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terça-feira, 25 de maio de 2021

IPCA-15: prévia da inflação oficial fica em 0,44% em maio, a maior para o mês desde 2016

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Em 12 meses, índice dispara para 7,27%, bem acima do teto da meta do governo para a inflação no ano, que é de 5,25%. Maior pressão no mês veio da alta da energia elétrica (2,31%).
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Por Darlan Alvarenga, G1

Postado em 25 de 2021 às 12h00m


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Alta do preço da energia elétrica (2,31%) foi o item que mais pressionou a inflação em maio, segundo IBGE.  — Foto: Reprodução
Alta do preço da energia elétrica (2,31%) foi o item que mais pressionou a inflação em maio, segundo IBGE. — Foto: Reprodução

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país, ficou em 0,44% em maio, 0,16 ponto percentual abaixo da taxa de abril (0,60%), conforme divulgou nesta terça-feira (25) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar da desaceleração, foi o maior resultado para um mês de maio desde 2016 (0,86%), pressionado principalmente pela alta na energia elétrica (2,31%).

No ano, o indicador acumula alta de 3,27%. Em 12 meses, atingiu 7,27%, se mantendo acima do teto da meta do governo para a inflação no ano, que é de 5,25%. Em abril, o indicador acumulado em 12 meses estava em 6,17%.
Prévia da inflação de maio ficou em 0,44% — Foto: Economia/G1
Prévia da inflação de maio ficou em 0,44% — Foto: Economia/G1

Apesar das preocupações com a inflação em 2021, o resultado de maio veio abaixo do esperado. Pesquisa da Reuters com economistas estimava alta de 0,55% para o período.

Veja o resultado do IPCA-15 para cada um dos grupos:

  • Alimentação e bebidas: 0,48%
  • Habitação: 0,79%
  • Artigos de residência: 0,89%
  • Vestuário: 1,42%
  • Transportes: -0,23%
  • Saúde e cuidados pessoais: 1,23%
  • Despesas pessoais: 0,09%
  • Educação: 0,08%
  • Comunicação: 0,03%
Indicador acumulado em 12 meses já supera o teto da meta estabelecida pelo governo para a inflação deste ano — Foto: Economia/G1
Indicador acumulado em 12 meses já supera o teto da meta estabelecida pelo governo para a inflação deste ano — Foto: Economia/G1

Energia, botijão de gás e remédios mais caros

Oito dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE apresentaram alta em maio, com destaque para "Saúde e cuidados pessoais" (1,23%), que acelerou em relação a abril (0,44%). Os grupos Habitação (0,79%) e Alimentação e bebidas (0,48%) também tiveram variações superiores às de abril (0,45% e 0,36%, respectivamente).

Entre os itens, a alta da energia elétrica (2,31%) teve o maior impacto individual, respondendo sozinha por 0,10 ponto percentual do IPCA-15. Em maio, passou a vigorar a bandeira tarifária vermelha patamar 1, que acrescenta R$ 4,169 na conta de luz a cada 100 quilowatts-hora consumidos. Além disso, houve reajustes nas contas de luz em capitais como Fortaleza, Salvador e Recife.

Já o gás de botijão (1,45%) subiu pelo 12º mês consecutivo, embora a alta tenha sido menor que a observada no mês de abril (2,49%).

O grupo "Saúde e cuidados pessoais" foi o que registrou o maior impacto sobre o indicador de maio, muito por conta do reajuste de 10,08% nos medicamentos, no início de abril. Segundo o IBGE, houve aumentos expressivos nos remédios antialérgicos e broncodilatadores (5,16%), dermatológicos (4,63%), anti-infecciosos e antibióticos (4,43%) e hormonais (4,22%).

O único grupo com deflação em maio foi "Transportes" (-0,23%), influenciado pela queda de 28,85% nos preços das passagens aéreas. Já a gasolina teve alta de 0,29%, passando a acumular avanço de 41,55% em 12 meses.

Carnes acumulam alta de 35,68% em 12 meses

No grupo "Alimentação e bebidas", o destaque de alta foi a alimentação no domicílio, que passou de 0,19% em abril para 0,50% em maio. O preço das carnes avançou 1,77%, acumulando aumento de 35,68% nos últimos 12 meses. Já o tomate teve alta de 7,24% no mês, após ter recuado 3,48% em abril.

No lado das quedas, o destaque foi o recuo nos preços das frutas (-6,45%).


Meta de inflação e perspectivas
"A alta reiterada do botijão de gás, a décima segunda consecutiva, e a pressão na alimentação em domicílio que somado a energia elétrica mais cara tiram o sono do consumidor. No entanto, o fato de [o resultado de maio] vir mais baixo que o esperado traz alívio momentâneo aos temores inflacionários", avaliou o economista-chefe da Necton, André Perfeito.

Em 2020, a inflação fechou em 4,52%, acima do centro da meta do governo, que era de 4%. Foi a maior inflação anual desde 2016.

A meta central do governo para a inflação em 2021 é de 3,75%, e o intervalo de tolerância varia de 2,25% a 5,25%. Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), que agora está em 3,50% ao ano.

A projeção do mercado se aproxima cada vez mais do teto da meta de inflação para o ano. Os economistas das instituições financeiras elevaram para 5,24% a estimativa de inflação em 2021, segundo pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central. Parte das estimativas, porém, já aponta para uma taxa ao redor de 6%, em meio a preocupações com a pressão da alta nos preços das matérias-primas e de preços administrados como energia elétrica.

O mercado manteve em 5,50% ao ano a previsão para a Selic no fim do ano, o que pressupõe que haverá novas altas nos próximos meses. Para o fim de 2022, os economistas mantiveram a expectativa para a taxa Selic em 6,50% ao ano.

Para 2022, o mercado financeiro estima uma inflação de 3,67%. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%.
Flávia Oliveira: ‘Projeção da inflação para 2021 sobe pela sétima semana seguida’
Flávia Oliveira: ‘Projeção da inflação para 2021 sobe pela sétima semana seguida’

* Colaborou Daniel Silveira, do G1 Rio.

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Homem morre após ficar preso em estátua de dinossauro na Espanha

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Um pai e filho brincavam perto da estátua e perceberam que havia uma pessoa dentro dela. A polícia acredita que o homem entrou no dinossauro para dormir ali ou para tentar recuperar algum objeto.
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TOPO
Por France Presse

Postado em 25 de maio de 2021 às 10h45m


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Um homem foi encontrado morto dentro da estátua de dinossauro na cidade de Santa Coloma de Gramenet — Foto: Reprodução/Google Maps
Um homem foi encontrado morto dentro da estátua de dinossauro na cidade de Santa Coloma de Gramenet — Foto: Reprodução/Google Maps

Um homem de 40 anos morreu depois de ficar preso dentro de uma estátua de dinossauro em Santa Coloma de Gramanet, uma cidade perto de Barcelona, na Espanha - informou a polícia nesta terça-feira (25).

Ainda não se sabe as causas que levaram a pessoa a entrar no estegossauro decorativo, disse uma porta-voz da Mossos d'Esquadra, a polícia catalã.

"Tudo aponta para uma morte acidental, não há nenhum indício de criminalidade", afirmou a porta-voz.

As autoridades receberam um aviso no sábado.

"Fomos ao local e vimos que, dentro do dinossauro, havia uma pessoa morta", relatou a porta-voz.

Segundo a imprensa catalã, um pai e seu filho, que brincavam no local, descobriram que havia um corpo dentro da estátua jurássica, elemento decorativo de cinemas próximos já fechados, e alertaram a polícia.

Os bombeiros tiveram que cortar uma das patas da escultura para poder retirar o corpo.

Fontes policiais citadas pela imprensa indicaram que as hipóteses em andamento são de que o homem entrou no dinossauro para dormir ali, ou tentar recuperar algum objeto, como um telefone celular, que pode ter caído ali e ficou preso.

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segunda-feira, 24 de maio de 2021

Dono da Louis Vuitton, Bernard Arnault passa Jeff Bezzos e se torna homem mais rico do mundo por algumas horas; saiba quem é

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Pela manhã, fortuna do dono de grupo de luxo francês alcançou US$ 186,3 bilhões, contra estimados US$ 186 bilhões de fundador da Amazon, mas posições voltaram a se inverter no início da tarde. Império de Arnault reúne 70 marcas, incluindo Christian Dior e Moët&Chandon.
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Por G1

Postado em 24 de maio de 2021 às 16h40m


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Quem é Bernard Arnault, que se tornou o homem mais rico do mundo
Quem é Bernard Arnault, que se tornou o homem mais rico do mundo

O bilionário Jeff Bezos, fundador da Amazon, perdeu temporariamente o posto de pessoa mais rica do mundo na manhã desta segunda-feira (24) para Bernard Arnault, diretor-executivo do grupo LVMH (Louis Vuitton Moët Hennessy), dono das marcas Louis Vuitton e Dior (leia mais abaixo). Com isso, Bezos ocupou – por algumas horas – a 2ª posição no ranking da revista Forbes.

No início da tarde desta segunda, o fundador da Amazon já estava de volta ao topo do ranking da Forbes.

Pela manhã, o magnata francês Arnault alcançou um patrimônio líquido estimado em US$ 186,3 bilhões — US$ 300 milhões acima de Jeff Bezos, que reportava uma fortuna calculada em US$ 186 bilhões.

Elon Musk, dono da Tesla e terceiro colocado no ranking, por sua vez, aparecia com um patrimônio de US$ 147,3 bilhões. O empresário viu seu patrimônio cair na semana passada, após as ações da Tesla terem registrado queda superior a 2%.

Alta nas ações

A fortuna de Arnault saltou de US$ 76 bilhões em março de 2020 para US$ 186,3 bilhões nesta segunda, o que representa uma alta de mais de US$ 110 bilhões nos últimos 14 meses.

O ganho foi resultado de uma alta de 0,4% nas ações da LVMH durante as primeiras horas nos mercados europeus, capitalizando a empresa francesa em US$ 320 bilhões e elevando a participação pessoal de Arnault em mais de US$ 600 milhões.

De acordo com a Forbes, essa foi primeira vez que um europeu alcançou o topo da lista da Forbes desde outubro de 2015, quando o espanhol Amancio Ortega, do grupo Inditex, dono da Zara, ultrapassou o líder Bill Gates.

Bernard Arnault

Bernard Arnault, CEO do grupo LVMH, em foto de janeiro de 2020 — Foto: Thibault Camus/AP/Arquivo
Bernard Arnault, CEO do grupo LVMH, em foto de janeiro de 2020 — Foto: Thibault Camus/AP/Arquivo

A Louis Vuitton é apenas uma das 70 marcas do poderoso império do francês Arnault, a LVMH, que inclui ainda nomes como Sephora e a joalheria Tiffany's, que ele adquiriu em janeiro deste ano por US$ 15,8 bilhões, no que a Forbes considerou a maior compra de uma marca de luxo até hoje.

Nascido em 1949 em uma família de pequenos industriais, Arnault nunca foi exatamente pobre, mas multiplicou inúmeras vezes os US$ 15 milhões iniciais que conseguiu de seu pai, um construtor, para investir em seu próprio negócio. Com esse dinheiro, ele comprou a grife Christian Dior, sua primeira marca. Ainda hoje, a Dior é a principal holding da LVMH.

A ela, porém, se somam outros grandes nomes da moda como Fendi, Givenchy, Marc Jacobs e Kenzo, entre outros. E o grupo reúne ainda marcas de relógios, acessórios e bebidas, como Bulgari, Tag Heuer, Moët&Chandon, Veuve Clicquot e Dom Pérignon, citando alguns. Em 2019, adquiriu o grupo Belmond, dono de 46 hotéis, trens e cruzeiros fluviais.

Bernard Arnault tem cinco filhos, e quatro deles - Frédéric, Delphine, Antoine e Alexandre - trabalham com o pai. Em 2012, ele se naturalizou cidadão belga, embora atualmente viva em Paris.

O empresário dedica parte de sua fortuna ao patrocínio de uma série de projetos de incentivo às artes e, em 2019, doou US$ 11 milhões para auxiliar o combate aos incêndios na Amazônia. Durante a pandemia de Covid-19, parte da produção de perfume e bebidas alcoólicas de marcas do grupo foram convertidas em produção de álcool gel, e 12 toneladas do produto foram doadas a hospitais da capital francesa.

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domingo, 23 de maio de 2021

Consumo de cerveja 'migra' para dentro de casa e volume de vendas no Brasil é o maior desde 2014

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Vendas da bebida no país cresceram 5,3% em 2020, na comparação com 2019, na contramão da economia e do mercado global, segundo levantamento da Euromonitor. Percentual de brasileiros com mais de 18 anos que consumiu cerveja em casa atingiu marca recorde de 68,6%, de acordo com dados da Kantar.
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Por Darlan Alvarenga, G1

Postado em 23 de maio de 2021 às 14h00m


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 Com pandemia, percentual de brasileiros que consumiu cerveja dentro de casa bateu recorde no ano passado, segundo pesquisa. — Foto: Cácio Xavier/Arquivo Pessoal
Com pandemia, percentual de brasileiros que consumiu cerveja dentro de casa bateu recorde no ano passado, segundo pesquisa. — Foto: Cácio Xavier/Arquivo Pessoal

A pandemia tem feito o brasileiro beber mais cerveja. Com as restrições de funcionamento de bares e o medo de contágio da Covid-19, o consumo migrou para dentro de casa e o volume total de vendas no país atingiu um nível que não era visto há anos, de acordo com dados de empresas que monitoram o mercado.

Levantamento inédito da Euromonitor, antecipado para o G1, mostra que o volume de vendas de cerveja no Brasil em 2020 foi o maior dos últimos 6 anos, atingindo 13,3 bilhões de litros, perdendo só para 2014, ano em que o país sediou a Copa do Mundo.

Já dados da Kantar revelam que o consumo nas residências bateu um recorde histórico. O percentual de brasileiros com mais de 18 anos que bebeu cerveja dentro de casa saltou para 68,6% em 2020, ante 64,6% em 2019.


Vendas crescem no Brasil e caem no mundo

Segundo a Euromonitor, o volume de vendas de cerveja no país teve um crescimento anual de 5,3% em 2020, vindo de um avanço de 3,5% em 2019. O avanço ocorreu em um ano em que o PIB tombou 4,1% e que as famílias tiveram que consumir menos por conta da crise e da queda da renda.

Em termos de faturamento, o crescimento foi ainda maior – de 9,9% na comparação com 2019 – com as vendas de cerveja no varejo totalizando um mercado de R$ 184,5 bilhões, impulsionado pela maior penetração das chamadas cervejas premium, mais caras.

O maior consumo de cerveja pelos brasileiros em meio à pandemia elimina quase por completo uma trajetória de queda que vinha sendo observada desde a recessão dos anos 2015-2016, e vai na contramão de tendência global de menor consumo de bebidas alcóolicas e de busca por hábitos mais saudáveis.

Quando colocado em perspectiva global, o Brasil foi o único entre os 5 maiores mercados de cerveja a ter crescimento positivo tanto em valor quanto em volume em 2020, acima também da média do desempenho mundial do setor, que apresentou queda de 12,5% em valor e recuo de 6,8% em volume, de acordo com os dados da Euromonitor.

A cerveja foi, de longe, a bebida alcóolica com maior volume de vendas no Brasil no ano passado, seguida por cachaça (398,8 milhões de litros) e vinho (380 milhões de litros).

O Brasil é o terceiro maior mercado consumidor de cervejas, atrás somente da China e Estados Unidos. Nos Estados Unidos, porém, houve queda de 3,4% nas vendas em 2020 em termos de volume. Já na China o volume foi 7% menor na comparação com o ano anterior, de acordo com a consultoria.

O que explica o crescimento

O crescimento em 2020 foi impulsionado principalmente pela migração do consumo para dentro de casa. Segundo a Euromonitor, a volume de vendas nos bares de restaurantes caiu 2,2%, mas foi mais do que compensando pelo salto 17,6% nas vendas do chamado "off-trade", que inclui supermercados e comércio eletrônico.

O analista da Euromonitor Rodrigo Mattos explica que houve um crescimento das vendas das bebidas alcóolicas de uma maneira geral no país, em meio a um comportamento de busca por relaxamento e algum tipo de prazer, como também de maior indulgência do consumidor. Ou seja, de abstenção da culpa.

"A gente bebeu para esquecer. Estávamos num momento de alta ansiedade, de não conseguir ter o lazer que a gente tinha, de uma demanda reprimida por uma experiência que a gente não conseguia ter mais, que é uma experiência fora do lar, e as pessoas tentaram fazer uma mímica dessa experiência dentro de casa", afirma o analista, acrescentando que os números do mercado apontam um avanço ainda maior em outras categorias como gin (13,2%) e vinho (15,2%).

"Às vezes não parece ser uma coisa muito óbvia associar bem-estar com bebida, mas o brasileiro acabou tendo essa solução", acrescenta.

Considerando todas as bebidas alcóolicas, o volume total de vendas no país teve crescimento de 4,1% em 2020, segundo a Euromonitor, atingindo 14,4 bilhões de litros – também a maior marca desde 2014, quanto o total chegou a 15 bilhões.
Penetração do consumo de cerveja dentro de casa — Foto: Economia G1
Penetração do consumo de cerveja dentro de casa — Foto: Economia G1

Número maior de compradores

Por conta das medidas de distanciamento social e restrições no funcionamento de bares e restaurantes, a penetração de cerveja nos lares atingiu em 2020 um recorde histórico, segundo a Kantar, com avanço em todas as classes sociais.

Nas classes A e B, o percentual de brasileiros adultos que beberam cerveja em casa saltou de 74,7% em 2019 para 79,7% em 2020. Na classe C, subiu de 64,9% para 68,1%, enquanto que nas classes D e E passou de 53,1% para 57,5% em 1 ano.

"Cerveja já era uma categoria que vinha se consolidando no carrinho de compras dos brasileiros, mas em 2020 ganhou mais de 2,2 milhões de novos compradores", afirma Luisa Uehara, coordenadora de marketing da Kantar.

Os dados da consultoria mostram que a pandemia também fez aumentar o tabagismo no país. A Kantar apontou um crescimento de 12,3% no consumo de cigarros em 2020, na comparação com o ano anterior, com alta de 0,9 ponto percentual no número de fumantes maiores de 18 anos.

Marcas mais consumidas

Brahma e Skol permaneceram na liderança das marcas com maior volume de vendas no país em 2020. Confira o top 5, de acordo com os números da Euromonitor:

  • Brahma: 21,9%
  • Skol: 21,5%
  • Antarctica: 10,5%
  • Itaipava: 8,4%
  • Nova Schin: 6,8%
Volume total de vendas de cerveja no país teve um crescimento anual de 5,3% em 2020, segundo a Euromonitor. Na foto, latas de cerveja em fábrica da Ambev em Jaguariúna (SP). — Foto: Marcelo Brandt/G1
Volume total de vendas de cerveja no país teve um crescimento anual de 5,3% em 2020, segundo a Euromonitor. Na foto, latas de cerveja em fábrica da Ambev em Jaguariúna (SP). — Foto: Marcelo Brandt/G1

Previsão para 2021 e incertezas

Apesar da maior pressão inflacionária no ano, os preços da cerveja têm mostrado alta abaixo do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). No acumulado no ano até abril, a alta foi de 1,41% nos mercados, chegando a 2,26% para o consumo fora do domicílio, enquanto que a inflação oficial do país ficou em 2,37%.

Os dados do primeiro trimestre surpreenderam. Mesmo sem Carnaval, o primeiro trimestre de 2021 já mostrou um resultado superior ao do primeiro ano da pandemia. Na Ambev, que responde por cerca de 60% do mercado de cervejas no país, o volume de vendas da bebida cresceu 16% no 1º trimestre na comparação anual, com a marca Becks crescendo três dígitos e a Corona com avanço de quase 50%.

Para o resultado de 2021, a previsão é que o consumo de cerveja continuará a crescer, mas em ritmo menor em razão das incertezas em relação ao controle da pandemia, avanço da vacinação contra o coronavírus e ritmo de recuperação da economia. A Euromonitor projeta por ora uma alta de 2,7%, para um total de 13,7 bilhões de litros – número ainda abaixo do recorde de 2014.

Estamos vendo um cenário ainda um tanto macabro, de piora da pandemia, de desemprego. E o coronavaucher [auxílio emergencial] também não conseguiu dar um alento para o consumo, como ajudou em 2020 os consumidores de baixa renda. Então, 2021 ainda está com um cenário um pouco problemático, diz Mattos.

Em termos de consumo per capita, a média no Brasil subiu em 2020 para 62,6 litros, ante 59,9 litros por cada brasileiro em 2019, mas ainda ficou distante do patamar de 2015 (65 litros ao ano por adulto).

"Importante destacar que o consumo fora do lar tem uma grande importância para a categoria, tanto em faturamento quanto em volume, e foi bastante prejudicado por conta da pandemia", observa Uehara.

Apesar da migração do consumo para dentro de casa, os dados da Euromonitor mostram que as vendas em bares e restaurantes ainda representaram no ano passado 57,5% do volume total no país. Em 2019, a participação do segmento foi de 62%.

Na visão do mercado, somente a partir de 2022 é que ficará mais claro se as vendas de cerveja seguirão em trajetória de alta, e qual será de fato o peso do consumo dentro e fora de casa.

Vamos ter Copa do Mundo do Catar e deve ser um ano em que talvez a gente veja uma recuperação também dos bares e restaurantes, com um investimento para trazerem as pessoas para fora de casa, num contexto sem Covid para aproveitar essa demanda reprimida da experiência fora do lar", avalia Mattos.

Crise na pandemia: empresários do setor de bares e restaurantes estão endividados
Crise na pandemia: empresários do setor de bares e restaurantes estão endividados

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sábado, 22 de maio de 2021

Nordeste perde posto de 2º maior polo de consumo do país depois de 13 anos

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Com a redução do valor do Auxílio Emergencial e a fraqueza do mercado de trabalho, famílias cortam gastos e concentram despesas apenas no essencial.
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Por Luiz Guilherme Gerbelli, G1

Postado em 22 de maio de 2021 às 11h00m


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Movimentação de pessoas no comércio do Centro da cidade de Salvador (BA) — Foto: JOá SOUZA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Movimentação de pessoas no comércio do Centro da cidade de Salvador (BA) — Foto: JOá SOUZA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Depois de 13 anos, o Nordeste vai deixar de responder como o segundo maior centro de consumo do Brasil, atrás somente do Sudeste. Em 2021, com a redução do valor do Auxílio Emergencial e a fraqueza do mercado de trabalho, a região será ultrapassada pelo Sul.

De 2020 para 2021, a fatia do Nordeste no consumo do país recuará de 18,53% para 17,46%, enquanto a do Sul vai avançar de 17,97% para 18,16%, segundo estimativa da consultoria IPC Marketing.

"O Sul é uma economia mais robusta, tem o agronegócio muito forte, muita indústria. E esses mercados mais consolidados têm uma vantagem porque retomam mais rápido", afirma o diretor da IPC Marketing, Marcos Pazzini.


como a segunda força do país por uma combinação de fatores que movimentou a economia local: foi beneficiada pela ampliação do Bolsa Família, pela política de valorização do salário-mínimo e pela ampliação dos investimentos públicos em grandes projetos.

"Esse montante de dinheiro injetado no Nordeste fez florescer um mercado que, até então, grandes varejistas não tinham explorado", diz Pazzini.

O quadro econômico do Nordeste começou a se deteriorar com a crise fiscal iniciada no biênio 2015 e 2016, seguida pela lenta retomada nos três anos seguintes. A escassez de recursos do governo impediu grandes avanços nos programas sociais e repasses para investimentos na região.

No ano passado, o Auxílio Emergencial bastante robusto até provocou um alívio – o governo desembolsou quase R$ 300 bilhões com o programa. Agora, essa perda de participação do Nordeste no consumo do país vem na esteira de uma forte queda na renda da população.

Renda vai despencar

A consultoria Tendências estima que a massa de renda vai encolher 9,1% no Nordeste este ano. O resultado será muito pior do que esperado para todo o país. Para o Brasil, a previsão é de queda de 3,8%.

Em 2020, com a ajuda do auxílio, a massa de renda cresceu 9,5% no Nordeste e 5,2% no Brasil.

"A renda tem uma relação direta com o potencial de consumo", explica Lucas Assis, economista Tendências.

Perda de fôlego — Foto: Economia G1
Perda de fôlego — Foto: Economia G1

A queda mais acentuada da renda nordestina se dá porque boa parte da população do Nordeste é considerada economicamente vulnerável. Ou seja, está na informalidade e é subutilizada no mercado de trabalho. Na região, 70% dos domicílios integram as classes D e E, as mais afetadas pela crise econômica atual e com renda de até R$ 2,6 mil.

"O desempenho do mercado de trabalho não vai ser suficiente para compensar as perdas sofridas pelos mais pobres", afirma Lucas. "Há uma expectativa de retomada gradual do emprego, mas as incertezas políticas, os impactos da segunda onda (da pandemia) e o enxugamento do auxílio e de outras políticas anticíclicas não devem garantir uma plena recuperação."

Oito em cada 10 famílias de classe média perdem renda, na pandemia
Oito em cada 10 famílias de classe média perdem renda, na pandemia

Só compras essenciais

No dia a dia das famílias nordestinas, a crise atual provocou uma piora da qualidade de vida. Não há mais espaço para compras que não sejam consideradas essenciais.

'EVITAMOS COMPRAR MUITAS COISAS`, DIZ ROGERIO

Rogerio Moraes, de 24 anos, está desempregado desde janeiro — Foto: Acervo Pessoal
Rogerio Moraes, de 24 anos, está desempregado desde janeiro — Foto: Acervo Pessoal

Na casa de Rogerio Moraes, a renda da família não chega a ultrapassar um salário-mínimo. Desempregado desde janeiro, ele mora em Salvador com a mãe, que trabalha como cuidadora de idosos.

Nos últimos meses, Rogerio, de 24 anos, só conseguiu emprego na construção civil por falta de oportunidade em outros setores. "Eu perdi o emprego em janeiro. Agora, não tem trabalho", afirma. "Alguns anos atrás estava mais fácil encontrar trabalho, mas tudo piorou com a pandemia."

Com a queda da renda, a família passou a cortar gastos com água e energia elétrica. "A gente está evitando de comprar muitas coisas, comprando muito pouco", afirma Rogério.

Ele recebia o Auxílio Emergencial até o ano passado, mas teve o benefício cortado em 2021. "Neste ano, o fim do auxílio dificultou mais ainda a nossa situação."

`SÓ VOU AO MERCADO QUANDO DÁ PRA TRAZER O BÁSICO`, DIZ DOMINGAS

Para Domingas da Conceição do Santos, de 41 anos, a realidade não é muito diferente. Com dois filhos – um de 20 e outra de 18 anos –, ela vive mensalmente com R$ 500.

A maior parte do que consegue, R$ 375, chega pela nova rodada do Auxílio Emergencial. O restante ela junta com o que vende numa mercearia, em Salvador.

"Está crise complicou a vida de todo mundo", afirma."E eu posso dizer até que a minha situação está razoável, porque tem gente pior do que eu."

Com uma renda tão curta, a família de Domingas cortou os itens supérfluos e a renda da família vai para comida e contas mensais.

"A gente só vai no mercado quando dá pra trazer o básico. Hoje, a gente vai (e o produto) está por um valor, amanhã já subiu para outro valor."

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