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sábado, 6 de fevereiro de 2021

Mulher que ganhou prêmio na Itália com imagem de outro fotógrafo tenta acordo na Justiça

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Segundo fotógrafo, imagem foi registrada atrás da casa dele, em Campo Limpo Paulista. Moradora do ABC Paulista foi acusada por ele de ter copiado imagem; ela alegou nas redes sociais, anteriormente, ter feito a foto no Rio Grande do Sul.  
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Por Carlos Henrique Dias, G1 Sorocaba e Jundiaí 

Postado em 06 de fevereiro de 2021 às 13h35m


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Foto de árvore circundada por nuvens causou embate entre dois brasileiros sobre autoria — Foto: Arquivo pessoal
Foto de árvore circundada por nuvens causou embate entre dois brasileiros sobre autoria — Foto: Arquivo pessoal

A autoria da foto de uma árvore circundada por nuvens corre pela Justiça de Campo Limpo Paulista (SP). O caso é analisado pela 2ª Vara Cível da cidade como direito autoral e no último andamento houve uma tentativa de conciliação.

Segundo o fotógrafo Eder Magalhães, uma mulher do ABC Paulista teria usado um registro dele de forma indevida e ganhado um prêmio na Itália. Ele afirma que soube da situação quando uma página do Facebook compartilhou a foto com os créditos dela.

A imagem mostra uma árvore com os galhos secos e as nuvens formando um tipo de copa. De acordo Eder, que trabalha na área desde 2013, ele fez o registro atrás da casa onde mora e viralizou há cinco anos quando postou nas redes sociais.

"Eu vivo da fotografia. Faço casamento e, quando estou tranquilo, faço fotos e publico. Agora que eu faço uma que viraliza as pessoas querem tirar proveito. Se ela não tivesse falado nada, eu nem ia ficar sabendo, porque não fico pesquisando quem compartilha minhas fotos", afirmou na época.

Fotógrafo tirou foto ao lado da árvore — Foto: Eder Magalhães/Arquivo pessoal
Fotógrafo tirou foto ao lado da árvore — Foto: Eder Magalhães/Arquivo pessoal

No entanto, a mulher premiada afirmou em seu perfil ter feito o registro no Rio Grande do Sul em outubro de 2016, um mês depois que a imagem teria sido publicada pelo morador de Campo Limpo Paulista (SP). O G1 tentou contato com a mulher, mas não houve retorno.

No processo, a defesa dela manifestou interesse na audiência de tentativa de conciliação virtual ou presencial.

Eder conta também que o registro não é totalmente verdadeiro. Para dar perfeição ao contorno, ele havia adicionado mais nuvens.

Éder fez um quadro com a foto da árvore atrás de casa — Foto: Eder Magalhães/Arquivo pessoal
Éder fez um quadro com a foto da árvore atrás de casa — Foto: Eder Magalhães/Arquivo pessoal

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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Inflação dos mais pobres desacelera em janeiro e passa a acumular alta de 5,87% em 12 meses, aponta FGV

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IPC-C1 registrou avanço de 0,15% em janeiro. Já o IPC-Br, que mede a variação de preços para famílias com renda mais alta, teve variação de 0,27%. Veja o que mais pesou na inflação do mês.  
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Por G1  
05/02/2021 08h15 Atualizado há 4 horas
Postado em 05 de fevereiro de 2021 às 12h15m


|        .      Post.N.\9.666     .     |
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O Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1) – que mede a variação de preços de produtos e serviços para famílias com renda entre um e 2,5 salários mínimos – desacelerou para uma alta de 0,15% em janeiro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (5) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Em dezembro, a inflação da baixa tinha registrado uma variação de 1,39%.

Com o resultado de janeiro, o indicador passou a acumular alta de 5,87% nos últimos 12 meses, ante 6,30% no acumulado em 2020.

Inflação da baixa renda - IPC-C1 — Foto: Economia G1
Inflação da baixa renda - IPC-C1 — Foto: Economia G1

Já o IPC-Br, que mede a variação de preços para famílias com renda de 1 a 33 salários mínimos mensais, teve variação de 0,27% em janeiro. Em 12 meses, a taxa do indicador ficou em 4,84%, se mantendo abaixo do nível registrado pelo IPC-C1.

  • gasolina: 2,48%
  • curso de ensino fundamental: 6,63%
  • gás de bujão: 2,14%
  • curso de ensino superior: 4,19%
  • batata-inglesa: 9,19%
Inflação por componentes

De acordo com a FGV, 5 das 8 classes de despesas registraram decréscimo em suas taxas de variação na passagem de dezembro para janeiro: Habitação (3,21% para -1,37%), Alimentação (1,59% para 1,19%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,39% para 0,22%), Transportes (0,73% para 0,64%) e Comunicação (0,01% para -0,07%).

Em contrapartida, os grupos Educação, Leitura e Recreação (-0,20% para 0,68%), Despesas Diversas (0,23% para 0,38%) e Vestuário (0,44% para 0,52%) apresentaram avanço em suas taxas de variação.

Paulistanos têm dificuldades pra equilibrar contas com alta da inflação
Paulistanos têm dificuldades pra equilibrar contas com alta da inflação

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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Participação de produtos industrializados nas exportações é a menor em 44 anos, diz CNI

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Levantamento afirma que, em 2020, produtos industrializados representaram 43% das exportações; em 1977, percentual registrado foi de 41%. CNI atribui resultado à pandemia.  
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Por Laís Lis, G1 — Brasília  
04/02/2021 16h43 Atualizado há 3 horas
Postado em 04 de fevereiro de 2021 às 19h45m


|        .      Post.N.\9.665     .     |
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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nesta quinta-feira (4) um levantamento segundo o qual os produtos industrializados representaram 43% das exportações brasileiras em 2020.

Segundo a CNI, o resultado é o pior em 44 anos. Em 1977, os produtos industrializados representaram 41% das exportações.

Ao todo, conforme a entidade, a exportação de produtos industrializados somou US$ 90,1 bilhões em 2020, menor valor desde 2009, quando as vendas somaram US$ 87,8 bilhões.

No levantamento, a CNI considera como industrializados os produtos manufaturados e semimanufaturados.

Para a CNI, o resultado de 2020 foi motivado pela crise desencadeada pela pandemia do novo coronavírus.

Produtos industrializados nas exportações
Resultados dos últimos anos

Em %

41415252505047474343197720172018201920200102030405060
Fonte: CNI

Outros números

O levantamento divulgado pela CNI nesta quinta-feira também afirma que a participação de produtos básicos nas exportações brasileiras subiu de 53% em 2019 para 57% em 2020. Em valores, passou de U$$ 119,0 bilhões para US$ 119,7 bilhões.

"É um resultado muito preocupante para a indústria. A perda de agregação de valor na pauta de exportação nessa magnitude preocupa e reflete, claramente, a desindustrialização que vive o Brasil. Esse movimento vem em ocorrendo há mais de uma década e se acelerou nos últimos anos, sobretudo em 2020", afirmou o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Eduardo Abijaodi.

A CNI afirma que, para reverter esse quadro e ampliar a participação de produtos brasileiros no mercado internacional, é preciso avançar em reformas estruturais, como a tributária, e reduzir o Custo Brasil, além do fortalecimento do sistema de defesa comercial para "combater as práticas desleais de comércio."

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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

O antes e depois das geleiras que estão desaparecendo na Islândia

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Pai e filho retrataram os mesmo pontos do sudeste da Islândia com 30 anos de diferença. 
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TOPO
Por BBC

Postado em 03 de fevereiro de 2021 às 12h25m


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Imagens do glaciar Breiðamerkurjökull em 1989 (em cima) e 2019 (embaixo) mostram camada de gelo perdida em três décadas — Foto: NATIONAL LAND SURVEY OF ICELAND/KIERAN BAXTER via BBC
Imagens do glaciar Breiðamerkurjökull em 1989 (em cima) e 2019 (embaixo) mostram camada de gelo perdida em três décadas — Foto: NATIONAL LAND SURVEY OF ICELAND/KIERAN BAXTER via BBC

Em 1989, o fotógrafo Colin Baxter o visitou o glaciar Skaftafellsjokull, na Islândia, em uma viagem em família e registrou a imagem da paisagem congelada.

Seu filho, Kieran Baxter, voltou ao local exatamente 30 anos depois. O glaciar, que faz parte da geleira Vatnajokull, a maior massa de gelo da Europa, reduziu dramaticamente.

Cientistas estimam uma perda de cerca de 400 quilômetros quadrados, devido principalmente às mudanças climáticas.

"Cresci visitando esses lugares incríveis e herdei essa compreensão sobre o poder silencioso dessas paisagens", afirma Kieran, professor da Universidade de Dundee, na Escócia.

"É trágico ver a mudança tão drástica das últimas décadas."

"A extensão da crise climática é muitas vezes invisível, mas lá podemos enxergar a gravidade da situação que afeta todo o planeta", acrescenta ele.

Imagens do Skaftafellsjokull — Foto: BBC
Imagens do Skaftafellsjokull — Foto: BBC

Kieran, que leciona design da comunicação, decidiu refazer os passos do pai, um conhecido fotógrafo de natureza, para alertar sobre o risco das mudanças climáticas.

Com a ajuda de Colin, ele registrou os mesmo pontos de uma série de glaciares do Sudeste da Islândia, entre eles Fláajökull, Heinabergsjökull, Hoffellsjokull, Hólarjökull e Skaftafellsjökull.

Colin e Kieran Baxter: pai e filho retrataram a mesma região da Islândia com 30 anos de diferença — Foto: Alice Watterson via BBC
Colin e Kieran Baxter: pai e filho retrataram a mesma região da Islândia com 30 anos de diferença — Foto: Alice Watterson via BBC

O derretimento das geleiras está entre os principais indicadores visíveis do aquecimento da Terra. Medir esse derretimento em escala global, entretanto, é difícil, já que diferentes fatores influenciam as massas de gelo, como altitude, nível de precipitação e exposição a ventos e ao sol.

Os glaciares em si são também bastante heterogêneos. Alguns têm apenas centenas de anos, enquanto outros estão no planeta há centenas de milhares de anos.

A longevidade faz dos glaciares documentos valiosos sobre o clima em outras eras. Amostras mais profundas extraídas por cientistas chegam a ser uma espécie de registro ano a ano sobre o clima em determinados períodos.

Analisando componentes como a quantidade de bolhas aprisionadas no gelo, pesquisadores conseguem montar um retrato detalhado das características atmosféricas do passado, o que inclui a concentração de gás carbônico, as variações de temperatura e vegetação.

O impacto negativo do desaparecimento de geleiras pelo mundo vai além do registro histórico do clima do planeta, contudo, e inclui a perda de fonte de água potável e de irrigação para a agricultura.

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terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Produção industrial tem queda pelo segundo ano seguido e fecha 2020 com um tombo de 4,5%, aponta IBGE

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Mesmo registrando oito meses seguidos de alta, indústria nacional não conseguiu encerrar o ano com ganhos, mostrando recuo em todas as quatro grandes atividades do setor. Principal influência negativa partiu da indústria automotiva.  
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Por Daniel Silveira, G1 — Rio de Janeiro  
02/02/2021 09h00 Atualizado há 3 horas
Postado em 02 de fevereiro de 2021 às 12h00m


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VÍDEO: Produção industrial fecha 2020 com queda de 4,5%, diz IBGE
VÍDEO: Produção industrial fecha 2020 com queda de 4,5%, diz IBGE

A produção industrial brasileira encerrou 2020 com um tombo de 4,5%, apontam os dados divulgados nesta terça-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este foi o segundo ano de recuo da indústria nacional - em 2019 ela havia recuado 1,1% - e o pior resultado desde 2016.

Produção industrial anual — Foto: Economia G1
Produção industrial anual — Foto: Economia G1

A queda acumulada no ano ocorreu apesar de a produção industrial ter registrado, em dezembro, o oitavo mês seguido de alta.

É claro que há uma melhora da produção industrial, mas ainda há muito espaço para ela crescer e não é em função das perdas provocadas pela pandemia, inclusive porque este é o segundo ano seguido de queda. É algo que vem de anos", enfatizou o gerente da pesquisa, André Macedo.

De acordo com o IBGE, o recuo na produção foi disseminado em todo o setor industrial do país. Todas as quatro grandes categorias econômicas da indústria tiveram resultados negativos. Mas, foi a produção automotiva que mais impactou no resultado geral.

O resultado para cada uma das quatro categorias da indústria foi:

  • Bens duráveis: -19,8%
  • Bens de capital: -9,8%
  • Bens de consumo: -8.9%
  • Bens intermediários: -1,1%

A queda de bens duráveis foi puxada, segundo o IBGE, pela fabricação de automóveis, que recuou 34,6% no ano. Considerando o segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias, a queda foi de 28,1%. O gerente da pesquisa apontou que a categoria de bens de capital também tem influência da produção de veículos.

Ambas têm a dinâmica de produção muito associada à indústria de automotores. No caso da primeira, com influência dos automóveis, como os carros, e no caso da segunda, os equipamentos de transporte, como caminhões, explicou.

Macedo destacou que o segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias acumulou alta de 1.308,1% na produção nos últimos oito meses, eliminando a perda de 92,3% registrada no período de março e abril de 2020. Ainda assim, não foi suficiente para garantir fechar o ano no campo positivo.

O IBGE destacou, ainda, que resultados negativos foram observados em 20 dos 26 ramos, 53 dos 79 grupos e 60,6% dos 805 produtos pesquisados.

Destaques da produção industrial de 2020 — Foto: Economia G1
Destaques da produção industrial de 2020 — Foto: Economia G1 

Alta pelo segundo trimestre seguido

Considerando a análise trimestral do setor industrial, a produção teve alta pelo segundo trimestre seguido - nos dois primeiros trimestres do ano o setor havia registrado queda.

De acordo com o gerente da pesquisa, André Macedo, o setor fechou o quatro trimestre com alta de 5,1% em relação ao trimestre. No terceiro, a alta havia sido de 22,3%.

Já no segundo trimestre, a produção havia recuado 17,5%, enquanto no primeiro trimestre a queda havia sido de -2,5% em relação ao quatro trimestre de 2019.

Oito meses seguidos de alta

Na passagem de novembro para dezembro, a produção industrial avançou 0,9%, completando oito meses seguidos de alta. Neste período, o setor acumulou ganhos de 41,8%, eliminando completamente a perda acumulada de 27,1% nos meses de março e abril, auge da crise provocada pela pandemia do coronavírus.

Na comparação com dezembro de 2019, a produção industrial apresentou alta de 8,2%.

Com o resultado de dezembro, o patamar de produção ficou 3,4% acima do registrado em fevereiro, mês em que ainda não havia efeitos da pandemia. Todavia, com o fechamento do ano, o patamar de produção ainda ficou 13,2% abaixo do seu nível recorde, alcançado em maio de 2011.

O gerente da pesquisa, André Macedo, ponderou, no entanto, que o atual patamar de produção é o maior desde dezembro de 2017, "mostrando que há dinamismo no setor". Ele lembrou, ainda, que em abril, o setor atingiu seu ponto mais baixo de toda a série histórica, operando quase 39% abaixo do pico de maio de 2011.

Produção industrial mensal - Dezembro/2020 — Foto: Economia G1
Produção industrial mensal - Dezembro/2020 — Foto: Economia G1 

Veículos em alta, alimentos em queda

Para o resultado de dezembro frente novembro, o principal destaque partiu do segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias, com ganho de 6,5%, exercendo a principal influência positiva.

Outra influência positiva na passagem de novembro para dezembro partiu da metalurgia, com alta de 19% de alta, sexta taxa consecutiva e acumulado de 58,6% no período julho-dezembro. No acumulado do ano, porém, a metalurgia teve queda de 7,2% na comparação com 2019.

É um segmento que tem atuado acompanhando o crescimento na produção da indústria automobilística, diz Macedo.

Do lado oposto, foi a produção de alimentos que apresentou a principal influência negativa, com queda de 4,4%. Foi o terceiro mês seguido de recuo na indústria alimentícia - havia recuado 3% em novembro e 4% em outubro.

"O que se observa nesse período é um movimento de perda para a indústria de alimentos. Isso afeta a parte de bens intermediários, que tem um peso relativamente importante no setor como um todo, o que acaba afetando o resultado para a indústria em geral", apontou André Macedo.

Macedo destacou que grande parte da produção de alimentos é impactada por produtos como açúcar e derivados de soja, que são insumos para outras atividades industriais. Mas, ele apontou que fatores conjunturais podem estar diretamente relacionados à queda da produção de produtos alimentícios nos últimos três meses.

"Lembramos que esse movimento de queda é oposto ao que observamos nos dois meses de maior impacto das medidas de isolamento social. Esse resultado pode ter relação com o aumento de preços, pode ter influência da redução do auxílio emergencial, além de uma série de outras influências", disse o pesquisador.

Também tiveram quedas importante em dezembro a produção de bebidas (-8,1%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,3%).

Entre as grandes categorias econômicas, bens de capital e bens de consumo duráveis cresceram 2,4% cada e responderam pelas maiores taxas de dezembro na comparação com o mês anterior. Foi o oitavo mês seguido de expansão na produção das duas categorias, que acumularam alta, respectivamente, de 134,9% e 565,7%.

Já bens intermediários teve alta de 1,6% e registrou crescimento acima da média da indústria. Com isso, reverteu os resultados negativos assinalados em outubro (-0,1%) e novembro (-0,2%).

O IBGE destacou que a única categoria que apresentou recuo em dezembro foi bens de consumo semi e não duráveis, com queda de 0,5% no mês frente a novembro.

Reação depende de renda

Questionado sobre o que é necessário para a indústria reagir em 2021, o gerente da pesquisa do IBGE foi enfático ao apontar a necessidade de recuperação consistente do mercado de trabalho.

"O mercado de trabalho vai ser determinante para sustentar a indústria e a economia como um todo", afirmou Macedo.

Os dados mais recentes divulgados pelo IBGE mostram que o desemprego teve queda no país por dois meses seguidos, mas ainda atinge mais de 14 milhões de brasileiro.

O pesquisador ponderou, também, que o fim do auxílio emergencial pode trazer impacto negativo para a indústria, dado o elevado número de brasileiros que, sem ocupação no mercado de trabalho, estão sem renda para aquecer o consumo.

"Os programa de transferência de renda, de manutenção de emprego e de acesso a crédito estão por trás dessa recuperação [nos últimos oito meses]. Eles alcançaram um contingente importante da população e ajudaram no movimento [de oito meses consecutivos de crescimento da indústria]", avaliou Macedo.

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