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sábado, 24 de abril de 2021

Crise reduz poder de compra e muda perfil de consumo da classe média

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Renda disponível para consumo da classe C cai quase 10% em cinco anos e, ao mesmo tempo, gastos básicos pesam mais no bolso por conta do alto índice de inflação e crise econômica do país.
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Por Patrícia Basilio, G1

Postado em 24 de abril de 2021 às 10h00m


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Renda disponível para consumo da classe C caiu quase 10% em cinco anos — Foto: Edson Chagas/ A Gazeta
Renda disponível para consumo da classe C caiu quase 10% em cinco anos — Foto: Edson Chagas/ A Gazeta

A classe média brasileira encolheu – e tem menos dinheiro para gastar. Nos últimos cinco anos, a renda disponível para consumo da classe C caiu quase 10%, passando de R$ 286 milhões para R$ 259 milhões, segundo levantamento realizado pela consultoria Tendências.

O orçamento mais apertado – além das restrições provocadas pela pandemia – levou a mudanças nos hábitos de consumo, que ficaram mais limitados e enxutos: roupas, carro zero, eletrodomésticos e até plano de saúde saíram do radar de muitas famílias de classe média no país.

Além da redução de renda, as famílias também sentiram no bolso a alta dos preços dos alimentos: o índice "Custo de Vida por Classes Sociais" de março aponta que a variação dos custos de alimentação das famílias da Região Metropolitana de São Paulo da classe C, em 12 meses, foi de 12,4%. Para as da classe A, foi de 9,34%, segundo dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) divulgados ao G1.

Gastos maiores, consumo menor

Com menos renda disponível e maior peso em gastos básicos, como alimentação e transporte, a grande parte da classe C tem de cortar despesas importantes, mas insustentáveis financeiramente diante do atual quadro econômico de inflação acima do teto da meta, dólar elevado, alto índice de desemprego e o chamado risco fiscal.

"Houve uma deterioração do poder de compra da classe média. Algumas famílias tiveram de fazer escolhas para pagar as contas, como reduzir a qualidade do plano de saúde, cortar o lazer e cancelar a TV por assinatura. Nem poupança elas estão conseguindo fazer mais", afirmou Guilherme Dietze, assessor econômico da FecomercioSP.

Critério de classificação econômica — Foto: Economia G1
Critério de classificação econômica — Foto: Economia G1

Na avaliação de Márcio Pochmann, professor de economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a pandemia aumentou a polarização entre a classe média alta e a classe média baixa — gerando um lacuna entre a classe média tradicional.

"Com investimento público, a gente poderia reaver parte do poder de compra que perdemos. O país deve recompor parte do setor produtivo das empresas. Desde 2015, não voltamos a crescer", analisou o economia, que já foi presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Classe média compra menos e gasta mais — Foto: G1
Classe média compra menos e gasta mais — Foto: G1

Isabela Tavares, economista da Tendências Consultoria, acrescenta que 88% da classe C é composta por trabalhadores — profissionais que foram duramente impactados pelo desemprego e pelo agravamento da pandemia em 2021.

No trimestre encerrado em janeiro, por exemplo, o desemprego no Brasil ficou em 14,2%, a maior taxa já registrada para o período desde o início da pesquisa, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Com a crise, a massa da classe C deve cair 2,7% em 2021, em relação a 2020. A classe média deve ter recuperação lenta porque todo esse quadro de pandemia deve atrasar a retomada do mercado de trabalho", avaliou a economista. 
Impacto no consumo

Na hora reajustar os gastos, Isabela afirma que roupas, carro zero, alimentação fora do lar, viagens, entretenimento e eletrodomésticos acabam sendo eliminados dos gastos da "nova classe média".

De acordo com a Federação Nacional Distribuição Veículos Automotores (Fenabrave), a venda de veículos novos de 2008 para 2020 caiu 23% por conta da pandemia, passando de 2 milhões para 1,6 milhão em 2020. Do primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, a retração é de 6,5% (confira gráfico abaixo).

Com o mercado de veículos novos em baixa e a economia sem previsão para retomada, a classe média está optando por carros usados e seminovos — quando essa aquisição ainda cabe no orçamento.

Impacto da 'nova classe média' no consumo — Foto: G1
Impacto da 'nova classe média' no consumo — Foto: G1

Em 2020, quando ocorreu a primeira onda da pandemia, tínhamos estoques e a indústria trabalhava sem problemas de abastecimento. Hoje, os estoques praticamente não existem, analisou Alarico Assumpção Júnior, presidente da federação.

No turismo, o número de brasileiros que viajaram por agências do setor caiu durante a crise financeira de 2015, voltou a se recuperar em 2018 e 2019, mas sofreu uma queda novamente com as restrições causadas pela pandemia da Covid-19, segundo a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa).

"O volume de passageiros transportados nos últimos dez anos foi mais regular, com reduções nos períodos mais conturbados (2015 e 2016). Ainda assim, houve um aumento de 35,83% no período, saindo de R$ 4,8 milhões em 2010 para R$ 6,52 milhões em 2019", informou a associação, em seu anuário 2021, divulgado na terça-feira (20).

Para Dietze, da FecomercioSP, será difícil recompor o poder de compra da classe média, uma vez que saímos de uma crise [de 2015] e "levamos um novo nocaute com a Covid-19". No entanto, assim que o país avançar com a vacinação em massa, ele acredita que os primeiros efeitos positivos começarão a ser sentidos na economia.

"Os efeitos serão positivos quando tivermos mais previsibilidade. Precisamos entender que uma economia de 200 milhões de habitantes não vai se recuperar de uma hora para outra. Até porque ano que vem teremos eleições. Em dois ou três anos, o cenário será mais favorável para a classe média", disse.

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sexta-feira, 23 de abril de 2021

Piscina transparente suspensa liga prédios de luxo em Londres

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A piscina externa transparente de 25 metros de comprimento, conhecida como Sky Pool, permitirá que os moradores nadem de um prédio para o outro, 10 andares acima do solo.
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Por G1

Postado em 3 de abril de 2021 às 13h00m


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Uma modelo nada em uma piscina de acrílico transparente fixada entre dois blocos de apartamentos em Embassy Gardens, em Londres.  — Foto: Justin Tallis/AFP
Uma modelo nada em uma piscina de acrílico transparente fixada entre dois blocos de apartamentos em Embassy Gardens, em Londres. — Foto: Justin Tallis/AFP

Uma piscina de acrílico transparente foi instalada entre dois blocos de um conjunto de prédios de luxo no sudoeste de Londres. O modelo inédito foi chamado de Sky Pool (piscina do céu, em tradução livre). Veja mais imagens no vídeo abaixo:

VÍDEO: Piscina transparente suspensa liga dois blocos em empreendimento na Inglaterra
VÍDEO: Piscina transparente suspensa liga dois blocos em empreendimento na Inglaterra

A instalação está no décimo andar dos dois blocos, a 35 metros de altura, e os moradores poderão passar de um edifício para o outro nadando. As laterais de acrílico têm 20 cm de espessura e a estrutura toda da piscina pesa o equivalente a 50 toneladas, além de comportar 148 mil litros de água. A fabricação foi feita no estado do Colorado, nos Estados Unidos. Confira o making of da produção da estrutura no vídeo a seguir:

VÍDEO: Veja o 'making of' da construção da piscina transparente suspensa
VÍDEO: Veja o 'making of' da construção da piscina transparente suspensa

A piscina será inaugurada oficialmente em 19 de maio.

Fotos:

Modelo nada em uma piscina de acrílico transparente fixada entre dois blocos de apartamentos em Embassy Gardens, em Londres. — Foto: Justin Tallis/AFP
Modelo nada em uma piscina de acrílico transparente fixada entre dois blocos de apartamentos em Embassy Gardens, em Londres. — Foto: Justin Tallis/AFP


Piscina de acrílico transparente fixada entre dois blocos de apartamentos em Embassy Gardens, em Londres — Foto: Justin Tallis/AFP
Piscina de acrílico transparente fixada entre dois blocos de apartamentos em Embassy Gardens, em Londres — Foto: Justin Tallis/AFP


Uma modelo nada em uma piscina de acrílico transparente fixada entre dois blocos de apartamentos em Embassy Gardens, em Londres — Foto: Justin Tallis/AFP
Uma modelo nada em uma piscina de acrílico transparente fixada entre dois blocos de apartamentos em Embassy Gardens, em Londres — Foto: Justin Tallis/AFP


Uma modelo nada em uma piscina de acrílico transparente fixada entre dois blocos de apartamentos em Embassy Gardens, em Londres — Foto: Justin Tallis/AFP
Uma modelo nada em uma piscina de acrílico transparente fixada entre dois blocos de apartamentos em Embassy Gardens, em Londres — Foto: Justin Tallis/AFP

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quinta-feira, 22 de abril de 2021

Oxigênio de submarino que sumiu com 53 a bordo pode acabar amanhã

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Equipes fazem buscas para tentar encontrar a embarcação, que desapareceu ao norte de Bali. Especialistas alertam para o risco de o KRI Nanggala-402 ter se partido.  
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Por G1  
22/04/2021 11h00 Atualizado há 36 minutos
Postado em 22 de abril de 2021 às 11h40m


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Foto de 6 de outubro de 2014 do submarino KRI Nanggala-402, da Marinha da Indonésia, navegando nas águas de Tuban, em Java Oriental — Foto: Eric Ireng/AP
Foto de 6 de outubro de 2014 do submarino KRI Nanggala-402, da Marinha da Indonésia, navegando nas águas de Tuban, em Java Oriental — Foto: Eric Ireng/AP

Em uma luta contra o tempo, a Marinha da Indonésia continua as buscas nesta quinta-feira (22) para tentar encontrar o submarino KRI Nanggala-402, que desapareceu com 53 pessoas a bordo.

"As reservas de oxigênio do submarino durante uma queda de energia são de 72 horas", informou à imprensa o comandante do Estado-Maior da Marinha indonésia, Yudo Margono.

O KRI Nanggala-402 perdeu contato com a Marinha do país enquanto realizava manobras de treinamento nas águas ao norte da ilha de Bali, após receber autorização para submergir.

Como o navio solicitou a autorização por volta das 3h de quarta no horário local (às 16h de terça em Brasília), as reservas de oxigênio podem se esgotar às 3h de sábado (16h de sexta no Brasil).

"Espero que os encontremos antes", afirmou o comandante do Estado-Maior da Marinha do país.

A Indonésia é o maior arquipélago do mundo, formado por mais de 17 mil ilhas. Bali é uma ilha e província do país, entre as ilhas de Java (a oeste) e Lombok (a leste).

O submarino KRI Nanggala-402 pesa 1.395 toneladas e foi construído na Alemanha em 1977. Ele foi incorporado à frota indonésia em 1981 e passou por uma reforma de dois anos na Coreia do Sul que foi concluída em 2012.

Vazamento de óleo no local do sumiço

Ontem, equipes de resgate encontraram um vazamento de óleo perto do local onde o submarino perdeu contato. É nessa área que as buscas se concentram.

A mancha de óleo pode sinalizar danos ao tanque do submarino, mas também pode ser uma forma de enviar uma mensagem de socorro, segundo o porta-voz da Marinha indonésia, Julius Widjojono.

Foto aérea mostra manchas de óleo no local onde o submarino emitiu seu último sinal antes de desaparecer. Operação de busca se concentra no local. — Foto: Eric Ireng/AP
Foto aérea mostra manchas de óleo no local onde o submarino emitiu seu último sinal antes de desaparecer. Operação de busca se concentra no local. — Foto: Eric Ireng/AP

Vários países ofereceram ajuda, incluindo Estados Unidos, Austrália, Índia, França e Alemanha. Os vizinhos Malásia e Singapura já enviaram barcos de apoio.

O ministro da Defesa australiano, Peter Dutton, alertou que as informações disponíveis aumentam "o medo de uma terrível tragédia".

Submarino pode ter se partido

O comandante das Forças Armadas do país, Hadi Tjahjanto, afirmou que o submarino poderia estar a 700 metros de profundidade.

O comandante das Forças Armadas da Indonésia, Hadi Tjahjanto (à esquerda), e o ministro da Defesa do país, Prabowo Subianto (à direita) durante entrevista coletiva nesta quinta (22) sobre o desaparecimento do submarino KRI Nanggala-402 — Foto: Firdia Lisnawati/AP
O comandante das Forças Armadas da Indonésia, Hadi Tjahjanto (à esquerda), e o ministro da Defesa do país, Prabowo Subianto (à direita) durante entrevista coletiva nesta quinta (22) sobre o desaparecimento do submarino KRI Nanggala-402 — Foto: Firdia Lisnawati/AP

Um porta-voz da Marinha sugeriu a hipótese de um acidente. "É possível que tenha ocorrido uma queda de energia, o que deixou o submarino fora de controle e impediu o lançamento de medidas emergenciais".

Analistas militares alertam para o risco de o submarino ter se partido caso tenha afundado a essa profundidade, pois a embarcação é capaz de descer a até 250 metros.

Antoine Beausssant, vice-almirante francês, afirmou à agência de notícias France Presse que os submarinos têm "um coeficiente de segurança". "Se ele afundou a 700 metros, há uma boa chance de que tenha se partido".

Frank Owen, diretor do Australian Submarine Institute, mostrou-se pessimista sobre as chances de resgate. "Se o submarino estiver no fundo do mar e a profundidade for grande, poucos são os meios de tirar a tripulação de lá", explicou o especialista à imprensa australiana.

Foto de arquivo do submarino da Marinha da Indonésia que desapareceu na quarta-feira (21) em Bali — Foto: Handout/INDONESIA MILITARY/AFP
Foto de arquivo do submarino da Marinha da Indonésia que desapareceu na quarta-feira (21) em Bali — Foto: Handout/INDONESIA MILITARY/AFP

Incidentes com submarinos

A Indonésia nunca havia registrado incidentes graves com seus submersíveis, mas outros países, sim.

Uma das tragédias mais conhecidas ocorreu em 2000, quando o submarino nuclear russo "Kursk" afundou enquanto fazia manobras no Mar de Barents com 118 tripulantes a bordo.

Um dos torpedos explodiu, destruindo todo o depósito de munição. Mais de 20 marinheiros sobreviveram à explosão, mas morreram porque não foram resgatados a tempo.

Em 2017, o submarino argentino San Juan desapareceu a cerca de 400 km da costa com 44 marinheiros a bordo. Ele só foi encontrado um ano depois, e todos os tripulantes morreram (veja no infográfico abaixo).

Em 2019, os restos do submarino francês Minerva, que naufragou em 1968 com 52 homens a bordo, foram encontrados no Mediterrâneo.

Ele fazia manobras a 30 km da costa de Toulon, no sudeste da França, e afundou em quatro minutos. O submergível se rompeu no fundo do mar por motivos até agora desconhecidos.

Submarino argentino é localizado  — Foto: Juliane Souza/G1
Submarino argentino é localizado — Foto: Juliane Souza/G1

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quarta-feira, 21 de abril de 2021

Oito em cada dez famílias de classe média perdem renda na pandemia, diz estudo

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O estudo do IDados, a partir da Pesquisa Nacional de Domicílios, mostra que a maior parte perdeu entre 10% e 50% da renda do trabalho.
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g1.globo.com/jornal-nacional/noticia

Postado em 21 de abril de 2021 às 23h25m


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Oito em cada 10 famílias de classe média perdem renda, na pandemia
Oito em cada 10 famílias de classe média perdem renda, na pandemia

Na pandemia, a maior parte das famílias brasileiras de classe média teve alguma perda de renda com a pandemia e precisou se adaptar.

Se a cidade mais rica do país é cenário de uma crise, as famílias brasileiras são os personagens. Sofrem primeiro os mais vulneráveis e depois a chamada classe média. Pelo Critério Brasil, da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisas, famílias com renda mensal entre R$ 3,3 mil e R$ 6 mil. Com a pandemia estacionada, veem a vida andar para trás.

Eu tive que vender meu apartamento que eu tinha acabado de comprar. Estava financiado e eu não ia conseguir mais pagar. Tenho dois condomínios atrasados, tem meus convênios que eu estou fazendo uma jogada, eu pago um, atraso o outro, pago um atraso o outro. E agora, eu estou planejando, ou eu vendo um ônibus ou eu vendo meu carro particular para poder ter aquele dinheiro extra para poder me manter, conta José Acir Momesso, transportador escolar.

Um estudo do IDados, a partir da Pesquisa Nacional de Domicílios, mostra que oito em dez famílias de renda média se apertaram para viver com menos no fim do ano passado. A maior parte perdeu entre 10% e 50% da renda do trabalho. Para duas em dez famílias, a pandemia levou entre 50% e 80% da renda familiar. E um em dez domicílios viu a fonte de renda secar entre 80% e 100%.

São pessoas na verdade que se bancam com a renda do próprio trabalho, são famílias que sofreram bastante com a diminuição da população ocupada e posteriormente com o aumento do desemprego. É uma população que não é apta a receber o auxílio emergencial, explica Mariana Leite Moraes da Costa, economista e pesquisadora da Consultoria IDados.

E com os planos dessas famílias fica adiada também a retomada econômica.

A classe média representa o maior quinhão, a maior parte do consumo daquilo que entra nas residências, diz Simão Silber, professor de Economia da USP.

Foi pela via do emprego e renda que o vírus contaminou a economia. Nessa doença que mina" o crescimento da atividade, difícil dizer o que é causa e o que é sintoma. Com o prolongamento da pandemia e menos dinheiro no fim do mês, as famílias deixam de consumir, e os empresários, de investir, e as chances de abertura de vagas diminuem. É mais do que uma crise econômica, dizem os economistas.

É uma tragédia social, porque as pessoas estão perdendo os seus status, sua autoestima. Não se esqueçam: muitas pessoas são estudadas, se prepararam para trabalhar e, de uma hora para outra, a porta do emprego se fechou. Então isso é uma enorme frustração, do ponto de vista familiar, do ponto de vista pessoal, você se sente muito diminuído, rejeitado dentro da sociedade, afirma Simão Silber.

Eu estou perdendo. Eu estou tendo que desfazer das coisas que eu tenho, então está muito ruim. A gente comia bem, agora come o suficiente para poder se manter. A gente está abrindo mão de muitas coisas, sair final de semana, comer uma pizza, numa sexta-feira, isso acabou, não tem mais. Isso já não me pertence mais por enquanto, conta José Acir Momesso.

E a saída dessa crise econômica passa por medidas de saúde pública, explicam os economistas.

Várias regiões do mundo que vacinaram melhor, isolaram melhor e estão saindo muito mais fortes na recuperação econômica. É rastreamento, vacinação, isolamento para acabar com um grande surto para depois ressurgir. Elas precisam ser ajudadas, porque senão morrem de fome. E feito isso de maneira suficiente, com imunização, você ressurge. Vai ter uma outra primavera, é óbvio que tem, os países fizeram isso, explica o professor Simão Silber.

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terça-feira, 20 de abril de 2021

Brasília, 61 anos: vídeos do Lago Paranoá mostram ruínas de vila de operários e ônibus submersos

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Série de reportagens em homenagem ao aniversário da capital federal trazem outros ângulos do lago que é cartão postal da cidade. Em 1959, barracos que pertenciam a operários na Vila Amaury foram inundados.
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Por Marília Marques, G1 DF

Postado em 20 de abril de 2021 às 09h20m


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Imagens subaquáticas mostram ônibus submerso no Lago Paranoá
Imagens subaquáticas mostram ônibus submerso no Lago Paranoá

Construída para servir como um acampamento provisório, a extinta Vila Amaury abrigou 16 mil operários da construção de Brasília. O local que, até o ano de 1959 acomodava bares, restaurantes e até um miniparque de diversões, foi submerso e, hoje, está debaixo do Lago Paranoá – cartão postal da capital federal.

Imagens subaquáticas do lago dão o tom da segunda reportagem especial da série do G1 sobre os 61 anos de Brasília, comemorados na quarta-feira (21). Um vídeo feito por uma equipe de mergulhadores (veja acima) mostra ruínas do local e até um ônibus submerso.

A gravação, realizada em 2017, foi cedida pelo Arquivo Público do Distrito Federal e faz parte de uma exposição virtual do órgão. Apesar de não haver precisão sobre como o veículo foi parar sob a água, mergulhadores afirmam que o ônibus é da década de 1980 e está a 27 metros de profundidade.

À época da inundação, os trabalhadores da vila foram informados que, quando a obra da barragem do Lago Paranoá fosse encerrada e as comportas fechadas, precisariam sair do acampamento. Apesar do acordo, houve resistência por parte das famílias.

Durante oito meses, em 1959, as águas avançaram mansas e lentas sobre a terra seca. Por isso, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) precisou ordenar que os habitantes deixassem a região. Segundo historiadores ouvidos pelo G1, "a água já atingia a altura dos joelhos das pessoas".

Imagens subaquáticas mostram ruínas da Vila Amaury e pertences submersos no Lago Paranoá
Imagens subaquáticas mostram ruínas da Vila Amaury e pertences submersos no Lago Paranoá

Foi neste contexto de apreensão que muitas famílias da Vila Amaury foram transferidas para Taguatinga, Gama e Sobradinho – região construída para abrigar esses moradores.

Como as comportas da barragem foram fechadas no período em que as chuvas começavam a ficar mais fortes, o lago encheu muito rapidamente, e não houve tempo para remover os barracos da vila e limpar a área que seria inundada. Por isso, 62 anos depois, ainda é possível encontrar ruínas das edificações, pertences e brinquedos da época submersos no Lago Paranoá.

Operários trabalham na construção do Lago Paranoá — Foto: Arquivo Público-DF/Divulgação
Operários trabalham na construção do Lago Paranoá — Foto: Arquivo Público-DF/Divulgação 

Vila Amaury

O nome da vila homenageia um funcionário da Novacap, Amaury Almeida – engenheiro que participava da obra de construção de Brasília. Na época, ele conduzia o movimento pró-moradia e era o responsável por organizar a chegada dos novos migrantes e alojá-los.

Se a vila ainda existisse, hoje estaria situada no declive aos fundos do Iate Clube de Brasília e do Grupamento de Fuzileiros Navais, na Asa Norte.

Construção das comportas do Lago Paranoá — Foto: Arquivo Público-DF/Divulgação
Construção das comportas do Lago Paranoá — Foto: Arquivo Público-DF/Divulgação 

O lago que nem sempre existiu

A construção da barragem do Lago Paranoá começou em 1957, sob responsabilidade da construtora americana Raymond Concrete Pile of the Americas. Porém, o constante atraso nas obras impedia a concretização da promessa de campanha, feita em 1955 pelo presidente Juscelino Kubitschek, de que a inauguração de Brasília ocorreria em abril de 1960.

Por isso, à época, Juscelino rescindiu o contrato e transferiu o comando da construção da barragem para a Novacap, que dividiu o trabalho com as construtoras Camargo Corrêa, Rabello e Engenharia Civil e Portuária.

Para Kubistchek, era inconcebível a inauguração da nova capital do país sem o lago, segundo relatos guardados no Arquivo Público do DF.

"Como inaugurar Brasília sem o lago tão amplamente anunciado e que, além do mais, seria a moldura líquida da cidade?"

Mergulhadores entram em ônibus submerso no Lago Paranoá — Foto: Arquivo Público do DF/Coleção Fluid/Divulgação
Mergulhadores entram em ônibus submerso no Lago Paranoá — Foto: Arquivo Público do DF/Coleção Fluid/Divulgação 

Assim, por entre as matas recortadas, um vale de vegetação torta se torna um imenso canteiro de obras, sendo desbravado por operários vindos de todos os cantos do Brasil e fazendo do Lago Paranoá, hoje, um local de diversão, esporte e afeto para muitos brasilienses.

Capivaras do Paranoá

As capivaras habitam as margens do Lago Paranoá desde 1970, segundo relatos que constam no Arquivo Público do DF.

Pesquisadores afirmam que, por serem animais generalistas e não estarem em risco de extinção, elas competem com o homem pelo uso do espaço. E por isso, no calor, as vizinhas de gramado não pensam duas vezes em aproveitar as piscinas de moradores da região da orla.

Ilhas do lago

Uma das três ilhas do Lago Paranoá, em Brasília — Foto: Arquivo Público-DF/Divulgação
Uma das três ilhas do Lago Paranoá, em Brasília — Foto: Arquivo Público-DF/Divulgação 

O Lago Paranoá possui três ilhas, que são chamadas de Paranoá, Retiro e dos Clubes.

A Ilha do Paranoá é a maior do arquipélago e mede 1,54 hectares, com cerca de 110 metros de largura, segundo documentos registrados no Arquivo Público. Fica situada nas proximidades dos trechos 4 e 5 do Setor de Mansões do Lago Norte.

A Ilha Retiro está localizada nas proximidades do trecho 7 do Setor de Mansões do Lago Norte e possui área de 1 hectare, com altitude de 1.004 metros, distante 85 metros da margem do Lago Paranoá.

A Ilha dos Clubes é a menor e possui cerca de 6 metros quadrados. Fica situada próximo à ponte JK. As ilhas Paranoá e Retiro são declaradas como reserva ecológica por uma lei distrital de 1997.

Ponte JK

Imagem aérea da ponte JK, em Brasília — Foto: Arquivo Público-DF/Divulgação
Imagem aérea da ponte JK, em Brasília — Foto: Arquivo Público-DF/Divulgação 

Inaugurada em 15 de dezembro de 2002, a ponte Juscelino Kubitschek – a ponte JK ou Terceira Ponte –, impressiona pela beleza e arquitetura monumental. A estrutura tem 1,2 km de extensão e é considerada um dos mais belos cartões postais da capital federal.

O projeto que deu forma à estrutura foi escolhido dentre os trabalhos apresentados no Concurso Nacional de Estudos Preliminares de Arquitetura, em dezembro de 1998.

A ponte foi projetada pelo arquiteto carioca Alexandre Chan, que recebeu em 2003, durante a International Bridge Conference, a medalha Gustav Lindenthal, pelas qualidades estéticas e harmonização ambiental.

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