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sexta-feira, 7 de julho de 2023

Reforma tributária: o que pode mudar na cesta básica Texto foi aprovado em 2º turno pela Câmara no início da madrugada desta sexta-feira (7).

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Discussão esbarra em um problema inicial de não ter, exatamente, uma lista unificada com os itens da cesta básica do brasileiro.
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Por g1 — São Paulo

Postado em 07 de julho de 2023 às 11h45m

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Câmara aprova reforma tributária em 1º turnoCâmara aprova reforma tributária em 1º turno

Entre tantos, um dos principais pontos da reforma tributária, aprovada na Câmara dos Deputados na madrugada desta sexta-feira (7), envolve um tema que mexe diretamente com a vida da população mais pobre: a cesta básica.

Após um certo vaivém sobre o assunto, o texto aprovado passou a estabelecer a criação da "Cesta Básica Nacional de Alimentos". As alíquotas previstas para os IVAs federal e estadual e municipal serão reduzidas a zero para esses produtos.

Mas a questão esbarra em outro tópico: quais são os itens da cesta básica do brasileiro?

Não há uma resposta definitiva, ao menos por enquanto. Hoje, alimentos naturais (como frutas, carnes e hortaliças) ou de baixo processamento (como queijos, iogurtes e pães) e alguns produtos de higiene e limpeza já são isentos dos impostos federais (PIS, Cofins e, para industrializados, IPI).

Cada estado, no entanto, define uma alíquota de ICMS para cada uma dessas categorias. Essas alíquotas são zeradas para alguns produtos em alguns estados, mas podem chegar a até 33% segundo levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

Segundo o texto aprovado na Câmara, caberá a uma lei complementar definir quais serão os "produtos destinados à alimentação humana" que farão parte da cesta.

Críticas

Nas últimas semanas, antes da aprovação, críticos da proposta passaram a sugerir que havia possibilidade de aumento nos preços dos itens que compõem a cesta básica com os novos tributos.

Com a repercussão do assunto, o relator da reforma, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), incluiu a criação de uma cesta básica nacional de alimentos com isenção de tributos. "O que eu posso assegurar ao brasileiro é, muito pelo contrário, nós vamos preservar a cesta básica", disse o relator na terça-feira (4).

Cesta hoje

Quanto a uma lista nacional de itens, sabe-se que há uma relação elaborada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) que está em análise no Ministério da Fazenda e no gabinete de Ribeiro. A relação tem 34 itens e inclui produtos que, hoje, não são considerados "cesta básica" no país – água sanitária, absorvente íntimo e fralda descartável, por exemplo. Veja a seguir:

  • Alimentação: carne bovina, carne de frango, carne suína, peixe e ovos; farinhas de trigo, de mandioca e de milho, massas alimentícias e pão francês; leite UHT, leite em pó, iogurte, leite fermentado, queijos, soro de leite e manteiga; frutas, verduras e legumes; arroz, feijão e trigo; café, açúcar, óleo de soja, óleo vegetal e margarina.
  • Higiene pessoal: sabonete, papel higiênico, creme dental, produtos de higiene bucal, fralda descartável e absorvente higiênico.
  • Limpeza: detergente, sabão em pó e água sanitária.
Aprovação da reforma

O texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária foi aprovado na Câmara dos Deputados em segundo turno, na madrugada desta sexta-feira (7). Foram 375 votos a favor, 113 contra e três abstenções.

Antes de seguir para o Senado, os deputados precisam analisar destaques (sugestões de mudança no texto original). Quatro serão votados na manhã desta sexta.

O objetivo central da reforma é simplificar tributos federais, estaduais e municipais. Após acordos, a PEC sofreu mudanças, que foram apresentadas nesta quinta pelo relator, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

Segundo o texto, cinco tributos serão substituídos por dois Impostos sobre Valor Agregado (IVAs) — um gerenciado pela União, e outro com gestão compartilhada entre estados e municípios:

  • ▶️ Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS): com gestão federal, vai unificar IPI, PIS e Cofins
  • ▶️ Imposto sobre Bens e Serviços (IBS): com gestão compartilhada estados e municípios, unificará ICMS (estadual) e ISS (municipal)

Veja, aqui, os principais pontos da reforma tributária.

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Carro zero com desconto: produção de veículos tem tombo de 16,8% no mês, mas estoques se equilibram, diz Anfavea

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Recursos para descontos em carros novos terminaram e, segundo o presidente da associação, ajudaram a reduzir os estoques nas montadoras e cumpriram 'muito bem' a proposta de trazer carros mais baratos para o consumidor.
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Por Raphael Martins, g1

Postado em 07 de julho de 2023 às 11h15m

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Imagem aérea do pátio da Volkswagen no ABC Paulista lotado de veículos nesta quarta-feira (28). — Foto: Leonardo Benassatto/Reuters
Imagem aérea do pátio da Volkswagen no ABC Paulista lotado de veículos nesta quarta-feira (28). — Foto: Leonardo Benassatto/Reuters

Com as paralisações de montadoras de automóveis no mês passado, a produção de veículos no Brasil teve uma queda forte de 16,8% em junho. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (7) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Em maio, a produção chegou a 228 mil veículos, contra 189 mil no mês passado. O resultado foi prejudicado pelo fechamento de cinco fábricas no país, por falta de demanda por veículos novos.

No semestre, o setor colheu uma alta discreta de 3,7%, chegando a 1,13 milhão de veículos produzidos.

Segundo Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, o resultado de junho deve ser atenuado nos próximos meses por conta do programa do governo federal de descontos na compra de carro zero.

Ele afirma que os primeiros efeitos do programa se concentraram na desova dos estoques das montadoras brasileiras e foram os veículos parados nos pátios que motivaram, a princípio, a paralisação de montadoras.

O setor estava com estoques muito elevados no encerramento de maio. Dentro da estratégia e condições dos fabricantes, houve redução da produção para adequação e equilíbrio dos estoques, diz Lima Leite.

Os dados da Anfavea mostram que os estoques se reduziram de 251,7 mil em maio para 223,6 mil veículos em junho, entre montadoras e concessionárias. Isso equivale a uma redução de 40 para 35 dias de reservas.

O executivo ressaltou que o programa do governo deve arrastar parte dos resultados para o mês de julho. Segundo a Anfavea, a última semana de junho teve a maior venda diária nos últimos 10 anos, e há um intervalo entre venda e emplacamentos que só deve se refletir nas próximas divulgações.

Os recursos à disposição para o carro zero se encerraram, cumprindo muito bem a proposta do programa de trazer carros mais baratos para o consumidor, com renovação da frota e aquecimento da economia, diz.

A Anfavea diz que foram produzidas e comercializadas nos últimos quatro dias de junho mais de 79 mil unidades que não estão computadas nos resultados de junho.

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quarta-feira, 5 de julho de 2023

Caros, elétricos e luxuosos: como são os carros da BYD, montadora chinesa que terá fábrica na Bahia

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Além de serem voltados para consumidores de poder aquisitivo elevado (o mais barato sai por quase R$ 150 mil), os veículos da montadora chinesa prometem sofisticação e inovação.
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Por g1 — São Paulo

Postado em 05 de julho de 2023 às 07h40m

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ECarro da BYD exibido em vento no Farol da Barra, em Salvador, nesta terça (4)  — Foto: Itana Alencar/g1 BA
ECarro da BYD exibido em vento no Farol da Barra, em Salvador, nesta terça (4) — Foto: Itana Alencar/g1 BA

Fundada em 1995 pelo químico Wang Chuanfu, que em 2009 foi considerado o homem mais rico da China, segundo a revista "Hurun", a Build Your Dreams (BYD) é hoje a maior produtora de carros elétricos do mundo.

No Brasil desde 2015, quando desembarcou em Campinas, no interior de São Paulo, a BYD está, agora, prestes a se instalar também em Camaçari, na Bahia, cidade que foi importante polo produtor da Ford.

Nesta reportagem, você vai ler sobre:

A empresa começou focada em produzir baterias de íons-lítio para a Motorola e a Nokia, na cidade de Shenzhen. Foi no mercado de baterias que a empresa se consolidou antes da investida no setor automobilístico.

A virada de ramo aconteceu em 2003, quando a BYD adquiriu uma fábrica em Xi’An, cidade ao norte da China. Na época, quando pensar em carros híbridos e elétricos ainda era uma realidade distante, a BYD comprou a montadora Tsinchuan Automobile Company e investiu na ideia.

Hoje, a BYD está presente em 70 países e seu portifólio também inclui a produção de módulos fotovoltaicos (usados para a geração de energia solar) e máscaras descartáveis.

Interior do BYD Dolphin, carro elétrico de entrada da montadora chinesa. — Foto: Divulgação / BYD
Interior do BYD Dolphin, carro elétrico de entrada da montadora chinesa. — Foto: Divulgação / BYD

No Brasil, a BYD já comercializa cinco modelos:

  • Dolphin (recém-lançado), a partir de R$149.800;
  • Yuan Plus EV (um modelo SUV), a partir de R$ 269.990;
  • Song Plus OM-i (híbrido), a partir de R$ 269.990;
  • Han EV 9 (o sedan campeão de vendas da empresa), a partir de R$ 539.990;
  • Tan EV (um SUV 7 lugares), a partir de R$ 529.890

Além de serem voltados para consumidores de poder aquisitivo elevado (o mais barato sai por quase R$ 150 mil), os veículos da montadora chinesa prometem sofisticação e inovação. O Dolphin, por exemplo, vem com internet, controle por voz, videogame e até karaokê de fábrica. Em entrevista ao jornal O Globo, Stella Li, vice-presidente global da empresa, afirmou que a proposta é trazer ao Brasil carros elétricos "com uma sensação premium de inovação".

Veículos elétricos

Carros elétricos não são novidade — o Columbia, um dos primeiros a existir, por exemplo, é de 1902. Mas "floparam" com o surgimento dos primeiros veículos a combustão, mais baratos e que eram produzidos em menos tempo, como explicou reportagem do Fantástico.

Mas os elétricos voltaram a tomar força nas últimas décadas, impulsionados por leis ambientais mais rígidas e pela necessidade de investir em energia limpa — o que a BYD diz ser sua principal bandeira. No Brasil, ainda que estejam longe de ser uma unanimidade, elétricos já podem ser vistos com mais frequência.

Hoje, a maioria dos carros a eletricidade é do modelo híbrido. Rodam com dois motores, um a bateria e outro à combustão. Em junho de 2022, como mostrou reportagem do Jornal Nacional, eles eram vendidos, em média, por um preço 30% mais caro em relação aos carros convencionais. Já os 100% elétricos, que também circulam no Brasil, custavam três ou quatro vezes mais que os convencionais, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (reveja a reportagem aqui).

Segundo o Auto Esporte, o emplacamento de carros elétricos cresceu no ano passado quando comparado a 2021. Foram 8.458 unidades emplacadas, contra 2.851 no ano anterior. Em 2022, os carros elétricos mais vendidos no Brasil, de acordo com o Auto Esporte, foram:

  1. Volvo XC40 Recharge,
  2. Caoa Chery iCar,
  3. JAC E-JS1,
  4. Renault Kwid E-Tech,
  5. Volvo C40 Recharge.

O elétrico mais barato vendido no Brasil é JAC E-JS1 — custa R$ 139.900 e foi desenvolvido em parceria com a Volkswagen na China. Segundo a Jac Motors, o veículo possui baterias de fosfato de ferro-lítio, que oferecem capacidade máxima de 30,2 kWh.

Carro JAC E-JS1, o elétrico mais barato do Brasil  — Foto: Reprodução
Carro JAC E-JS1, o elétrico mais barato do Brasil — Foto: Reprodução

Investimento no Brasil

No Brasil, a BYD chegou em 2015, quando inaugurou em Campinas, no interior de São Paulo, sua primeira fábrica de montagem de ônibus 100% elétricos.

Dois anos depois, ainda em Campinas, a BYD abriu uma segunda fábrica, dessa vez para a produção de módulos fotovoltaicos. Em 2020, a chinesa abriu sua terceira fábrica no Brasil, dessa vez em no Polo Industrial de Manaus e voltada para a produção de baterias de fosfato de ferro-lítio.

Fábrica de Camaçari

Agora, as investidas da BYD no Brasil estão voltadas para Camaçari, maior Polo Industrial da Bahia, onde ficava uma fábrica da Ford, que encerrou sua produção no Brasil em janeiro 2021. Além da cidade baiana, a montadora mantinha fábricas para carros em Taubaté (SP) e em Horizonte (CE), para jipes da marca Troller.

Na época, ao lamentar a saída da Ford do Brasil, Rui Costa, então governador da Bahia, disse ter procurado a Embaixada da China para sondar investidores para assumir negócio no estado. Costa, que hoje é ministro da Casa Civil do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse na época que havia entrado em contato com a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), assim que foi informado do fechamento das unidades, para avaliar possibilidades alternativas ao fechamento.

A possibilidade de a BYD se instalar em Camaçari voltou a ser pauta no início do ano, quando Lula e Jerônimo Rodrigues, atual governador da Bahia, se reuniram na China para discutir a implantação de uma fábrica de veículos elétricos no estado.

Governo da Bahia anuncia implantação de fábricas da montadora chinesa BYDGoverno da Bahia anuncia implantação de fábricas da montadora chinesa BYD

A confirmação veio nesta terça-feira (4), quando Jerônimo anunciou a implantação de três fábricas da BYD em Camaçari.

Segundo o governo, a empresa investirá R$ 3 bilhões para instalar as três fábricas e a produção deve começar no segundo semestre de 2024. Em Camaçari, a montadora produzirá chassis de ônibus, caminhões elétricos, processamento de lítio e ferro fosfato, além de veículos de passeio elétricos e híbridos.

A expectativa é que a produção nacional desses automóveis permita preços mais competitivos. O modelos que serão produzidos na Bahia foram expostos no Farol da Barra, nesta manhã. São eles:

  • um utilitário, modelo eT3;
  • outros seis carros: Dolphin, Han, D1, Song, Yuan e o Tan.
Carro da BYD que será produzido no Brasil é exposto em evento no Farol da Barra, em 4 de julho de 2023  — Foto: Itana Alencar/g1 BA
Carro da BYD que será produzido no Brasil é exposto em evento no Farol da Barra, em 4 de julho de 2023 — Foto: Itana Alencar/g1 BA

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Âmbar-gris: conheça a pedra rara encontrada dentro de baleia na Espanha que pode valer R$ 2,6 milhões

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Uma baleia cachalote morta apareceu em uma praia na Espanha. Os veterinários abriram o animal e descobriram uma pedra de cerca de 9 quilos formada por um material raro, produzido dentro do estômago das cachalotes que é usado em perfumes.
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Por Felipe Gutierrez, g1

Postado em 05 de julho de 2023 às 06h00m

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Veterinários forenses encontram 9 kg de âmbar-gris em baleia morta em Nogales, na EspanhaVeterinários forenses encontram 9 kg de âmbar-gris em baleia morta em Nogales, na Espanha

Uma grande pedra de âmbar-gris, um material raro e valioso, produzido no sistema gastrointestinal das baleias cachalotes e usado na indústria de perfumes, foi encontrada na Espanha no fim de maio. A peça pode valer até US$ 500 mil (R$ 2,6 milhões), segundo a mídia espanhola.

A história começou em 21 de maio, quando uma baleia cachalote morta apareceu na praia de Nogales, na ilha de Las Palmas, na Espanha. No dia seguinte, veterinários forenses da Universidade de Las Palmas foram enviados até lá para fazer uma necrópsia da baleia –era preciso agir rapidamente, para aproveitar a maré baixa --e descobriram uma pedra de cerca de 9 quilos de âmbar-gris, o material raro, dentro da cachalote.

🐳 O que é o âmbar-gris? É uma espécie de cera que a cachalote produz para envolver materiais resistentes ao processo digestivo. O principal alimento desse tipo específico de baleia são as lulas de grande profundidade, que têm um bico parecido com o de papagaio, formado de quitina. É justamente para facilitar o transporte desse bico e evitar ferimentos que serve a "carapaça" de âmbar-gris.

🪨 Por que o material é raro? O âmbar-gris é produzido dentro do sistema digestivo de uma única espécie de baleia, a cachalote, que não pode ser caçada e é considerada vulnerável para extinção. A forma mais comum de se encontrar essa pedra é quando ela já foi expelida junto com as fezes da baleia, flutuando no mar, encalhada nas praias, ou em redes de pescadores.

🧴O que se faz com âmbar-gris? Perfume. Usa-se esse material para perfume há séculos, mas como é cada vez mais raro, o preço é alto.

👃 Por que o material é cobiçado pela indústria de perfume? Porque tem um cheiro considerado quente, intenso e complexo, com elementos do mar como algas, plâncton ou crustáceos.

Baleia estava magra

A baleia era um macho de 13 metros e mais de 15 toneladas. Os veterinários determinaram que uma baleia deste tamanho deveria ser mais pesada, e que, portanto havia algum problema no sistema digestivo da cachalote. Foi por isso que começaram a abrir o sistema digestivo do animal.

Durante a necropsia, ao investigar o tubo digestivo, eles encontraram uma pedra de cerca de 9 quilogramas e quase 60 centímetros. Trata-se de âmbar-gris, e segundo o jornal espanhol El Mundo, pode valer até 500 mil euros (R$ 2,6 milhões). 
A pedra formada no sistema digestivo da baleia

Âmbar-gris é um material que é produzido dentro do sistema gastrointestinal desse tipo específico de baleia, diz Marcos Cesar de Oliveira Santos, do Instituto de Oceanografia da USP.

O âmbar-gris é uma espécie de cera que a baleia produz para envolver materiais resistentes ao processo digestivo, afirma Santos em seu livro Orca é Baleia ou Golfinho?.

O professor Andre Silva Barreto, da Universidade do Vale do Itajaí, explica que as cachalotes se alimentam de um animal, as lulas de grande profundidades. Essa lula não tem dente, mas tem um bico que é parecido com o de um papagaio, formado de quitina, e quitina é um material muito resistente à digestão.

A baleia consegue digerir o corpo das lulas, mas não esse bico. As cachalotes desenvolveram a produção dessa substância, o âmbar-gris, que parece uma cera que serve para envolver esses bicos de lula e facilitar o transporte no tubo digestivo, para ser eliminado sem haver ferimento, afirma ele.

Geralmente, essas bolotas saem junto com as fezes da baleia e ficam boiando no mar. A gordura do material, ao entrar em contato com o mar, fica empedrada. Esse é o material que interessa aos especialistas em perfume.

O perfume do âmbar-gris

Olivier Fabre, um avaliador olfativo, diz que o âmbar-gris tem um cheiro quente, intenso e complexo -- é um odor que remete a animais, com elementos do mar como algas, plâncton ou crustáceos.

É um cheiro muito único, e utilizado pelos perfumistas para o que se chama de notas de fundo das fragrâncias finas. Confere sensualidade, riqueza e tem uma remanência longa por isso que as vezes se denomina, erroneamente, como fixador. Não fixa odores, é remanente e fica na pele e na memória de quem usa um perfume com âmbar-gris, diz ele.

O material é raro, diz Fabre, por ser de origem animal (e a caça de cachalote com fim de extração do âmbar-gris, claro, é proibida). Só o âmbar-gris encontrado flutuando no mar, nas praias ou nas redes de pescadores ainda é utilizado em perfumaria.

O preço da pedra rara

Existe o âmbar-gris reproduzido sinteticamente, bem diferente olfativamente, em remanência e em preço, afirma Fabre.

Em uma reportagem da BBC de 2015, afirma-se que um homem encontrou um pedaço do material em uma praia e conseguiu US$ 17 mil pela peça.

A BBC também publicou um texto sobre a pedra encontrada dentro da cachalote em Las Palmas, e afirma que estima-se que possa valer até US$ 500 mil.

O material já é caro faz tempo. No livro Moby Dick (a baleia branca que o capitão Ahab persegue no livro é justamente uma cachalote), publicado em 1851, há diversas citações ao âmbar-gris. Em uma passagem, o material é descrito assim: Parecia sabão de Windsor, ou um velho queijo forte e mosqueado; e, ademais, gorduroso; sua cor fica entre o amarelo e o cinza. E isso, caros amigos, é o âmbar-gris, do qual cada onça vale um guinéu de ouro em qualquer boticário. 
Pedra que vale R$ 2,6 milhões é encontrada dentro de baleia cachalote
Imagem da pedra de âmbar-gris na ilha de Las Palmas — Foto: Instituto Universitario de Sanidad Animal da Universidade de Las Palmas de Gran Canaria

Imagem de cachalote morta em Las Palmas, na Espanha, durante a necrópsia do animal — Foto: Instituto Universitario de Sanidad Animal da Universidade de Las Palmas de Gran Canaria
Imagem de veterinários, com uma escada, durante necrópsia de cachalote na Espanha — Foto: Instituto Universitario de Sanidad Animal da Universidade de Las Palmas de Gran Canaria
Âmbar-gris é um material produzido dentro do sistema digestivo das baleias dessa espécie

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