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terça-feira, 7 de junho de 2022

Os benefícios de uma dieta à base de plantas no combate a seis doenças

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Todos os profissionais da área da saúde e gestores que formulam políticas públicas deveriam se aprofundar no assunto.
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Por Mariza Tavares — Rio de Janeiro

Postado em 07 de junho de 2022 às 09h10m

 #.*Post. - N.\ 10.356*.#

A área da medicina, que goza de tanta influência na sociedade, tem se engajado pouco para promover a escolha de hábitos de vida saudáveis, enfatiza artigo publicado no fim de maio na revista científica American Journal of Lifestyle Medicine. De acordo com o texto, todos os médicos – e, por minha conta, incluo os gestores e formuladores de políticas públicas – deveriam estar cientes dos benefícios de uma dieta à base de plantas para enfrentar seis problemas: excesso de peso, doença coronariana, câncer, diabetes, Alzheimer e Covid-19.

A médica Saray Stancic, autora de “What´s missing from medicine: six lifestyle changes to overcome chronic illness” (“O que está faltando na medicina: seis mudanças no estilo de vida para superar doenças crônicas”) — Foto: Divulgação
A médica Saray Stancic, autora de “What´s missing from medicine: six lifestyle changes to overcome chronic illness” (“O que está faltando na medicina: seis mudanças no estilo de vida para superar doenças crônicas”) — Foto: Divulgação

A consequência desse baixo engajamento se reflete nos números crescentes de doenças crônicas, especialmente obesidade e diabetes, afirmou a médica Saray Stancic, que assina o texto com outros dois colegas e é autora de What´s missing from medicine: six lifestyle changes to overcome chronic illness (O que está faltando na medicina: seis mudanças no estilo de vida para superar doenças crônicas). Ela sabe do que fala: em 1995, foi diagnosticada com esclerose múltipla e, em 2003, precisava de uma bengala para se locomover. Tinha restringido ao máximo suas atividades, porque sofria com os efeitos colaterais dos medicamentos. Depois de mudar seus hábitos e adotar uma dieta à base de grãos, legumes, verduras e frutas, conseguiu se livrar dos remédios e chegou a correr uma maratona em 2010!

O blog já apresentou, em diversas ocasiões, aspectos da medicina de estilo de vida, que se baseia em seis pilares: alimentação, atividade física, sono, manejo do estresse, relacionamentos saudáveis e controle de tóxicos – de álcool a cigarro, passando por automedicação. Para os autores do artigo, as faculdades de medicina oferecem um número anêmico de aulas sobre a importância da educação alimentar. Citam, inclusive, pesquisa realizada com mais de 600 cardiologistas: 90% relataram não ter recebido qualquer treinamento na área de alimentação durante sua formação. Embora ninguém espere que médicos se tornem experts em nutrição, o ideal é que tivessem informações sobre o impacto positivo de uma dieta à base de plantas em seis condições de saúde, a saber:

  1. Obesidade e perda de peso: estudo com 70 mil pessoas descobriu que aquelas que seguiam uma dieta vegana pesavam, em média, quatro quilos a menos do que os não adeptos desse tipo de alimentação. Além disso, seu risco de morte era menor.
  2. Doença cardiovascular: produtos de origem animal são ricos em gordura saturada e colesterol, que são fatores de risco. Em compensação, seguidores de uma dieta vegetariana têm um decréscimo de 13 mg/dl do LDL, o mau colesterol. Quem não come carne também tem 24% a menos de chance de morte por doença cardíaca, em comparação com os onívoros, que comem de tudo.
  3. Câncer: a adoção de hábitos saudáveis, o que inclui atividade física e consumir grãos, verduras e frutas, tem o potencial de reduzir o risco de câncer de mama entre 50% e 70%. Enquanto dietas com muitos derivados de leite aumentam as chances de câncer de próstata, as ricas em fibras diminuem o risco de câncer colorretal.
  4. Diabetes: estudo realizado na Universidade Harvard concluiu que aqueles que consumiam uma dieta à base de plantas baixavam o risco de diabetes tipo 2 em 34%.
  5. Alzheimer: a dieta mediterrânea, ancorada em comidas boas para o cérebro, como folhas verdes, feijões, grãos integrais e castanhas, pode reduzir em até 60% o risco de desenvolver a doença.
  6. Covid-19: também realizado por Harvard, levantamento feito via smartphones mostrou que indivíduos cuja alimentação era plant-based tinham uma redução de 41% do risco de desenvolver a forma mais séria da enfermidade.

A doutora Stantic fará uma apresentação intitulada O que todo médico precisa saber sobre nutrição, numa conferência internacional que ocorrerá em agosto em Washington, e encabeça o recado: está na hora de todos os médicos do planeta abordarem a importância de uma alimentação saudável, além de outros bons hábitos. Eles podem aconselhar pacientes, exigir cardápios saudáveis nos hospitais e utilizar as redes sociais para propagar essas ideias.

A doutora Stancic em campanha contra a oferta de fast food em hospitais  — Foto: Divulgação
A doutora Stancic em campanha contra a oferta de fast food em hospitais — Foto: Divulgação

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segunda-feira, 6 de junho de 2022

China lança missão para concluir montagem de estação espacial

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Três astronautas partiram neste domingo (5) e ficarão em órbita por seis meses. Essa é sétima de 11 etapas para finalizar construção.
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Por g1

Postado em 06 de junho de 2022 às 10h00m

 #.*Post. - N.\ 10.355*.#

Foguete chinês é lançado na China — Foto: Reprodução/GloboNews
Foguete chinês é lançado na China — Foto: Reprodução/GloboNews

A China lançou neste domingo (5) uma nova missão de três pessoas para concluir o trabalho de montagem em sua estação espacial permanente em órbita, chamada Tiangong.

A tripulação do Shenzhou 14 vai passar seis meses em órbita para supervisionar a adição de dois módulos de laboratório que vão se juntar ao módulo central da estação espacial, chamado Tianhe, lançado em abril de 2021.

Essa é a sétima de 11 missões que irão para o espaço concluir a montagem da estação, que já está na fase final.

Foguete chinês é lançado rumo à estação espacial do país — Foto: Reprodução/GloboNews
Foguete chinês é lançado rumo à estação espacial do país — Foto: Reprodução/GloboNews

Com 16,6 metros de comprimento e 4,2 metros de diâmetro, o módulo Tianhe funciona como centro de controle e moradia para os astronautas.

O comandante Chen Dong e os colegas astronautas Liu Yang e Cai Xuzhe montarão a estrutura de três módulos que une o Tianhe que já está lá com os módulos chamados Wentian e Mengtian.

Os tripulantes chineses que partiram para o espaço — Foto: Li Gang/Xinhua via AP
Os tripulantes chineses que partiram para o espaço — Foto: Li Gang/Xinhua via AP

Durante décadas, a China investiu bilhões em seu programa espacial para alcançar europeus, russos e americanos.

O gigante asiático enviou seu primeiro astronauta ao espaço em 2003.

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domingo, 5 de junho de 2022

Cannabis medicinal: o que é o sistema endocanabinoide e como a planta age no corpo

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Importação de produtos à base da planta cresceu 15 vezes nos últimos 5 anos e Anvisa já permite venda de 18 deles nas farmácias. Evidências vão do tratamento da epilepsia à ansiedade.
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Por Carolina Dantas, g1

Postado em 05 de junho de 2022 às 10h10m

 #.*Post. - N.\ 10.354*.#

Cannabis medicinal está presente no tratamento de 26 condições médicas — Foto: Marcelo Brandt/G1
Cannabis medicinal está presente no tratamento de 26 condições médicas — Foto: Marcelo Brandt/G1

A cannabis é o gênero da planta proibida, a maconha, mas que também é a planta medicinal, utilizada para o tratamento de epilepsia refratária, dor crônica, Alzheimer, ansiedade, Parkinson – uma lista com 26 condições médicas.

Em meio à liberação da importação e a desmistificação dos usos da erva — cada vez mais direcionados às propriedades terapêuticas — os especialistas passam a utilizar termos nem sempre conhecidos por todos: CBD, THC e sistema endocanabinoide, entre outros.

Abaixo, o g1 explica alguns dos principais termos do universo da cannabis medicinal:

  1. CBD, THC, terpenos, flavonoides: entenda as substâncias presentes na planta
  2. Sistema endocanabinoide: o que é, para que serve e como agem as substâncias
  3. Quais são as principais doenças e condições tratadas pela cannabis
  4. O que pode e o que não pode no Brasil, de acordo com a regulamentação
1. As substâncias

Wilson Lessa Junior, psiquiatra e professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), explica que são três grupos principais presentes na cannabis:

Fitocanabinoides:

São mais de 100 fitocanabinoides presentes da planta, de acordo com o especialista, mas os mais conhecidos são o tetrahidrocanabinol, que é o THC, e o canabidiol, que é o CBD.

Existem outros fitocanabinoides, como o CBG, que é o cannabigerol, e a THCV, a tetrahidrocanabivarina.

Essas substâncias se conectam ao sistema endocanabinoide (leia mais abaixo) no corpo humano e, assim, apresentem efeitos terapêuticos.

"A ação ocorre através da ativação do sistema endocanabiboide, mas existem várias evidências de que podem existir outros tipos de ativação por outros compostos da cannabis que a gente ainda está pesquisando. Na verdade, é um ramo enorme que está se abrindo", explica o médico e neurocientista Rogério Panizzutti, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Terpenos:

Os terpenos são os óleos essenciais. As substâncias que dão o cheiro para as coisas.

De acordo com Lessa, existem terpenos que apresentam atividades terapêuticas antiansiedade, anti-inflamatórias e antifúngicas.

"Temos o beta-cariofileno, que também está presente no cravo e na copaíba, que dá o cheiro dessas plantas. Temos o mirceno, que é um terpeno que tem efeito mais sedativo", explica o psiquiatra.

Flavonoides:

Eles dão sabor e cor à planta. De acordo com Lessa, os flavonoides têm ação antioxidante.

No total, são mais de 500 substâncias diferentes que trabalham em conjunto na cannabis, de acordo com os especialistas.

2. Sistema endocanabinoide

O sistema endocanabinoide tem um funcionamento independente da cannabis no corpo humano, esclarece Lessa. O médico explica que, até a década 80, a ciência não sabia exatamente como ocorria a ação dos compostos da planta.

Segundo o psiquiatra, o THC e o CBD eram conhecidos — foram descobertos na década de 40 e isolados em 60 —, mas os pesquisadores não sabiam a função dentro do cérebro.

"No final dos anos 80, dois pesquisadores descobriram que o THC se ligava a um local específico do cérebro dos ratos, que era na membrana da célula, mas depois eles também viram que esse lugar era um receptor e deram o nome de canabinoide", contou o especialista.

Os receptores são estruturas que, ao se conectarem com outras substâncias do corpo, são ativadas. Por exemplo: no caso da Covid-19, a infecção só ocorre quando a proteína S do vírus consegue se ligar a receptores específicos das células humanas. Assim, o coronavírus passa a se replicar.

Voltando à cannabis, Lessa explica que o primeiro receptor do sistema endocanabinoide foi chamado de receptor canabinoide tipo 1, o CB1. Inicialmente, ele foi encontrado no sistema nervoso central, mas já foi detectado em diversas partes do corpo.

Na década de 90, pesquisadores descobriram também o receptor canabinoide tipo 2, o CB2, mais prevalente no sistema imunológico, mas que também está presente no sistema nervoso periférico.

Receptores endocanabinoides — Foto: Fernanda Garrafiel/g1
Receptores endocanabinoides — Foto: Fernanda Garrafiel/g1

As descobertas continuaram na década de 90, que "foi quando os humanos foram descobrindo qual era a função desses receptores dentro nossa fisiologia normal, nossa fisiologia basal", como explica Lessa.

"Então, agora a gente sabe que o sistema endocanabinoide é um grande sistema de busca de equilíbrio de outros sistemas fisiológicos", complementa.

O próprio corpo produz substâncias que interagem com os sistema endocanabinoide: são substâncias endógenas, produzidas sob demanda para essa busca de homeostase, de equilíbrio em alguns sistemas do corpo humano.

O que faz a cannabis ter propriedades medicinais é o fato de que o CBD, o THC e outros componentes da planta, quando ingeridos, também interagirem com os receptores do sistema endocanabinoide.

"Os fitocanabinoides acabam modulando o corpo, tanto para mais ou para menos, dependendo do sistema que a gente quer ajudar a pessoa. O THC de modo geral costuma estimular o sistema endocanabinoide. Já o CBD, uma das coisas que ele faz, já que ele age em outros receptores, é trazer uma diminuição de um hiperestímulo que está acontecendo no sistema endocanabinoide", explica Lessa.

3. Condições e doenças

A Kaya Mind, empresa criada para análise de mercado da planta, lista 26 condições médicas consideradas com potencial de atendimento por meio de produtos à base da cannabis. São elas:

  • Dor crônica
  • Alzheimer
  • Câncer
  • Depressão
  • Ansiedade
  • Transtornos do espectro autista
  • Artrite reumatoide
  • Epilepsia
  • HIV/AIDS
  • Transtornos alimentares
  • Mal de Parkinson
  • Glaucoma
  • Esclerose múltipla
  • Paralisia cerebral
  • Transtorno bipolar
  • Transtornos do sono
  • TDAH
  • Transtorno de Tourette
  • Distonia
  • Malformação congênita
  • Síndrome de down
  • Stress/Burnout
  • TOC
  • Psoríase
  • Diabetes
  • Esquizofrenia

Sidarta Ribeiro, neurocientista e fundador do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), afirma que existem diferentes níveis de evidências relacionadas ao uso da cannabis e determinadas doenças.

"Os graus de evidência variam conforme a doença. Para algumas delas, esses graus de evidência estão no [nível] máximo, como a epilepsia, por exemplo. Assim como para mitigar os efeitos adversos da quimioterapia ou da radioterapia do câncer, para lidar com dores, sobretudo dores neuropáticas que não têm outros tratamentos, para essas condições as evidências são muito sólidas e chegam no padrão ouro", explica.

Para outras condições, as evidências são crescentes, como define o especialista, "indo em direção ao padrão ouro". Ribeiro cita como exemplo os estudos sobre a ação direta contra os tumores, benefícios para pacientes de Parkinson, Alzheimer, autismo e Tourette.

4. O que pode e o que não pode?

Desde 2015, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permite por meio do preenchimento de um formulário e da apresentação de uma receita médica a importação de produtos à base de cannabis. Nos últimos 5 anos, os pedidos de importação aumentaram 15 vezes, chegando a mais de 35 mil em 2021.

Já em 2019, a reguladora passou a permitir a venda de produtos com substâncias da cannabis na farmácia. São 18 aprovados até o momento, incluindo o medicamento Mevatyl, indicado para tratar pacientes adultos que apresentam espasmos por causa da esclerose múltipla.

À mesma época, a Anvisa chegou a avaliar a possibilidade de liberação do plantio para fins científicos e para a indústria, mas vetou a medida. Existem associações que obtiveram o direito de plantar a cannabis sob medida judicial, assim como pessoas físicas, para o tratamento de doenças. A prática não é permitida por lei a todos e, por isso, a matéria-prima e os produtos são importados no Brasil.

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sábado, 4 de junho de 2022

São Francisco perdeu 50% da superfície de água nas últimas três décadas, aponta pesquisa

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Estudo mostra como quatro grandes reservatórios apresentam tendência de queda na superfície de água nos últimos 36 anos.
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Por g1 BA

Postado em 04 de junho de 2022 às 17h30m

 #.*Post. - N.\ 10.353*.#

São Francisco perdeu 50% da superfície de água nas últimas três décadas — Foto: Dirceu Costa/ Arquivo pessoal
São Francisco perdeu 50% da superfície de água nas últimas três décadas — Foto: Dirceu Costa/

Uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira (3) pela iniciativa MapBiomas apontou que a Bacia do São Francisco perdeu 50% da superfície de água natural entre 1985 e 2020.

De acordo com o levantamento, se considerar que as ações humanas que por exemplo trouxeram um aumento artificial de 13% da superfície de água de reservatórios, a redução foi de 4%, com as maiores perdas observadas no Alto e no Baixo São Francisco, 19% e 21% respectivamente.

O estudo da MapBiomas teve o objetivo de marcar o Dia Nacional de Defesa do Rio São Francisco, a pedido do Plano Nordeste Potência, iniciativa de um conjunto de organizações brasileiras que trabalham pelo desenvolvimento verde e inclusivo da região.

De acordo com o coordenador do MapBiomas Água, Carlos Souza Jr., somente a ação humana pode ser insuficiente para manter o recurso na região, especialmente se considerar os cenários de redução de chuva previstos para os próximos anos.

A criação de reservatórios aumenta a superfície de água, no entanto temos observado uma tendência de perda de água nos principais reservatórios, além da perda de superfície de água natural significativa na bacia do Rio São Francisco, isso favorece um cenário de crise hídrica, afirmou.

Queda nos últimos 36 anos

O estudo mostra como quatro grandes reservatórios apresentam tendência de queda na superfície de água nos últimos 36 anos. A maior delas foi registrada na hidrelétrica Luiz Gonzaga (antes Itaparica), entre Pernambuco e Bahia, seguida por Sobradinho, Três Marias e Xingó.

Esses números refletem o que nós podemos ver na prática. A Bacia do São Francisco sofre com o uso intenso e sem planejamento, seja dos recursos hídricos quanto do seu solo. Hoje existem populações que vivem nessa região e que já sofrem com essas variações", explicou o coordenador executivo do Grupo Ambientalista da Bahia (Gambá), Renato Cunha.

"Precisamos implementar soluções como a recuperação das áreas degradadas o mais rápido possível, além de promover uma boa gestão dos recursos, completou.

A Bacia do São Francisco é a terceira maior do país e corresponde a cerca de 8% do território nacional. A pesquisa aponta que ainda que haja grandes variações entre os anos, a tendência de queda é clara e soma-se a análises anteriores, inclusive do governo federal.

Um estudo feito em 2013 pela extinta Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, por exemplo, indicava que poderia haver uma perda de até 65% da vazão até 2040, com base no registro de 2005.

O coordenador do Projeto HidroSinergia, do Centro Brasil no Clima (CBC), Sérgio Xavier, diz que indicadores do MapBiomas mostram que é urgente a implantação de um profundo programa de revitalização, previsto desde o início do projeto de transposição e nunca realizado.

"Além das ações de reflorestamento, recomposição de áreas degradadas e obras de saneamento em centenas de municípios, é fundamental um plano de elevação e estabilização da vazão média do rio e incentivos a um modelo de economia que impulsione a regeneração da bacia hidrográfica, analisou.

Alterações na paisagem

Poluição do Rio São Francisco no norte da Bahia prejudica o meio ambiente e a economiaPoluição do Rio São Francisco no norte da Bahia prejudica o meio ambiente e a economia

Outros dados do MapBiomas mostram que o uso da terra na bacia se intensificou no período. Atualmente, a cobertura de vegetação nativa nessa área é de 57%, mas chega a somente 30% no Baixo e 37% no Alto São Francisco.

Apesar de haver áreas consolidadas de agricultura e pastagem, a região hidrográfica perdeu 7 milhões de hectares de vegetação nativa nas últimas três décadas para a agropecuária, restando 36,2 milhões de hectares – desses, somente 17% estão em áreas protegidas.

As pastagens ocupam 14,8 milhões de hectares e a agricultura, 3,4 milhões. A formação savânica foi a mais atingida, perdendo 4,6 milhões de hectares (14%). Além de Cerrado, outros dois biomas compõem a bacia, Mata Atlântica e Caatinga.

As regiões do Baixo e Submédio São Francisco apresentam as maiores taxas de aumento de áreas de pastagem, 50% e 85% respectivamente. No Médio São Francisco, o destaque é para o aumento de 650% da agricultura, principalmente para a expansão da soja nos últimos anos. Já na região do Alto São Francisco, a silvicultura cresceu 400%.

Esse avanço das atividades agrícolas se manifesta em outros indicadores. O Médio São Francisco registrou quase 2 mil alertas de desmatamento em 2019 e 2020, totalizando aproximadamente 99 mil hectares derrubados.

A mesma sub-região mostrou o maior crescimento no número de sistemas de irrigação desde 1985, 1.870%, seguido pelo Alto São Francisco, com 1.586%.

A bacia do São Francisco está sob pressão, tanto pela agricultura quanto pela geração de energia, que coloca em risco milhares de pessoas que vivem na região, contou o coordenador da equipe Caatinga no MapBiomas, Washington Rocha.

Veja mais notícias do estado no g1 Bahia.

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A razão por trás do misterioso desaparecimento do megalodonte, o maior tubarão que já existiu

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A luta pelos alimentos na pré-história pode ter significado a extinção do maior tubarão que já viveu no planeta.
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TOPO
Por Helen Briggs, BBC

Postado em 04 de junho de 2022 às 15h40m

 #.*Post. - N.\ 10.352*.#

O megalodonte, ou megalodon, perambulava pelos oceanos cerca de 3 até 22 milhões de anos atrás — Foto: Getty Images via BBC
O megalodonte, ou megalodon, perambulava pelos oceanos cerca de 3 até 22 milhões de anos atrás — Foto: Getty Images via BBC

A luta pelos alimentos na pré-história pode ter significado a extinção do megalodonte, o maior tubarão que já viveu no planeta.

Um estudo dos dentes de fósseis desse gigante dos oceanos indica que ele precisava competir por alimentos com outro predador feroz, o grande tubarão-branco. E a batalha pela redução da quantidade de baleias e outras presas pode ter levado o megalodonte à extinção, três milhões de anos atrás.

Mas pressões ambientais, como mudanças dos níveis dos mares, também fizeram sua parte.

A extinção do megalodonte é um mistério que persiste há muito tempo. Vários fatores diferentes foram propostos, desde a perda do habitat devido a mudanças dos níveis dos mares até a redução da quantidade de presas.
Dentes de megalodonte (à esquerda) e do grande tubarão-branco (à direita) — Foto: Getty Images via BBC
Dentes de megalodonte (à esquerda) e do grande tubarão-branco (à direita) — Foto: Getty Images via BBC

No estudo mais recente, pesquisadores internacionais usaram isótopos de zinco nos dentes de tubarões vivos e extintos como ferramenta para entender a alimentação de animais mortos há muito tempo.

Vestígios de substâncias nos dentes de tubarões vivos e em 13 fósseis de dentes de megalodonte indicam que o grande tubarão-branco e o megalodonte um dia ocuparam posições similares na cadeia alimentícia e podem ter competido pelos mesmos alimentos, incluindo baleias, golfinhos e botos. E este pode ter sido um fator para a extinção dos megalodontes, além de mudanças climáticas e outros fatores ambientais, segundo os cientistas.

"Esta é uma peça do quebra-cabeças de evidências de que houve concorrência entre o grande tubarão-branco moderno e o megalodonte por recursos alimentícios aquáticos nos oceanos, quando os dois ainda vivam", segundo Thomas Tutken, professor da Universidade Johannes Gutenberg, de Mainz, na Alemanha, que chefiou o estudo.
O número de grandes tubarões-brancos está diminuindo — Foto: Getty Images via BBC
O número de grandes tubarões-brancos está diminuindo — Foto: Getty Images via BBC

Ao comentar sobre a pesquisa, publicada na revista Nature Communications, Catalina Pimiento, da Universidade de Swansea, no País de Gales, afirmou que mais trabalho era necessário para resolver o mistério do que aconteceu com o megalodonte. Segundo ela, a extinção foi estudada de muitos ângulos diferentes ao longo da última década e estudos indicam diversos fatores.

"O mistério sobre o que comia o megalodonte e até onde ele competia com os outros tubarões permanece", afirma Pimiento.

Qual era o tamanho do megalodonte?

O megalodonte (Otodus megalodon) era um tubarão com dentes enormes, que perambulava pelos oceanos entre 3 e 22 milhões de anos atrás. Seu nome significa "dente grande".

Três vezes maior que o grande tubarão-branco, o megalodonte podia crescer até 18 metros de comprimento e pesar até 60 toneladas.

O megalodonte chegou ao noticiário recentemente, quando um menino de seis anos de idade encontrou um dente de tubarão que pertencia a um gigante megalodonte pré-histórico em Suffolk, no leste da Inglaterra. Sammy Shelton encontrou o dente de 10 cm de comprimento na praia de Bawdsey, em Suffolk, durante um feriado prolongado.

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    sexta-feira, 3 de junho de 2022

    Cem dias da invasão russa da Ucrânia: veja os momentos-chave da guerra

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    Em pouco mais de três meses, foco do conflito mudou, mas rastro de destruição é imenso. Relembre os principais acontecimentos.
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    TOPO
    Por France Presse

    Postado em 03 de junho de 2022 às 06h50m

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    Svetlana Savchenko ao lado do prédio destruído onde seu apartamento estava localizado em Mariupol, em março — Foto: Reuters/Alexander Ermochenko
    Svetlana Savchenko ao lado do prédio destruído onde seu apartamento estava localizado em Mariupol, em março — Foto: Reuters/Alexander Ermochenko

    Veja os principais acontecimentos desde o início da invasão russa da Ucrânia, que completa 100 dias nesta sexta-feira (2) e já deixou milhares de mortos.

    Início da invasão

    Presidente Putin anuncia ofensiva militar em pronunciamento televisionado; ele instou os soldados ucranianos a se renderem e voltarem para casa — do contrário, a própria Ucrânia seria culpada pelo derramamento de sangue, e acrescentou que o conflito entre as forças russas e ucranianas são 'inevitáveis' e 'apenas uma questão de tempo' — Foto: Reuters
    Presidente Putin anuncia ofensiva militar em pronunciamento televisionado; ele instou os soldados ucranianos a se renderem e voltarem para casa — do contrário, a própria Ucrânia seria culpada pelo derramamento de sangue, e acrescentou que o conflito entre as forças russas e ucranianas são 'inevitáveis' e 'apenas uma questão de tempo' — Foto: Reuters

    Em 24 de fevereiro, o presidente Vladimir Putin anuncia uma "operação militar" para defender as "repúblicas" separatistas do Donbass no leste ucraniano, cuja independência tinha acabado de reconhecer unilateralmente.

    As forças terrestres russas então penetram no território ucraniano.

    No dia 26, o exército russo recebe a ordem de intensificar a ofensiva.

    A União Europeia anunciou a primeira compra e entrega de armas à Ucrânia. Os ocidentais aplicam sanções econômicas contra a Rússia cada vez mais rígidas.

    Mapa mostra locais da Ucrânia que foram bombardeados em primeiro ataque feito pela Rússia — Foto: Arte g1
    Mapa mostra locais da Ucrânia que foram bombardeados em primeiro ataque feito pela Rússia — Foto: Arte g1

    Primeiras negociações

    No dia 28, Moscou e Kiev iniciam negociações.

    Vladimir Putin exige o reconhecimento da Crimeia como território russo, um "status neutro" para a Ucrânia e sua "desnazificação". Moscou busca há meses garantias de que Kiev jamais integrará a Otan.

    Em 2 de março, tropas russas chegam a Kharkiv (norte), segunda maior cidade do país. Ao sul, Kherson, próxima da Crimeia, fica sob controle russo.

    Soldados russos em Kherson, na Ucrânia — Foto: Olexandr Chornyi/AP
    Soldados russos em Kherson, na Ucrânia — Foto: Olexandr Chornyi/AP

    No dia 8, o presidente americano, Joe Biden, decreta um embargo sobre o gás e o petróleo russos.

    No dia 10, os líderes dos 27 países-membros descartam uma rápida adesão da Ucrânia à UE, exigida pelo presidente Volodimir Zelensky, ao mesmo tempo em que abrem as portas para estreitar os laços.

    Mariupol cercada

    04/04 - Soldados de tropas pró-Rússia recolhem corpos para levar a necrotério em Mariupol — Foto: REUTERS/Alexander Ermochenko
    04/04 - Soldados de tropas pró-Rússia recolhem corpos para levar a necrotério em Mariupol — Foto: REUTERS/Alexander Ermochenko

    No dia 21, Bruxelas denuncia "um grande crime de guerra" em Mariupol, um porto estratégico no Mar de Azov.

    Dezenas de milhares de pessoas estão presas lá. Uma maternidade, depois um teatro onde os civis estão abrigados são bombardeados.

    Vista de Teatro de Mariupol atingido por ataque na Ucrânia, na quarta-feira (16).  — Foto: Reuters
    Vista de Teatro de Mariupol atingido por ataque na Ucrânia, na quarta-feira (16). — Foto: Reuters

    No dia 24, a Otan decide equipar a Ucrânia contra a ameaça química e nuclear e reforça suas defesas em seu flanco leste.

    No dia seguinte, Moscou anuncia que estava se concentrando na "libertação do Donbass".

    Horror em Bucha

    Em 2 de abril, a Ucrânia anuncia ter retomado o controle da região de Kiev após a retirada das forças russas, que se deslocam para o leste e o sul do país.

    Imagens de drone mostram tanques atirando na direção de um ciclista em BuchaImagens de drone mostram tanques atirando na direção de um ciclista em Bucha

    Em diversos locais próximos de Kiev, como Bucha, a descoberta de dezenas de cadáveres de civis provoca forte reação internacional.

    No dia 8, um bombardeio da estação de trem de Kramatorsk (leste) deixa 57 mortos.

    Vídeo mostra momento do bombardeio em estação de trem de Kramatorsk, na UcrâniaVídeo mostra momento do bombardeio em estação de trem de Kramatorsk, na Ucrânia

    Navio russo afundado

    No dia 14, os ucranianos alegam ter atingido com mísseis o Moskva, principal navio de guerra da frota russa no Mar Negro. Segundo Moscou, o navio afundou após um incêndio causado pela explosão de munição a bordo.

    No dia 21, Vladimir Putin reivindica o controle de Mariupol, mas cerca de 2 mil soldados ucranianos, entrincheirados no complexo siderúrgico Azovstal com mil civis, ainda resistem.

    Foto divulgada em redes sociais mostra o que seria o navio russo Moskva momentos antes de afundar — Foto: Reprodução
    Foto divulgada em redes sociais mostra o que seria o navio russo Moskva momentos antes de afundar — Foto: Reprodução

    No dia 27, o exército ucraniano reconhece um avanço russo no leste, com a captura de várias cidades nas regiões de Kharkiv e Donbass.

    Candidatura à Otan

    Em 3 de maio, forças russas e pró-russas lançaram um "poderoso ataque" contra a siderúrgica Azovstal.

    No dia 8, sessenta pessoas foram dadas como desaparecidas após o bombardeio de uma escola na região de Luhansk.

    No dia 18, Suécia e Finlândia apresentam seus pedidos de adesão à Otan.

    No dia 19, o Congresso americano libera US$ 40 bilhões para apoiar o esforço de guerra ucraniano.

    No dia seguinte, o G7 promete US$ 19,8 bilhões de dólares para ajudar Kiev.

    Azovstal sob controle russo

    No dia 20, Moscou anuncia o controle da Azovstal. De acordo com Kiev, Mariupol está 90% destruída e pelo menos 20 mil pessoas morreram na cidade.

    Siderúrgica de Azovstal, em Mariupol, com uma densa camada de fumaça preta por cima do telhado — Foto: REUTERS/Alexander Ermochenko TPX IMAGES OF THE DAY/File Photo/File Photo
    Siderúrgica de Azovstal, em Mariupol, com uma densa camada de fumaça preta por cima do telhado — Foto: REUTERS/Alexander Ermochenko TPX IMAGES OF THE DAY/File Photo/File Photo

    A leste, as cidades de Severodonetsk e Lyssytchansk constituem o último bastião de resistência ucraniana na região de Lugansk, no Donbass.

    No dia 23, um soldado russo foi condenado em Kiev à prisão perpétua no primeiro julgamento por crimes de guerra desde o início da invasão.

    Soldado russo, de 21 anos, durante o primeiro julgamento por crimes de guerra contra a Rússia, no qual foi condenado, em 13 de maio de 2022 — Foto: Viacheslav Ratynskyi/ Reuters
    Soldado russo, de 21 anos, durante o primeiro julgamento por crimes de guerra contra a Rússia, no qual foi condenado, em 13 de maio de 2022 — Foto: Viacheslav Ratynskyi/ Reuters

    As forças russas intensificam sua ofensiva no Donbass.

    No dia 28, Moscou confirma a tomada por separatistas pró-russos da localidade chave de Lyman. As forças russas controlam "parte" de Severodonetsk, segundo o governador regional no dia 31.

    Embargo do petróleo russo

    Os líderes da UE chegam a um acordo no dia 30 para reduzir as importações de petróleo russo em cerca de 90% até o final do ano.

    Depois de impor a mesma medida à Finlândia, Bulgária e Polônia, a russa Gazprom suspende suas entregas de gás para a Holanda no dia 31, diante da recusa de pagamento em rublos.

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