= =---____------- === ---- -----________::_____ _____= =..= = =..= =..= = =____ _____::________ --------- ==== -----------____---= =
Mesmo registrando oito meses seguidos de alta, indústria nacional não conseguiu encerrar o ano com ganhos, mostrando recuo em todas as quatro grandes atividades do setor. Principal influência negativa partiu da indústria automotiva.
= =---____------- === ---- -----________::_____ _____= =..= = =..= =..= = =____ _____::________ --------- ==== -----------____---= =
Por Daniel Silveira, G1 — Rio de Janeiro
02/02/2021 09h00 Atualizado há 3 horas
Postado em 02 de fevereiro de 2021 às 12h00m

|||==---____ ____-------___ ___ _____ ___-- ________ ____::__||
| . Post.N.\9.663 . |
|||.__-_____ _____ ____ ______ ____- _||

VÍDEO: Produção industrial fecha 2020 com queda de 4,5%, diz IBGE
A produção industrial brasileira encerrou 2020 com um tombo de 4,5%,
apontam os dados divulgados nesta terça-feira (2) pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este foi o segundo ano de
recuo da indústria nacional - em 2019 ela havia recuado 1,1% - e o pior resultado desde 2016.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2021/4/Z/BDJrJhQmiasYzdoOxXsw/d8uqy-produ-o-industrial-anual.png)
Produção industrial anual — Foto: Economia G1
A queda acumulada no ano ocorreu apesar de a produção industrial ter registrado, em dezembro, o oitavo mês seguido de alta.
“É
claro que há uma melhora da produção industrial, mas ainda há muito
espaço para ela crescer e não é em função das perdas provocadas pela
pandemia, inclusive porque este é o segundo ano seguido de queda. É algo
que vem de anos", enfatizou o gerente da pesquisa, André Macedo.
De acordo com o IBGE, o recuo na produção foi disseminado em todo o
setor industrial do país. Todas as quatro grandes categorias econômicas
da indústria tiveram resultados negativos. Mas, foi a produção
automotiva que mais impactou no resultado geral.
O resultado para cada uma das quatro categorias da indústria foi:
- Bens duráveis: -19,8%
- Bens de capital: -9,8%
- Bens de consumo: -8.9%
- Bens intermediários: -1,1%
A queda de bens duráveis foi puxada, segundo o IBGE, pela fabricação de
automóveis, que recuou 34,6% no ano. Considerando o segmento de
veículos automotores, reboques e carrocerias, a queda foi de 28,1%. O
gerente da pesquisa apontou que a categoria de bens de capital também
tem influência da produção de veículos.
“Ambas
têm a dinâmica de produção muito associada à indústria de automotores.
No caso da primeira, com influência dos automóveis, como os carros, e no
caso da segunda, os equipamentos de transporte, como caminhões”,
explicou.
Macedo destacou que o segmento de veículos automotores, reboques e
carrocerias acumulou alta de 1.308,1% na produção nos últimos oito
meses, eliminando a perda de 92,3% registrada no período de março e
abril de 2020. Ainda assim, não foi suficiente para garantir fechar o
ano no campo positivo.
O IBGE destacou, ainda, que resultados negativos foram observados em 20
dos 26 ramos, 53 dos 79 grupos e 60,6% dos 805 produtos pesquisados.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2021/R/f/lwj5E4R4ifsYQDrtMfkw/mfpqk-destaques-da-produ-o-industrial-em-2020.png)
Destaques da produção industrial de 2020 — Foto: Economia G1
Alta pelo segundo trimestre seguido
Considerando a análise trimestral do setor industrial, a produção teve
alta pelo segundo trimestre seguido - nos dois primeiros trimestres do
ano o setor havia registrado queda.
De acordo com o gerente da pesquisa, André Macedo, o setor fechou o
quatro trimestre com alta de 5,1% em relação ao trimestre. No terceiro, a
alta havia sido de 22,3%.
Já no segundo trimestre, a produção havia recuado 17,5%, enquanto no
primeiro trimestre a queda havia sido de -2,5% em relação ao quatro
trimestre de 2019.
Oito meses seguidos de alta
Na passagem de novembro para dezembro, a produção industrial avançou
0,9%, completando oito meses seguidos de alta. Neste período, o setor
acumulou ganhos de 41,8%, eliminando completamente a perda acumulada de
27,1% nos meses de março e abril, auge da crise provocada pela pandemia
do coronavírus.
Na comparação com dezembro de 2019, a produção industrial apresentou alta de 8,2%.
Com o resultado de dezembro, o patamar de produção ficou 3,4% acima do
registrado em fevereiro, mês em que ainda não havia efeitos da pandemia.
Todavia, com o fechamento do ano, o patamar de produção ainda ficou
13,2% abaixo do seu nível recorde, alcançado em maio de 2011.
O gerente da pesquisa, André Macedo, ponderou, no entanto, que o atual
patamar de produção é o maior desde dezembro de 2017, "mostrando que há
dinamismo no setor". Ele lembrou, ainda, que em abril, o setor atingiu
seu ponto mais baixo de toda a série histórica, operando quase 39%
abaixo do pico de maio de 2011.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2021/7/Z/fRrqYPRXShAkk99hDzXQ/ujxyw-produ-o-industrial-mensal-.png)
Produção industrial mensal - Dezembro/2020 — Foto: Economia G1
Veículos em alta, alimentos em queda
Para o resultado de dezembro frente novembro, o principal destaque
partiu do segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias, com
ganho de 6,5%, exercendo a principal influência positiva.
Outra influência positiva na passagem de novembro para dezembro partiu
da metalurgia, com alta de 19% de alta, sexta taxa consecutiva e
acumulado de 58,6% no período julho-dezembro. No acumulado do ano,
porém, a metalurgia teve queda de 7,2% na comparação com 2019.
“É um segmento que tem atuado acompanhando o crescimento na produção da indústria automobilística”, diz Macedo.
Do lado oposto, foi a produção de alimentos que apresentou a principal
influência negativa, com queda de 4,4%. Foi o terceiro mês seguido de
recuo na indústria alimentícia - havia recuado 3% em novembro e 4% em
outubro.
"O
que se observa nesse período é um movimento de perda para a indústria
de alimentos. Isso afeta a parte de bens intermediários, que tem um peso
relativamente importante no setor como um todo, o que acaba afetando o
resultado para a indústria em geral", apontou André Macedo.
Macedo destacou que grande parte da produção de alimentos é impactada
por produtos como açúcar e derivados de soja, que são insumos para
outras atividades industriais. Mas, ele apontou que fatores conjunturais
podem estar diretamente relacionados à queda da produção de produtos
alimentícios nos últimos três meses.
"Lembramos que esse movimento de queda é oposto ao que observamos nos
dois meses de maior impacto das medidas de isolamento social. Esse
resultado pode ter relação com o aumento de preços, pode ter influência
da redução do auxílio emergencial, além de uma série de outras
influências", disse o pesquisador.
Também tiveram quedas importante em dezembro a produção de bebidas
(-8,1%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis
(-1,3%).
Entre as grandes categorias econômicas, bens de capital e bens de
consumo duráveis cresceram 2,4% cada e responderam pelas maiores taxas
de dezembro na comparação com o mês anterior. Foi o oitavo mês seguido
de expansão na produção das duas categorias, que acumularam alta,
respectivamente, de 134,9% e 565,7%.
Já bens intermediários teve alta de 1,6% e registrou crescimento acima
da média da indústria. Com isso, reverteu os resultados negativos
assinalados em outubro (-0,1%) e novembro (-0,2%).
O IBGE destacou que a única categoria que apresentou recuo em dezembro
foi bens de consumo semi e não duráveis, com queda de 0,5% no mês frente
a novembro.
Reação depende de renda
Questionado sobre o que é necessário para a indústria reagir em 2021, o
gerente da pesquisa do IBGE foi enfático ao apontar a necessidade de
recuperação consistente do mercado de trabalho.
"O mercado de trabalho vai ser determinante para sustentar a indústria e a economia como um todo", afirmou Macedo.
Os dados mais recentes divulgados pelo IBGE mostram que o desemprego teve queda no país por dois meses seguidos, mas ainda atinge mais de 14 milhões de brasileiro.
O pesquisador ponderou, também, que o fim do auxílio emergencial pode
trazer impacto negativo para a indústria, dado o elevado número de
brasileiros que, sem ocupação no mercado de trabalho, estão sem renda
para aquecer o consumo.
"Os programa de transferência de renda, de manutenção de emprego e de
acesso a crédito estão por trás dessa recuperação [nos últimos oito
meses]. Eles alcançaram um contingente importante da população e
ajudaram no movimento [de oito meses consecutivos de crescimento da
indústria]", avaliou Macedo.
------++-====-----------------------------------------------------------------------=================---------------------------------------------------------------------------------====-++------