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domingo, 6 de novembro de 2022

Astrônomos descobrem buraco negro mais próximo da Terra, no nosso 'quintal cósmico'

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Dormente e silencioso, Gaia BH1 está localizado a 1.600 anos-luz de distância do nosso planeta, e foi encontrado na constelação de Ophiuchus.
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Por Roberto Peixoto, g1

Postado em 06 de novembro de 2022 às 15410m

 #.*Post. - N.\ 10.544*.#

Impressão artística do buraco negro (no topo, à direita) e sua estrela vizinha, a apenas 1600 anos-luz de distância da Terra. — Foto: International Gemini Observatory/NOIRLab/NSF/AURA/J. da Silva/Spaceengine/M. Zamani
Impressão artística do buraco negro (no topo, à direita) e sua estrela vizinha, a apenas 1600 anos-luz de distância da Terra. — Foto: International Gemini Observatory/NOIRLab/NSF/AURA/J. da Silva/Spaceengine/M. Zamani

Astrônomos que operam o telescópio Gemini North, no Havaí (EUA), e o satélite europeu Gaia afirmam ter descoberto o buraco negro mais próximo da Terra, a apenas 1.600 anos-luz de distância, sem oferecer risco algum ao nosso planeta.

Isso pode não parecer muito perto, já que para chegar aonde está esse novo candidato teríamos que viajar por aproximadamente 1.600 anos na velocidade da luz (algo impossível com nossa atual tecnologia), mas na escala gigantesca do Universo esse buraco negro está no nosso "quintal cósmico", na constelação de Ophiuchus, como descreveu o comunicado do observatório.

Gaia BH1, como foi batizado o objeto, pesa 10 vezes a massa do nosso Sol e além de ser um dos nossos vizinhos mais próximos, possui uma característica curiosa: ele está bem perto de uma estrela também semelhante à nossa.

E isso é interessante porque um buraco negro é uma espécie de abismo cósmico que suga para si tudo o que se aproxima - a uma determinada distância - dele. Como a atração gravitacional desses corpos é extremamente forte, nem mesmo a luz escapa de ser atraída por esses objetos. Justamente por isso que os buracos negros têm esse nome.

Mas no caso de Gaia BH1 isso não está acontecendo. Sua estrela vizinha permanece intacta e esse buraco negro está completamente dormente e silencioso.

Por isso, identificar esse objeto não foi uma tarefa fácil. Embora existam provavelmente milhões de buracos negros vagando pela nossa Via Láctea, apenas alguns poucos foram detectados interagindo nesses sistemas estelares binários (um sistema composto por dois corpos celestes).

Eu tenho procurado buracos negros adormecidos nos últimos quatro anos usando uma ampla variedade de conjuntos de dados e métodos, disse astrofísico El-Badry, principal autor do artigo que descreveu a descoberta.

O grupo só conseguiu ter certeza que estava realmente observando um buraco negro depois de analisar dados da influência gravitacional do objeto sobre sua estrela vizinha, que orbita o Gaia BH1 a uma distância semelhante à da Terra em relação ao Sol.

Embora muitas detecções de sistemas como este já tinha sido feitas, quase todas essas descobertas já foram refutadas, como foi o caso de HR 6819, um candidato a apenas 1.000 anos-luz da Terra.

Como os astrônomos ainda não sabem porque a estrela companheira desse novo buraco negro sobreviveu a sua formação, eles agora querem entender como, de fato, esse sistema binário surgiu, e assim conseguir estimar quantos desses objetos adormecidos existem pelo Universo.

(VÍDEO: g1 explica o que são os buracos negros do nosso Universo.)

O que é um buraco negro?
O que é um buraco negro?

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Copa dos milionários: quanto custa acompanhar os jogos no Catar?

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Quem for assistir aos jogos diretamente no Catar deverá desembolsar mais de R$ 50 mil.
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Por Bruna Miato, g1

Postado em 06 de novembro de 2022 às 08h00m

 #.*Post. - N.\ 10.543*.#

Vista do Estádio Lusail, uma das sedes da Copa do Mundo do Catar, no dia 5 de novembro de 2022 — Foto: Kirill Kudryavtsev/AFP
Vista do Estádio Lusail, uma das sedes da Copa do Mundo do Catar, no dia 5 de novembro de 2022 — Foto: Kirill Kudryavtsev/AFP

Apaixonados por futebol ao redor do mundo juntam suas economias a fim de acompanhar os jogos dos seus times do coração. É uma indústria que movimenta muito dinheiro. E, de quatro em quatro anos, fãs do esporte também destinam uma quantia significativa para vivenciar a experiência de assistir a uma Copa do Mundo in loco – ao vivo e em cores.

Mas a Copa de 2022, que acontece no Catar entre 20 de novembro e 18 de dezembro, pode desafiar o sonho de qualquer um com seus altos preços. O torcedor que decidisse hoje fazer uma viagem para acompanhar todos os dias de competição diretamente do país do Oriente Médio desembolsaria, pelo menos, R$ 52.180.

Marcelo Davidovich é apaixonado pelo esporte e já acompanhou outras Copas, inclusive a última edição, realizada na Rússia em 2018. "Eu passei 35 dias na Rússia, vi 11 jogos e gastei cerca de R$ 35 mil", afirma.

O torcedor conta que, desta vez, não poderá assistir aos jogos no país-sede. O alto custo da viagem foi um dos motivos. "Só de avião daria uns R$ 15 mil", comenta. 
Passagens aéreas

O primeiro gasto é com o transporte. A forma mais simples e rápida de chegar ao Catar é por avião e, com uma busca em sites de venda de passagens aéreas realizada no fim de outubro, o voo mais em conta de ida e volta para Doha (capital do país), partindo de São Paulo, custava R$ 11.306, com escalas.

Vale ressaltar que os preços de passagens aéreas tendem a sempre ficar mais caros conforme a data da viagem se aproxima.

Hospedagem é o maior gasto

Outro gasto importante é com a hospedagem – e é neste ponto em que o torcedor deve pagar mais caro. O site oficial da Copa de 2022, organizada pela Fifa, oferece algumas opções de acomodação em diferentes faixas de preço.

As mais baratas são as Fan Villages, que funcionam como acampamentos para diversos torcedores. Para passar os 28 dias de jogos no Catar, a opção mais barata é uma cabine de US$ 207,36 a diária, o que totalizaria cerca de R$ 32 mil na cotação atual do dólar turismo.

Outra opção mais em conta são os apartamentos, que podem ser alugados com diárias a partir de US$ 363,16, chegando a um valor final de cerca de R$ 56 mil, já convertidos, para todos os dias de competição.

Há também os locais classificados como Holiday Homes, ou casa de férias. São diversas opções de tamanhos, comodidades e localização dentro do país – mas o mais barato a por US$ 900,07 por dia. Ao final dos jogos, o torcedor terá gastado pouco mais de R$ 139 mil com a acomodação, caso opte por essa categoria.

Por fim, a Fifa disponibiliza em seu site, ainda, uma opção mais inusitada. É possível se hospedar em um cruzeiro, o MSC World Europe, que permanecerá atracado no Catar durante a Copa. Para todo o período de jogos, é possível encontrar suítes no cruzeiro por diárias a partir de US$ 2.589,23 – as opções mais baratas já estão esgotadas. Na moeda nacional, o valor final para esse tipo de hospedagem é de mais de R$ 400 mil.

Os tradicionais hotéis, alternativa mais buscadas por turistas em diversos destinos ao redor do mundo, já estão com vagas bastante escassas para a Copa. Por ser um país pequeno, o Catar não tem tantos hotéis e, naqueles que são credenciados pela Fifa, já não é mais possível encontrar hospedagem para todos os dias de campeonato.

Para quem não pretende passar os 28 dias de jogos no país, porém, há alguns quartos disponíveis. O mais barato para um período mais curto, de duas semanas, possui diária no valor de US$ 104,80, ou R$ cerca de R$ 580. Para 14 dias, o valor final seria de cerca de R$ 8 mil.

Ingressos e outros custos

Está mais caro acompanhar a Copa do Mundo diretamente do país sede. — Foto: Tembela Bohle/Pexels
Está mais caro acompanhar a Copa do Mundo diretamente do país sede. — Foto: Tembela Bohle/Pexels

Em uma viagem para acompanhar a Copa, os gastos com ingressos podem ser considerados essenciais. Já não há mais muitas opções disponíveis pelo site da Fifa, mas as entradas mais baratas são para os jogos das fases de grupo, que saem por, pelo menos, R$ 360.

Confira, abaixo, os valores para cada tipo de jogo na categoria CAT3, que conta com os ingressos mais baratos.

Uma seleção campeã compete em sete jogos numa Copa: três na fase de grupos e um em cada etapa subsequente – oitavas, quartas, semifinal e final. Um torcedor que queira acompanhar todos esses jogos, então, desembolsaria um montante de, no mínimo, R$ 7,7 mil com os ingressos.

Outros custos com a viagem também devem estar na ponta do lápis, principalmente alimentação. Por ser um país rico, o Catar tem um custo de vida alto, com muitas opções de restaurantes de luxo.

No entanto, para quem busca por refeições mais em conta, há alternativas. De acordo com o índice Big Mac, desenvolvido pela The Economist para medir o preço do sanduíche mais famoso do mundo em diversos países, o preço do lanche no Catar em junho de 2022 era de, em média, US$ 3,57, ou cerca de R$ 19,70.

A nível de comparação, o índice aponta que no Brasil o custo médio do Big Mac é de US$ 4,25, ou R$ 23,46 na moeda local. Hipoteticamente, se o viajante comesse um lanche a cada refeição durante toda a viagem, o gasto seria de R$ 1,1 mil.

Talvez seja na alimentação que os apaixonados por futebol encontrem a principal forma de economizar dinheiro em uma Copa de milionários.

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sábado, 5 de novembro de 2022

Fundo Amazônia: entenda o que é a iniciativa abandonada por Bolsonaro e que tem R$ 3,2 bilhões paralisados

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STF determinou nesta quinta-feira (3) a reativação do fundo. Avaliação da Controladoria Geral da União (CGU) é que governo Bolsonaro gerou ‘impactos negativos’ para as políticas de preservação.
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Por Roberto Peixoto, g1

Postado em 05 de novembro de 2022 às 10h25m

 #.*Post. - N.\ 10.542*.#

Fogo consome terras desmatadas e queimadas por pecuaristas perto de Novo Progresso, no Pará, em 23 de agosto de 2020. — Foto: Andre Penner/AP
Fogo consome terras desmatadas e queimadas por pecuaristas perto de Novo Progresso, no Pará, em 23 de agosto de 2020. — Foto: Andre Penner/AP

Criado há 14 anos para financiar ações de redução de emissões provenientes da degradação florestal e do desmatamento, o Fundo Amazônia é considerado uma inciativa pioneira na área, mas está paralisado desde abril de 2019, quando o governo federal fez um revogaço de centenas de conselhos federais e com isso extinguiu seus Comitê Orientador (COFA) e Comitê Técnico (CTFA).

Nesta quinta-feira (3), o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a reativação do fundo no prazo de 60 dias. Em dez anos (2009 a 2018), o fundo aplicou mais de R$ 1 bilhão em 103 projetos de órgãos públicos e organizações não-governamentais.

Além de apoiar comunidades tradicionais e ONGs que atuam na região (veja mais abaixo), o Fundo Amazônia também fornece recursos para estados e municípios para ações de combate ao desmatamento e a incêndios. Um dos exemplos foi a compra de um avião (R$ 12 milhões) usado em Rondônia para levar brigadas de emergência aos focos de incêndio e mapear as queimadas.

Avião custou R$ 12 milhões — Foto: Corpo de Bombeiros de Rondônia
Avião custou R$ 12 milhões — Foto: Corpo de Bombeiros de Rondônia

Além disso, o regulamento do Fundo ainda prevê o uso de até 20% dos seus recursos no apoio ao "desenvolvimento de sistemas de monitoramento e controle do desmatamento em outros biomas brasileiros e em outros países tropicais".

Extinção unilateral

Um relatório de auditoria elaborado pela Controladoria Geral da União (CGU) aponta que a gestão do Ministério do Meio Ambiente do governo Bolsonaro colocou em risco a continuidade do Fundo Amazônia e, por conseguinte, uma série de políticas ambientais, ao extinguir de forma unilateral, sem planejamento e fundamentação técnica colegiados que formavam a base dessa iniciativa de financiamento.

De acordo com a CGU, até o último mês de dezembro, o Fundo tinha cerca de R$ 3,2 bilhões parados para a destinação a novos projetos. O montante considera rendimentos gerados ao longo dos últimos anos.

Além disso, o relatório aponta ainda que o Fundo possui um crédito de valores a serem arrecadados que podem chegar à ordem dos US$ 20 bilhões.

O documento, obtido pelo g1 mostra que durante a gestão dos ministros Ricardo Salles e nos primeiros meses de Joaquim Leite, entre 2019 e 2021, o ministério deixou de apresentar a proposta de recriação dos dois conselhos, mesmo após o fim do prazo legal estabelecido para isso, em 28 de maio de 2019, criando esses ‘impactos negativos’ para as políticas de preservação da Amazônia Legal.

Apesar disso, os técnicos da CGU chamam atenção no texto para o fato de que o primeiro registro de reunião realizada com as embaixadas dos países europeus e o Ministério aconteceu somente após o fim do prazo de reestruturação estabelecido pelo decreto que extinguiu o COFA e o CTFA.

Somado a isso, a CGU também aponta que até a data limite não houve esforços por parte da gestão ministerial na busca de consenso com os doadores, ou, ao menos, a apresentação de propostas para a modificação da estrutura de governança do Fundo.

A Alemanha e a Noruega, que juntas foram responsáveis por mais de 99% dos depósitos ao Fundo, suspenderam os repasses em 2019.

Fundo tem cerca de R$ 3,2 bilhões paralisados para a destinação a novos projetos, de acordo com a CGU. — Foto: Fundo Amazônia/Divulgação
Fundo tem cerca de R$ 3,2 bilhões paralisados para a destinação a novos projetos, de acordo com a CGU. — Foto: Fundo Amazônia/Divulgação

Para a CGU, a opção do Ministério do Meio Ambiente pela extinção dos comitês foi adotada sem justificativa técnica ou planejamento que incorporasse uma gestão adequada dos riscos associados à decisão.

O que provocou a suspensão de autorização de novos projetos no âmbito do Fundo e colocou em risco os resultados das políticas públicas por ele apoiadas, afirma o texto.

No relatório, os auditores também avaliam que não reestruturar os conselhos contribuiu para que o Ministério do Meio Ambiente apresentasse através do fundo propostas não condizentes com a realidade da região amazônica, visto que houve um afastamento da participação da sociedade civil e dos estados.

Antes da revogação do governo, o Comitê Orientador (COFA) tinha representantes do governo federal, dos governos estaduais e da sociedade civil. Já o Comitê Técnico era formado por representantes do governo e da sociedade civil, como especialistas independentes que avaliavam o impacto de emissões de gases do efeito estufa resultante do desmatamento.

A participação da sociedade civil e dos estados no Comitê possibilitava o alcance de mais legitimidade e eficácia nos resultados do Fundo Amazônia, pois tais atores contribuíam com sua experiência acumulada na região amazônica, ajudando na definição de prioridades e legitimando a seleção dos projetos, afirma o documento da CGU.

Para Angela Kuczach, diretora-executiva da Rede Nacional Pró Unidades de Conservação, o relatório apresenta uma síntese do histórico de desmonte do governo federal das políticas ambientais na Amazônia e revela um "plano concreto" para impedir que os projetos financiados pelo fundo avançassem e tivessem uma boa gestão.

"E o resultado disso, na prática, é o que a gente está vendo hoje com o aumento do desmatamento nas alturas", avalia.

Falta de acordo sobre Fundo Amazônia pode extinguir projetos ambientaisFalta de acordo sobre Fundo Amazônia pode extinguir projetos ambientais

Em dez anos (2009 a 2018), o fundo aplicou mais de R$ 1 bilhão em 103 projetos de órgãos públicos e organizações não-governamentais.

Um deles, o Sentinelas da Floresta, fortalece a produção da castanha no Mato Grosso. Beneficiou 300 famílias na primeira etapa, mas em 2019 não recebeu nenhuma verba do BNDES, que administra os recursos e aprovou o projeto em 2018.

Outro projeto apoiado é o Origens Brasil. O projeto apoia ribeirinhos da Reserva Extrativista Rio Iriri, no Pará, que conseguem renda com a extração do látex do seringal, do óleo de babaçu ou de copaíba, da castanha do Pará e do artesanato. Da região, os produtos são encaminhados para várias partes do Brasil, como Rio de Janeiro e São Paulo.

Uma das maiores fábricas de pães do país utiliza as castanhas retiradas da reserva. No fim de junho, o programa Origens Brasil, responsável por estas ações, foi premiado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação e pela embaixada da Suíça.

Outro projeto financiado pelo fundo mudou a realidade de dez mil famílias no estado do Amazonas. Em seis anos, a renda dessas famílias aumentou 124%, e o desmatamento das áreas ocupadas por elas caiu 63%.

O Fundo Amazônia também ajudou proprietários rurais da região a estarem em dia com o Código Florestal, que estabelece a área verde que deve ser preservada. Graças aos recursos do fundo, foi possível inscrever no Cadastro Ambiental Rural 746 mil propriedades. Todas essas propriedades somadas ocupam uma área equivalente a quase uma Venezuela.

O dinheiro é repassado para os estados fazerem o cadastramento. O governo do Amazonas, por exemplo, deveria receber agora R$ 30 milhões para investimentos nos próximos três anos, mas o dinheiro não chegou.

CGU: Ministério do Meio Ambiente colocou em risco R$3,2 bilhões do Fundo Amazônia e Marcelo Lins avalia riscosCGU: Ministério do Meio Ambiente colocou em risco R$3,2 bilhões do Fundo Amazônia e Marcelo Lins avalia riscos
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Como usinas solares no espaço podem transmitir energia pelo ar para a Terra

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Cada satélite poderia fornecer cerca de 2 GW de energia na rede, o que torna a potência de cada um comparável a de uma usina nuclear.
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TOPO
Por BBC

Postado em 05 de novembro de 2022 às 07hh00m

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A SEI projetou satélites para coletar energia solar no espaço — Foto: SEI/Divulgação
A SEI projetou satélites para coletar energia solar no espaço — Foto: SEI/Divulgação

Parece bom demais para ser verdade: um plano para coletar energia solar do espaço e transmiti-la para a Terra usando microondas.

Mas é algo que pode acontecer já em 2035, de acordo com Martin Soltau, copresidente da Space Energy Initiative (SEI) - uma iniciativa criada com colaboração de acadêmicos e da indústria de energia.

A SEI está trabalhando em um projeto chamado Cassiopeia, que planeja colocar um conjunto de grandes satélites em uma órbita alta da Terra.

Uma vez instalados, os satélites colheriam energia solar e a enviariam de volta para a Terra.

Soltau diz que o potencial é quase ilimitado.

"Em teoria, isso poderia fornecer toda a energia do mundo em 2050", afirma Soltau. "Há espaço suficiente em órbita para os satélites de energia solar, e o suprimento de energia do Sol é vasto. Uma faixa estreita em torno da órbita geoestacionária da Terra recebe mais de 100 vezes a quantidade de energia por ano do que toda a humanidade está prevista para usar em 2050."

No início deste ano, o governo do Reino Unido anunciou uma verba de 3 milhões de libras (R$ 7,7 milhões) em financiamento para projetos de energia solar baseada no espaço (SBSP), após um estudo de engenharia realizado pela consultoria Frazer-Nash que concluiu que a tecnologia era viável. A SEI espera obter uma grande parte desse dinheiro.

Como funciona a tecnologia

Os satélites da SEI seriam compostos por centenas de milhares de pequenos módulos idênticos produzidos em fábricas na Terra e montados no espaço por robôs autônomos, que também realizariam os serviços e manutenção.

A energia solar coletada pelos satélites seria convertida em ondas de rádio de alta frequência e irradiada para uma antena retificadora na Terra, que converteria as ondas de rádio em eletricidade.

Cada satélite poderia fornecer cerca de 2 GW de energia na rede, o que torna a potência de cada um comparável a de uma usina nuclear.

Aqui na Terra, a luz do sol é difundida pela atmosfera, mas no espaço ela vem diretamente do sol sem interferência. Portanto, um painel solar baseado no espaço pode coletar muito mais energia do que um de tamanho semelhante na Terra.

Painéis no espaço são capazes de coletar mais energia do que na Terra — Foto: Nasa/Divulgação
Painéis no espaço são capazes de coletar mais energia do que na Terra — Foto: Nasa/Divulgação

Projetos semelhantes estão em desenvolvimento em outros lugares

Nos EUA, por exemplo, o Laboratório de Pesquisa da Força Aérea (AFRL) está trabalhando em algumas das tecnologias críticas necessárias para esse sistema, em um projeto conhecido como Demonstrações e Pesquisas Incrementais de Energia Solar Espacial (SSPIDR).

Isso inclui melhorar a eficiência das células solares, conversão de frequência solar para rádio e formação de feixes, além de reduzir as grandes flutuações de temperatura nos componentes da espaçonave e criar projetos para estruturas móveis.

No final do ano passado, a equipe demonstrou com sucesso novos componentes para o dispositivo que é usado para converter energia solar em ondas de rádio.

O uso de feixes de microondas pode parecer assustador, mas foram testados na Terra e considerados eficazes e seguros para humanos e animais selvagens.

"O feixe é de microondas, então é como o wi-fi que temos o tempo todo, e é de baixa intensidade, cerca de um quarto da intensidade do sol do meio-dia", diz Soltau.

"Se você estivesse no equador no deserto, obteria cerca de 1.000 W por metro quadrado, os feixes são cerca de um quarto disso: cerca de 240 W por metro quadrado. Portanto, é inerentemente seguro."

Embora muitos dos maiores obstáculos já tenham sido superados, potencialmente ainda há problemas.

"Minha opinião pessoal sobre isso é que a tecnologia existe, mas ainda não está pronta para embarcar em um projeto de tal complexidade", diz Jovana Radulovic, professora de termodinâmica da Universidade de Portsmouth, especializada em sistemas de energia renovável.

Ela ressalta que o lançamento de um grande número de painéis solares no espaço será caro e poderia exigir centenas de lançamentos, gerando muito dióxido de carbono.

Martin Soltau diz que esse tipo de tecnologia já seria viável em 2035, mas há céticos — Foto: SEI/Divulgação
Martin Soltau diz que esse tipo de tecnologia já seria viável em 2035, mas há céticos — Foto: SEI/Divulgação

Baixa pegada de carbono

Mas há motivos para otimismo. Uma análise ambiental do projeto Cassiopeia pela Universidade de Strathclyde concluiu que, no geral, incluindo o lançamento, a pegada de carbono pode ser apenas metade da solar terrestre, em cerca de 24g de CO2 por quilowatt-hora.

Enquanto isso, diz Soltau, o custo econômico está melhorando o tempo todo.

"O custo de lançamento caiu 90% e continua caindo, e isso mudou o jogo para a economia", diz ele.

"Em segundo lugar, houve alguns avanços reais no projeto de satélites de energia solar, de modo que eles são muito mais modulares, o que proporciona resiliência e custos de produção reduzidos. Em terceiro lugar, temos avanços reais em robótica e sistemas autônomos."

Com apenas financiamento limitado do governo do Reino Unido, a SEI espera atrair investimentos privados para algumas das tecnologias envolvidas.

No entanto, adverte a professora Radulovic, o cronograma proposto pode ser excessivamente otimista.

"Acho que com investimento significativo e esforço concentrado nessa área, não há razão para que não possamos ter o sistema funcionando como projeto-piloto em um futuro próximo", diz ela. "Mas algo em grande escala - estamos falando de quilômetros de painéis solares - levaria um tempo substancialmente mais longo."

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