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quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Pesquisa aponta que dinossauros já viviam em rebanhos 40 milhões de anos antes do que se imaginava

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A hipótese foi levantada após 80 fósseis de esqueletos e 100 ovos pertencentes à espécie sauropodomorfos terem sido descobertos por um grupo liderado por Diego Pol, chefe do departamento de ciências do Museu de Paleontologia Egidio Feruglio, na Patagônia.
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Por g1

Postado em 21 de outubro de 2021 às 17h50m


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Ovo fossilizado de Mussaurus patagonicus encontrado no sul da Patagônia, Argentina — Foto: Roger Smith
Ovo fossilizado de Mussaurus patagonicus encontrado no sul da Patagônia, Argentina — Foto: Roger Smith

A descoberta de um cemitério de dinossauros na Patagônia, Argentina, sugere que dinossauros já viviam em rebanhos 40 milhões de anos antes do que se imaginava.

A hipótese foi levantada após 80 esqueletos e 100 ovos pertencentes à espécie sauropodomorfos terem sido descobertos por um grupo liderado por Diego Pol, chefe do departamento de ciências do Museu de Paleontologia Egidio Feruglio, na Patagônia.

No momento da descoberta, de acordo com o artigo publicado na revista científica Scientific Reports, da Nature, os ovos estavam separados em diferentes ninhos, que continham de oito a 30 unidades cada um.

A idade dos fósseis (193 milhões de anos) foi determinada após análise das rochas que se formaram ao redor dos restos mortais dos animais e de seus ovos.

Esse dado também surpreendeu os pesquisadores. Segundo eles, comportamentos sociais complexos, como a vida em rebanho, haviam sido apontados apenas em fósseis relativamente mais novos (40 milhões de anos).

Ninho com ovos de Mussaurus patagonicus encontrado no sul da Patagônia, Argentina — Foto: Diego Pol
Ninho com ovos de Mussaurus patagonicus encontrado no sul da Patagônia, Argentina — Foto: Diego Pol

Só foi possível determinar a espécie dos embriões que estavam dentro dos ovos após a utilização de um raio-X.

Entre os fósseis encontrados no local, após análises observacionais de tamanho e de tipo de tecido ósseo, os resultados sugeriram a presença de indivíduos de faixas etárias diferentes, como jovens com menos de um ano de idade, adultos e velhos.

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Fóssil de 'Big John', maior triceratops conhecido, é leiloado por 7 vezes a estimativa inicial

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Esqueleto foi adquirido por US$ 7,7 milhões. Valor recorde pago pelo fóssil de um dinossauro foi de US$ 31,8 milhões, em outubro de 2020, em Nova york.
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TOPO
Por France Presse

Postado em 21 de outubro de 2021 às 15h05m


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Fóssil do maior triceratops conhecido é leiloado por 7 vezes a estimativa inicial
Fóssil do maior triceratops conhecido é leiloado por 7 vezes a estimativa inicial

O esqueleto de "Big John", o maior triceratops conhecido, com 8 metros de comprimento e 66 milhões de anos de antiguidade, foi leiloado nesta quinta-feira (21) em Paris e adquirido por um comprador americano por US$ 7,7 milhões. No total, 13 pessoas deram lances por "Big John".

“Big John", o maior triceratops conhecido até hoje, acompanhado do leiloeiro Alexandre Giquello. — Foto: Lewis Joly/AP
“Big John", o maior triceratops conhecido até hoje, acompanhado do leiloeiro Alexandre Giquello. — Foto: Lewis Joly/AP

Esse valor (despesas incluídas) é muito superior ao preço inicial estabelecido pela casa de leilões francesa Drouot, de US$ 1,1 milhão, mas está longe do recorde alcançado por um esqueleto fóssil de dinossauro. Esta marca ainda é de um Tiranossauro rex, comprado por US$ 31,8 milhões, em outubro de 2020, em Nova york.

O futuro dono deste tricerátops foi a Paris para conhecer o esqueleto durante o período de exibição ao público, em setembro, e acabou "se apaixonando" por ele, explicou seu representante no leilão.

Assim, "Big John" voltará para os Estados Unidos, onde foi descoberto, em 2014, pelo geólogo Walter W. Stein Bill no estado da Dakota do Sul. Em tese, fará parte da coleção do comprador anônimo.

Esqueleto do tricerátops que será exibido em Paris antes de ser leiloado. — Foto: Lewis Joly/AP
Esqueleto do tricerátops que será exibido em Paris antes de ser leiloado. — Foto: Lewis Joly/AP

O animal pré-histórico, um tipo de dinossauro herbívoro e quadrúpede, vivia na Laramidia, uma ilha-continente extinta que se estendia do atual Alasca até o México.

Sua morte em uma várzea, provavelmente após uma luta como indica uma laceração perto do crânio, permitiu que o esqueleto fosse preservado na lama, um sedimento sem atividade biológica. Seu esqueleto está 60% completo, e partes como o crânio, 75% completas.

Big John, o maior triceratops conhecido do mundo — Foto: Lewis Joly/AP
Big John, o maior triceratops conhecido do mundo — Foto: Lewis Joly/AP

Preços nas alturas

Esta venda ocorre no momento em que a mania por esqueletos de dinossauros continua em alta. Os preços atingiram valores recordes, para o desgosto de museus e centros de pesquisa, muitas vezes incapazes de superar os valores dos lances.

Em outubro, um raro esqueleto de alossauro, um dos mais antigos dinossauros, considerado o "avô" do temido T-Rex, foi leiloado em Paris a um comprador anônimo por pouco mais de € 3 milhões de euros (com taxas), o dobro do valor inicialmente estimado.

Poucas semanas antes, em Nova York, um esqueleto de T-Rex, de 67 milhões de anos, foi vendido por US$ 31,8 milhões, batendo recorde para um dinossauro, quando a estimativa estava entre US$ 6 e 8 milhões.

Em 2020, contudo, vários dinossauros oferecidos em Paris não encontraram compradores, pois os preços de reserva não foram atingidos.

Mais antigo fóssil de dinossauro predador do mundo é encontrado no sul do Brasil
Mais antigo fóssil de dinossauro predador do mundo é encontrado no sul do Brasil

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Cientistas encontram caranguejo preservado em âmbar que viveu na era dos dinossauros

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É o fóssil de caranguejo mais completo já descoberto. A espécie, originária de Mianmar (Ásia), foi chamada de Cretapsara athanata.
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Por g1

Postado em 21 de outubro de 2021 às 13h45m


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Múltiplas visualizações do fóssil no âmbar — Foto: Revista Science Advances/Javier Luque e Lida Xing
Múltiplas visualizações do fóssil no âmbar — Foto: Revista Science Advances/Javier Luque e Lida Xing

Uma nova pesquisa, publicada na revista Science Advances, descreve o primeiro caranguejo fóssil conhecido da era dos dinossauros. Segundo os cientistas, é o fóssil mais completo já descoberto. A espécie, originária de Mianmar (Ásia), foi chamada de Cretapsara athanata e viveu no período Cretáceo, cerca de 100 milhões de anos atrás.

Uma tomografia computadorizada revelou partes do corpo do animal, como as guelras (órgão respiratório), antenas, olhos e pelos finos nas partes da boca. O caranguejo é bem pequeno, com 5 milímetros de comprimento. Segundo o pesquisadores, não é possível dizer se é um bebê, um jovem ou um adulto desenvolvido.

Reprodução 3D do fóssil do caranguejo — Foto: Revista Science Advances / Elizabeth Clark e Javier Luque
Reprodução 3D do fóssil do caranguejo — Foto: Revista Science Advances / Elizabeth Clark e Javier Luque

"O novo fóssil preserva grandes olhos compostos, delicadas peças bucais e até mesmo guelras". diz o artigo.

Os cientistas acreditam que a espécie não era totalmente marinha e nem habitava completamente a terra. "É provável que ele tenha vivido em água doce ou salobra, perto da floresta produtora de âmbar."

Fósseis de caranguejos da era dos dinossauros já foram encontrados, mas a maioria deles está incompleta. Essa nova descoberta está ajudando os cientistas a compreender a história dos caranguejos.

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Arqueólogo amador dinamarquês encontra tesouro pré-viking com quase 1kg de ouro

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De acordo com o museu de Vejle, este é um dos 'maiores, mais ricos e mais bonitos tesouros de ouro da história do país'.
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TOPO
Por France Presse

Postado em 21 de outubro de 2021 às 11h50m


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Tesouro antigo é encontrado na Dinamarca — Foto: Reprodução/Vejle Museerne
Tesouro antigo é encontrado na Dinamarca — Foto: Reprodução/Vejle Museerne

Usando um simples detector de metais, um arqueólogo amador encontrou, no sudoeste da Dinamarca, um tesouro enterrado com 22 objetos de ouro do século VI, antes da época dos vikings.

"É composto de objetos de ouro, incluindo um medalhão do tamanho de um pires. Há muitos símbolos, alguns dos quais desconhecidos. Isso nos permitirá expandir nosso conhecimento sobre os homens daquela época", explicou à AFP Mads Ravn, diretor de pesquisa do museu de Vejle, que vai expor as peças.

O tesouro, pesando pouco menos de um quilo, foi descoberto perto da cidade de Jelling, considerada pelos historiadores o berço dos reis da era Viking, entre os séculos VIII e XII.

De acordo com o museu, este é um dos "maiores, mais ricos e mais bonitos tesouros de ouro da história dinamarquesa".

A descoberta desse arqueólogo amador ocorreu há cerca de seis meses, mas havia sido mantida em segredo até agora.

Usando um simples detector de metais, um arqueólogo amador encontrou, no sudoeste da Dinamarca, um tesouro enterrado com 22 objetos de ouro do século VI. — Foto: Reprodução/Vejle Museerne
Usando um simples detector de metais, um arqueólogo amador encontrou, no sudoeste da Dinamarca, um tesouro enterrado com 22 objetos de ouro do século VI. — Foto: Reprodução/Vejle Museerne

Alguns objetos têm motivos rúnicos (relativo aos mais antigos alfabetos escandinavos e germânicos) e inscrições que podem referir-se a soberanos da época, mas também fazem lembrar a mitologia nórdica.

Uma peça representa o imperador romano Constantino, do início do século IV. "É o simbolismo representado nesses objetos que os torna únicos, e não a quantidade", disse Ravn.

Segundo o museu, algumas peças foram feitas de uma maneira nunca antes vista. Por isso a descoberta é tão celebrada.

De acordo com as primeiras análises, o tesouro poderia ter consistido em uma oferenda aos deuses feita por um nobre local numa época em que o clima do norte da Europa havia sido agravado por uma erupção vulcânica na Islândia em 536 que cobriu o céu de cinzas.

O tesouro será exposto no museu de Vejle a partir de fevereiro. Ele fará parte da exposição viking de Vejlemuseerne, que conta a história das conexões orientais de Harald Blåtand e da formação inicial do reino que criou a base para a dinastia Jelling.

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Covid: por que OMS diz que pandemia ainda vai durar mais do que o previsto

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O fornecimento lento de vacinas para as nações mais pobres significa que a crise vai durar mais do que precisava, de acordo com especialistas.
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Por Naomi Grimley, BBC

Postado em 21 de outubro de 2021 às 10h30m


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Um carregamento de vacinas da Covax chegou ao Sudão no início de outubro — Foto: AFP
Um carregamento de vacinas da Covax chegou ao Sudão no início de outubro — Foto: AFP

A pandemia de Covid-19 "vai durar mais um ano do que precisa" porque os países mais pobres não estão recebendo as vacinas de que necessitam, afirma a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Bruce Aylward, um alto dirigente da OMS, disse que isso significa que a crise de covid pode "facilmente se arrastar profundamente em 2022".

Menos de 5% da população da África foi vacinada, em comparação com 40% na maioria dos outros continentes.

O Reino Unido distribuiu mais de 10 milhões de vacinas para países necessitados. E prometeu um total de 100 milhões.

Aylward fez um apelo aos países ricos para que cedam seus lugares na fila da vacina para que as empresas farmacêuticas possam priorizar os países de baixa renda.

Segundo ele, os países ricos precisam "fazer um inventário" para ver em que pé estão com seus compromissos de doação — feitos, por exemplo, durante a cúpula do G7 em junho na Cornualha, no sudeste da Inglaterra.

"Posso dizer que não estamos no caminho certo", afirmou.

"Nós realmente precisamos acelerar, ou sabe o que vai acontecer? Esta pandemia vai durar mais um ano do que precisa."

A The People's Vaccine — uma aliança de instituições de caridade — divulgou novos números sugerindo que apenas uma de cada sete doses prometidas por empresas farmacêuticas e países ricos está realmente chegando aos seus destinos nas nações mais pobres.

Quantas doses foram entregues até agora? — Foto: Arte/BBC
Quantas doses foram entregues até agora? — Foto: Arte/BBC

A grande maioria das vacinas contra covid foi aplicada em países de alta renda ou renda média alta. A África é responsável por apenas 2,6% das doses administradas globalmente.

O grupo de instituições de caridade, que inclui a Oxfam e a UNAids, também criticou o Canadá e o Reino Unido por obterem vacinas para suas próprias populações por meio da Covax, o programa global apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para distribuir vacinas de forma justa.

Os dados oficiais mostram que no início deste ano o Reino Unido recebeu 539.370 doses da Pfizer, enquanto o Canadá adquiriu pouco menos de um milhão de doses da AstraZeneca.

A ideia original por trás da Covax era que todos os países poderiam adquirir vacinas por meio do consórcio, incluindo os ricos. Mas a maioria dos países do G7 decidiu não fazer isso quando começou a fazer seus próprios acordos individuais com empresas farmacêuticas.

O consultor de saúde global da Oxfam, Rohit Malpani, reconheceu que o Canadá e o Reino Unido tinham tecnicamente o direito de obter vacinas por esta via, por terem investido recursos na iniciativa Covax, mas acrescentou que ainda assim era "moralmente indefensável", uma vez que ambos haviam obtido milhões de doses por meio de seus próprios acordos bilaterais.

"Eles não deveriam ter adquirido essas doses da Covax", afirmou.

"Não é nada mais do que double-dipping (termo em inglês que quer dizer "obter recursos de duas fontes ao mesmo tempo"), e significa que os países mais pobres, que já estão no fim da fila, vão esperar mais tempo."

O governo do Reino Unido destacou que foi um dos países que deu o "pontapé inicial" na Covax no ano passado com uma doação de £ 548 milhões (R$ 4,2 bilhões).

E o governo canadense fez questão de enfatizar que agora havia parado de usar as vacinas da Covax.

"Assim que ficou claro que o fornecimento que havíamos garantido por meio de nossos acordos bilaterais seria suficiente para a população canadense, transferimos as doses que havíamos adquirido da Covax de volta para a Covax, para que pudessem ser redistribuídas para os países em desenvolvimento", afirmou Karina Gould, ministra do Desenvolvimento Internacional do país.

A Covax pretendia originalmente entregar 2 bilhões de doses de vacinas até o fim deste ano, mas até agora forneceu 371 milhões de doses.

Canadá
Organização Mundial de Saúde (OMS)
Reino Unido

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terça-feira, 19 de outubro de 2021

Por que e como o ser humano perdeu o rabo na evolução?

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A cauda tem uma função no mundo natural - mas, por alguma razão, o ancestral dos humanos perdeu a sua há 25 milhões de anos.
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Por Daniel Gonzalez Cappa, BBC

Postado em 19 de outubro de 2021 às 13h00m


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Os macacos têm rabo, ​​ao contrário dos humanos e dos grandes símios — Foto: GETTY IMAGES via BBC Brasil
Os macacos têm rabo, ​​ao contrário dos humanos e dos grandes símios — Foto: GETTY IMAGES via BBC Brasil

Por acaso, alguma vez você já olhou para a parte traseira do seu corpo e se perguntou onde está sua cauda?

Isso parece uma piada ou um tipo de pregunta que uma criança faria inocentemente. Mas, para os cientistas, isso é um assunto sério.

Afinal, se nós, seres humanos, somos tão parecidos com os macacos, biologicamente falando, por que eles têm caudas e nós não temos?

"Essa é uma boa questão", reconhece Bo Xia, estudante de pós-graduação em biologia de células-mãe na Escola de Medicina Grossman, da Universidade de Nova York.

A verdade é que a cauda - no Brasil também chamada de "rabo" - pode ter múltiplos benefícios no mundo animal.

A cauda traz muitas vantagens no mundo animal. Em alguns mamíferos, como os gatos, ajuda no equilíbrio — Foto: GETTY IMAGES via BBC Brasil
A cauda traz muitas vantagens no mundo animal. Em alguns mamíferos, como os gatos, ajuda no equilíbrio — Foto: GETTY IMAGES via BBC Brasil

Desde que surgiram nos primeiros seres vivos, há mais de 500 milhões de anos, as caudas - ou os rabos - assumiram vários papéis.

Nos peixes, elas ajudam na propulsão dentro d'água. Nos pássaros, ajudam na realização do voo. Nos mamíferos, colaboram para o equilíbrio dos animais.

Pode ser também uma arma de defesa, como no caso dos escorpiões. Ou usado como um sinal de advertência, como fazem as serpentes do tipo cascavel.

Nos primatas, a cauda adapta-se a uma variedade de ambientes. Os macacos-uivadores, nativos das Américas do Sul e Central, por exemplo, têm uma cauda larga e preênsil (adaptada a prender e segurar coisas) que os ajuda a agarrar galhos ou alimentos quando estão sobre as árvores.

Mas os hominídeos, a família de primatas que inclui os seres humanos e os grandes símios, como orangotangos, chimpanzés e gorilas, não têm caudas.

Por que e como ocorreu o desaparecimento das caudas na evolução dos hominídeos são perguntas que têm intrigado cientistas há décadas.

A resposta parece estar em uma mutação genética recém-descoberta que afetou de alguma maneira os genes que davam forma à cauda dos hominídeos, uns 25 milhões de anos atrás.

Humanos e macacos têm ancestrais comuns — Foto: GETTY IMAGES via BBC Brasil
Humanos e macacos têm ancestrais comuns — Foto: GETTY IMAGES via BBC Brasil

A mutação sobreviveu ao longo do tempo e foi passando de geração para geração, mudando a locomoção dos hominídeos, o que pode estar relacionado ao fato de que nós humanos caminhamos sobre duas pernas.

"Tudo isso parece estar relacionado e ocorreu em torno do mesmo período evolutivo. Mas não sabíamos nada da genética que atua nesse processo de desenvolvimento e, logicamente, na evolução", acrescenta Xia.

"Como se pode imaginar, esse é um dos pontos evolutivos cruciais, o que nos faz humanos." E, para comprová-lo, Xia aplicou a mesma mutação em camundongos.

O que se observou foi que os camundongos desenvolveram formas diferentes de caudas. Alguns tinham caudas mais curtas, enquanto em outros não cresceu cauda alguma.

O enigma humano

Charles Darwin já havia dito isso. O Homo sapiens (a espécie humana atual) tinha parentesco com os macacos com cauda.

O naturalista britânico publicou "A Origem do Homem" em 1871, obra em que explicava que sua teoria da evolução era completamente aplicável à espécie humana.

Charles Darwin, naturalista inglês e autor de 'A Origem das Espécies' e 'A Origem do Homem' — Foto: GETTY IMAGES via BBC Brasil
Charles Darwin, naturalista inglês e autor de 'A Origem das Espécies' e 'A Origem do Homem' — Foto: GETTY IMAGES via BBC Brasil

Foi uma grande revelação para a época. Afinal, os humanos sempre estabelecemos uma distância entre a sociedade moderna e o mundo animal: vivemos em casas, nossa pele é diferente, e fazemos uso do nosso cérebro para resolver dilemas complexos.

Darwin já havia balançado as estruturas da ciência da época com a publicação de "A Origem das Espécies", em 1859. Sua explicação sobre a origem do ser humano foi revolucionária, já que até então a maioria dos cientistas ocidentais compartilhava a ideia de que Deus havia concebido todas as criaturas do planeta.

Entretanto, nós humanos compartilhamos mais de 98% de nosso DNA com os chimpanzés, com quem temos ancestrais em comum.

Os primeiros hominídeos, surgidos há 20 milhões de anos, já não tinham caudas. Então, se a cauda está relacionada à evolução de símios e humanos e influenciou na locomoção e na forma de andar, cabe a pergunta: o que ocorreu primeiro, o desaparecimento da cauda ou a locomoção sobre duas pernas?

"É como a pregunta do ovo e a galinha", afirma Xia. "E, como pode imaginar, não é uma pergunta fácil de responder."

A resposta curta é de que é virtualmente impossível conhecer com exatidão os acontecimentos iniciais que fizeram com que nossos antepassados ficassem de pé, sobre duas patas, e saber se isso estava relacionado com o fato de que não tinham cauda.

Ou, ao contrário, se não temos cauda porque ficamos de pé, e com isso é mais fácil para nós manter o equilíbrio sobre nossas pernas - e, por isso, não precisamos mais de cauda.

— Foto: GETTY IMAGES via BBC Brasil
— Foto: GETTY IMAGES via BBC Brasil

"Precisaríamos de uma máquina do tempo para saber tudo isso. Poderíamos regressar no tempo e observar os acontecimentos iniciais. Mas, como não a temos, eu poderia dizer que não sabemos, e isso seria o fim da discussão. Então alguém poderia perguntar por que estamos falando disso tudo."

"A verdadeira resposta é que esses dois processos sempre são discutidos conjuntamente ou interferem um no outro."

Ou seja, não podemos falar da evolução humana sem fazer referência à cauda ou à locomoção bípede (sobre duas pernas), independentemente do que veio (ou aconteceu) primeiro.

A resposta está na genética

Xia mergulhou no tema da cauda nos seres humanos desde que machucou o cóccix - osso da parte inferior da coluna - numa viagem de carro, dois anos atrás.

Algumas mutações trazem vantagens para os indivíduos. No caso dos humanos, a perda da cauda pode ter mudado a maneira como andamos — Foto: GETTY IMAGES via BBC Brasil
Algumas mutações trazem vantagens para os indivíduos. No caso dos humanos, a perda da cauda pode ter mudado a maneira como andamos — Foto: GETTY IMAGES via BBC Brasil

O cóccix, do latim coccyx, é a última peça da nossa coluna vertebral, formado por quatro vértebras fundidas, e representa o vestígio do que foi uma cauda milhões de anos atrás.

Em imagens de embriões humanos, é possível ver uma cauda, que é absorvida pelo embrião após algumas semanas para dar forma à coluna vertebral.

Esse cóccix, que serve de suporte para os glúteos, está localizado no mesmo ponto onde outros animais possuem suas caudas.

"Nós levantamos todos esses temas porque a ciência nos interessa e buscamos respostas nela. E em ciência temos conseguido, nos últimos cem anos, grandes avanços em genética", diz Itai Yanai, pesquisador e diretor do Instituto de Medicina Computacional da Universidade de Nova York.

"Realmente é preciso conhecer muitos conceitos sobre desenvolvimento, sobre emendas alternativas, genômica comparada. E Bo demonstrou que, se você entende esses conceitos, pode mirar o genoma, dar-lhe sentido e ver o que existe nele."

A mutação identificada por Xia consiste em 300 letras genéticas no meio de um gene conhecido como TBXT, uma seção do DNA que é praticamente igual em humanos e símios.

Para provar a relação entre essa mutação e a cauda, Xia manipulou geneticamente camundongos com a mesma mutação.

Eureca! Xia e seus colegas observaram que a cauda não crescia nos camundongos manipulados, como aconteceria normalmente com o animal.

Essa descoberta, porém, é apenas a primeira de talvez muitas outras para que se possa entender o papel das mutações genéticas em nossos ancestrais. Os cientistas dizem que há mais de 30 genes envolvidos na formação da cauda em animais, e os pesquisadores de Nova York estão falando de apenas um deles.

Como disse Xia, todos nós humanos temos cóccix muito semelhantes entre si, mas no caso dos camundongos do experimento, as caudas tinham tamanhos diferentes ou estavam completamente ausentes.

Sua conclusão é que houve uma série de mutações, e não apenas uma, que afetou diferentes genes nos hominídeos 25 milhões de anos atrás - e foi alterando nossa evolução.

"Essa pode ter sido uma mutação crucial, mas cremos que não tenha sido a única responsável", afirma.

Mutações que sobrevivem

Os cientistas sabem como o ancestral do ser humano perdeu a cauda milhões de anos atrás, mas ainda não estão claras as verdadeiras razões pelas quais essa mutação sobreviveu por tanto tempo.

Para Xia e Yanai, essa é uma pergunta sem resposta, pelo menos por enquanto. "As mutações ocorrem o tempo todo", explica Yanai.

Algumas mutações podem ser positivas, outras negativas, dependendo do ambiente, como diz Xia.

Normalmente, se uma mutação é negativa, ela pode ser prejudicial para o hóspede, fazendo com que este adoeça ou morra. Por isso, essa mutação não sobrevive ao longo do tempo.

Mas, se uma mutação traz vantagens evolutivas, então ela é mantida presente nos indivíduos mais bem adaptados, fazendo com que seja passada de geração a geração.

O que Xia quer dizer é que a perda de cauda pode ter trazido vantagens evolutivas significativas aos hominídeos, o que explica sua permanência ao longo do tempo.

A vantagem pode não ter sido manter o equilíbrio sobre as árvores, mas sim uma melhor locomoção sobre duas pernas ou a utilização das mãos para a manipulação de objetos.

Isso não quer dizer que a perda da causa tenha trazido apenas coisas boas. Xia e sua equipe observaram que os camundongos do experimento exibiram má formações na coluna vertebral muitos semelhantes aos defeitos no tubo neural que afetam um em cada mil recém-nascidos humanos.

Os cientistas já sabem como perdemos nossa cauda. Agora está faltando o 'motivo' — Foto: GETTY IMAGES via BBC Brasil
Os cientistas já sabem como perdemos nossa cauda. Agora está faltando o 'motivo' — Foto: GETTY IMAGES via BBC Brasil

Essas má formações estão relacionadas com uma espinha dorsal bífica - partida em duas -, o que significa que a coluna vertebral do feto não se fecha completamente, o que traz danos aos nervos e uma possível paralisia.

"Então eu não diria que as mutações são boas ou más. São algo que simplesmente ocorrem", afirma Xia.

"Creio que isto seja muito importante", diz. "Temos que apenas mirar no genoma. E por isso espero que esta seja uma contribuição duradoura."

Yanai indica que esse trabalho pode contribuir para a compreensão, por meio do genoma, de outros eventos que ocorreram no nosso passado biológico.

"Acredito que isso esteja nos ensinando a usar nossos programas de computadores de uma forma diferente. Temos o genoma há anos. O que Bo encontrou poderia ter sido encontrado anos atrás", afirma. "Então eu acredito que a comunidade científica se inspirará nesse trabalho."

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