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quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Por que Japão quer voltar a caçar baleias apesar de proibição internacional

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Depois de tentar convencer organização responsável pela proibição a flexibilizar medida adotada há 30 anos, país cogita deixar de ser membro da Comissão Baleeira Internacional para, teoricamente, não estar mais sujeito às regras.
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Por BBC 

Postado em 26 de dezembro de 2018 às 16h35m 
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A caça de baleias com fins comerciais levou algumas espécies quase à extinção — Foto: Projeto Baleia à VistaA caça de baleias com fins comerciais levou algumas espécies quase à extinção — Foto: Projeto Baleia à Vista








O Japão planeja deixar a Comissão Baleeira Internacional (IWC, na sigla em inglês) e retomar a caça comercial do mamífero, segundo notícias publicadas pela imprensa japonesa.

O governo japonês já teria informado seus parlamentares a respeito da decisão, noticiou a NHK, a maior emissora do país. Não houve confirmação oficial sobre a medida, que está sendo criticada por grupos de ambientalistas.
A caça comercial de baleias foi banida pela IWC em 1986, depois que algumas espécies foram quase extintas.

Por muitos anos, o Japão capturou baleias supostamente com fins científicos - ainda que a carne dos animais mortos sob essa prerrogativa acabasse sendo usada comercialmente -, algo que era amplamente criticado por conservacionistas.

Especula-se que o governo japonês vá argumentar que houve recuperação nos níveis populacionais de certas espécies de baleias como uma justificativa para a retomada da caça.

Autoridades do país dizem que comer baleias é parte da cultura local. Algumas comunidades na costa do Japão caçaram-nas por séculos, mas o consumo só cresceu no país após a Segunda Guerra Mundial, quando os animais eram a principal fonte de carne.
Nas últimas décadas, a procura despencou.

O que se sabe sobre a medida?
Apesar de a mídia japonesa estar noticiando que a decisão já foi tomada, não houve anúncio oficial.

Hideki Moronuki, da Agência de Pesca do Japão, falou à BBC que o Japão estava considerando algumas opções, mas que ainda "não havia chegado a uma decisão".

Citando uma fonte governamental não identificada, a agência de notícias Kyodo informou que um anúncio formal deve ser realizado nesta semana.

Em setembro, o governo japonês tentou convencer a IWC a permitir a caça comercial de baleias estabelecendo cotas para a captura do animal, mas a proposta foi rejeitada.

Como funciona a proibição à caça comercial de baleias?
Em 1986, os membros da IWC concordaram em estabelecer uma moratória à caça para permitir que o estoque de baleias se recuperasse.
Países que exploram a atividade esperavam que a proibição fosse temporária, até que se chegasse a um consenso sobre o número de baleias que poderia ser capturado para caça.

Em vez disso, o banimento foi praticamente permanente. Nações como Japão, Noruega e Islândia argumentam que a caça a baleias é parte de cultura local e, por isso, deveria ser mantida de forma sustentável.

Hoje, o estoque de animais é cuidadosamente monitorado. Enquanto algumas espécies continuam em perigo, outras não são mais consideradas nessa situação - como a baleia-de-minke, a principal espécie caçada no Japão. 

O Japão pode sair do IWC?
Se o Japão quiser sair da organização, deve enviar-lhe uma notificação até o final do ano. Então, poderia se retirar formalmente em 30 de junho de 2019.

Mas, mesmo assim, o país estaria obrigado a cumprir determinadas leis internacionais. A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar obriga países a cooperarem para a conservação das baleias "por meio de organizações internacionais apropriadas para a conservação, gestão e estudo".
O texto, no entanto, não diz que organizações seriam essas.

O Japão poderia até tentar criar um outro organismo internacional, se conseguisse apoio de um número suficiente de países, ou se juntar a um grupo já existente, como a Comissão de Mamíferos Marinhos do Norte do Atlântico (Nammco), nascida a partir da frustração de alguns membros com a IWC, que reúne a Noruega, Islândia, Groelândia e Ilhas Faroé.

O Japão hoje caça baleias?
Sim, o país tem capturado baleias nos últimos 30 anos como parte de seu programa científico, autorizado pela IWC como uma exceção ao banimento.

Como os animais abatidos com fins científicos podem ter a carne posteriormente vendida, críticos afirmam que a prática é uma espécie de fachada para o que, na realidade, se configura como exploração comercial da caça ao mamífero.

O Japão captura algo entre 200 e 1,2 mil baleias por ano sob a justificativa de que, com isso, está investigando os níveis populacionais dos animais, para verificar se estão ameaçados ou não.

Por que a IWC não aceita os pedidos de flexibilização da regra?
O Japão tem reiteradamente tentado reverter a moratória à caça e costurar um novo acordo que estabeleça cotas para uma caça sustentável.
A última tentativa foi em setembro, em uma reunião realizada em Florianópolis, no Brasil.

O país propôs um pacote de medidas, que incluía a criação de um Comitê para a Caça Sustentável de Baleias e a fixação de cotas sustentáveis de captura para "espécies/níveis abundantes".

A proposta foi rejeitada em votação. Desde então, tem se falado sobre a possível saída do país da organização para que ele pudesse teoricamente deixar de se submeter às suas regras.

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domingo, 23 de dezembro de 2018

Como a genética explica a inteligência dos papagaios, os ‘seres humanos’ do mundo dos pássaros

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O papagaio está para outras aves assim como o ser humano está para os demais primatas: vive mais e é mais inteligente. Pesquisadores brasileiros e americanos abriram caminho para entender de onde vem a capacidade que diferencia esse animal dos demais pássaros.
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Por BBC 


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Como a genética explica a inteligência dos papagaios, os ‘seres humanos’ do mundo dos pássarosPaulo Machado/BBC

O papagaio-comum ou verdadeiro (Amazona aestiva) está para as outras aves assim como o ser humano está para os demais primatas: vive mais e é mais inteligente. Isso pode ser evidente a "olho nu", mas até agora não se conhecia a base genética que sustenta sua inteligência, longevidade e capacidade de imitar sons e voz.

Não mais. Um consórcio de pesquisadores de 11 instituições brasileiras e norte-americanas sequenciou o genoma da espécie e descobriu novos genes e interações entre outros, responsáveis por essas características.

O sequenciamento foi resultado de um projeto chamado Sisbio-Aves, financiado desde 2012 pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

"Ele surgiu para ajudar a caracterizar a biodiversidade da avifauna do país", diz o pesquisador brasileiro Claudio Mello, do Departamento de Neurociência Comportamental da Universidade de Saúde e Ciência de Oregon, nos Estados Unidos. "A ideia era sequenciar os genomas de várias aves do Brasil, com o intuito de desvendar o genoma delas e tentar ajudar a explicar suas características."

Segundo a pesquisadora Patrícia Schneider, da Universidade Federal do Pará (UFPA), que também participou do trabalho, o foco do Sisbio-Aves é em espécies que ajudem a responder questões centrais sobre filogenia, evolução, genética de populações, neurociência e comportamento. "O sequenciamento é um passo inicial para que essas perguntas sejam respondidas", explica.

Outro integrante do consórcio, o geneticista Fabrício Santos, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), cita mais um objetivo do sequenciamento do DNA do papagaio-comum. "Queríamos ter o mapa dos genes dessa espécie e identificar diferenças na evolução deles, que possam nos dar dicas de como funciona o cérebro (incluindo o humano) e também aqueles genes possivelmente associados à longevidade." 

Superando os primatas
Assim como a maioria dos vertebrados, o Amazona aestiva tem cerca de 25 mil genes. Em alguns aspectos cognitivos essa espécie supera até mesmo primatas - com exceção do ser humano. "O exemplo talvez mais marcante é o que se chama de 'object permanence', ou permanência do objeto, que é a capacidade do animal saber que algo apresentado a ele anteriormente está ainda presente, mesmo que escondido", diz Mello.

"É o jogo em que se coloca alguma coisa debaixo de uma caixa, por exemplo, e o animal sabe onde ela está escondida. Papagaios conseguem resolver esse problema, mas outros animais, inclusive macacos, têm mais dificuldade assim que perdem o objeto de vista."

Para esse trabalho, o espécime que forneceu amostras de DNA foi um papagaio chamado Moisés, nascido no início dos anos 2000. Ele pertencia a um biólogo e hoje vive na casa de uma veterinária, na cidade de Pitangui (MG), a 127 quilômetros de Belo Horizonte.

"Comparando a genomas de outros papagaios e de aves diversas, além do humano, conseguimos identificar genes com diferenças marcantes e que indicam funções importantes na longevidade e nos processos cognitivos, relacionados à aprendizagem vocal da espécie sequenciada", diz Santos.

De acordo com Patrícia, o sequenciamento identificou cerca de 4.000 genes e mostrou as similaridades do Amazona aestiva com outras aves, mas também o que ele tem de diferente. 

"Essa busca culminou na identificação de modificações no genoma, ou seja, mutações em certos genes e também a identificação de outros exclusivos de papagaios que dão suporte à ideia de que a capacidade cognitiva e a longevidade são atributos únicos deste grupo de animais, pois eles estão ausentes em outras espécies", explica.

"Estudos mais detalhados deles, principalmente relacionados a funções cognitivas, podem elucidar questões importantes, pois observamos muitos paralelos entre humanos e esses pássaros."

Mello dá mais detalhes das descobertas, classificando-as em três principais achados. "Descobrimos alguns genes parálogos (gene duplicado numa determinada espécie ou grupo), que parecem ser específicos dos papagaios", conta. "Um deles é o chamado PLXNC1, que está envolvido na formação de conexões neurais, ou seja, como uma área do cérebro se liga a outras para formar circuitos neurais."

De acordo com o pesquisador, já se sabia que esse gene tem uma regulação diferenciada na área vocal das aves e no córtex laríngeo em humano. Ou seja, parece estar envolvido em regular circuitos da fala nas pessoas e do canto nos pássaros. "O fato de ele estar duplicado parcialmente no Amazona aestiva nos indica haver uma regulação aumentada, o que pode explicar a maior capacidade vocal deles", diz Mello. "Também descobrimos outras duplicações que levaram a genes novos somente em papagaios, mas as funções desses ainda não estão claras."

Uma segunda descoberta se refere à longevidade. Papagaios e algumas outras aves vivem bem mais do que seria esperado pelo seu peso corporal. A expectativa de vida do Amazona aestiva, por exemplo, é 2,5 a 3 vezes maior do que deveria ser. A grosso modo, isto equivaleria a um ser humano viver 150-200 anos.

"Descobrimos que ele e algumas outras aves longevas, em comparação com as que vivem menos, têm modificações em vários genes que controlam processos como envelhecimento e proliferação celular, reparo de danos ao DNA, tumorigênese (origem de tumores), mecanismos de proteção ao estresse oxidativo e resposta imune, por exemplo", diz Mello. "Isso sugere que a espécie sequenciada se utiliza de várias vias para ter uma maior longevidade."

A terceira descoberta trata de modificações em regiões regulatórias de vários genes que controlam o crescimento do cérebro e capacidades cognitivas. Elas são semelhantes às que ocorreram no ser humano e que distinguem o homem de outros primatas, que têm um cérebro menor e menos capacidade cognitivas.

"Isso mostra que alguns mecanismos que levaram a um maior crescimento do cérebro e inteligência em humanos também devem ter atuado para fazer o mesmo nos papagaios", explica Mello. "Consideramos eles como as aves mais inteligentes, e nesse sentido são como os humanos em relação aos outros primatas."

Ainda de acordo com o pesquisador da Universidade de Oregon, vários desses genes, quando modificados drasticamente, levam a distúrbios do desenvolvimento cerebral e cognição em humanos, a exemplo de autismo e esquizofrenia.

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sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

O mito do nióbio e a polêmica da Raposa Serra do Sol

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Por André Trigueiro 

Postado em 21 de dezembro de 2018 às 16h00m 
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Terra Indígena Raposa Serra do Sol é uma das que ficam na fronteira do Brasil com a Venezuela — Foto: FunaiTerra Indígena Raposa Serra do Sol é uma das que ficam na fronteira do Brasil com a Venezuela — Foto: Funai

O deslumbramento do presidente eleito com o nióbio vem de longe e já justificou até a produção de um vídeo disponível no YouTube. Isso pode nos dar independência econômica, afirmou Jair Bolsonaro há dois anos, segurando na mão um pedaço do minério quando ainda era deputado federal pelo PSC e já vislumbrava a disputa pela presidência. O vídeo também mostra uma visita que fez a maior jazida de nióbio do mundo, na cidade mineira de Araxá, controlada pela CBMM.

O nióbio tem múltiplos usos e um dos mais importantes é o aço utilizado na construção civil. Basta adicionar 300 gramas de nióbio por cada tonelada de aço para que o produto ganhe mais valor de mercado pela maior robustez e consistência. Usa-se nióbio também na fabricação de baterias elétricas, lentes óticas, superligas utilizadas nas partes quentes de turbinas de aeronaves, dutos, satélites, chassis de carros etc.

Fala-se muito em Vale do Silício no mundo, né? No caso, fica nos Estados Unidos. E eu sonho, quem sabe um dia, termos também o Vale do Nióbio, disse Bolsonaro, sem disfarçar o entusiasmo com a ideia de aumentar a exploração do minério em nosso país. Mas esse deslumbramento com o nióbio está longe de ser um consenso.

A CBMM explora há mais de 50 anos a jazida que abastece hoje aproximadamente 75% do mercado mundial, com produção de 70 mil toneladas/ano. Em segundo lugar (com 10% do mercado) vem uma empresa chinesa que explora uma mina na cidade de Catalão (GO) e em terceiro, um empresa canadense que retira nióbio de uma jazida naquele país.
O tântalo-nióbio pode ser vendido em pequenas pedras ou refinado — Foto: Laura Brentano/G1 O tântalo-nióbio pode ser vendido em pequenas pedras ou refinado — Foto: Laura Brentano/G1

Quando estive em Araxá fiz uma ampla pesquisa sobre o assunto e chequei novamente os dados que vou compartilhar agora. As jazidas de nióbio em exploração hoje no mundo atendem perfeitamente à demanda do mercado (80 mil toneladas por ano) a um preço médio de U$ 40 o quilo. Estimando-se um crescimento econômico mundial de 4% ao ano, essas jazidas atenderiam normalmente ao mercado por mais 400 anos.

Apesar dessa tranquilidade na relação entre oferta e procura, já existem pelo menos oito outras jazidas espalhadas pelo planeta em vias de serem exploradas, o que poderia determinar uma eventual queda no preço.

A controversa proposta de anular a demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, para a exploração de vários minérios (assunto que voltaremos a abordar neste blog oportunamente) não deveria incluir o nióbio como pretexto. Em sendo verdade que Roraima abriga a maior mina de nióbio do mundo, também é verdade que a falta de infraestrutura na região - entre outros numerosos problemas - encareceria bastante a exploração do minério.

E num mundo saciado de nióbio, qual a vantagem?
Talvez seja o momento de se promover um amplo debate sobre a conveniência de se abrir novas frentes de exploração de nióbio, bem como entender as implicações de se desmantelar os marcos regulatórios que asseguram o direito dos povos originais do Brasil permanecerem em áreas que despertam há muito tempo a cobiça de grandes empresas mineradoras.
André Trigueiro — Foto: Arte/G1André Trigueiro — Foto: Arte/G1

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