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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

O antes e depois das geleiras que estão desaparecendo na Islândia

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Pai e filho retrataram os mesmo pontos do sudeste da Islândia com 30 anos de diferença. 
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TOPO
Por BBC

Postado em 03 de fevereiro de 2021 às 12h25m


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Imagens do glaciar Breiðamerkurjökull em 1989 (em cima) e 2019 (embaixo) mostram camada de gelo perdida em três décadas — Foto: NATIONAL LAND SURVEY OF ICELAND/KIERAN BAXTER via BBC
Imagens do glaciar Breiðamerkurjökull em 1989 (em cima) e 2019 (embaixo) mostram camada de gelo perdida em três décadas — Foto: NATIONAL LAND SURVEY OF ICELAND/KIERAN BAXTER via BBC

Em 1989, o fotógrafo Colin Baxter o visitou o glaciar Skaftafellsjokull, na Islândia, em uma viagem em família e registrou a imagem da paisagem congelada.

Seu filho, Kieran Baxter, voltou ao local exatamente 30 anos depois. O glaciar, que faz parte da geleira Vatnajokull, a maior massa de gelo da Europa, reduziu dramaticamente.

Cientistas estimam uma perda de cerca de 400 quilômetros quadrados, devido principalmente às mudanças climáticas.

"Cresci visitando esses lugares incríveis e herdei essa compreensão sobre o poder silencioso dessas paisagens", afirma Kieran, professor da Universidade de Dundee, na Escócia.

"É trágico ver a mudança tão drástica das últimas décadas."

"A extensão da crise climática é muitas vezes invisível, mas lá podemos enxergar a gravidade da situação que afeta todo o planeta", acrescenta ele.

Imagens do Skaftafellsjokull — Foto: BBC
Imagens do Skaftafellsjokull — Foto: BBC

Kieran, que leciona design da comunicação, decidiu refazer os passos do pai, um conhecido fotógrafo de natureza, para alertar sobre o risco das mudanças climáticas.

Com a ajuda de Colin, ele registrou os mesmo pontos de uma série de glaciares do Sudeste da Islândia, entre eles Fláajökull, Heinabergsjökull, Hoffellsjokull, Hólarjökull e Skaftafellsjökull.

Colin e Kieran Baxter: pai e filho retrataram a mesma região da Islândia com 30 anos de diferença — Foto: Alice Watterson via BBC
Colin e Kieran Baxter: pai e filho retrataram a mesma região da Islândia com 30 anos de diferença — Foto: Alice Watterson via BBC

O derretimento das geleiras está entre os principais indicadores visíveis do aquecimento da Terra. Medir esse derretimento em escala global, entretanto, é difícil, já que diferentes fatores influenciam as massas de gelo, como altitude, nível de precipitação e exposição a ventos e ao sol.

Os glaciares em si são também bastante heterogêneos. Alguns têm apenas centenas de anos, enquanto outros estão no planeta há centenas de milhares de anos.

A longevidade faz dos glaciares documentos valiosos sobre o clima em outras eras. Amostras mais profundas extraídas por cientistas chegam a ser uma espécie de registro ano a ano sobre o clima em determinados períodos.

Analisando componentes como a quantidade de bolhas aprisionadas no gelo, pesquisadores conseguem montar um retrato detalhado das características atmosféricas do passado, o que inclui a concentração de gás carbônico, as variações de temperatura e vegetação.

O impacto negativo do desaparecimento de geleiras pelo mundo vai além do registro histórico do clima do planeta, contudo, e inclui a perda de fonte de água potável e de irrigação para a agricultura.

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terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Produção industrial tem queda pelo segundo ano seguido e fecha 2020 com um tombo de 4,5%, aponta IBGE

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Mesmo registrando oito meses seguidos de alta, indústria nacional não conseguiu encerrar o ano com ganhos, mostrando recuo em todas as quatro grandes atividades do setor. Principal influência negativa partiu da indústria automotiva.  
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Por Daniel Silveira, G1 — Rio de Janeiro  
02/02/2021 09h00 Atualizado há 3 horas
Postado em 02 de fevereiro de 2021 às 12h00m


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VÍDEO: Produção industrial fecha 2020 com queda de 4,5%, diz IBGE
VÍDEO: Produção industrial fecha 2020 com queda de 4,5%, diz IBGE

A produção industrial brasileira encerrou 2020 com um tombo de 4,5%, apontam os dados divulgados nesta terça-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este foi o segundo ano de recuo da indústria nacional - em 2019 ela havia recuado 1,1% - e o pior resultado desde 2016.

Produção industrial anual — Foto: Economia G1
Produção industrial anual — Foto: Economia G1

A queda acumulada no ano ocorreu apesar de a produção industrial ter registrado, em dezembro, o oitavo mês seguido de alta.

É claro que há uma melhora da produção industrial, mas ainda há muito espaço para ela crescer e não é em função das perdas provocadas pela pandemia, inclusive porque este é o segundo ano seguido de queda. É algo que vem de anos", enfatizou o gerente da pesquisa, André Macedo.

De acordo com o IBGE, o recuo na produção foi disseminado em todo o setor industrial do país. Todas as quatro grandes categorias econômicas da indústria tiveram resultados negativos. Mas, foi a produção automotiva que mais impactou no resultado geral.

O resultado para cada uma das quatro categorias da indústria foi:

  • Bens duráveis: -19,8%
  • Bens de capital: -9,8%
  • Bens de consumo: -8.9%
  • Bens intermediários: -1,1%

A queda de bens duráveis foi puxada, segundo o IBGE, pela fabricação de automóveis, que recuou 34,6% no ano. Considerando o segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias, a queda foi de 28,1%. O gerente da pesquisa apontou que a categoria de bens de capital também tem influência da produção de veículos.

Ambas têm a dinâmica de produção muito associada à indústria de automotores. No caso da primeira, com influência dos automóveis, como os carros, e no caso da segunda, os equipamentos de transporte, como caminhões, explicou.

Macedo destacou que o segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias acumulou alta de 1.308,1% na produção nos últimos oito meses, eliminando a perda de 92,3% registrada no período de março e abril de 2020. Ainda assim, não foi suficiente para garantir fechar o ano no campo positivo.

O IBGE destacou, ainda, que resultados negativos foram observados em 20 dos 26 ramos, 53 dos 79 grupos e 60,6% dos 805 produtos pesquisados.

Destaques da produção industrial de 2020 — Foto: Economia G1
Destaques da produção industrial de 2020 — Foto: Economia G1 

Alta pelo segundo trimestre seguido

Considerando a análise trimestral do setor industrial, a produção teve alta pelo segundo trimestre seguido - nos dois primeiros trimestres do ano o setor havia registrado queda.

De acordo com o gerente da pesquisa, André Macedo, o setor fechou o quatro trimestre com alta de 5,1% em relação ao trimestre. No terceiro, a alta havia sido de 22,3%.

Já no segundo trimestre, a produção havia recuado 17,5%, enquanto no primeiro trimestre a queda havia sido de -2,5% em relação ao quatro trimestre de 2019.

Oito meses seguidos de alta

Na passagem de novembro para dezembro, a produção industrial avançou 0,9%, completando oito meses seguidos de alta. Neste período, o setor acumulou ganhos de 41,8%, eliminando completamente a perda acumulada de 27,1% nos meses de março e abril, auge da crise provocada pela pandemia do coronavírus.

Na comparação com dezembro de 2019, a produção industrial apresentou alta de 8,2%.

Com o resultado de dezembro, o patamar de produção ficou 3,4% acima do registrado em fevereiro, mês em que ainda não havia efeitos da pandemia. Todavia, com o fechamento do ano, o patamar de produção ainda ficou 13,2% abaixo do seu nível recorde, alcançado em maio de 2011.

O gerente da pesquisa, André Macedo, ponderou, no entanto, que o atual patamar de produção é o maior desde dezembro de 2017, "mostrando que há dinamismo no setor". Ele lembrou, ainda, que em abril, o setor atingiu seu ponto mais baixo de toda a série histórica, operando quase 39% abaixo do pico de maio de 2011.

Produção industrial mensal - Dezembro/2020 — Foto: Economia G1
Produção industrial mensal - Dezembro/2020 — Foto: Economia G1 

Veículos em alta, alimentos em queda

Para o resultado de dezembro frente novembro, o principal destaque partiu do segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias, com ganho de 6,5%, exercendo a principal influência positiva.

Outra influência positiva na passagem de novembro para dezembro partiu da metalurgia, com alta de 19% de alta, sexta taxa consecutiva e acumulado de 58,6% no período julho-dezembro. No acumulado do ano, porém, a metalurgia teve queda de 7,2% na comparação com 2019.

É um segmento que tem atuado acompanhando o crescimento na produção da indústria automobilística, diz Macedo.

Do lado oposto, foi a produção de alimentos que apresentou a principal influência negativa, com queda de 4,4%. Foi o terceiro mês seguido de recuo na indústria alimentícia - havia recuado 3% em novembro e 4% em outubro.

"O que se observa nesse período é um movimento de perda para a indústria de alimentos. Isso afeta a parte de bens intermediários, que tem um peso relativamente importante no setor como um todo, o que acaba afetando o resultado para a indústria em geral", apontou André Macedo.

Macedo destacou que grande parte da produção de alimentos é impactada por produtos como açúcar e derivados de soja, que são insumos para outras atividades industriais. Mas, ele apontou que fatores conjunturais podem estar diretamente relacionados à queda da produção de produtos alimentícios nos últimos três meses.

"Lembramos que esse movimento de queda é oposto ao que observamos nos dois meses de maior impacto das medidas de isolamento social. Esse resultado pode ter relação com o aumento de preços, pode ter influência da redução do auxílio emergencial, além de uma série de outras influências", disse o pesquisador.

Também tiveram quedas importante em dezembro a produção de bebidas (-8,1%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,3%).

Entre as grandes categorias econômicas, bens de capital e bens de consumo duráveis cresceram 2,4% cada e responderam pelas maiores taxas de dezembro na comparação com o mês anterior. Foi o oitavo mês seguido de expansão na produção das duas categorias, que acumularam alta, respectivamente, de 134,9% e 565,7%.

Já bens intermediários teve alta de 1,6% e registrou crescimento acima da média da indústria. Com isso, reverteu os resultados negativos assinalados em outubro (-0,1%) e novembro (-0,2%).

O IBGE destacou que a única categoria que apresentou recuo em dezembro foi bens de consumo semi e não duráveis, com queda de 0,5% no mês frente a novembro.

Reação depende de renda

Questionado sobre o que é necessário para a indústria reagir em 2021, o gerente da pesquisa do IBGE foi enfático ao apontar a necessidade de recuperação consistente do mercado de trabalho.

"O mercado de trabalho vai ser determinante para sustentar a indústria e a economia como um todo", afirmou Macedo.

Os dados mais recentes divulgados pelo IBGE mostram que o desemprego teve queda no país por dois meses seguidos, mas ainda atinge mais de 14 milhões de brasileiro.

O pesquisador ponderou, também, que o fim do auxílio emergencial pode trazer impacto negativo para a indústria, dado o elevado número de brasileiros que, sem ocupação no mercado de trabalho, estão sem renda para aquecer o consumo.

"Os programa de transferência de renda, de manutenção de emprego e de acesso a crédito estão por trás dessa recuperação [nos últimos oito meses]. Eles alcançaram um contingente importante da população e ajudaram no movimento [de oito meses consecutivos de crescimento da indústria]", avaliou Macedo.

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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

SpaceX, de Elon Musk, espera levar primeiros turistas ao espaço até o fim de 2021

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Missão será lançada de centro espacial da Flórida, nos Estados Unidos. Empresa do bilionário, atual pessoa mais rica do mundo, utilizará foguete reutilizável na viagem. 
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TOPO
Por France Presse  
01/02/2021 22h03 Atualizado há 1 horas
Postado em 01 de fevereiro de 2021 às 23h05m


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Foto de arquivo de janeiro de 2020 mostra o  fundador e engenheiro-chefe da SpaceX, Elon Musk, discursa em uma entrevista coletiva pós-lançamento para discutir o teste de abortamento em voo da cápsula de astronauta Crew Dragon no Centro Espacial Kennedy em Cabo Canaveral, na Flórida, EUA — Foto: Joe Skipper/Reuters/Arquivo
Foto de arquivo de janeiro de 2020 mostra o fundador e engenheiro-chefe da SpaceX, Elon Musk, discursa em uma entrevista coletiva pós-lançamento para discutir o teste de abortamento em voo da cápsula de astronauta Crew Dragon no Centro Espacial Kennedy em Cabo Canaveral, na Flórida, EUA — Foto: Joe Skipper/Reuters/Arquivo

A SpaceX planeja lançar sua primeira missão de turismo espacial no quarto trimestre de 2021, afirmou a empresa do bilionário Elon Musk em um comunicado nesta segunda-feira (1º).

Além da empresa aeroespacial, Musk também é fundador da Tesla, de veículos elétricos. Ele se tornou a pessoa mais rica do mundo em 2021, ultrapassando Jeff Bezos, da Amazon.

A missão, chamada Inspiration4, será realizada com o foguete reutilizável Falcon 9 da SpaceX, que será lançado a partir do Centro Espacial Kennedy, na Flórida.

A bordo estará Jared Isaacman, fundador e chefe da Shift4 Payments, que vai doar os três assentos ao lado do seu na cápsula Dragon para "indivíduos do público em geral, cuja identidade será anunciada nas próximas semanas", segundo o comunicado.

O site Inspiration4.com foi criado para que as pessoas possam se inscrever e competir por esses lugares. O concurso está aberto a residentes dos Estados Unidos acima dos 18 anos.

Ilustração divulgada pela SpaceX mostra a cápsula Crew Dragon e o foguete Falcon 9 após lançamento  — Foto: SpaceX/Divulgação via AP
Ilustração divulgada pela SpaceX mostra a cápsula Crew Dragon e o foguete Falcon 9 após lançamento — Foto: SpaceX/Divulgação via AP

Há duas categorias de assentos disponíveis: "generosidade", que exige uma doação à Fundação São Judas, que atua no combate às doenças infantis; e "prosperidade", que pode ser obtido com o compartilhamento de uma história empreendedora.

Os três vencedores receberão, junto com Jared Isaacman, um "treinamento de astronauta comercial SpaceX".

De acordo com a empresa, a missão durará vários dias e os turistas completarão uma órbita na Terra a cada 90 minutos. No final, a cápsula entrará na atmosfera e pousará nas águas da costa da Flórida.

Foguete Falcon 9 com a nave Crew Dragon, da SpaceX, em imagem de arquivo — Foto: Steve Nesius/Reuters
Foguete Falcon 9 com a nave Crew Dragon, da SpaceX, em imagem de arquivo — Foto: Steve Nesius/Reuters

Em novembro de 2020, quatro astronautas foram colocados em órbita com sucesso na cápsula Crew Dragon da SpaceX, antes de alcançar a Estação Espacial Internacional.

Uma semana antes, a cápsula Dragon havia se tornado a primeira espaçonave certificada pela NASA em 40 anos, após os ônibus espaciais, cujo programa terminou em 2011.

Relembre explosão de foguete da SpaceX, em 2020

Foguete da SpaceX explode durante teste nos EUA
Foguete da SpaceX explode durante teste nos EUA

Assista vídeos de TECNOLOGIA no G1

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Economistas do mercado financeiro elevam estimativa de inflação para 3,53% em 2021

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É a quarta semana seguida em que a estimativa de inflação é revisada para cima. Analistas ouvidos pelo BC também passaram a prever uma alta maior PIB neste ano.  
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Por Alexandro Martello, G1 — Brasília  
01/02/2021 08h37 Atualizado há 3 horas
Postado em o1 de fevereiro de 2021 às 11h40m


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Os analistas do mercado financeiro elevaram a estimativa para a inflação em 2021 pela quarta semana seguida e também passaram a prever uma maior alta do Produto Interno Bruto (PIB).

As expectativas fazem parte do boletim de mercado conhecido como relatório "Focus", divulgado nesta segunda-feira (1) pelo Banco Central (BC). Os dados foram levantados na semana passada em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.

Para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, a expectativa do mercado para este ano passou de 3,50% para 3,53%.

Apesar da alta, a expectativa de inflação do mercado para este ano segue abaixo da meta central, de 3,75%. Pelo sistema de metas, não haverá descumprimento se a inflação oscilar entre 2,25% e 5,25% em 2021.

Em 2020, pressionado pelos preços dos alimentos, o IPCA ficou em 4,52%, acima do centro da meta para o ano, que era de 4%, mas dentro do intervalo de tolerância. Foi a maior inflação anual desde 2016.

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).

Para 2022, o mercado financeiro manteve em 3,50% a previsão de inflação. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%.

Expansão da economia

Sobre o comportamento da economia brasileira em 2021, os economistas do mercado financeiro elevaram estimativa para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,49% para 3,50% na semana passada. Essa foi a quarta alta consecutiva do indicador.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.

Para 2022, o mercado manteve em 2,50% a estimativa de expansão do PIB.

A expectativa para o nível de atividade foi feita em meio à pandemia de Covid-19, que derrubou a economia mundial e colocou o mundo no caminho de uma recessão. Nos últimos meses, porém, indicadores têm mostrado uma retomada da economia brasileira.

Taxa básica de juros

O mercado segue prevendo alta na Selic em 2021.

Em janeiro, o Copom realizou a sua primeira reunião de 2021 e decidiu manter a taxa básica de juros em 2% ao ano.

A expectativa do mercado para a taxa no fim deste ano ficou estável em 3,50% ao ano.

Para o fechamento de 2022, os economistas do mercado financeiro mantiveram a expectativa estável em 5% ao ano.

Outras estimativas

  • Dólar: a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2021 subiu de R$ 5 para R$ 5,01. Para o fechamento de 2022, ficou estável em R$ 5 por dólar.
  • Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção em 2021 ficou estável em US$ 55 bilhões de resultado positivo. Para o ano que vem, a estimativa dos especialistas do mercado subiu de US$ 49,30 bilhões para US$ 49,70 bilhões de superávit.
  • Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano ficou estável em US$ 60 bilhões. Para 2022, a estimativa permaneceu em US$ 70 bilhões.

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domingo, 31 de janeiro de 2021

Com poder de esfriar a Terra, baleias ganham a atenção de ecologistas e economistas

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Esses mamíferos são excepcionalmente eficientes em tirar o dióxido de carbono da atmosfera. Por isso, sua caça causa muita preocupação em pesquisadores de ecossistemas marinhos, ao mesmo tempo em que surgem ideias para usá-los em programas de compensação de emissões. 
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TOPO
Por Sophie Yeo, BBC  
28/01/2021 19h51 Atualizado há 3 dias
Postado em 31 de janeiro de 2021 às 12h35m


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As baleias ajudam a enviar carbono para as profundezas do mar ao longo de suas vidas — e também quando morrem — Foto: Alamy via BBC
As baleias ajudam a enviar carbono para as profundezas do mar ao longo de suas vidas — e também quando morrem — Foto: Alamy via BBC

Ver uma baleia encalhada na praia costuma despertar fortes reações. Pode deixar as pessoas curiosas — baleias encalhadas podem fazer coisas estranhas, como explodir. Também pode ser triste testemunhar uma criatura tão magnífica na água reduzida a uma massa de gordura sem vida em terra.

O que raramente se registra, no entanto, é a oportunidade perdida de sequestro de carbono.

As baleias, especialmente as baleias-de-barbatana e cachalotes, estão entre as maiores criaturas da Terra. Seus corpos são enormes reservas de carbono, e sua presença no oceano influencia os ecossistemas ao seu redor.

Das profundezas do oceano, essas criaturas também estão ajudando a determinar a temperatura do planeta — algo a que só começamos a dar valor recentemente.

"Em terra, os humanos influenciam diretamente o carbono armazenado nos ecossistemas terrestres por meio da extração de madeira e queimadas nas florestas e pastagens", diz um artigo científico de 2010.

"Em mar aberto, o ciclo do carbono é considerado livre de influências humanas diretas." 
Mas essa suposição ignora o impacto surpreendente da caça às baleias.

Os seres humanos matam esses mamíferos há séculos, uma vez que seus corpos fornecem de tudo, desde carne a óleo.

O primeiro registro de caça comercial a baleias data de 1000 d.C. Desde então, milhões foram mortas, e especialistas acreditam que isso pode ter reduzido as populações de baleias entre 66% e 90% em todas as partes do mundo.

Quando as baleias morrem, elas afundam até as profundezas do oceano — e todo o carbono armazenado em seus enormes corpos é transferido da superfície da água para o fundo do mar, onde permanece por séculos ou mais.

No estudo de 2010, os cientistas descobriram que antes da caça industrial, as populações de baleias (excluindo cachalotes) teriam depositado entre 190 mil a 1,9 milhão de toneladas de carbono por ano no fundo do oceano — o que equivale a tirar entre 40 mil e 410 mil carros das estradas anualmente.

Mas quando a carcaça é impedida de afundar — e a baleia é caçada para ser processada —, esse carbono é liberado na atmosfera.

Andrew Pershing, cientista marinho da Universidade do Maine, nos EUA, e autor desse estudo, estima que, ao longo do século 20, a caça às baleias tenha adicionado cerca de 70 milhões de toneladas de dióxido de carbono à atmosfera.

"É muito, mas 15 milhões de carros fazem isso em um único ano. Os EUA têm atualmente 236 milhões de carros", afirma.

Os corpos das baleias são enormes reservas de carbono — Foto: Alamy via BBC
Os corpos das baleias são enormes reservas de carbono — Foto: Alamy via BBC 

Mas as baleias não têm valor apenas quando morrem. As marés de excrementos que esses mamíferos produzem também é surpreendentemente relevante para o clima.

As baleias se alimentam nas profundezas do oceano e depois voltam à superfície para respirar e evacuar. Suas fezes ricas em ferro propiciam as condições de crescimento perfeitas para o fitoplâncton.

Essas criaturas podem ser microscópicas, mas, em conjunto, os fitoplânctons têm enorme influência na atmosfera do planeta, capturando cerca de 40% de todo o CO2 produzido — quatro vezes a quantidade capturada pela Floresta Amazônica.

"Precisamos pensar na caça às baleias como uma tragédia que tira uma enorme bomba de sucção orgânica de carbono do oceano, que teria um efeito multiplicador muito maior na produtividade do fitoplâncton e na capacidade do oceano de absorver carbono", afirma Vicki James, gerente de políticas na Whale and Dolphin Conservation (WDC).

A falta de baleias no oceano também tem alguns impactos inesperados.

Por exemplo, com o declínio das populações de baleias, as orcas que eram seus predadores se voltaram para mamíferos marinhos menores, como as lontras.

As fezes de baleia são um poderoso fertilizante para os fitoplânctons, que têm um grande potencial para capturar carbono — Foto: Alamy via BBC
As fezes de baleia são um poderoso fertilizante para os fitoplânctons, que têm um grande potencial para capturar carbono — Foto: Alamy via BBC 

As populações de lontras consequentemente diminuíram, levando à proliferação dos ouriços-do-mar, que destroem florestas de algas ao redor do Atlântico Norte — com um efeito em cascata no sequestro de carbono marinho.

Isso significa que restabelecer as populações de baleias aos números anteriores à caça comercial pode ser uma ferramenta importante no combate às mudanças climáticas, sequestrando carbono direta e indiretamente, e ajudando, assim, a diminuir o enorme volume de CO2 emitido por combustíveis fósseis a cada ano.

Várias outras propostas foram feitas para alcançar essa redução, incluindo o plantio de árvores na Terra e o estímulo à proliferação de fitoplâncton por meio da adição de ferro ao oceano, uma forma de geoengenharia conhecida como fertilização oceânica.

O plantio de árvores requer um recurso escasso: terra, que pode já estar em uso como outro habitat valioso ou área agrícola. A beleza de restaurar as populações de baleias é que há muito espaço no oceano — outrora repleto desses mamíferos.

As plumas resultantes das fezes das baleias também superariam de longe o potencial da fertilização oceânica. Seriam necessárias 200 florações bem-sucedidas por ano para corresponder ao potencial de uma população de baleias totalmente restaurada, de acordo com o estudo de Pershing.

E, diferentemente das técnicas de geoengenharia arriscadas, os benefícios não seriam apenas para o clima, mas para todo o ecossistema.

"As carcaças de baleia fornecem um habitat único para espécies de águas profundas, muitas das quais só são encontradas nessas carcaças afundadas. A pesquisa mostra que um único esqueleto pode fornecer alimento e habitat para até 200 espécies durante os estágios finais de decomposição," diz James, do WDC.

Em 2019, o Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou um relatório analisando os benefícios de se colocarem as baleias de volta no oceano. E fez isso de uma forma que os políticos entenderiam: colocando um valor em dólares.

O fitoplâncton marinho captura dióxido de carbono por meio da fotossíntese, atuando como sumidouro de carbono — Foto: Alamy via BBC
O fitoplâncton marinho captura dióxido de carbono por meio da fotossíntese, atuando como sumidouro de carbono — Foto: Alamy via BBC 

Esse estudo mostrou que, quando você soma o valor do carbono sequestrado por uma baleia durante sua vida, junto a outros benefícios para a atividade pesqueira e ecoturismo, uma baleia grande vale em média mais de US$ 2 milhões — e sua população global corresponde a mais de US$ 1 trilhão.

Os economistas responsáveis ​​pelo estudo agora estão trabalhando em um projeto para transformar a teoria da "precificação" em realidade, por meio de um mecanismo conhecido como compensação de carbono.

A ideia é convencer os emissores de carbono a pagar determinada quantia para proteger as populações de baleias, ao invés de investir na redução de suas próprias emissões, ajudando-os a obter uma pegada de carbono neutra.

"O que você está fazendo é valorizar o serviço prestado pelas baleias, porque elas estão sequestrando dióxido de carbono", diz Thomas Cosimano, um dos economistas que é coautor do artigo do FMI.

"Isso não significa que as baleias não estejam fazendo outras coisas. Esta é apenas uma referência que podemos usar para estabelecer uma base de qual seria o valor da baleia."

É um modelo complicado, mas não está além das possibilidades: a equipe está trabalhando em uma abordagem semelhante baseada no mercado de carbono para proteger elefantes de caçadores ilegais nas florestas tropicais centrais da África, que deve ser colocada em prática até o fim do ano.

Ao quantificar o potencial de captura de carbono das baleias, economistas estão elaborando um esquema de compensação de carbono focado nesses mamíferos — Foto: Alamy via BBC
Ao quantificar o potencial de captura de carbono das baleias, economistas estão elaborando um esquema de compensação de carbono focado nesses mamíferos — Foto: Alamy via BBC

Uma instituição beneficente chilena chamada Fundación MERI já está desenvolvendo os alicerces para um mercado de carbono baseado em baleias, instalando boias acústicas de alerta que vão monitorar a localização desses mamíferos e gerar rotas alternativas para os navios.

Acredita-se que seja o primeiro projeto do mundo para proteger as baleias em decorrência do armazenamento de carbono que elas fornecem.

O estudo do FMI conclui que a proteção às baleias precisa se tornar uma prioridade no esforço global para combater as mudanças climáticas.

"Visto que o papel das baleias é insubstituível na mitigação e construção de resiliência às mudanças climáticas, sua sobrevivência deve ser integrada aos objetivos dos 190 países que em 2015 assinaram o Acordo de Paris para o combate aos riscos climáticos", escreveram os autores.

Ainda neste ano, será realizada a conferência climática da Organização das Nações Unidas (ONU) na Escócia, país cuja costa abriga regularmente espécies como as baleias-minke (ou baleia-anã) e jubarte.

Com o mercado de carbono para baleias se tornando uma possibilidade real, talvez seja hora de colocar essas criaturas na ordem do dia.

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