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terça-feira, 16 de novembro de 2021

A cidade do Canadá destruída em horas por fogo após registrar 49,6ºC

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País está se aquecendo em um ritmo duas vezes mais rápido do que o resto do mundo, segundo o governo.
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TOPO
Por BBC

Postado em 16 de novembro de 2021 às 19h25m

Post.- N.\ 10.085

A cidade do Canadá destruída em horas por fogo após registrar 49,6ºC — Foto: Reprodução/BBC
A cidade do Canadá destruída em horas por fogo após registrar 49,6ºC — Foto: Reprodução/BBC

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, declarou durante a COP 26, a conferência climática das Nações Unidas, que o país está se aquecendo em um ritmo duas vezes mais rápido do que o resto do mundo.

Esse aumento de temperaturas foi duramente sentido na cidade de Lytton, no sul do país.

Em junho de 2021, os termômetros locais atingiram 49,6ºC, a maior temperatura já registrada em um lugar tão ao norte do planeta.

Um dia depois de atingir essa marca, o pequeno município foi engolido por chamas.

A cidade do Canadá destruída em horas por fogo após registrar 49,6ºC — Foto: Reprodução/BBC
A cidade do Canadá destruída em horas por fogo após registrar 49,6ºC — Foto: Reprodução/BBC

Meu senso de pertencimento a um lugar desapareceu numa nuvem de fumaça em 30 de junho, diz Patrick Michell, líder da comunidade indígena Kanaka Bar, que vive no local.

Após perder sua casa no incêndio, ele teve que se mudar para um motor home com a esposa. A filha dele, Serena, estava grávida de oito meses no dia do incêndio e teve que fugir levando apenas algumas roupas.

Os desabrigados de Lytton agora buscam respostas e responsáveis pelo incidente.

Existe a suspeita de que uma faísca vinda da estrada de ferro local tenha dado origem às chamas, mas uma investigação não encontrou ligação entre a linha de trem e o incêndio.

Neste vídeo da série Vida a 50ºC, a BBC foi até a cidade canadense destruída pelo fogo, onde alguns moradores planejam construir novas casas de forma mais sustentável.

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O polêmico teste de míssil russo que forçou astronautas a buscar refúgio

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EUA afirmam que Rússia destruiu satélite "imprudentemente", colocando astronautas no espaço em perigo.
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TOPO
Por BBC

Postado em 16 de novembro de 2021 às 15h20m

Post.- N.\ 10.084

Rússia testa míssil e coloca em risco a tripulação da Estação Espacial Internacional
Rússia testa míssil e coloca em risco a tripulação da Estação Espacial Internacional 

O governo dos Estados Unidos criticou a Rússia por conduzir um teste de míssil "perigoso e irresponsável" que, segundo eles, colocou em perigo a tripulação a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).

O teste explodiu um dos próprios satélites da Rússia, criando destroços que forçaram a tripulação da ISS a se abrigar em cápsulas.

A estação tem atualmente sete tripulantes a bordo — quatro americanos, um alemão e dois russos.

A estação espacial orbita a uma altitude de cerca de 420 km (260 milhas).

Como é morar na ISS?

"Hoje cedo, a Federação Russa conduziu imprudentemente um teste de satélite destrutivo de um míssil anti-satélite de ascensão direta contra um de seus próprios satélites", disse o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, em uma entrevista a jornalistas.

"O teste gerou até agora mais de 1,5 mil fragmentos orbitais rastreáveis e centenas de milhares de fragmentos orbitais menores que agora ameaçam os interesses de todas as nações."

O administrador da Nasa, Bill Nelson, disse que ficou indignado com o incidente.

"Com sua longa e célebre história em voos espaciais humanos, é impensável que a Rússia coloque em risco não apenas os astronautas americanos e internacionais parceiros da ISS, mas também seus próprios cosmonautas", bem como "taikonautas" (astronautas chineses) a bordo da estação espacial da China, disse ele em um comunicado.

A agência espacial russa Roscosmos minimizou o incidente.

"A órbita do objeto, que forçou a tripulação hoje a se deslocar para a espaçonave de acordo com os procedimentos padrão, se afastou da órbita da ISS. A estação está na zona verde", escreveu a agência no Twitter.

A origem dos destroços, que não causaram maiores danos, está agora sob os holofotes.

Eles parecem pertencer a um satélite espião russo desativado há muitos anos, o Kosmos-1408, pesando mais de uma tonelada e lançado em 1982.

LeoLabs, uma empresa de rastreamento de detritos espaciais, disse que sua instalação de radar na Nova Zelândia detectou vários objetos onde a nave espacial extinta deveria estar.

Astronautas da ISS estão cada vez mais tendo que tomar medidas de precaução quando fragmentos de velhos satélites e foguetes se aproximam. — Foto: Reuters via BBC
Astronautas da ISS estão cada vez mais tendo que tomar medidas de precaução quando fragmentos de velhos satélites e foguetes se aproximam. — Foto: Reuters via BBC

Price descreveu a ação russa como "perigosa e irresponsável" e disse que isso demonstra que as "alegações do país de se opor ao armamento do espaço são falsas e hipócritas".

"Os EUA trabalharão com nossos parceiros e aliados para responder a seu ato irresponsável", disse ele.

E o secretário de Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, disse que o teste "mostra um desprezo total pela segurança, proteção e sustentabilidade do espaço".

"Os destroços resultantes deste teste permanecerão em órbita, colocando satélites e voos espaciais humanos em risco por muitos anos", acrescentou. 
Análise por Jonathan Amos, correspondente de Ciências da BBC

É difícil não ver os testes de mísseis anti-satélite como uma forma de loucura.

É impossível controlar o campo de destroços que resulta de um impacto de alta velocidade. Milhares de fragmentos são produzidos. Alguns serão lançados para baixo em direção à Terra e fora de perigo, mas muitos também irão para altitudes mais elevadas, onde vão pertubar missões operacionais por anos no futuro - incluindo aquelas do estado-nação que realizou o teste.

O que os cosmonautas russos na estação espacial pensaram quando se abrigaram em sua cápsula Soyuz na manhã de segunda-feira, devido ao risco de que os fragmentos deste teste atingissem onde estavam?

O lixo espacial é uma situação que piora rapidamente. Sessenta e quatro anos de atividade acima de nossas cabeças resultaram em cerca de 1 milhão de objetos viajando descontrolados por lá na faixa de tamanho de 1 cm (0,4 pol.) a 10 cm.

Um impacto de qualquer um desses poderia ser o fim da missão de um satélite de clima ou telecomunicações vital. As nações precisam limpar o ambiente espacial, não poluí-lo ainda mais.

Vários países têm a capacidade de lançar satélites ao espaço, incluindo os EUA, Rússia, China e Índia.

O teste de tais mísseis é raro, mas sempre atrai ampla condenação sempre que ocorre, porque polui o ambiente espacial para todos.

Quando a China destruiu um de seus satélites meteorológicos aposentados em 2007, ela criou mais de 2 mil fragmentos rastreáveis. Este material representava um perigo contínuo para as missões espaciais operacionais, principalmente as da própria China.

Brian Weeden, um especialista em consciência situacional do espaço, disse anteriormente que, se fosse confirmado que a Rússia havia conduzido um teste que colocava a ISS em perigo, a conduta teria sido "além de irresponsável".

A estação espacial ocupa uma concha orbital que outros operadores tentam manter longe de satélites, estejam funcionando ou aposentados.

No entanto, os astronautas estão cada vez mais tendo que tomar medidas de precaução quando fragmentos de velhos satélites e foguetes se aproximam.

A velocidade com que esse material se move significa que ele pode facilmente perfurar as paredes dos módulos da estação.

A precaução costuma envolver o fechamento de escotilhas entre os módulos e, como aconteceu na segunda-feira, a escalada nas cápsulas que levaram os astronautas até a estação. Esses veículos ficam presos à ISS durante todo o período de serviço das tripulações, caso haja a necessidade de uma fuga rápida por "barco salva-vidas".

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Expedições em busca das árvores gigantes da Amazônia estudam impacto das espécies na natureza

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Espécies de angelim-vermelho e castanheiras entre 80 e 90 metros atuam diretamente na sobrevivência das demais árvores ao redor.
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Por Laura Machado, g1 AP — Macapá

Postado em 16 de novembro de 2021 às 13h15m

Post.- N.\ 10.083

Viagem mostra do alto a dimensão das árvores gigantes da Amazônia, no Amapá
Viagem mostra do alto a dimensão das árvores gigantes da Amazônia, no Amapá

Encontradas e estudadas a partir de 2019, as "árvores gigantes da Amazônia" - espécies de angelim-vermelho e castanheiras, com altura entre 80 e 90 metros - impactam muito mais no ambiente ao redor do que os cientistas imaginavam. Os exemplares foram identificados e mapeados ao longo de quatro expedições em unidades de conservação nas regiões central e sul do Amapá.

Até então desconhecidas como sendo tão altas, as árvores foram identificadas na região a partir de um estudo sobre impactos no solo. Usando tecnologia de ponta foram identificados os aglomerados de árvores gigantes.

O projeto começou quando eu estava em um grupo de pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em São José dos Campos. Nosso objetivo era fazer um mapa de biomassa da Amazônia e, dentro desse objetivo, fizemos uma coleta intensa de dados utilizando um avião e um equipamento inovador que funciona como um laser, explicou Eric Gorgens, professor da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e coordenador das expedições.

Pesquisadores catalogando as espécies de árvores gigantes — Foto: Rafael Aleixo/Governo do Amapá
Pesquisadores catalogando as espécies de árvores gigantes — Foto: Rafael Aleixo/Governo do Amapá

A tecnologia de captação de dados utilizada é conhecida como LiDAR (Light Detection and Ranging), um laser capaz de detectar uma superfície e fazer uma modelação tridimensional, o que possibilita detalhar a altura precisa da vegetação.

Os cientistas conseguiram constatar que apenas uma árvore gigante é responsável por mais de 60% de toda a biomassa das outras árvores ao redor dela.

A biomassa compreende a quantidade de carbono, matéria e elemento madeira existente na natureza. O mapa de biomassa ajuda a entender a quantidade de carbono emitida por um desmatamento ou o volume captado pela regeneração dessas vegetações.

Expedições contaram com pesquisadores nacionais e internacionais — Foto: Rafael Aleixo/Governo do Amapá
Expedições contaram com pesquisadores nacionais e internacionais — Foto: Rafael Aleixo/Governo do Amapá

Desde o início, o projeto das expedições teve a participação de representantes de instituições nacionais e internacionais. A última visita contou com a colaboração da pesquisadora da Universidade de Swansea, no Reino Unido, Jacqueline Rosette.

Localmente, atuaram o Instituto Federal do Amapá (Ifap) e a Universidade do Estado do Amapá (Ueap). O projeto é financiado pelo Fundo Natura para Desenvolvimento Sustentável das Comunidades (Fundo Iratapuru).

Árvores gigantes estão localizadas em áreas de reserva e preservação ambiental no Pará e Amapá — Foto: Reprodução
Árvores gigantes estão localizadas em áreas de reserva e preservação ambiental no Pará e Amapá — Foto: Reprodução

Empoderamento comunitário

Os moradores das comunidades próximas às árvores também são parte importante na construção da pesquisa. A população é responsável por ajudar os cientistas a levantar orçamentos de custos, já que conhecem melhor a região.

Além da iniciativa estatal, as pesquisas podem ser financiadas pela iniciativa privada, o que pode agilizar e viabilizar novas visitas à campo, já que as despesas costumam ser muito altas e demandam uma equipe e maquinários específicos.

Quarta expedição encontrou novo exemplar de árvore gigante em Mazagão — Foto: Rafael Aleixo/Governo do Amapá
Quarta expedição encontrou novo exemplar de árvore gigante em Mazagão — Foto: Rafael Aleixo/Governo do Amapá 

É um ganho mútuo. Existem várias instituições do estado que começaram a perceber potenciais e isso para a gente é muito importante, porque expedições como essas são muito caras. Na primeira mobilizamos 30 pessoas, na última apenas 14, pois é uma logística que demanda um preparo muito intenso, afirmou Gorgens.

As capacitações com moradores visam o "empoderamento" e a autonomia da comunidade, para que posteriormente eles possam identificar essas espécimes por conta própria.

Árvores gigantes são responsáveis por grande parte da biomassa do bioma local no Amapá — Foto: Rafael Aleixo/Acervo Pessoal
Árvores gigantes são responsáveis por grande parte da biomassa do bioma local no Amapá — Foto: Rafael Aleixo/Acervo Pessoal

Base de ecologia tropical

Em expedições futuras, os pesquisadores visam implementar uma base de ecologia tropical em São Francisco do Iratapuru, comunidade no município de Laranjal do Jari, ao sul do Amapá.

Para isso, é necessário o investimento financeiro para custear toda a infraestrutura necessária, além de outros itens como combustível e alimentação da equipe.

"Até as comunidades têm dificuldade em mapear esses recursos. Sentamos com eles para tentar entender onde vamos colocar cada coisa, porque lá eles só possuem energia de 18h às 22h. O investimento vai desde maquinário até o tipo de barco. A ciência tem muito disso, da conversa (...) e pode ser uma aliada forte no desenvolvimento comunitário", completou o coordenador.

Expedições anteriores

Expedição localiza a maior árvore do Amapá e a segunda maior da Amazônia, de 85,4 metros
Expedição localiza a maior árvore do Amapá e a segunda maior da Amazônia, de 85,4 metros

A terceira expedição do projeto que mapeia as gigantes na Amazônia encontrou a árvore mais alta do Amapá, que é a segunda maior da região a ser registrada cientificamente. A notável é da espécie angelim-vermelho, tendo 85,44 metros de altura, 9,45 metros de circunferência 3 metros de diâmetro. O achado é um marco e empolgou pesquisadores que a localizaram (assista no vídeo acima).

Em 2019 foi descoberta a árvore mais alta da Amazônia, de 88 metros, na divisa entre o Amapá e o Pará. Com a ajuda dela, os pesquisadores deram início a uma saga para descobrir outras "gigantes" na região a partir de um projeto do Instituto Federal do Amapá (Ifap). Em janeiro, foi descoberto um novo santuário no sul do estado.

Antes dessa, as maiores árvores registradas no Amapá eram uma castanheira de 66 metros e um angelim-vermelho de 79,19 metros, mapeados no início do ano. Só para ter uma comparação, a média de altura das árvores da Amazônia fica entre 40 e 50 metros.

Árvore mais alta já mapeada no Amapá tem 85,44 metros de altura — Foto: Ifap/Divulgação
Árvore mais alta já mapeada no Amapá tem 85,44 metros de altura — Foto: Ifap/Divulgação

O grupo saiu da sede de Porto Grande, município a 102 quilômetros de Macapá, no dia 24 de setembro. Com ajuda de satélites e outros equipamentos, os pesquisadores chegaram à gigante após 3 dias de caminhada, na região do Rio Cupixi, nos limites da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Iratapuru.

Após 3 dias de expedição, a equipe encontrou a maior árvore gigante do Amapá. Trata-se do Angelim Vermelho, o que consolida a espécie como a maior em altura da Amazônia, explica o coordenador do projeto Árvores Gigantes e professor do Ifap, Diego Armando.

Foi durante a quarta expedição e mais recente expedição da saga em busca das árvores gigantes, que os pesquisadores encontraram mais uma árvore despontando no meio da floresta, um angelim de 83 metros de altura fincado no meio da mata da região do Camaipi, município de Mazagão, mais de 40 quilômetros da capital Macapá.

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segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Como explosão de cometa formou misteriosos 'campos de vidro' do deserto do Atacama no Chile

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Na época da explosão, a paisagem daquela região do planeta era muito diferente da aridez absoluta atual: havia vegetação abundante, animais gigantes e possivelmente lagoas.
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TOPO
Por BBC

Postado em 15 de novembro de 2021 às 19h45m

Post.- N.\ 10.082

Em um ponto do deserto do Atacama, chamado de pampa do Tamarugal, foram descobertas em 2008 rochas com formações cristalinas de origem incerta até pouco tempo atrás.  — Foto: Nicolás Blanco (via BBC)
Em um ponto do deserto do Atacama, chamado de pampa do Tamarugal, foram descobertas em 2008 rochas com formações cristalinas de origem incerta até pouco tempo atrás. — Foto: Nicolás Blanco (via BBC)

No lugar que hoje é o deserto do Atacama, no norte do Chile, provavelmente um evento apocalíptico ocorreu há pelo menos 11 mil anos. Um cometa teria explodido ao se aproximar da superfície da Terra, gerando um jato de fogo com ventos semelhantes aos de um furacão ou um tornado.

Naquela época, a paisagem daquela região do planeta era muito diferente da aridez absoluta atual: havia vegetação abundante, animais gigantes e corpos d'água, possivelmente lagoas.

O inferno gerado pela explosão do cometa no céu não só teria a capacidade de destruir os seres vivos na Terra, mas também criaria um mistério para os geólogos até os dias de hoje.

É que em um ponto do deserto do Atacama, chamado de pampa do Tamarugal, foram descobertas em 2008 rochas com formações cristalinas de origem incerta até pouco tempo atrás.

Na semana passada, um grupo de cientistas publicou os resultados de um novo estudo em que concluíram que os campos de vidro foram criados pelo efeito da explosão de um cometa.

"Esta explosão desceu em direção à superfície do solo como um plasma muito quente, a cerca de 1.700° C", explica o geólogo Nicolás Blanco à BBC News Mundo (serviço em espanhol da BBC).

Segundo geólogos, os campos de vidro do deserto do Atacama foram preservados pela hiperaridez do terreno — Foto: Nicolás Blanco (via BBC)
Segundo geólogos, os campos de vidro do deserto do Atacama foram preservados pela hiperaridez do terreno — Foto: Nicolás Blanco (via BBC)

"Esse plasma foi acompanhado por ventos com força de furacão, semelhantes aos dos tornados. O calor combinado com os ventos gerou os corpos derretidos com parte do material do cometa, fundindo e incorporando essas rochas que também foram derretidas."

Em 2008, o geólogo descobriu os campos de vidro junto com seu colega Andrew Tomlinson (ambos do Serviço Nacional de Geologia e Mineração do Chile, Sernageomin). Isso levou à pesquisa de Blanco, Tomlison, Peter Schultz, Scott Harris e Sebastián Perroud publicada em 2 de novembro na revista Geology.

Um mistério do deserto

Essas rochas com formações cristalianas não têm valor comercial, mas são muito valiosas para os estudos de geologia — Foto: Nicolás Blanco (via BBC)
Essas rochas com formações cristalianas não têm valor comercial, mas são muito valiosas para os estudos de geologia — Foto: Nicolás Blanco (via BBC)

Os campos de vidro estão espalhados em uma faixa de cerca de 70 km de extensão nos pampas do Tamarugal.

As formações rochosas que apresentam incrustações cristalinas, após serem analisadas, foram catalogadas como originárias do Pleistoceno Superior. Ou seja, teriam pelo menos 10,5 mil anos de idade.

"A rocha é do tipo escória, como são conhecidas na indústria siderúrgica, com vidros de cor verde escura que não têm valor econômico em si, porque não possuem uma beleza particular", explica Blanco.

"Dentro desse material fundido, existem pequenos cristais microscópicos que lhe conferem a característica especial que possui."

As mudanças em nosso planeta que criaram o deserto teriam gerado a hiperaridez pela qual muitas dessas rochas foram preservadas quase que no mesmo momento em que foram formadas.

"Isso não é muito comum. Existem algumas evidências em algumas partes da África e da Austrália, com climas áridos, e é mais fácil observá-las lá. Mas em áreas com vegetação é muito difícil (de enxergá-las), por isso é uma descoberta bastante interessante para a ciência ", conta Alejandro Cecioni, subdiretor nacional de geologia da Sernageomin, à BBC News Mundo.

Quando Blanco e Tomlinson encontraram as rochas, se perguntaram como elas teriam se formado. "O exemplo do impacto de meteoritos na superfície da Terra já é conhecido: eles formam crateras e deixam vestígios de rocha derretida que indicam os efeitos da alta temperatura e pressão do impacto."

"Mas nesta região essas crateras de impacto não existem. Então, como se explica uma fonte de calor diferente do impacto de um meteorito?"

Por que um cometa?

Esses tipos de formações cristalinas podem ser encontrados em outras partes do planeta, onde a atividade vulcânica, a colisão de um meteorito ou a queda de um raio deixaram uma marca no solo.

Mas naquele ponto do deserto do Atacama não há evidências de vulcões ou vestígios do impacto de um corpo espacial de tal magnitude. O que os pesquisadores descobriram são três minerais que consideram essenciais.

As análises mostraram que nos vidros ocorre a fusão de cubanita, trolita e baddeleyita, sendo que os dois primeiros minerais são aqueles detectados em meteoritos e cometas.

Nos anos 2000, a missão Stardust da NASA trouxe para a Terra amostras do cometa Wild-2 com a presença de cubanita e trolita.

Como não havia evidência de queda de meteorito, os cientistas acreditam que a fusão de minerais e a formação cristalina foram causadas pelo impacto de um cometa.

"Esses três elementos eram indicativos de que o processo de formação estava em altíssima temperatura e era gerado por esse processo térmico que vinha do espaço", afirma Blanco.

A Teoria do Grande Fogo

Um evento com características semelhantes ao impacto de que falam os cientistas não foi documentado pela humanidade.

O "evento de Tunguska", uma grande detonação na Rússia no início do século 20, é atribuído à explosão aérea de um meteorito, uma vez que não deixou uma cratera na superfície da Terra. Mas não causou tanta devastação quanto se sabe que ocorreu no Atacama, no Chile.

"Os dois eventos coincidem com a destruição da megafauna local. Naquela época (onde hoje é o Atacama), havia animais de grande porte que ficavam em um ambiente com vegetação, que também queimou em temperaturas muito altas, o que não é muito comum", diz Cecioni, que faz parte do Serviço Nacional de Geologia e Mineração do Chile.

Uma teoria anterior aventava a hipótese de que as formações de vidro eram causadas pelo incêndio na vegetação, mas Blanco afirma que não há evidências de que um incêndio de superfície possa gerar uma quantidade de calor superior a 1.700°C, a ponto de derreter os minerais encontrados.

Em geral, incêndios florestais podem gerar temperaturas de até 500°C. "Nenhum incêndio florestal em lugar nenhum deixou evidências de vidro derretido dessa magnitude. Nos grandes incêndios florestais em várias partes do mundo, nunca foi relatada a existência de fusão de solos", diz o geólogo.

Por esse e outros motivos, ele e seus colegas consideram que as evidências da formação das misteriosas rochas com cristais são produto de um evento de liberação de energia como a explosão de um cometa.

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Irmãos indianos ganham prêmio internacional por sistema de separação de resíduos

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A iniciativa, que começou com 15 domicílios em 2018 utilizando grupos no WhatsApp, envolve hoje 1.500 domicílios. Mesmo prêmio já foi vencido por Greta Thunberg e Malala Yusafzai
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TOPO
Por France Presse

Postado em 15 de novembro de 2021 às 18h05m

Post.- N.\ 10.081

Vihaan e Nav Agarwal, de 17 e 14 anos, o Prêmio Internacional da Paz Infantil 2021  — Foto: Phil nijhuis / ANP / AFP
Vihaan e Nav Agarwal, de 17 e 14 anos, o Prêmio Internacional da Paz Infantil 2021 — Foto: Phil nijhuis / ANP / AFP

Dois jovens irmãos indianos incentivaram os líderes mundiais a agirem contra a mudança climática depois de ganharem um prestigioso por seu combate à poluição causada pelo lixo doméstico em Nova Délhi.

Vihaan e Nav Agarwal, de 17 e 14 anos, receberam neste sábado (13) o Prêmio Internacional da Paz Infantil 2021 por desenvolver um sistema para separar o lixo reciclável e organizar a coleta de lixo em milhares de residências.

A fundação holandesa KidsRights, organizadora do evento, elogiou a "coragem e compromisso no combate à poluição em sua cidade natal" de Nova Délhi, a mais poluída do mundo.

Os irmãos indianos começaram em casa, separando materiais recicláveis de outros resíduos, e então criaram um grupo no WhatsApp em sua vizinhança para se juntar a várias famílias. — Foto: One Step Greener
Os irmãos indianos começaram em casa, separando materiais recicláveis de outros resíduos, e então criaram um grupo no WhatsApp em sua vizinhança para se juntar a várias famílias. — Foto: One Step Greener

Greta e Malala

Os irmãos seguem os passos da ativista ambiental sueca Greta Thunberg e Malala Yusafzai, uma ativista educacional paquistanesa, ambas vencedoras do prêmio em edições anteriores.

Desde 2005, o KidsRights premia um menor a cada ano por seu compromisso com os direitos da criança.

"Nossa mensagem é que é preciso agir. Muitas crianças no mundo estão agindo", afirmou Vihaan, ao ser questionado sobre o que diria aos líderes mundiais na cúpula do clima COP26.

"Outra mensagem seria: não fiquem no nosso caminho", acrescentou ele à AFP em uma entrevista em vídeo.

"Para todos os jovens que podem assistir e ler isto, eles nunca devem temer as mudanças climáticas", continuou.

Colapso do lixo

Crescer em Nova Délhi afetou a saúde de Vihaan, que é asmático, e os irmãos gostariam de poder brincar ao ar livre com mais frequência e desfrutar da natureza.

A ideia de sua iniciativa, "One Step Greener" (Um passo mais verde), surgiu após o colapso do aterro de Ghazipur em 2017, que matou duas pessoas e causou aumento da poluição.

Montanha de lixo de Ghazipur prejudica a saúde dos moradores de Nova Délhi, na Índia, em imagem de 2019 — Foto: Money Sharma/AFP
Montanha de lixo de Ghazipur prejudica a saúde dos moradores de Nova Délhi, na Índia, em imagem de 2019 — Foto: Money Sharma/AFP

Os irmãos começaram em casa, separando materiais recicláveis de outros resíduos, e então criaram um grupo no WhatsApp em sua vizinhança para se juntar a várias famílias.

A iniciativa, que começou com 15 domicílios em 2018 - quando tinham 14 e 11 anos -, envolve hoje 1.500 domicílios, além de escritórios e escolas.

Conheça os robôs que cuidam de manjericão:

Robôs 'agricultores' cuidam de manjericão
Robôs 'agricultores' cuidam de manjericão

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