Total de visualizações de página

quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Luiza Trajano é a única brasileira na lista de 100 mais influentes da revista 'Time'

===+===.=.=.= =---____---------   ---------____------------____::_____   _____= =..= = =..= =..= = =____   _____::____-------------______---------   ----------____---.=.=.=.= +====


Empresária está entre os destaques da categoria 'Titãs', ao lado da ginasta americana Simone Biles, a autora Shonda Rimes, o jogador de futebol americano Tom Brady e o presidente da Apple, Tim Cook.
===+===.=.=.= =---____---------   ---------____------------____::_____   _____= =..= = =..= =..= = =____   _____::____-------------______---------   ----------____---.=.=.=.= +====
Por G1

Postado em 15 de setembro de 2021 às 11h25m


.|    .     Post.- N.\ 9.982      .    |.
 

Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza — Foto: Divulgação
Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza — Foto: Divulgação

A empresária Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, é a única brasileira presente na lista de 100 pessoas mais influentes do mundo da revista Time, publicado nesta quarta-feira (15).

Luiza está entre os destaques da categoria "Titãs", com profissionais que são referência em suas áreas de atuação. Ao seu lado estão nomes como a ginasta americana Simone Biles, a autora Shonda Rimes, o jogador de futebol americano Tom Brady e o presidente-executivo da Apple, Tim Cook.

A tradição da revista Time é de que outras personalidades escrevam uma introdução dos indicados. No caso de Luiza Trajano, o texto é assinado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Em um mundo de negócios ainda dominado por homens, a brasileira Luiza Trajano conseguiu transformar o Magazine Luiza, que começou como uma única loja em 1957, em um gigante do varejo de dezenas de bilhões. É uma grande conquista — uma entre muitas", escreve o ex-presidente.

Luiza Trajano está na lista das pessoas mais influentes de 2021 da revista Time
Luiza Trajano está na lista das pessoas mais influentes de 2021 da revista Time

Dentre as demais conquistas, Lula realça a iniciativa do Magazine Luiza em ajudar pequenas empresas a se adaptarem ao comércio digital no auge da pandemia do coronavírus. A empresa lançou o projeto Parceiro Magalu, que incluia pequenos comerciantes na sua plataforma de marketplace, dando visibilidade e auxiliando na logística de entrega de pequenos e médios negócios.

É lembrado também o papel de Luiza Trajano no incentivo à ampliação da vacinação contra a Covid-19 no Brasil. Luiza foi o rosto à frente do movimento Unidos pela Vacina, que pretendia mobilizar a iniciativa privada em ações de apoio ao governo, em todas as esferas, para facilitar a chegada dos imunizantes a todos os brasileiros.

Luiza é também a líder do grupo Mulheres do Brasil, que reúne mais de 95 mil participantes no Brasil e no exterior, para lutar por políticas públicas e de negócios focadas em direitos iguais, trabalho, segurança, educação e saúde de qualidade.

"Em um mundo onde bilionários queimam fortunas em aventuras espaciais e iates, Luiza se dedica a um tipo diferente de odisseia. Ela assumiu o desafio de construir um gigante comercial e ao mesmo tempo construir um Brasil melhor", diz o texto.

Luiza Trajano  — Foto: Reprodução/TV Globo
Luiza Trajano — Foto: Reprodução/TV Globo

Lista de bilionários

Luiza Trajano é destaque também na lista de bilionários da revista Forbes. Principal acionista do Magazine Luiza, o patrimônio estimado da empresária é de US$ 3,9 bilhões (cerca de R$ 20,5 bilhões).

Luiza é a mulher que tem maior fortuna construída por si do Brasil. Na lista da Forbes, apenas Esther Safra, herdeira de parte da fortuna de Joseph Safra, está à sua frente. Vicky Safra, viúva do banqueiro que morreu em 2020, é de origem grega.

Dentre todos os brasileiros, contudo, Luiza é apenas a 13ª colocada no ranking da Forbes. O líder é o empresário Eduardo Saverin, cofundador do Facebook. O patrimônio dele chega hoje a US$ 20,4 bilhões (R$ 107,5 bilhões).

------++-====-----------------------------------------------------------------------=================--------------------------------------------------------------------------------====-++----- 

Sucuri digerindo animal é flagrada por empresário em rio de águas cristalinas, em Bonito

===+===.=.=.= =---____---------   ---------____------------____::_____   _____= =..= = =..= =..= = =____   _____::____-------------______---------   ----------____---.=.=.=.= +====


Juca Ygarapé tem hábito de fotografar as serpentes gigantes há mais de 20 anos. Ele acredita que animal engolido era uma capivara.
===+===.=.=.= =---____---------   ---------____------------____::_____   _____= =..= = =..= =..= = =____   _____::____-------------______---------   ----------____---.=.=.=.= +====
Por José Câmara, G1 MS

Postado em 15 de setembro de 2021 às 08h00m


.|    .     Post.- N.\ 9.981      .    |.
 

Veja imagens da sucuri flagrada por empresário
Veja imagens da sucuri flagrada por empresário 

Uma sucuri gigante foi flagrada digerindo um animal, provavelmente uma capivara, em um rio de água cristalina, em Bonito (MS), pelo empresário Juca Ygarapé.

O flagrante feito nesta segunda-feira (13), entretanto, não foi o primeiro de Juca, que vive em um dos melhores destinos para o ecoturismo do mundo.

O empresário explicou ao G1 que a hipótese da sucuri estar digerindo uma capivara foi levantada por causa do tamanho da presa, que estava ao longo do corpo da serpente.

"Quando chegamos, uma parte da sucuri já estava boiando. Deduzimos que ela tinha comido uma capivara por causa do tamanho. Ela não consegue afundar, fica ali por muito tempo digerindo o alimento. Ficamos abismados com o tamanho. A gente já fica espantado com algumas sucuris! Quando elas comem, se transformam. É muito doido!", descreveu Juca.

O empresário conhece bem as águas cristalinas dos rios de Bonito há mais de 20 anos. "Na época do inverno elas [sucuris] saem para fora, acasalam, trocam de pele, comem e voltam para toca. Geralmente a fêmea é a maior. A maior que vimos tinha 8 metros", relembra.

A curiosidade pelas sucuris virou um verdadeiro fascínio para Juca. "Fazemos trabalhos de conscientização, pois as sucuris não atacam as pessoas. Já acompanhei inúmeras pessoas para expedições. Acompanham por curiosidade, por apreciação e para entender a vida das sucuris".

O corpo da capivara boiava sobre o rio, por causa do alimento sendo ingerido.  — Foto: Juca Ygarapé/Arquivo Pessoal
O corpo da capivara boiava sobre o rio, por causa do alimento sendo ingerido. — Foto: Juca Ygarapé/Arquivo Pessoal

Sucuris no inverno

A doutora em Ecologia pela Universidade de São Paulo (USP) Juliana Terra explicou quais são os principais motivos que facilitam observar as grande cobras neste período do ano.
A cobra flagrada por Juca estava comparte do corpo fora d'água.  — Foto: Juca Ygarapé/Arquivo pessoal
A cobra flagrada por Juca estava comparte do corpo fora d'água. — Foto: Juca Ygarapé/Arquivo pessoal

A especialista, que também coordena um projeto voltado para as sucuris na região de Bonito, ressaltou que nesta época do ano é bastante comum que mais sucuris sejam vistas na região por causa do frio do inverno, quando as serpentes buscam manter-se aquecidas pela luz solar.

"Não é nada atípico desse ano. Pelo contrário, é bastante comum e tem alguns motivos para isso. O principal é a temperatura. Quando chega maio ou junho, quando vamos entrando em períodos e baixas temperaturas. Então é assim, sempre antes ou após uma frente fria, é comum que elas utilizem as horas do dia do sol para se aquecerem, já que a água nessa época fica muito fria, especialmente durante a noite. Então é comum que elas busquem sair da água, busquem as margens dos rios ou barrancos que sempre ficam próximos dos leitos. Ali elas buscam se aquecer sob o sol".
Sucuri flagrada durante expedição de fotógrafos, em MS. — Foto: Daniel De Granville/Photo in Natura
Sucuri flagrada durante expedição de fotógrafos, em MS. — Foto: Daniel De Granville/Photo in Natura

Juliana Terra explicou que os animais são silenciosos.

"Não que nas outras épocas do ano elas não estejam ali. Qualquer época do ano elas estão neste local, só que a gente não consegue vê-las. São animais bastante quietos, não fazem barulho, elas são muito camufladas na água com sua coloração. Enfim, é muito difícil avistá-las", disse.

A especialista explicou ainda que as sucuris são ectotérmicos, ou seja, animais que não produzem calor metabolicamente e, então, buscam o aquecimento fora da água, momento em que a maioria dos registros fotográficos são feitos.

Outros flagrantes de sucuris

No dia 9 de julho, o produtor rural e pescador amador Roney Dronov se deparou com outra sucuri gigante tomando sol, dessa vez em uma árvore, no leito do Rio Dourados, também em Mato Grosso do Sul.

Dronov, de 35 anos, contou ao G1 que estava acompanhado do pai durante a pescaria, e para ele, a sensação de ver a sucuri gigante foi "única". Assista ao vídeo abaixo.

Sucuri gigante é flagrada 'posando' para vídeo de pescador, em rio de MS
Sucuri gigante é flagrada 'posando' para vídeo de pescador, em rio de MS

Uma outra sucuri gigante foi vista por um grupo de turistas que fazia flutuação em um rio de água cristalina em Jardim, região sudoeste de Mato Grosso do Sul, a 238 quilômetros de Campo Grande. Veja o vídeo abaixo.

Sucuri gigante é flagrada por grupo de turistas durante flutuação em rio de MS
Sucuri gigante é flagrada por grupo de turistas durante flutuação em rio de MS

Uma sucuri de aproximadamente 6 metros de comprimento, "mostrou língua" ao ser flagrada por um documentarista de natureza, em um rio de água cristalina, em Bonito, município que conquistou por 16 vezes o título de Melhor Destino de Ecoturismo do Brasil. (Assista o vídeo abaixo).

Sucuri 'mostra língua' ao ser flagrada por documentarista em águas cristalinas de Bonito
Sucuri 'mostra língua' ao ser flagrada por documentarista em águas cristalinas de Bonito

------++-====-----------------------------------------------------------------------=================--------------------------------------------------------------------------------====-++----- 

terça-feira, 14 de setembro de 2021

Mudança climática afeta decisão de jovens brasileiros sobre ter filho, diz pesquisa internacional

===+===.=.=.= =---____---------   ---------____------------____::_____   _____= =..= = =..= =..= = =____   _____::____-------------______---------   ----------____---.=.=.=.= +====


Estudo feito em dez países mostra que jovens sofrem com ansiedade sobre o futuro do planeta – e os brasileiros têm índices de preocupação acima da média em quase todos os critérios.
===+===.=.=.= =---____---------   ---------____------------____::_____   _____= =..= = =..= =..= = =____   _____::____-------------______---------   ----------____---.=.=.=.= +====
TOPO
Por BBC

Postado em 14 de setembro de 2021 às 10h45m


.|    .     Post.- N.\ 9.980      .    |.
 

Foto mostra fumaça subindo em meio à vegetação perto da Transamazônica, em Humaitá (AM), no dia 8 de setembro. — Foto: Bruno Kelly/Reuters
Foto mostra fumaça subindo em meio à vegetação perto da Transamazônica, em Humaitá (AM), no dia 8 de setembro. — Foto: Bruno Kelly/Reuters

Uma pesquisa internacional feita com jovens de dez países mostra que os brasileiros entre 16 e 25 anos são os que mais hesitam em ter filhos por causa das mudanças climáticas.

Quase metade (48%) dos brasileiros entrevistados disseram que as mudanças climáticas os fazem ficar hesitantes em relação a ter filhos. Essa proporção ficou bem acima da média mundial (39%) e foi o maior percentual registrado nos dez países pesquisadosAustrália, Estados Unidos, Reino Unido, Índia, Nigéria, Filipinas, Finlândia, Portugal, Brasil e França.

No Reino Unido, por exemplo, a porcentagem de jovens que pensam com hesitação em ter filhos por causa das mudanças climáticas é de 38%. Nos EUA, é de 36% e, na Austrália, de 42%.

O estudo, que ouviu 10 mil pessoas entre 16 e 25 anos e fez perguntas sobre o nível de ansiedade dos jovens em relação às mudanças climáticas, foi feito por pesquisadores de diversas instituições – como o Centro de Inovação em Saúde Global da Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford e a Universidade de Helsinque – e foi financiado pela plataforma Avaaz.

Os dados coletados no Brasil mostram que os jovens brasileiros têm um nível de ansiedade em relação ao futuro do clima no planeta acima do nível mundial – que já é bastante alto.

A maioria dos jovens entrevistados no Brasil sentem que o governo está falhando com eles (79%), enquanto o índice é de 65% entre jovens britânicos e de 67% entre os australianos.

A maior parte dos jovens brasileiros ouvidos (92%) também acredita que a humanidade falhou em tomar conta do planeta e acham que o futuro é assustador (86%).

Essas preocupações não estão desconectadas da realidade.

O último relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) mostrou que as mudanças climáticas estão se intensificando e confirmou novamente que elas são resultado das ações humanas. Com elas, eventos climáticos extremos tendem a aumentar.

O relatório mostra que o Brasil será fortemente impactado – a América do Sul terá mais aumento de temperatura que a média global. No país e em outros da América do Sul e América Central, as "temperaturas médias provavelmente aumentaram e continuarão a aumentar em taxas maiores do que a média global", diz um resumo do relatório do IPCC.

O sudeste do continente terá aumento de chuvas – que inclui a região sul do Brasil e parte do sudeste, com São Paulo e Rio de Janeiro.

As consequências para o Brasil são graves, e podem fazer com que o país deixe de ser uma potência agrícola global, na avaliação do cientista Carlos Nobre, que já foi pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e coordena o Instituto Nacional de Tecnologia para Mudanças Climáticas.

Ele aponta que o país terá nos próximos anos secas cada vez mais prolongadas, temperaturas mais altas e extremos climáticos que terão um profundo impacto na forma como sobrevivemos e produzimos energia e comida.

Os dados mundiais mostram um cenário generalizado de ansiedade sobre as mudanças climáticas, de acordo com a pesquisadora Caroline Hickman, da Universidade de Bath, no Reino Unido, uma das coautoras do estudo. Segundo ela, os "níveis elevados de estresse psicológico nos jovens estão relacionados à falta de atitude governamental".

Entre os 10 países estudados, os índices de ansiedade e preocupação tendem a ser maiores entre aqueles em desenvolvimento – como Brasil, Nigéria e Filipinas – ou que ficam no Hemisfério Sul, como a Austrália.

Mais da metade dos jovens nos países estudados estão muito preocupados com as mudanças climáticas e acham que terão menos oportunidades que seus pais por conta delas.

O índice de confiança na ação dos governos também é baixo – cerca de 60% dos jovens ao redor do mundo acreditam que os governos ignoram as preocupações das pessoas.

E somente 31% dos jovens acreditam que os governos são confiáveis e 36% acham que eles estão agindo de acordo com a ciência. No Brasil, esses índices são de ambos de 22%.

E apenas 18% dos jovens brasileiros entrevistados acreditam que o governo está protegendo eles, o planeta e as futuras gerações – um índice ainda mais baixo que a média global para esse critério, que é de 33%.

------++-====-----------------------------------------------------------------------=================--------------------------------------------------------------------------------====-++----- 

Queimadas mataram 17 milhões de animais vertebrados no Pantanal em 2020, aponta estudo

===+===.=.=.= =---____---------   ---------____------------____::_____   _____= =..= = =..= =..= = =____   _____::____-------------______---------   ----------____---.=.=.=.= +====


Pesquisa contabilizou carcaças de animais e criou um modelo matemático para fazer uma estimativa da destruição provocada pelo fogo no bioma. Serpentes aquáticas representam 60% das vítimas.
===+===.=.=.= =---____---------   ---------____------------____::_____   _____= =..= = =..= =..= = =____   _____::____-------------______---------   ----------____---.=.=.=.= +====
Por Rodrigo Lois, G1

Postado em 14 de setembro de 2021 às 09h00m


.|    .     Post.- N.\ 9.979      .    |.
 

Extermínio no Pantanal: 17 milhões de animais morreram nas queimadas em 2020, diz estudo
Extermínio no Pantanal: 17 milhões de animais morreram nas queimadas em 2020, diz estudo

Estudo realizado por 30 pesquisadores de órgãos públicos, de universidades e de organizações não-governamentais estima que, ao menos, 17 milhões de animais vertebrados morreram em consequência direta das queimadas no Pantanal no ano passado.

As vítimas mais recorrentes foram as pequenas cobras, principalmente as aquáticas: mais de 9 milhões de mortes.

O estudo (ainda não publicado em revista científica) foi submetido ao periódico Scientific Reports, do grupo Springer Nature, e está sob avaliação de outros cientistas. Os pesquisadores dizem que o trabalho é pioneiro no uso da "técnica de amostra de distâncias em linhas" para calcular mortes de animais em queimadas.

A metodologia é baseada nos chamados transectos: trilhas em linha reta através de áreas pré-determinadas pelos focos de incêndio no bioma. Cada linha percorrida tinha entre 500m e 3km. Ao todo, o grupo percorreu 114 km de transectos.

Nestes trajetos lineares, as carcaças avistadas eram registradas com datas e coordenadas geográficas, assim como a distância perpendicular de cada uma delas em relação à linha de referência.

Quanto mais longe do transecto, menor a quantidade de animais encontrados. Ao conhecer o comportamento dessa probabilidade, os pesquisadores conseguiram elaborar um modelo matemático para estimar o número de carcaças presentes na área. Isso permitiu a modelagem de estimativas que o grupo considerou confiáveis para o cálculo da densidade de animais mortos.

"O método é diferente, ele se baseia no conhecimento da probabilidade de detectar um animal a diferentes distâncias da linha. É uma estratégia moderna para corrigir o erro de detectabilidade, que é a probabilidade de enxergar o animal quando ele está presente na área em que se passa", explica Walfrido Moraes Tomas, pesquisador da Embrapa Pantanal e coordenador do estudo.

Número subestimado

Os 17 milhões de animais vertebrados são assumidamente uma subestimativa, porque muitos animais que vivem em tocas ou dentro de ocos de árvores podem ter morrido nesses locais sem terem sido avistados. Há também o caso de vertebrados muito pequenos que podem ter sido completamente calcinados pelo fogo intenso.

A busca em campo era feita em até 72 horas após o início de cada foco do incêndio, mas a maioria dos casos foi catalogado entre 24 e 48 horas. A força-tarefa para o trabalho de campo ocorreu entre 1º de agosto e 17 de novembro de 2020 (como noticiou o G1 à época), do norte ao sul do Pantanal.

A estimativa abrange o período entre janeiro e novembro de 2020. No ano passado, o Pantanal foi consumido pela maior tragédia de sua história, com a destruição de cerca de 4 milhões de hectares (26% da área de todo o bioma).

Os animais registrados no levantamento foram divididos em dois grupos, de acordo com o tamanho da carcaça: pequenos vertebrados (menos de 2kg), como anfíbios, pequenos lagartos, cobras, pássaros e roedores; e médios para grandes vertebrados (2kg ou mais), como queixadas, capivaras, mutuns, grandes cobras, tamanduás e primatas.

As serpentes aquáticas representaram 60% das vítimas.

"Esses animais possuem baixa capacidade de locomoção, o que dificulta a fuga durante um incêndio. Durante a estação seca costumam ficar enterradas em áreas de campo inundáveis. Quando o fogo atinge uma área úmida seca é bastante comum ocorrer o incêndio de turfa, que consome a espessa camada de matéria orgânica. Esse tipo de fogo é de difícil combate e detecção, podendo queimar por semanas e atingir os animais que habitam esses ambientes", explicou a bióloga Gabriela do Valle Alvarenga, pesquisadora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), participante da pesquisa.

Impacto na biodiversidade

A biodiversidade do Pantanal é composta por mais de 2 mil espécies de plantas, 269 peixes, 131 répteis, 57 anfíbios, 580 aves e pelo menos 174 mamíferos. O número de invertebrados é desconhecido.

Grandes vertebrados como cervos, veados, antas e onças não foram observados a partir dos transectos dada a baixa densidade populacional dessas espécies no Pantanal. Mas foram frequentemente encontrados durante o trabalho de combate aos incêndios, mortos ou feridos perto de estradas.

O estudo alerta que as mudanças climáticas provocadas pelas ações do homem têm influenciado a frequência, a duração e a intensidade das secas na região. O impacto de seguidas queimadas pode ser catastrófico e empobrecer o ecossistema, que já é frágil durante o período sem chuvas. O fogo faz parte da dinâmica natural do Pantanal, mas não nessas proporções.

Diante da possibilidade de novos desastres na região, os pesquisadores esperam com o estudo ajudar a dimensionar os impactos cumulativos causados por incêndios recorrentes no bioma.

"Esses números dão uma ideia do cenário das mudanças climáticas. A probabilidade de ter incêndios como esses é alta. Isso pode acontecer, acontecer, e acontecer, destruindo o ecossistema", comenta o coordenador Walfrido Moraes Tomas. 
Força-tarefa

O trabalho contou com pesquisadores da Embrapa Pantanal, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Instituto Nacional de Pesquisa do Pantanal (INPP), Universidade do Mato Grosso (UFMT), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Fundação Meio Ambiente do Pantanal, Instituto Smithsonian (dos Estados Unidos), entre outras instituições.

Houve também o apoio logístico e suporte financeiro de ONGs como WWF Brasil, ONG Panthera, Instituto Homem Pantaneiro, Ecologia e Ação (ECOA), Museu Paraense Emílio Goeldi, além da Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul e da colaboração de voluntários.

No início dos levantamentos no ano passado, a escassez de verbas impactou o planejamento e as ações no campo, e pesquisadores precisaram trabalhar voluntariamente. Com a repercussão da força-tarefa, chegaram depois recursos de governos estaduais e ONGs.

Sem apoio em 2021

O trabalho no Pantanal foi retomado recentemente em 2021, mas não tem havido suporte financeiro. O ICMBio conta com recursos próprios para enviar equipes, enquanto outras instituições dependem de doações.

O veterinário Diego Viana, integrante do Projeto Felinos Pantaneiros do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), explica que, em um "cenário de guerra" como o do ano passado, o apoio das pessoas, inclusive financeiro, é muito importante.

"Precisa-se de combustível, barcos, e carro para deslocamento a grandes distâncias até locais remotos. No ano passado teve gente doando R$ 2, R$ 5, e isso ajuda. O que importa, além do recurso, é a vontade de se envolver e colaborar de alguma forma. Isso nos dá força para continuar", afirma.

A rotina, explica, é acordar, resgatar animais e contar os que não sobreviveram.

"Para nós que trabalhamos com a conservação do Pantanal, é muito importante fazer parte de pesquisas assim e ter essa dimensão do quanto o nosso trabalho foi impactado. O Pantanal é sinônimo de abundância. Desastres como os do ano passado acabam ameaçando todo o equilíbrio", diz.

5 pontos sobre as queimadas no Pantanal
5 pontos sobre as queimadas no Pantanal

Felizmente, as queimadas registradas até agora no Pantanal nos últimos meses não tiveram as mesmas proporções do ano anterior — cerca de 10% do que queimou em 2020. Os focos de incêndio em agosto foram poucos e controlados por bombeiros, proprietários de terras e a população pantaneira. No entanto, a época de seca na região se estende até outubro.

------++-====-----------------------------------------------------------------------=================--------------------------------------------------------------------------------====-++-----