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domingo, 8 de outubro de 2023

Conflito entre Israel e Hamas entra no 2º dia com novas explosões; mais de mil pessoas morreram

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Bombardeios foram registrados na Faixa de Gaza e Israel neste domingo (8). Grupo Hezbollah reivindicou novo ataque contra Israel por 'solidariedade' aos palestinos.
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Por g1

Postado em o8 de outubro de 2023 às 06h00m

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Imagens mostram novos bombardeios na Faixa de Gaza
Imagens mostram novos bombardeios na Faixa de Gaza

Entrou no segundo dia o conflito entre Israel e o Hamas, neste domingo (8). O último balanço das autoridades indica que ao menos 1.120 pessoas morreram, sendo 700 em Israel, 413 na Faixa de Gaza e 7 na Cisjordânia. Há milhares de pessoas feridas.

Novas explosões foram reportadas na Faixa de Gaza durante a madrugada deste domingo, pelo horário local, e foram se intensificando ao amanhecer. Assista no vídeo acima.

Segundo o governo israelense, o Hamas ainda levou mais de 100 reféns para Gaza, incluindo mulheres e crianças.

Além disso, de acordo com a agência Reuters, militares israelenses afirmaram que ataques foram feitos contra o norte de Israel a partir do Líbano.

Esses novos bombardeios foram reivindicados pelo grupo armado Hezbollah, que afirmou ter disparado foguetes em "solidariedade" ao povo palestino.

Os alvos, segundo o próprio Hezbollah, seriam três posições militares israelenses em uma região conhecida como Fazendas de Shebaa, que está em um território ocupado por Israel desde 1967. Essa área é reivindicada pelo Líbano.

Ainda no sábado (7), o Hezbollah anunciou apoio ao ataque promovido pelo Hamas contra Israel, afirmando estar em contato direto com líderes de grupos de resistência.

As forças armadas de Israel disseram que revidaram o ataque do Hezbollah e que um drone atingiu um posto do grupo na região da fronteira com o Líbano.

Além disso, as forças israelenses também afirmaram que continuam executando uma operação em oito áreas que ficam nos arredores da Faixa de Gaza, no sul do país. Um complexo, que seria usado pela inteligência do Hamas, foi bombardeado em Gaza.

Por sua vez, o Hamas divulgou um comunicado dizendo que seus integrantes continuam engajados em "lutas ferozes" dentro de Israel.

O Gabinete de Segurança de Israel emitiu uma declaração oficial de guerra contra o Hamas neste domingo. A medida oficializa o que já havia sido anunciado por Netanyahu e permite que o governo mobilize mais reservistas e intensifique a resposta militar ao conflito.

Um menino carrega um livro enquanto palestinos inspecionam uma mesquita destruída pelos ataque — Foto: Reuters
Um menino carrega um livro enquanto palestinos inspecionam uma mesquita destruída pelos ataque — Foto: Reuters

O conflito

O conflito entre Israel e Hamas começou após o grupo radical lançar um ataque-surpresa contra o território israelita no sábado, a partir de Gaza.

Esse é considerado um dos maiores ataques que Israel sofreu nos últimos anos. Diante da ofensiva do Hamas, os israelenses declararam estado de guerra.

"Estamos em guerra e vamos ganhar", disse o primeiro-ministro do Israel, Benjamin Netanyahu. "O nosso inimigo pagará um preço que nunca conheceu."

Ainda durante o sábado, Israel fez bombardeios contra a Faixa de Gaza como resposta. Segundo as forças israelenses, os alvos são lugares ligados ao Hamas.

Por volta das 2h, pelo horário de Brasília, o Ministério da Saúde de Israel divulgou um novo balanço afirmando que 1.864 pessoas ficaram feridas no país, por causa do conflito. Entre as vítimas, 326 estão em estado grave.

No sábado (7), lideranças do Hamas anunciaram que estavam iniciando uma grande operação de retomada de território. Um alto comandante do grupo chegou a dizer que mais de 5 mil foguetes tinham sido lançados contra Israel a partir da Faixa de Gaza.

Sirenes foram ouvidas em várias partes de Israel, incluindo grandes cidades, como Tel Aviv e Jerusalém. Os ataques atingiram prédios e veículos, causando estragos em diversas regiões do país.

Pela terra e pelo mar, homens armados do Hamas invadiram o território israelita na região sul do país. Agências internacionais relataram que esses homens atiraram contra pessoas que estavam nas ruas.

Também há relatos de dezenas de moradores israelenses sendo levados como reféns para a Faixa de Gaza.

Após a ofensiva, o primeiro-ministro israelense convocou uma reunião de emergência e lançou a operação "Espadas de Ferro", prometendo uma resposta ao Hamas.

O governo de Israel pediu para que os cidadãos sigam instruções de segurança. A recomendação é para que as pessoas fiquem próximas de espaços protegidos.

Israel também recebeu o apoio de autoridades dos Estados Unidos e da União Europeia. O presidente Joe Biden afirmou que os norte-americanos estão prontos para oferecer "todos os meios apropriados de apoio".

Homem corre após explosão provocada por foguete lançado da Faixa de Gaza, em Israel, em 7 de outubro de 2023 — Foto: REUTERS/Amir Cohen
Homem corre após explosão provocada por foguete lançado da Faixa de Gaza, em Israel, em 7 de outubro de 2023 — Foto: REUTERS/Amir Cohen

Entenda o conflito

O conflito entre Israel e Palestina se estende há décadas. Em sua forma moderna, remonta a 1947, quando as Nações Unidas propuseram a criação de dois Estados, um judeu e um árabe, na Palestina, sob mandato britânico.

Israel foi reconhecido como país no ano seguinte. Desde então, há uma disputa por território, e vários acordos já tentaram estabelecer a paz na região, mas sem sucesso.

Veja mais detalhes sobre o conflito entre Israel e Palestina
Veja mais detalhes sobre o conflito entre Israel e Palestina


Palestinos assumem o controle de tanque israelense depois de cruzar a fronteira de Israel com Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, em 7 de outubro de 2023. — Foto: Said Khatib/AFP
Palestinos assumem o controle de tanque israelense depois de cruzar a fronteira de Israel com Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, em 7 de outubro de 2023. — Foto: Said Khatib/AFP

O que é o Hamas?

O Hamas é o maior dentre diversos grupos de militantes islâmicos da Palestina. O grupo é classificado como terrorista por Israel, Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido, bem como outras potências globais.

O nome em árabe é um acrônimo para Movimento de Resistência Islâmica, que teve origem em 1987 após o início da primeira intifada palestina contra a ocupação israelense da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.

Em sua fundação, o Estatuto do Hamas definiu a Palestina histórica, incluindo o atual território de Israel, como terra islâmica e exclui qualquer paz permanente com o Estado judeu. O documento também ataca os judeus como povo, fortalecendo acusações de que o grupo é antissemita.

VEJA IMAGENS

Pessoas observam destruição na Faixa de Gaza após bombardeios israelenses em reação a ataque do Hamas no dia 7 de outubro de 2023 — Foto: Mohammed Abed/AFP
Pessoas observam destruição na Faixa de Gaza após bombardeios israelenses em reação a ataque do Hamas no dia 7 de outubro de 2023 — Foto: Mohammed Abed/AFP


Fumaça é vista após ataques israelenses a Gaza no dia 7 de outubro de 2023 — Foto: Mohammed Salem/Reuters
Fumaça é vista após ataques israelenses a Gaza no dia 7 de outubro de 2023 — Foto: Mohammed Salem/Reuters


Homens armados palestinos que se infiltraram em áreas do sul de Israel, no lado israelense de Israel-Gaza — Foto: Reuters
Homens armados palestinos que se infiltraram em áreas do sul de Israel, no lado israelense de Israel-Gaza — Foto: Reuters


Palestinos comemoram enquanto viajam em um veículo militar israelense que foi apreendido — Foto: Reuters
Palestinos comemoram enquanto viajam em um veículo militar israelense que foi apreendido — Foto: Reuters


Hamas afirmou que 5 mil foguetes foram lançados da Faixa de Gaza — Foto: REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
Hamas afirmou que 5 mil foguetes foram lançados da Faixa de Gaza — Foto: REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa


Soldados israelenses trabalham para proteger áreas residenciais após uma infiltração — Foto: Reuters
Soldados israelenses trabalham para proteger áreas residenciais após uma infiltração — Foto: Reuters


Palestinos reagem quando um veículo militar israelense pega fogo após ser atingido por homens armados palestinos que se infiltraram em áreas do sul de Israel, no lado israelense de Israel — Foto: Reuters
Palestinos reagem quando um veículo militar israelense pega fogo após ser atingido por homens armados palestinos que se infiltraram em áreas do sul de Israel, no lado israelense de Israel — Foto: Reuters


Prédio pega fogo após ser atingido por foguete em Tel Aviv, Israel, em 7 de outubro de 2023 — Foto: REUTERS/Itai Ron
Prédio pega fogo após ser atingido por foguete em Tel Aviv, Israel, em 7 de outubro de 2023 — Foto: REUTERS/Itai Ron

sábado, 7 de outubro de 2023

Conheça os 5 lugares mais sagrados do mundo, segundo site

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Curadoria do site Patheos, de notícias sobre religião, considerou pesquisas online sobre o local, visitas físicas, além da opinião de líderes religiosos e acadêmicos da área.
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Por g1

Postado em 07 de outubro de 2023 às 09h05m

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Centenas de milhares de peregrinos realizam orações de sexta-feira na grande mesquita de Meca, Arábia Saudita, sexta-feira, 14 de janeiro de 2005. — Foto: Reprodução AP Photo/Amr Nabil
Centenas de milhares de peregrinos realizam orações de sexta-feira na grande mesquita de Meca, Arábia Saudita, sexta-feira, 14 de janeiro de 2005. — Foto: Reprodução AP Photo/Amr Nabil

Você gosta de visitar templos antigos, santuários e monumentos religiosos? O portal Patheos, especializado em notícias sobre religião, fez uma lista dos locais mais sagrados ao redor do mundo.

Muitos deles são conhecidos por serem importantes para a religiosidade de determinada região, atraindo fiéis e turistas de outras culturas. O Brasil não apareceu nesta lista.

📝 Como foi criada esta lista? O portal considerou diversos locais sagrados para diferentes religiões e avaliou:

  • a frequência de pesquisas na internet sobre o monumento;
  • o número de visitas ao local;
  • além de uma votação da equipe editorial e de líderes religiosos e estudiosos.

Segundo o portal, a avaliação para dizer se o lugar possui santidade ou não é relativa. Ou seja, pessoas podem considerar outros lugares mais sagrados.

Veja abaixo os cinco primeiros colocados:

1. Monte do Templo (Israel)

Jerusalém, a cidade velha, Monte do Templo — Foto: Divulgação -  Wiki Loves Monuments
Jerusalém, a cidade velha, Monte do Templo — Foto: Divulgação - Wiki Loves Monuments

O local é considerado sagrado para o Islamismo, Judaísmo e Cristianismo, cada um à sua maneira. O local fica em Jerusalém, capital de Israel.

2. Grande Mesquita de Meca (Arábia Saudita)

Vista aérea da grande mesquita de Meca, na Arábia Saudita, em foto de maio de 2019 — Foto: Saudipics.com/Wikimedia Commons
Vista aérea da grande mesquita de Meca, na Arábia Saudita, em foto de maio de 2019 — Foto: Saudipics.com/Wikimedia Commons

Localizado em Meca, na Arábia Saudita, o templo é associado à religião do Islamismo. É a maior e mais importante mesquita do Islã.

3. Monte Sinai (Egito)

O sol nasce enquanto a lua se põe a partir da vista do topo do Monte Sinai ou 'Monte Moisés' em Santa Catarina, na península do Sinai, Egito, sexta-feira, 6 de outubro de 2017. — Foto: Reprodução AP Photo - Nariman El-Mofty
O sol nasce enquanto a lua se põe a partir da vista do topo do Monte Sinai ou 'Monte Moisés' em Santa Catarina, na península do Sinai, Egito, sexta-feira, 6 de outubro de 2017. — Foto: Reprodução AP Photo - Nariman El-Mofty

Este Monte está localizado na península do Sinai, no Egito. Ele é considerado sagrado para religião do Islamismo, Cristianismo e Judaísmo. Tradicionalmente conhecido como "Montanha de Moisés", o pico, segundo a crença das religiões, foi visitado pelo profeta de Deus, Moisés, que comungou com o divino.

4. O rio Ganges, Índia e Bangladesh

Uma visão aérea dos ghats iluminados na margem do rio Ganges, na Índia, no dia 13 de dezembro de 2021 — Foto: Reprodução - AP/Rajesh Kumar Singh
Uma visão aérea dos ghats iluminados na margem do rio Ganges, na Índia, no dia 13 de dezembro de 2021 — Foto: Reprodução - AP/Rajesh Kumar Singh

Sagrado para o Hinduísmo, o rio possui 2.560 quilômetros de extensão e corta os países índia e Bangladesh. Devido à natureza sagrada do rio Ganges, vários edifícios sagrados foram construídos em suas margens ou perto delas.

5. O Templo Dourado (Índia)

Hamandir Sahib ou Darbar Sahib (também conhecido como Templo Dourado), o santuário mais sagrado do Sikhismo localizado na cidade de Amritsar, na Índia, em 2010 — Foto: Reprodução Wiki Commons - Oleg Yunakov
Hamandir Sahib ou Darbar Sahib (também conhecido como Templo Dourado), o santuário mais sagrado do Sikhismo localizado na cidade de Amritsar, na Índia, em 2010 — Foto: Reprodução Wiki Commons - Oleg Yunakov

O Sri Harmandir Sahib, conhecido popularmente como "O templo Dourado", é um local divino para os Sikh (Siquismo), religião monoteísta. Essa religião foi criada por Guru Nanak, chamado de Guru Nanak Dev Ji, que significa santidade e respeito."

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sexta-feira, 6 de outubro de 2023

Prêmio Nobel da Paz vai para Narges Mohammadi, voz da revolução feminina no Irã

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Ativista, engenheira, mãe de gêmeos e atualmente presa, lidera a luta histórica contra a repressão a mulheres no Irã, que começou há um ano pela morte de jovem detida por 'uso incorreto' do véu. Mohammadi é a 19º mulher a receber o Nobel da Paz, dado 92 vezes a homens.
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Por g1

Postado em 06 de outubro de 2023 às 07h00m

#.*Post. - N.\ 10.969*.#

Nobel da Paz 2023 vai para iraniana Narges MohammadiNobel da Paz 2023 vai para iraniana Narges Mohammadi

A iraniana Narges Mohammadi, voz da revolução feminina histórica de seu país, venceu o Prêmio Nobel da Paz 2023, anunciado nesta sexta-feira (6).

Mohammadi , a 19ª mulher a receber um prêmio que já foi dado 92 vezes a homens, vem liderando a luta histórica das mulheres no Irã contra a opressão do atual regime. Ela está presa e, no total, já foi condenada a 31 anos de prisão e 154 chibatadas.

O Nobel da Paz foi concedido a Mohammadi cerca de um ano após o estopim da onda de protestos iniciados com a morte da jovem Mahsa Amini, presa em 2022 por "uso incorreto" do véu islâmico obrigatório no país.

A premiação também chega na semana em que outra iraniana entrou em coma após ser abordada no metrô pela chamada polícia da moralidade, um braço do governo iraniano que fiscaliza as duras restrições impostas a mulheres no país (leia mais abaixo).

Embora tenha se tornando uma das lideranças do atual movimento, a atuação de Narges Mohammadi, uma mãe de gêmeos e engenheira de 51 anos, é ainda mais antiga.

Há duas décadas, a ativista é uma das principais defensoras dos direitos das mulheres e da abolição da pena de morte no Irã, um dos países que mais utiliza esse método de punição no mundo. Ela já foi presa seis vezes, a primeira delas há 22 anos.

Desde janeiro de 2022, cumpre pena de 10 anos e 9 meses de prisão por espalhar propaganda contra o governo no presídio de Evin, em Teerã, conhecido por abrigar críticos do regime.

"Narges é uma defensora dos direitos humanos e uma pessoa que luta pela liberdade. Nós queremos apoiar sua luta corajosa e reconhecer milhares de pessoas que se manifestaram contra o regime teocrático de repressão e discriminação que tem como alvo as mulheres no Irã", declarou a presidente do Comitê do Nobel, Berit Reiss-Andersen, que fez o anúncio do prêmio.

Em farsi, Reiss-Andersen repetiu o lema dos protestos no Irã durante a premiação: "Mulheres. Vida. Liberdade".

Mohammadi é a 19ª mulher vencedora do Nobel da Paz, que tem 122 anos de existência. A última mulher premiada havia sido a jornalista filipina Maria Ressa, em 2021.

Após a premiação, e através de seus advogados, ela declarou ao jornal "The New York Times" que "o apoio global e o reconhecimento de minha luta pelos direitos humanos me faz mais responsável, mas bem resolvida, mais apaixonada e mais esperançosa".

"A vitória está próxima", disse.

Os dois filhos de Mohammadi e seu marido também se manifestaram e disseram que é o reconhecimento à luta da mãe.

Já o governo iraniano criticou a decisão o comitê do Nobel. Através, da agência de notícias estatal Fars, Teerã acusou o Ocidente de "escolher premiar uma prisioneira por suas ações contra a segurança nacional do Irã".

Mesmo atrás das grades, Mohammadi é atualmente vice-diretora do Centro de Defensores dos Direitos Humanos do Irã, organização não governamental liderada por Shirin Ebadi, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz em 2003.

E se tornou um dos principais nomes da revolução que começou com a morte de Mahsa Amini.

Amini era uma jovem de 22 anos que em setembro de 2022 viajava de férias com a família pelo Irã quando foi abordada pela chamada polícia da moralidade - que fiscaliza o cumprimento das normas de vestimentas impostas a mulheres iranianas.

A jovem foi presa por "uso incorreto" do véu, segundo a polícia iraniana, segundo quem ela usava o acessório mostrando um pouco do cabelo. Dois dias depois, ainda sob custódia policial, foi internada em estado grave, com lesões na cabeça. O caso começou a chamar a atenção no país, e a jovem morreu no hospital.

Instantaneamente, a morte de Mahsa Amini desencadeou um dos maiores movimentos contra o regime do Irã, comandando pelo líder supremo do país, Ali Khamenei, acusado de oprimir mulheres - o país tem presidente, mas, pelas leis iranianas, é o líder supremo quem dá a palavra final.

Quem é Narges Mohammadi, ganhadora do Nobel da Paz de 2023Quem é Narges Mohammadi, ganhadora do Nobel da Paz de 2023

Desde então, mais de 500 pessoas morreram em protestos contra a repressão, segundo estimativas de organizações locais, e outras cerca de 400 foram condenadas à pena de morte.

Mas, no dia a dia, milhares de mulheres enfrentam as duras regras impostas pelo governo do Irã - desde 1983, a legislação, em uma interpretação da lei islâmica da Sharia, estabelece que iranianas e estrangeiras no país devem usar véu cobrindo o cabelo e usar roupas largas em público.

Mulheres caminham em rua de Teerã sem o véu, obrigatório no país, em 9 de setembro de 2023. — Foto: Vahid Salemi/ AP
Mulheres caminham em rua de Teerã sem o véu, obrigatório no país, em 9 de setembro de 2023. — Foto: Vahid Salemi/ AP

Muitas delas têm sido vistas sem o véu caminhando pelas ruas de Teerã e pelo transporte público, além de viajarem sozinhas, também em desafio às normas do governo que restringem mulheres desacompanhadas.
Mesmo estando atualmente presa e sem poder receber visita, Mohammadi conseguiu publicar um artigo recentemente no jornal "The New York Times" no qual diz que "quando mais nos prendermos, mais forte estaremos".


Ganhadora do prêmio Nobel — Foto: Reprodução/Twitter
Ganhadora do prêmio Nobel — Foto: Reprodução/Twitter

O Prêmio Nobel da Paz, no valor de 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 5,1 milhões), será entregue em Oslo no dia 10 de dezembro, aniversário da morte do industrial sueco Alfred Nobel, que fundou os prémios no seu testamento de 1895.

Os organizadores pediram às autoridades iranianas que soltem Narges Mohammadi a tempo de receber pessoalmente o prêmio.

Antes do anúncio, o nome de Narges Mohammadi era um dos mais cotados nas principais casas de apostas do prêmio, assim como o do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e do opositor russo Alexei Navalny, também atualmente preso.

Mas especialistas apontavam as duas opções como pouco provável, por conta dos vencedores do ano passado. Em 2022, o Nobel da Paz foi para a ativista de Belarus Ales Bialiatski, a organização internacional russa pelos Direitos Humanos Memorial e a organização ucraniana Centro para as Liberdades Civis.

Protestos pelo mundo

Uma torcedora do Irã é fotografada dentro do estádio antes da partida enquanto protestava — Foto: Dylan Martinez/REUTERS
Uma torcedora do Irã é fotografada dentro do estádio antes da partida enquanto protestava — Foto: Dylan Martinez/REUTERS

Desde o início da onda de protestos no Irã, as manifestações não ficaram limitadas ao país.

Durante uma sessão do Parlamento Europeu, por exemplo, uma parlamentar da Suécia cortou o cabelo em solidariedade às mulheres iranianas. O gesto foi repetido por diversas personalidades, como as ganhadoras do Oscar Juliette Binoche e Marion Cotillard, da França.

Uma atleta iraniana de escalada competiu em um torneio internacional sem o véu para cobrir a cabeça — inicialmente, o ato foi interpretado com uma adesão aos protestos no Irã, mas depois a própria atleta afirmou que fez isso sem querer.

Na Copa do Catar, no fim de 2022, a seleção do Irã não cantou o hino nacional do país no primeiro jogo, como uma demonstração de apoio aos manifestantes do país.

Torcedores no Catar também levaram esses protestos para os estádios, e muitos deles foram repreendidos pelos seguranças. Antes de uma partida entre Irã e País de Gales, um torcedor teve uma bandeira com as palavras "Mulher, Vida, Liberdade" confiscada.

Uma torcedora do Irã foi impedida de entrar em um estádio por usar uma camiseta com a imagem de Mahsa Amini. Ela contou que só conseguiu entrar no estádio após vestir uma outra camiseta.

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