e provocou o maior clarão explosivo já capturado no gigante gasoso desde 1994, quando o cometa Shoemaker-Levy 9 atingiu o planeta com uma força de mais de 300 milhões de bombas atômicas, provocando segundo a Nasa "cicatrizes" escuras e aneladas que acabaram sendo apagadas pelos ventos de Júpiter.

Já esse novo flagra foi feito pela Câmera de Observação Planetária para Pesquisas de Transiente Óptico (PONCOTS), um projeto colaborativo de observação astronômica dedicado especificamente ao monitoramento desses clarões em Júpiter.

O estudo, que ainda não foi revisado por pares, também descreve que a rocha tinha uma massa de cerca de 4,1 milhões de kg e entre 15 a 30 metros de diâmetro, o suficiente para liberar uma energia de impacto equivalente ao meteorito Tunguska, que atingiu a Terra em 1908, mais especificamente na província russa da Síberia, e que é considerado "o maior impacto cósmico testemunhado" pela humanidade moderna.

"Essa detecção indica que eventos de impacto semelhantes a Tunguska em Júpiter ocorrem aproximadamente uma vez por ano, duas a três ordens de magnitude mais frequentes que os impactos terrestres", disseram os pesquisadores no artigo.

Detalhe mostra região do clarão. — Foto: Arimatsu et al/Kyoto University/PONCOTS
Detalhe mostra região do clarão. — Foto: Arimatsu et al/Kyoto University/PONCOTS

Ainda de acordo com os autores da publicação, estudar como esses fenômenos acontecem em Júpiter é importante porque oferece uma oportunidade para a ciência melhor compreender as consequências de possíveis impactos semelhantes aqui na superfície terrestre.

"Como esses impactos ocorrem apenas uma vez a cada 102 - 103 anos na Terra, suas características de emissão são desconhecidas", pontuaram.

Segundo a agência espacial norte-americana, o impacto do Tunguska foi tão forte que uma onda de choque sísmica chegou a ser registrada na Inglaterra.

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segunda-feira, 20 de junho de 2022

Quanto tempo já passou desde o Big Bang e como isso é medido

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As estimativas têm uma margem de erro de 200 milhões de anos. Mas essa imprecisão está sendo reduzida graças a cronômetros cósmicos cada vez mais precisos.
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Por Ruth Lazkoz, BBC

Postado em 20 de junho de 2022 às 12h50m

 #.*Post. - N.\ 10.373*.#

Impressão artística da espaçonave Planck da Agência Espacial Europeia, cuja principal missão é estudar a radiação cósmica de fundo em micro-ondas (CMB), relacionada ao Big Bang — Foto: ESA via BBC
Impressão artística da espaçonave Planck da Agência Espacial Europeia, cuja principal missão é estudar a radiação cósmica de fundo em micro-ondas (CMB), relacionada ao Big Bang — Foto: ESA via BBC

O universo não tem vergonha de revelar sua idade. Existem inúmeros caminhos que nos permitem descobrir quanto tempo se passou desde o Big Bang até os dias de hoje.

Estima-se que, de lá para cá, se passaram 13,4 bilhões de anos, com uma margem de erro de 200 milhões de anos.

Um intervalo de incerteza que abrange centenas de milhões de anos não é pouca coisa. No entanto, essa imprecisão está diminuindo, graças aos cronômetros cósmicos cada vez mais precisos.

Para conhecer a idade exata do universo, nos aproveitamos do fato de ele estar em expansão, algo que sabemos há quase um século.

Essa expansão produz fenômenos com números gigantescos. Por exemplo: um objeto próximo da nossa galáxia, o buraco negro Sagitário A*, está se afastando a 80.000 km/s de um de seus primos distantes, o OJ287.

Isso acontece basicamente com quase todos os buracos negros do universo. Eles estão se afastando uns dos outros na mesma velocidade que suas galáxias hospedeiras.

No entanto, a confiança nos resultados científicos depende da repetição dos experimentos. E isso é algo que o universo não permite.

A galáxia GN-z11 (em destaque, à direita) é o objeto mais distante já detectado pelos astrônomos e existia quando o universo tinha apenas 400 milhões de anos. A imagem é do Telescópio Espacial Hubble — Foto: Nasa
A galáxia GN-z11 (em destaque, à direita) é o objeto mais distante já detectado pelos astrônomos e existia quando o universo tinha apenas 400 milhões de anos. A imagem é do Telescópio Espacial Hubble — Foto: Nasa

Como medir o tempo desde o Big Bang

Para compensar essa impossibilidade de repetir os experimentos, comparamos diferentes fontes de dados. Desta forma, conseguimos ajustar bem nossos cronômetros cósmicos.

Mas, afinal, como podemos medir o tempo decorrido desde o Big Bang?

Nossos dados fundamentais são o fator Hubble. Trata-se de uma quantidade de dados que representa o crescimento percentual médio do universo ao longo do tempo. Vamos imaginar que podemos medir esse crescimento em si e também a que taxa ele ocorreu. Combinando os dois fatores, obtemos o tempo decorrido nessa evolução. Ou seja, temos um cronômetro cósmico em mãos.

Mas vamos colocar essa explicação em termos do cotidiano. Um produto cosmético revolucionário promete deixar os cílios de uma pessoa duas vezes mais longos em apenas 60 dias. Seguindo essa lógica, se aplicarmos a substância e repararmos que nossos cílios cresceram 50%, isso significa que um mês terá se passado desde o início da aplicação, correto?

A resposta, porém, pode não ser tão simples assim. Se não colocarmos o produto diariamente de forma constante, a taxa de crescimento dos cílios vai desacelerar. Deduzimos assim que o tempo de medição com base na mudança de tamanho pode levar a erros.

Precisamos saber bem o que aconteceu no dia a dia para entender essa transformação. Isso é o que chamamos de controlar o experimento. Mas será que esse também é um método ruim para medir a idade do universo?

Quando o universo era mais jovem que a Terra

Em 1947, o físico George Gamow usou os dados do fator Hubble para estimar a idade do universo em 2,5 bilhões de anos. Pouco depois, os geólogos dataram a idade da Terra em 4,5 bilhões. Como o universo poderia ser mais jovem que o nosso planeta?

Obviamente, a estimativa da idade do universo estava errada. O problema era que não se entendia bem como fazer esse cálculo. Mas sabia-se que a expansão normalmente diminui a densidade dos componentes do universo. E, de acordo com a natureza de cada um deles, esse processo acontece em taxas diferentes.

Nas primeiras eras do universo, a radiação dominou. Como a radiação se dissipa muito rapidamente, ela foi substituída por matéria escura, já que a densidade desse composto diminui mais lentamente.

Tudo isso segue o que está descrito nas equações de Einstein. A natureza da radiação e da matéria escura faz com que o universo desacelere. Isso significa que, embora nessas etapas também houvesse expansão, o ritmo foi ficando cada vez menor.

Mas essa noção colidiu com as evidências encontradas em outros experimentos. Neles, a taxa de expansão do universo estava aumentando.

O anel de matéria escura modelado computacionalmente nesta imagem abrange cerca de cinco milhões de anos-luz e foi sobreposto digitalmente à imagem ao fundo, em azul difuso. Essa formação aconteceu quando duas galáxias colidiram — Foto: NASA, ESA, MJ JEE Y H. FORD ET AL. (JOHNS HOPKINS)
O anel de matéria escura modelado computacionalmente nesta imagem abrange cerca de cinco milhões de anos-luz e foi sobreposto digitalmente à imagem ao fundo, em azul difuso. Essa formação aconteceu quando duas galáxias colidiram — Foto: NASA, ESA, MJ JEE Y H. FORD ET AL. (JOHNS HOPKINS)

A chegada da energia escura

Havia um novo componente reivindicando proeminência nesse processo: a energia escura.

Por uma dessas coincidências mágicas, os efeitos dos diferentes estágios do universo são compensados. Em outras palavras, o atraso original na taxa de expansão foi compensado pela aceleração atual. Portanto, é sensato adivinhar a idade do universo diretamente através do fator Hubble.

Reiteramos que neste tipo de trabalho é necessário medir aumentos de escala em nada menos que o próprio universo. Para fazer isso, aproveitamos o fato de que a expansão amplia o comprimento de ondas eletromagnéticas que nos chegam das estrelas.

O efeito correspondente é o chamado redshift. Isso é feito, por exemplo, em espectroscopia usando extensos catálogos com padrões de intensidades e comprimentos de onda. Dessa forma, são identificados objetos praticamente idênticos entre si, mas diferentes quando se leva em conta as profundidades do universo.

É importante ter em mente que, quanto mais distantes esses objetos estiverem comparativamente, a luz deles terá sofrido mais alongamento. Por exemplo, a luz vermelha que chega até nós da galáxia mais distante conhecida, a GN-z11, é ultravioleta.

A base dos cronômetros cósmicos

Ao calcular o desvio da luz vermelha de uma galáxia distante, estimamos a expansão que ocorreu desde o momento em que cada raio de luz foi emitido. Então, o cálculo é repetido com uma galáxia idêntica e os resultados são comparados.

O próximo passo é calcular a média dessa diferença de expansão no intervalo de tempo correspondente. E essa janela temporária precisamente será a diferença no tempo de viagem da luz, dependendo se ela vem de uma galáxia ou de outra. Isso equivale a obter a diferença entre as idades das galáxias.

Assim, forja-se uma técnica que está emergindo com força: os cronômetros cósmicos. Com essa ideia brilhante, com perdão do trocadilho, espera-se poder arbitrar a disputa sobre os valores do fator Hubble entre as medições do universo local e do universo profundo.

Esses avanços vão ampliar nossa ambição para enfrentar o maior quebra-cabeça de todos. Como o universo se formou? Por ora, não sabemos — Foto: NASA/JPL-CALTECH/ESA/CXC/STSCI
Esses avanços vão ampliar nossa ambição para enfrentar o maior quebra-cabeça de todos. Como o universo se formou? Por ora, não sabemos — Foto: NASA/JPL-CALTECH/ESA/CXC/STSCI

Um atalho para saber a idade de cada estrela

Como as galáxias têm centenas de bilhões de estrelas, é precisa ter um pouco de cuidado.

Para obter as idades das galáxias e das estrelas, deve-se usar uma média demográfica geral. E fazemos isso não porque queremos, mas porque não podemos fazer de outra maneira. É muito difícil determinar a idade de cada estrela de forma individual.

Felizmente, um truque providencial facilita essa tarefa. Ele consiste em usar com sucesso um sinal muito específico de mudança na intensidade da luz emitida a 4.000 angstroms [uma unidade de medida de comprimento]. A técnica depende da presença de metais que aquecem a galáxia e permite arredondar os resultados obtidos por meio dos cronômetros cósmicos.

De fato, não estimamos apenas o fator Hubble atual dessa maneira, mas isso também serve para épocas anteriores. Combinando esse conhecimento com a cosmologia relativista, refinamos nossa compreensão da energia escura. E a roda continua girando e nos dando respostas sobre os componentes do universo.

Atualmente, temos apenas um número modesto dos tais cronômetros cósmicos. Mesmo assim, eles são extremamente precisos. No entanto, há grandes esperanças de ampliar esses resultados em missões futuras.

Isso permitiria construir um catálogo poderoso e informativo. Os experimentos promissores a que me refiro são o EUCLID e o Nancy Roman, missões lançadas pela Agência Espacial Europeia e a Nasa, respectivamente.

Sem dúvida, elas vão melhorar as perspectivas dos cronômetros cósmicos para se posicionarem como peças-chave que conseguirão medir não apenas o fator Hubble, mas também a evolução do próprio universo.

Esses avanços vão ampliar nossa ganância para enfrentar o maior quebra-cabeça de todos: como o universo foi formado? Por ora, não sabemos. Mas podemos reafirmar o que o físico James Clerk Maxwell disse: "A ignorância totalmente consciente é um prelúdio para qualquer avanço real no conhecimento."

*Este artigo foi publicado originalmente no The Conversation. Você pode ler a versão original aqui.

Ruth Lazkoz é professora de Física Teórica na Universidade do País Basco - Euskal Herriko Unibertsitate.

'Este texto foi originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/curiosidades-61810473

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