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quarta-feira, 14 de junho de 2023

Como o fenômeno El Niño vai afetar a economia mundial

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Os cientistas anunciaram o início de efeitos potencialmente extremos do El Niño em junho de 2023. Que consequências isso pode ter em nossas vidas?
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TOPO
Por Isabelle Gerretsen, BBC

Postado em 14 de junho de 2023 às 09h10m

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El Niño normalmente leva a chuvas e inundações em parte do litoral dos EUA — Foto: GETTY IMAGES
El Niño normalmente leva a chuvas e inundações em parte do litoral dos EUA — Foto: GETTY IMAGES

Uma enorme quantidade de água quente vem se movimentando lentamente através da zona tropical do Oceano Pacífico, em direção à América do Sul.

Este movimento de água e calor deu início a um fenômeno climático que irá trazer mudanças acentuadas dos padrões climáticos em todo o mundo nos próximos meses.

Os climatologistas recentemente anunciaram que o fenômeno climático El Niño já se formou e irá se fortalecer até o final do ano e durante os primeiros meses de 2024.

Eles alertam que existem grandes possibilidades de que o El Niño seja particularmente forte este ano. E, se as previsões se confirmarem, os impactos podem ser significativos.

Os cientistas já alertaram que, com o aumento das emissões de carbono e o forte El Niño deste ano, existe 66% de possibilidade de que o planeta ultrapasse o limite de aquecimento global de 1,5° C em pelo menos um ano, até 2027.

Mas o fenômeno pode também trazer padrões meteorológicos extremos e perigosos, como fortes chuvas e enchentes, em partes dos Estados Unidos e em outros países, no final deste ano e no início do ano que vem.

Prejuízos trilionários

El Niño e La Niña são fenômenos de ocorrência natural que alteram os padrões climáticos em todo o mundo.

Durante o El Niño, as temperaturas da superfície do Oceano Pacífico são mais altas do que o normal. E La Niña é o seu oposto mais frio, em que as temperaturas do oceano estão abaixo do padrão.

"Nossa previsão é que o El Niño continue até o inverno [no hemisfério norte – verão no hemisfério sul] e a probabilidade de que ele se torne um forte evento ao atingir seu pico é bastante alta, de 56%. A possibilidade de um evento pelo menos moderado é de cerca de 84%", segundo Emily Becker, diretora do Instituto Cooperativo de Estudos Marinhos e Atmosféricos da Universidade de Miami, nos Estados Unidos, no blog da Administração Nacional Atmosférica e Oceânica (NOAA, na sigla em inglês) americana.

E os efeitos podem também reverberar por algum tempo no futuro. Um estudo recente de pesquisadores do Dartmouth College em Hanover, no Estado americano de New Hampshire, estima que o El Niño que se inicia em 2023 pode custar até US$ 3,4 trilhões (cerca de R$ 16,6 trilhões) para a economia global nos próximos cinco anos.

Pesquisadores também afirmam que, após dois eventos poderosos recentes do El Niño, em 1982-83 e 1997-98, o PIB dos Estados Unidos foi 3% menor do que o esperado meia década depois. Se um evento com magnitude similar acontecesse agora, o custo calculado para a economia americana seria de US$ 699 bilhões (cerca de R$ 3,4 trilhões).

É preciso observar que países tropicais costeiros, como a Indonésia e o Peru, sofreram queda de 10% do PIB após os mesmos fenômenos, segundo os pesquisadores. Eles projetam que as perdas econômicas globais neste século somarão US$ 84 trilhões (cerca de R$ 410 trilhões), com as mudanças climáticas aumentando a frequência e a potência do El Niño.

"O El Niño não é apenas um choque do qual a economia se recupera imediatamente", afirma Justin Mankin, professor de geografia do Dartmouth College e um dos autores do estudo.

"O nosso estudo demonstra que a produtividade econômica após o El Niño é reduzida por muito mais tempo do que simplesmente o ano após o fenômeno."

"Quando falamos em El Niño aqui nos Estados Unidos, significa que o tipo de impactos que iremos ver, como enchentes e deslizamentos, normalmente não tem cobertura de seguro na maioria das empresas e residências", segundo Mankin. Na Califórnia, por exemplo, 98% dos proprietários de casas não têm seguro contra enchentes.

Outros impactos econômicos nos Estados Unidos podem incluir danos à infraestrutura causados por enchentes – que causariam interrupções das cadeias de abastecimento – e queda das colheitas, causada por enchentes ou seca, diz Mankin.

Desastres e doenças

As pessoas nos Estados Unidos devem se preparar para um inverno especialmente desastroso este ano, se houver a chegada do El Niño?

Não necessariamente. O El Niño pode causar períodos de fenômenos climáticos extremos na América do Norte, mas nem sempre é o que acontece.

Durante o El Niño, os ventos que, normalmente, empurram a água mais quente do Oceano Pacífico para o extremo oeste se enfraquecem.

Isso permite que a água aquecida retorne para o leste e se espalhe por uma área maior do oceano.

Este fenômeno aumenta a concentração de umidade no ar acima do oceano mais quente, o que altera a circulação de ar na atmosfera em todo o mundo.

Nestas condições, o Canadá e o norte dos Estados Unidos tipicamente têm clima mais quente e seco do que o normal, enquanto os Estados do sul e o litoral do Golfo do México tendem a ter condições mais úmidas, segundo David DeWitt, diretor do Centro de Previsões Climáticas do NOAA.

Os deslizamentos têm efeitos profundos na produtividade em países afetados pelo El Niño — Foto: GETTY IMAGES
Os deslizamentos têm efeitos profundos na produtividade em países afetados pelo El Niño — Foto: GETTY IMAGES

"O El Niño tende a aumentar a probabilidade de precipitação acima do normal em um terço dos Estados Unidos, ao sul, segundo ele.

O fenômeno também costuma reduzir o número de furacões no Oceano Atlântico, mas pode gerar mais furacões no Pacífico, na costa oeste dos Estados Unidos. Todos esses efeitos dependem, em grande parte, da potência do El Niño responsável pelas mudanças.

O sul dos Estados Unidos é a região mais propensa a sofrer impactos severos, incluindo fortes chuvas e possíveis inundações repentinas, segundo DeWitt.

Estes fenômenos se seguiriam aos vários anos de seca ocorridos após três anos consecutivos de La Niña.

"O que frequentemente acontece [durante o El Niño] é que, quando a chuva vem, ela vem com muita rapidez", explica DeWitt.

"Isso pode causar deslizamentos de terra na Califórnia e em outros lugares onde tenham ocorrido incêndios florestais, o que pode causar grande devastação."

Os deslizamentos ocorrem porque a terra queimada retém menos quantidade de água, que pode escoar perigosamente.

Os fortes eventos causados pelo El Niño em 1997-98 e 2015-16, por exemplo, incluíram enchentes e deslizamentos na Califórnia. E a estação de 1997-98 também foi associada a outros eventos extremos incomuns em outras partes dos Estados Unidos, como fortes tempestades de gelo na Nova Inglaterra (nordeste do país) e tornados mortais na Flórida.

Mas as mudanças dos padrões climáticos causadas pelo El Niño também trazem outros problemas. Doenças infecciosas, por exemplo, podem ter maior incidência em áreas onde as condições favorecem a proliferação de insetos e outras pragas transmissoras.

Um estudo sobre o fenômeno El Niño ocorrido em 2015-16 concluiu que os surtos de doenças foram 2,5% a 28% mais intensos.

Na Califórnia, houve aumentos dos casos de infecção pelo vírus do Nilo Ocidental, transmitido por mosquitos.

Já Novo México, Arizona, Colorado, Utah e o Texas observaram aumento dos surtos de síndrome pulmonar por hantavírus, que é principalmente transmitido por roedores.

Houve até aumento do número de casos de peste em seres humanos – embora ainda sejam poucos – no oeste e sudoeste dos Estados Unidos.

'Cada 0,1° C importa'

Durante o El Niño, muito calor e umidade são transportados dos trópicos em direção aos polos.

"Quando você aumenta a umidade em latitudes maiores, ela captura mais radiação infravermelha térmica, o que gera aquecimento", explica DeWitt. "É isso o que chamamos de efeito estufa."

Mesmo que seja temporária, a violação do limite de 1,5° C prevista pela Organização Meteorológica Mundial devido ao aumento das emissões e ao El Niño deste ano pode gerar amplo sofrimento humano em todo o mundo.

Um estudo recente da Universidade de Exeter, no Reino Unido, concluiu que a limitação por longo prazo do aquecimento global a 1,5° C poderá salvar bilhões de pessoas da exposição a níveis perigosos de calor (temperatura média de 29° C ou mais).

As políticas atuais foram projetadas para causar o aquecimento global de 2,7° C no final do século. Os autores do estudo advertem que este índice pode deixar dois bilhões de pessoas expostas a níveis perigosos de calor em todo o mundo.

Limitar o aquecimento a 1,5° C faria com que cinco vezes menos pessoas vivessem em ambientes com níveis perigosos de calor.

A limitação também ajudaria a evitar a migração climática e consequências prejudiciais à saúde, incluindo perda de gravidez e prejuízos às funções cerebrais, segundo Tim Lenton, diretor do Instituto de Sistemas Globais da Universidade de Exeter e um dos autores do estudo.

Existem preocupações de que, se as emissões de carbono continuarem a aumentar, ocorrências futuras do El Niño podem elevar as temperaturas globais acima do limite de 1,5° C com frequência cada vez maior.

"Cada 0,1° C realmente importa", afirma Lenton. "Cada 0,1° C de aquecimento que pudermos evitar, segundo nossos cálculos, evita que 140 milhões de pessoas sejam expostas a calor em níveis sem precedentes e aos danos que podem sobrevir."

"Com isso, evitamos o perigo para centenas de milhões de pessoas e este deveria ser um imenso incentivo para trabalharmos mais intensamente para reduzir as emissões a zero", conclui Lenton.

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.

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segunda-feira, 12 de junho de 2023

Desmatamento nos biomas brasileiros cresce 22% em 2022, aponta levantamento do MapBiomas

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Foram mais de dois milhões de hectares destruídos em um ano. O dia com mais área desmatada foi 25 de julho. Na Amazônia, cerca de 21 árvores foram derrubadas por segundo.
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Por g1

Postado em 12 de junho de 2o23 às 19h35m

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Desmatamento nos biomas brasileiros em 2022 — Foto: Arte/GloboNews
Desmatamento nos biomas brasileiros em 2022 — Foto: Arte/GloboNews

O desmatamento nos biomas brasileiros cresceu 22,3% em 2022, superando dois milhões de hectares destruídos em um ano (equivalente a 90% da área do estado de Sergipe). Só na Amazônia, cerca de 21 árvores foram derrubadas a cada segundo. É o que aponta o Relatório Anual de Desmatamento no Brasil (RAD), do MapBiomas.

ha (hectares)

1.221.5701.221.5701.645.1041.645.1041.682.5751.682.5752.057.2512.057.25120192020202120220500k1.000k1.500k2.000k2.500k
Fonte: RAD - MapBiomas



Nos últimos quatro anos (2019-2022), foram reportados mais de 303 mil eventos de desmatamento, totalizando 6,6 milhões de hectares - o equivalente a uma vez e meia a área do estado do Rio de Janeiro.

"O desmatamento em 2022 indica que a atividade é executada em larga escala: foram 234,8 hectares por hora ou 5.636 hectares por dia, na média. Somente na Amazônia foram 3.267,5 hectares desmatados por dia ou 136,1 por hora. O aumento da velocidade foi constatado em todos os biomas, menos na Mata Atlântica, onde se manteve estável", alerta o documento.

Segundo o relatório, 90% de toda a área desmatada está concentrada em dois biomas: Amazônia e Cerrado. Embora o Cerrado tenha uma participação pequena no número total de alertas, a "área desmatada representa quase um terço da vegetação natural suprimida no país no ano passado".

A agropecuária foi responsável por quase todo o desmatamento no país, com percentuais acima de 95%. Em algumas áreas do Pará, houve concentração de alertas em que o garimpo foi o vetor de pressão.

Desmatamento nos biomas do Brasil cresce 22,3% em 2022Desmatamento nos biomas do Brasil cresce 22,3% em 2022

Pará na liderança

O Pará lidera o ranking do desmatamento, com 22,2% da área desmatada no país, seguido pelo Amazonas, com 13,33%. Em terceiro lugar vem Mato Grosso, com 11,62%, com a Bahia logo após, com 10,94%. O Maranhão caiu uma posição no ranking, somando 8,2%.

Juntos, os cinco estados responderam por dois terços do desmatamento detectado no país em 2022.

O RAD mostrou que 62% dos municípios brasileiros (3.471) tiveram pelo menos um evento de desmatamento detectado e validado em 2022. Lábrea, no Amazonas, superou a área desmatada de Altamira, no Pará, campeão de área desmatada nos últimos três relatórios.

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Governo apresenta fóssil de dinossauro repatriado da Alemanha

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Fóssil é do dinossauro Ubirajara Jubatus, de 110 milhões de anos, e foi encontrado no Ceará nos anos 90. Estava em um museu alemão, mas agora vai para o museu de paleontologia de universidade no Cariri.
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Por Vinícius Cassela, g1 — Brasília

Postado em 12 de junho de 2023 às 18h05m

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O fóssil do dinossauro Ubirajara jubatus foi exibido pelo governo após ser repatriado da Alemanha — Foto: Vinícius Cassela/g1
O fóssil do dinossauro Ubirajara jubatus foi exibido pelo governo após ser repatriado da Alemanha — Foto: Vinícius Cassela/g1

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), recebeu nesta segunda-feira (12) o fóssil do dinossauro Ubirajara Jubatus, descoberto no município de Santana do Cariri, no Ceará, nos anos 90.

O fóssil foi retirado da região do Cariri cearense de maneira irregular e levado para o o Museu Estadual de História Natural da cidade de Karlsruhe, na Alemanha, em 1995.

Agora, o fóssil será levado para o Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, administrado pela Universidade Regional do Cariri (Urca).

De acordo com análises laboratoriais, o Ubirajara Jubatus tem aproximadamente 110 milhões de anos. É o fóssil o mais antigo encontrado na região.

O fóssil chegou ao Brasil em 4 de junho deste ano, por um avião oficial do governo alemão. E na segunda-feira (5), o material fossilífero foi analisado por representantes dos lados brasileiro e alemão.

O dinossauro

O fóssil Ubirajara jubatus é um holótipo, ou seja, é uma peça única que serviu de base para a primeira descrição, a descrição original de uma espécie.

O Ubirajara é descrito como uma espécie exótica, com uma espécie de crina nas costas e varetas saindo dos ombros. Ele era do tamanho de uma galinha. Apesar destas características, o Ubirajara é o primeiro dinossauro não-aviário encontrado nas Américas.

O dinossauro era do tamanho de uma galinha e revestido por penas. Ele é considerado importante, pois é tipo "ancestral" das aves que conhecemos hoje.

O fóssil em si está dividido em duas placas de pedra Cariri (calcário laminado): uma placa de 47 cm x 46 cm x 4 cm, e peso de cerca de 11,5 quilos; a segunda placa mede 47 cm x 46 x 3 cm e pesa cerca de 8 quilos.

Fósseis extraídos ilegalmente do Ceará são vendidos por até US$ 150 mil cada no exteriorFósseis extraídos ilegalmente do Ceará são vendidos por até US$ 150 mil cada no exterior

A descoberta da nova espécie Ubirajara Jubatus, descrita a partir do fóssil encontrado no Cariri cearense, foi anunciada em outubro em 2020 na revista científica Cretaceous Research.

Segundo o artigo, o fóssil havia sido levado para a Alemanha em 1995 a partir de uma autorização do então Departamento Nacional de Produção Mineral, atual Agência Nacional de Mineração (ANM).

Contudo, de acordo com a legislação brasileira, os fósseis são patrimônios da União e sua compra e venda é proibida. Sua extração, de fato, depende de autorização ou comunicação à ANM.

Contudo, a agência não tem autoridade para liberar a saída do fóssil do território naciona

Desse modo, já na data da publicação do artigo, a comunidade científica brasileira questionou a legalidade do fóssil estar no museu alemão de Karlsruhe. A partir daí, teve início as tratativas para devolver o fóssil ao Brasil.

Em 2022, o Conselho de Ministros do estado de Baden-Württemberg decidiu que o Brasil poderia receber de volta o fóssil já que não ficou comprovado como foi realizada a aquisição e importação do dinossauro pela Alemanha.

Ubirajara Jubatus: MPF investiga saída de fóssilUbirajara Jubatus: MPF investiga saída de fóssil
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sábado, 10 de junho de 2023

As fantásticas fotos vencedoras de competição de imagens do fundo do mar

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Concurso fotográfico anual explorou seis categorias ligadas ao tema 'Planeta Oceano: as marés estão mudando'.
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TOPO
Por BBC

Postado em 10 de junho de 2023 às 09h15m

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Uma verdadeiro desabrochar de medusas-da-lua do Alasca, com uma água-viva roxa macho perseguindo uma água-viva fêmea pronta para acasalar, após mudar sua cor de roxo para rosa — Foto:  Mayumi Takeuchi-Ebbins
Uma verdadeiro desabrochar de medusas-da-lua do Alasca, com uma água-viva roxa macho perseguindo uma água-viva fêmea pronta para acasalar, após mudar sua cor de roxo para rosa — Foto: Mayumi Takeuchi-Ebbins

É chegada a época do ano em que o mundo reserva um momento para celebrar seus oceanos e refletir sobre a melhor forma de protegê-los.

Para marcar o Dia Mundial dos Oceanos, comemorado em 8 de junho, a Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou os vencedores do seu concurso anual de fotografia, que completa dez anos, organizado em parceria com a Oceanic Global.

As imagens a seguir foram as primeiras colocadas em cada uma das seis categorias do prêmio.

Elas foram selecionadas entre milhares de fotos globais enviadas por fotógrafos amadores e profissionais sobre o tema deste ano: "Planeta Oceano: as marés estão mudando".

Esta foto de uma baleia-jubarte no Oceano Pacífico, na Baixa Califórnia, no México, ganhou o primeiro prêmio na categoria No time to Waste ('Sem Tempo a Perder') — Foto: ÁLVARO HERRERO
Esta foto de uma baleia-jubarte no Oceano Pacífico, na Baixa Califórnia, no México, ganhou o primeiro prêmio na categoria No time to Waste ('Sem Tempo a Perder') — Foto: ÁLVARO HERRERO

O fotógrafo espanhol Alvaro Herrero foi o vencedor da categoria No Time to Waste ("Sem Tempo a Perder").

Uma baleia-jubarte com uma boia presa na cauda, ​​já em decomposição, morre lenta e agonizantemente. Um claro reflexo da morte lenta e dolorosa que estamos proporcionando aos nossos oceanos, ao nosso planeta.

Uma tartaruga-de-pente dando uma conferida em um berçário de corais, no Golfo de Aqaba (ou Eilate), no norte do Mar Vermelho — Foto: TOM SHLESINGER
Uma tartaruga-de-pente dando uma conferida em um berçário de corais, no Golfo de Aqaba (ou Eilate), no norte do Mar Vermelho — Foto: TOM SHLESINGER

Esta foto de uma tartaruga-de-pente conferindo um berçário de corais perto do Mar Vermelho, de autoria de Tom Shlesinger, é a vencedora da categoria Putting the Ocean First ("Colocando o Oceano em Primeiro Lugar").

Esta espécie está entre as menores de todas as tartarugas marinhas — e sua dieta é diversificada, variando de esponjas e corais moles a águas-vivas, crustáceos e muito mais.

Nesta foto, a tartaruga-de-pente está analisando um berçário de corais conhecido como "iglu".

A imagem vencedora na categoria Wonderful Wold of Tides ('Maravilhoso Mundo das Marés') — Foto: CHRIS GUG
A imagem vencedora na categoria Wonderful Wold of Tides ('Maravilhoso Mundo das Marés') — Foto: CHRIS GUG

Esta foto, tirada pelo fotógrafo Chris Gug, é a vencedora da categoria The Wonderful World of Tides ("O Maravilhoso Mundo das Marés") — ela mostra a costa de Cabo San Lucas, no México.

"Enquanto explorava o oceano em busca de um cardume de raias mobula na costa de Cabo San Lucas, no México, com meu drone, dia após dia, me deparei com a rebentação mais lindamente poderosa, na qual ondas enormes quebram diretamente na areia", diz Chris Gug.

Mãe e filho catam ouriços-do-mar em um campo de ervas marinhas — Foto: SHANE GROSS
Mãe e filho catam ouriços-do-mar em um campo de ervas marinhas — Foto: SHANE GROSS

De autoria de Shane Gross, esta foto de uma mãe catando ouriços-do-mar com o filho para sua família em Bali, na Indonésia, é a vencedora da categoria Ocean is Life ("Oceano é Vida").

Os campos de ervas marinhas são um habitat costeiro muitas vezes negligenciado, importante para a segurança alimentar, biodiversidade, proteção contra tempestades e atividade pesqueira.

A foto deste leão-marinho foi a vencedora na categoria Big and Small Underwater Faces ('Grandes e Pequenas Faces Subaquáticas') — Foto: GLENN OSTLE
A foto deste leão-marinho foi a vencedora na categoria Big and Small Underwater Faces ('Grandes e Pequenas Faces Subaquáticas') — Foto: GLENN OSTLE

Esta imagem do Mar de Cortez, no México — que mostra um leão-marinho fotografado por Glenn Ostle, diante de um cardume de peixes — é a vencedora da categoria Big and Small Underwater Faces ("Grandes e Pequenas Faces Subaquáticas").

O estreito Mar de Cortez é um dos corpos de água com maior diversidade biológica do planeta. Lar de mais de 900 espécies de peixes, milhares de espécies de invertebrados e uma grande variedade de vida marinha.

Na Noruega, uma orca fêmea divide um cardume de arenques enquanto mergulha para pegar um deles — Foto: ANDY SCHMID
Na Noruega, uma orca fêmea divide um cardume de arenques enquanto mergulha para pegar um deles — Foto: ANDY SCHMID

O fotógrafo Andy Schmid é o vencedor na categoria Underwater Seascapes ("Paisagens Marítimas Subaquáticas").

"Testemunhar orcas se alimentando de arenque usando a chamada técnica de alimentação em carrossel é muito emocionante, mas não é fácil de capturar devido a vários fatores: luz e visibilidade limitadas, ação rápida, superfície fria e temperatura da água", explica Schmid.

Todas as fotos estão sujeitas a direitos autorais.

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Por que calor de 40°C é suportável no deserto e tão perigoso nos trópicos

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Muitos lugares e populações do mundo estão vulneráveis a altas temperaturas, mas ondas de calor de magnitude similar podem ter impactos muito diferentes, dependendo de fatores como a umidade ou a preparação de uma região para o calor extremo.
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TOPO
Por Alan Thomas Kennedy-Asser, Dann Mitchell e Eunice Lo*, BBC

Postado em 10 de junho de 2023 às 06h35m

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Termômetro marcando 40ºC em Madri, na Espanha — Foto: GETTY IMAGES
Termômetro marcando 40ºC em Madri, na Espanha — Foto: GETTY IMAGES

Antes mesmo do início da estação quente no hemisfério norte, já foram quebrados recordes de temperatura este ano.

A Espanha, por exemplo, sofreu temperaturas em abril – 38,8°C – que seriam fora do comum até no pico do verão.

O sul e o sudeste asiático foram particularmente atingidos por uma onda de calor muito persistente, com recordes de temperatura de todos os tempos registrados em países como o Vietnã (44°C) e a Tailândia (45°C).

Singapura tinha um recorde mais modesto que também foi batido, com temperaturas atingindo 37°C. E Xangai, na China, registrou a temperatura mais alta em mais de um século no mês de maio: 36,7°C.

Sabemos que as mudanças climáticas tornam essas temperaturas mais prováveis, mas ondas de calor de magnitude similar podem ter impactos muito diferentes, dependendo de fatores como a umidade ou a qualidade de preparação de uma região para o calor extremo.

Por isso, como um país úmido como o Vietnã lida com uma onda de calor de 44°C e como compará-lo com o calor seco ou uma onda de calor não tão forte em Singapura, que é ainda mais úmida?

O clima e a fisiologia

A recente onda de calor no sudeste asiático pode vir a ser lembrada pelo seu nível de estresse provocado por calor no corpo.

O estresse térmico é causado principalmente pela temperatura, mas outros fatores climáticos, como umidade, radiação e vento, também são importantes.

Nossos corpos ganham calor do ar à nossa volta, do sol ou dos nossos próprios processos internos, como a digestão e os exercícios. Em resposta, nossos corpos precisam perder parte desse calor.

Nós perdemos um pouco de calor diretamente para o ar à nossa volta e pela respiração. Mas a maior parte do calor é perdida pela transpiração.

Quando o suor na superfície da pele evapora, ele absorve energia da pele e do ar à nossa volta, na forma de calor latente.

Mas os fatores meteorológicos afetam todo este processo. A ausência de sombra, por exemplo, expõe o nosso corpo à luz do sol direta, enquanto a umidade mais alta faz com que a velocidade de evaporação da nossa pele diminua.

É esta umidade que tornou tão perigosa a recente onda de calor no sudeste asiático, que já é uma região do mundo extremamente úmida.

Os limites do estresse térmico

Condições de saúde pré-existentes e outras circunstâncias pessoais podem tornar algumas pessoas mais vulneráveis ao estresse térmico.

Mas o estresse térmico pode atingir um limite acima do qual todos os seres humanos, mesmo aqueles que não são claramente vulneráveis aos riscos causados pelo calor – ou seja, pessoas saudáveis, em forma e bem aclimatadas – simplesmente não conseguem sobreviver, mesmo com nível moderado de esforço.

Uma forma de determinar o estresse térmico é a chamada Temperatura Global de Bulbo Úmido (WBGT, na sigla em inglês).

Em condições totalmente ensolaradas, esta temperatura equivale a cerca de 39°C, combinada com 50% de umidade relativa. Este limite provavelmente terá sido excedido em alguns lugares, durante a recente onda de calor que se espalhou por todo o sudeste asiático.

Em lugares menos úmidos, longe dos trópicos, a umidade e, portanto, a temperatura de bulbo úmido e o risco serão muito mais baixos.

A onda de calor na Espanha no último mês de abril, com temperaturas máximas de 38,8°C, teve temperaturas globais de bulbo úmido de “apenas” cerca de 30°C.

Já a onda de calor de 2022 no Reino Unido, com temperaturas de mais de 40°C, teve umidade de menos de 20% e valores de WBGT de cerca de 32°C.

Dois dos autores deste artigo (Eunice Lo e Dann Mitchell) participaram de uma equipe que, recentemente, usou dados climáticos para mapear o estresse térmico em todo o mundo.

A pesquisa destacou regiões com maior risco de exceder esses limites, incluindo a Índia e o Paquistão, o sudeste asiático, a península arábica, a África equatorial, a região equatorial da América do Sul e a Austrália.

Nessas regiões, os limites de tensão térmica são excedidos com cada vez mais frequência, devido ao aumento do aquecimento global.

Na verdade, a maior parte das pessoas já é vulnerável em níveis bem abaixo dos limites de capacidade de sobrevivência. É por isso que observamos grandes quantidades de mortes em ondas de calor significativamente mais fracas.

Além disso, essas análises globais, muitas vezes, não captam alguns extremos muito localizados, causados por processos microclimáticos.

Um bairro de uma cidade, por exemplo, pode capturar calor com mais eficiência do que o bairro vizinho ou pode ser ventilado por uma brisa fresca do mar, ou estar na “sombra de chuva” de um morro local, o que diminui a sua umidade.

Variabilidade e aclimatação

Os trópicos tipicamente possuem menos variação de temperatura.

Singapura, por exemplo, fica quase no Equador e sua temperatura máxima diária é de cerca de 32°C por todo o ano. Já em Londres, a temperatura máxima típica no meio do verão é de apenas 24°C. Mesmo assim, o recorde de temperatura em Londres (40°C) é maior que o de Singapura (37°C).

Como algumas regiões como o sudeste asiático já sofrem alta tensão de calor com frequência, talvez isso indique que as pessoas sejam bem aclimatadas para lidar com o calor.

Relatos iniciais sugerem que o intenso estresse térmico da recente onda de calor, surpreendentemente, causou poucas mortes diretas – mas ainda não foi publicado o relato preciso das mortes por causas indiretas.

Por outro lado, a relativa estabilidade do calor ao longo do ano talvez deixe as pessoas menos preparadas para as grandes oscilações de temperatura associadas à recente onda de calor.

Não é improvável, mesmo na ausência das mudanças climáticas, que as variações normais possam produzir ondas de calor significativas que quebrem recordes locais em vários graus Celsius. Por isso, até ficar próximo do limite fisiológico pode representar um risco muito grande.

*Alan Thomas Kennedy-Asser é pesquisador de ciências climáticas da Universidade de Bristol, no Reino Unido.

Dann Mitchell é professor de ciências climáticas da Universidade de Bristol, no Reino Unido.

Eunice Lo é pesquisadora de ciências climáticas e saúde da Universidade de Bristol, no Reino Unido.

Este artigo foi publicado originalmente no site de notícias acadêmicas The Conversation e republicado sob licença Creative Commons. Leia aqui a versão original em inglês.

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