Objetivo:
“Projetando o futuro e o desenvolvimento autossustentável da sua empresa, preparando-a para uma competitividade e lucratividade dinâmica em logística e visão de mercado, visando sempre e em primeiro lugar, a satisfação e o bem estar do consumidor-cliente."
Missão faz parte de um plano B da agência espacial para o transporte de amostras do solo marciano à Terra. <<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>> Por g1 Postado em 08 de agosto de 2022 às 11h35m #.*Post. - N.\ 10.414*.#
Ilustração da Nasa mostra robôs e helicópteros que se juntarão à missão
no planeta vermelho para coleta de amostras de rocha e solo da
superfície marciana. — Foto: NASA/JPL-Caltech
A Nasa, a agência espacial norte-americana, deve lançar mais dois
mini-helicópteros para Marte numa missão que pretende retornar amostras
científicas do solo marciano à Terra.
Desde então, o Ingenuity fez cerca de 30 voos experimentais. Agora, a
Nasa e a ESA, a agência espacial europeia, planejam construir e lançar
no final desta década dois equipamentos semelhantes que irão transportar
ao nosso planeta amostras de rochas e solo de Marte.
Se tudo correr como planejado, até 30 amostras seriam coletadas em 2031 e chegariam à Terra em 2033.
O programaMars Sample Return(Programa de Retorno de Amostras de Marte, em tradução livre)está na
fase final do seu projeto de design, depois de uma revisão da estratégia
inicial de lançamento.
Antes, a NASA tinha a intenção de levar um novo robô para Marte que
seria construído pela ESA e que transportaria os materiais científicos
coletados pelo Perseverance (robô lançado junto com o Ingenuity e que busca vestígios de vida no planeta) até um foguete fabricado pelos americanos.
O Perseverance, o robô que a Nasa enviou a Marte. — Foto: Nasa
Agora, a missão pretende fazer com que o Perseverancese desloque por conta própria até o módulo de pouso onde estará estacionado esse foguete.
Contudo, se o robô falhar nessa tarefa, é aí que os novos helicópteros entram em cena: os dois equipamentos que estão sendo construídos carregariam as amostras do Perseverance.
Segundo informou à Associated Press o diretor do programa da Nasa, Jeff
Gramling, cada helicóptero está sendo projetado para transportar um
tubo de amostra do robô por vez, fazendo várias viagens de ida e volta.
“Temos
confiança de que podemos contar com o Perseverance para trazer as
amostras de volta e adicionamos os helicópteros como uma espécie de
plano B”, disse Gramling.
A agências esperam que essa nova estratégia reduza a complexidade de
futuras missões a Marte e aumente a probabilidade de sucesso do programa
espacial.
“Existem algumas mudanças significativas e vantajosas no plano, que
podem ser atribuídas diretamente aos sucessos recentes do Perseverance
em Jezero [uma cratera do planeta que já foi um lago há bilhões de anos]
e ao incrível desempenho do nosso helicóptero em Marte", disse Thomas
Zurbuchen, diretor de missões científicas da Nasa.
Entenda os riscos e as consequências para o Brasil Boa notícia é que esfriamento da demanda pode ajudar a aliviar a pressão inflacionária e a acomodar preços das commodities, apesar da piora nas projeções para 2023. <<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>> Por Darlan Alvarenga, g1 07/08/2022 10h31 Atualizado há 3 horas Postado em 07 de agosto de 2022 às 13h35m #.*Post. - N.\ 10.413*.#
Homem faz compras em um supermercado de Nova York, em imagem de 27 de
julho de 2022. PIB dos EUA encolheu de abril a junho pelo segundo
trimestre consecutivo. — Foto: Andres Kudacki/AP Photo
A contração do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidospelo
segundo trimestre seguido e indicadores econômicos na Europa evidenciam
o cenário de desaceleração da economia mundial, aumentando os temores
de uma nova recessão global apenas dois anos após a última – daquela
vez, na esteira da pandemia da Covid-19.
Cada vez mais economistas veem como iminente a chegada de uma recessão
não só na maior economia do mundo, mas também em países europeus, além de riscos de retração inclusive em países como o Brasil.
O
pano de fundo para o novo abalo na economia global é a disparada da
inflação, que tem batido recorde de mais de quatro décadas no mundo.
A alta de preços acontece em meio à guerra na Ucrânia e gargalos nas
cadeias de produção após o impacto da pandemia. E, buscando conter a
inflação, o Federal Reserve (Fed)
e outros bancos centrais ao redor do mundo têm elevado as taxas de
juros – 'esfriando' a economia, ou seja, colocando freios no
crescimento.
"Um
processo inflacionário dessa magnitude não é trivial. Toda vez que teve
inflação elevada no passado e que o Fed e os bancos centrais tiveram
que subir taxas de juros, tivemos uma recessão", afirma Sergio Vale,
economista-chefe da MB Associados.
Se a recessão global, por ora, ainda não é realidade, não há dúvidas a
respeito de uma desaceleração rápida da atividade econômica global e da
piora das expectativas.
Mas o que define uma recessão e quais as consequências para a economia?
O que explica a atual desaceleração global e quais os riscos de uma
nova retração do PIB do Brasil?
Veja abaixo perguntas e respostas sobre os riscos de recessão global e consequências para o Brasil
Entenda os impactos mundiais da inflação dos EUA e risco de recessão global
Muitos economistas, porém, assim como o governo de Joe Biden, avaliam
que a economia norte-americana não está em uma recessão clássica, porque
ainda registra outros indicadores mais favoráveis, como de gastos das famílias e de criação de vagas de trabalho.
"Recessão
na verdade é quando você tem um conjunto amplo de indicadores –
consumo, investimento, emprego –, todos eles piorando, não só o PIB
negativo", afirma Caio Megale, economista-chefe da XP. A
avaliação dele, de qualquer forma, é que tanto os EUA como a economia
global dificilmente escaparão de uma nova recessão.
Para os economistas, os EUA podem até não estar em recessão ainda, mas será difícil escaparem dela.
"Para a que a economia americana se reequilibre e tenha uma queda de
inflação, os EUA vão precisar passar por uma por uma recessão nesse
conceito mais amplo, com queda mais expressiva de consumo, aumento da
taxa de desemprego. Então, o Fed e o mundo irão ajustar os juros, até
esse cenário de recessão ficar mais claro", diz Megale.
"Há um conjunto de países sofrendo desse mesmo processo inflacionário
que advém das pressões da pandemia e da guerra. Então, tudo indica que
de fato tem um ciclo recessivo global pela frente, que vai pegar um
cheio especialmente os Estados Unidos da Europa. Ainda não aconteceu, mas estamos caminhando para uma recessão global sincronizada", avalia o economista da MB.
Ainda
que o movimento de contração econômica não se dissemine por todas as
regiões do globo, vale destacar que somente o bloco dos países do G7(EUA, Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão e Reino Unido)
respondem por quase 50% do PIB global. E, num mundo globalizado, um
abalo nas maiores economias significa um freio na atividade econômica em
todos os continentes.
Importante destacar que, apesar da piora das projeções para a economia
global, instituições como a Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o FMI continuam prevendo que oPIB global anual irácrescer em 2022 e 2023, ainda que com taxas mais fracas.
Veja no gráfico abaixo:
Nem
os mais pessimistas veem, porém, o risco de uma recessão tão aguda como
a registrada em 2020 ou um colapso como o ocorrido durante a crise
financeira global de 2008 e 2009.
"Dessa vez eu acho que vai ser uma recessão que pode ser curta. É uma
questão mais cíclica mesmo. Acho que serão dois, três trimestres de
desaceleração mais expressiva e de queda do consumo. Mirando meados do
ano que vem, o trabalho pode estar feito e o Fed pode começar a pensar
em cortar juros," avalia Megale.
Ainda
que de baixa magnitude e de curta duração, uma recessão sempre traz
consequências amargas, pois provoca um freio nos investimentos e no
comércio global, e derruba a confiança de empresários e consumidores, o
que fatalmente implicará em cortes de empregos e maior risco de falência
de empresas no mundo todo.
Na China, a inflação não é um problema, mas a segunda maior economia do
mundo também tem mostrado um esfriamento desde 2019. O PIB chinês registrou forte desaceleração no segundo trimestre, afetado por 'lockdows' em várias cidades do país por causa da Covid-19.
A China foi a única grande economia do mundo que escapou de uma
contração em 2020 e uma recessão está novamente fora do horizonte. A performance do PIB neste ano, porém, está bem abaixo da meta do governo de cerca de 5,5% para este ano.
Em razão do peso das exportações no PIB do país, uma recessão global
pode colocar um freio ainda maior na economia chinesa. O FMI projeta
para a China um crescimento de 3,3% em 2022 e de 4,6% em 2023.
"Costuma-se
dizer que quando a China está crescendo em torno de 4% ela já está em
recessão, porque não consegue absorver toda a mão-de-obra entrante",
afirma Alex Agostini, economista-chefe da Austin Ratings, destacando que
a economia chinesa possui um peso de 18,5% no PIB global e imenso
protagonismo no comércio global.
Movimentação de cargas no porto de Xangai, na China. Pais possui um peso de 18,5% no PIB global. — Foto: Aly Song/Reuters
Quais as consequências para o Brasil?
Ainda que os riscos domésticos superem de longe os externos, uma
recessão global terá consequências também no Brasil, sobretudo para o
canal de exportações. Isso porque se o mundo passar a consumir menos,
comprará também menos produtos brasileiros como petróleo, minério de
ferro e grãos.
Uma recessão global tem potencial também de interromper o processo de
recuperação do mercado de trabalho brasileiro, com reflexos negativos na
taxa de desemprego. Apesar do recuo nos últimos meses, cerca de 10 milhão de brasileiros estão em busca de trabalho.
Curiosamente, uma recessão global traria um efeito positivo para o
cenário macroeconômico brasileiro. Como boa parte das pressões
inflacionárias é global, um desaquecimento da economia mundial tende a
acomodar os preços das commodities, podendo ajudar a frear a inflação,
que segue em dois dígitos no Brasil.
"O nosso principal problema hoje é inflação. A gente sabe que boa parte
da inflação é global, o mundo inteiro está com inflação alta. Quanto
mais bancos centrais atuarem, mais a inflação desacelerar, melhor vai
ser para o nosso processo de reequilíbrio", afirma o economista-chefe da
XP.
O Brasil corre o risco de entrar em recessão em 2023?
Os
analistas alertam, porém, para o aumento das incertezas domésticas – e
não descartam o risco de uma nova recessão ou de mais um ano de PIB
pífio.
"Vamos estar trocando uma inflação alta por uma inflação menor com um crescimento também menor", resume Alex Agostini.
Sergio Vale acrescenta que o crescimento do PIB brasileiro neste ano
tem sido "anabolizado" pelo pacote de medidas aprovadas que permitiram
ao governo a criação de uma série de benefícios às vésperas das
eleições. Apelidada de “PEC Kamikaze”, a proposta prevê um gasto adicional de R$ 41,2 bilhões neste ano.
"Estamos uma economia muito frágil há muito tempo. Desde 2015, 2016, o
Brasil não conseguiu imprimir o ritmo forte de crescimento. A gente não
tem conseguido avançar nas reformas e, ao mesmo tempo, o governo
resolveu entregar todas as cartas e fazer todo um movimento pró-eleição,
jogando um crescimento artificial esse ano, mas que lá na frente vamos
ter que pagar o preço disso", avalia o economista da MB.
A XP trabalha com o cenário base de alta de 0,5% do PIB em 2023, mas
não descarta o risco de uma eventual retração no ano que vem.
"A
gente vai precisar passar por uma acomodação de crescimento para trazer
a inflação para baixo. Pode acontecer uma queda mais bruta, mas eu acho
que é menos pelo risco global e mais pelo risco doméstico mesmo", diz
Megale, citando as preocupações com a expansão dos gastos do governo e
trajetória da dívida pública.
Do ponto de vista econômico, a PEC Eleitoral só adiciona instabilidade ao cenário, destaca especialista
Frente ao real, no entanto, o dólar ainda acumula desvalorização de cerca de 7% no ano.
A perspectiva de novas altas de juros na maior economia do mundo torna
os títulos do Tesouro norte-americano mais atraentes, porque pagam taxa
maior, o que faz aumentar a demanda por dólares e, consequentemente, a
eleva a cotação da divisa frente a outras moedas.
No
Brasil, entretanto, o chamado diferencial de juros tem mantido a
atratividade da renda fixa, o que continua estimulando o ingresso de
recursos de investidores estrangeiros e a valorização do real frente ao
dólar. Com a elevação da Selic para 13,75% ao ano, o Brasil se isolou ainda mais da liderança do ranking mundial de juros reais, com uma taxa de 8,52% de retorno, descontada a inflação projetada para os próximos 12 meses.
A projeção do mercado para a taxa de câmbio permanece em R$ 5,20 para o
fim de 2022 e para o fim de 2023. Na visão dos analistas, a cotação do
dólar continuará sendo guiada pela intensidade do aperto de juros nos
EUA e pelas incertezas em relação às eleições presidenciais e controle
da dívida pública.
"Trajetória
de dívida crescente pressiona juros e vai gerando incerteza. A gente
está meio que patinando no gelo fino do lado fiscal. É preciso tomar
cuidado para que nessa transição haja, pelo menos no início do próximo
governo, um ajuste e uma sinalização clara de qual é a próxima âncora
fiscal", afirma Megale.
Reino Unido faz aumento recorde na taxa de juros para tentar deter a inflação
Imagens mostram pessoas bem próximas da lava, observando a erupção. País tem alta atividade vulcânica e frequentemente experimenta terremotos. <<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>> Por Reuters 07/08/2022 09h36 Atualizado há 42 minutos Postado em 07 de agosto de 2022 às 10h40m #.*Post. - N.\ 10.412*.#
Turistas fazem até piquenique em vulcão ativo na Islândia
A Islândia tem 32 sistemas vulcânicos considerados ativos, o maior número de toda Europa. A erupção do Fagradalsfajall
começou após um aumento da atividade de terremotos na área, de acordo
com o Escritório Meteorológico islandês (IMO). O vulcão está a apenas 15
km do aeroporto internacional do país.
Pessoas assistem à erupção vulcânica do Fagradalsfjall, na Islândia — Foto: Instagram/@alberttourguideiceland via Reuters
O canadense Jessie Bull, de 23 anos, contou à agência Reuters que
chegou na cidade no dia em que o vulcão entrou em erupção. "Eu nunca vi
um vulcão, vulcão ativo. Meio assustador. Estou meio assustado, tipo, eu
ouço esses barulhos e fico tipo 'será que vai entrar em erupção ainda
mais?'", disse.
Os turistas, de diferentes nacionalidades, descrevem a vivência como
"uma experiência de vida" e "surreal". Kristi Tahepold, uma dentista da
Estônia, afirmou:
"Se você tiver alguma chance na sua vida de ver um vulcão, vá. Mesmo se você não tenha sapatos e roupas para isso, apenas vá".
Lava explode do vulcão Fagradalsfjall, na Islândia, em 3 de agosto de 2022 — Foto: Saul Loeb/Reuters
Proporção de pessoas ocupadas aumentou, mas salário médio real caiu. Entenda o que explica esse cenário e veja as áreas que tiveram os maiores aumentos da população ocupada no último ano, segundo o IBGE. <<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>> Por BBC 06/08/2022 08h45 Atualizado há 3 horas Postado em 06 de agosto de 2022 às 11h45m #.*Post. - N.\ 10.411*.#
Número de trabalhadores sem carteira assinada é recorde: o mais alto desde 2015 — Foto: Getty Images/Via BBC
Os dados mais recentes sobre o mercado de trabalho brasileiro revelam
um cenário que pode parecer contraditório à primeira vista: um aumento
na proporção de pessoas trabalhando, mas com salários menores — além de
um recorde de trabalhadores sem carteira assinada.
"É um copo meio cheio ou meio vazio, dependendo da maneira como você
observa", resume Bráulio Borges, economista-sênior da consultoria LCA e
pesquisador-associado do FGV IBRE.
IBGE: 4,5 milhões de pessoas desistiram de buscar emprego
A taxa de desemprego de 9,3%, registrada no trimestre de abril a junho
de 2022, é a mais baixa para o segundo trimestre desde 2015, segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Comércio,
construção civil, serviços domésticos e outros serviços estão entre as
áreas que respondem por maior criação de ocupações. (Veja abaixo a lista
completa das áreas com os maiores aumentos).
A área de serviços domésticos, que inclui empregadas e diaristas, está
entre as que apresentaram maior crescimento — Foto: Getty Images/Via BBC
Borges destacou que, "olhando só o número de pessoas ocupadas, há sete
anos que a gente não observa o mercado de trabalho brasileiro em uma
situação tão favorável". No entanto, ele acrescentou que uma análise
mais detalhada mostra que "não é uma situação assim tão boa", em
referência a aspectos como a queda de 5,1% no rendimento médio real (R$
2.652) em relação a igual período do ano anterior.
Veja abaixo as áreas que mais estão contratando no Brasil — e, em
seguida, entenda como essa composição ajuda a explicar a atual situação
do mercado de trabalho brasileiro.
Aumento da população ocupada (2º tri de 2022 ante 2º tri de 2021):
Alojamento e alimentação (23,1%, ou mais 1 milhão de pessoas)
Serviços domésticos (18,7%, ou mais 931 mil pessoas)
Outros serviços*(18,7%, ou mais 805 mil pessoas)
Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (14,2%, ou mais 2,4 milhões de pessoas)
Construção (11,2%, ou mais 753 mil pessoas)
Indústria geral (10,2%, ou mais 1,2 milhão de pessoas)
Transporte, armazenagem e correio (10%, ou mais 463 mil pessoas)
Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (5,5%, ou mais 893 mil pessoas)
Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (5,1%, ou mais 568 mil pessoas)
*Serviços
artísticos, culturais, esportivos e recreativos; serviços pessoais, de
manutenção e reparos de equipamentos e de objetos pessoais e domésticos.
**Os demais grupos de atividades não tiveram variações significativas, segundo o IBGE
Fonte: IBGE
Para gerar emprego de qualidade, economistas apontam que país precisa
crescer de forma forte e sustentável — Foto: Getty Images/Via BBC
É importante lembrar que os dados de ocupação do IBGE não consideram
apenas os empregos formais (com carteira assinada), mas também os
trabalhos informais. Entre os trabalhadores por conta própria (os também
chamados autônomos), considera tanto aqueles com CNPJ quanto sem.
'Mais emprego do que PIB'
Geralmente, os economistas esperam que as movimentações no mercado de
trabalho acompanhem a atividade econômica com um certo atraso, como
aponta a pesquisadora do Ipea Maria Andreia Lameiras.
"Em momentos em que a economia já está em crise, o mercado de trabalho
demora um pouco mais a entrar em crise. E acontece também o contrário.
Momentos que a economia vai se recuperando primeiro, o mercado de
trabalho vem se recuperando depois", diz.
No entanto, essa regra geral não parece se aplicar para a atual
situação. A economista destaca a característica particular dos impactos
da crise mais recente, "vinda de um fator de saúde" e lembra que as
restrições em resposta à pandemia afetaram especialmente o setor de
serviços, que puxa muito o mercado de trabalho no Brasil.
Agora, diz Lameiras, "tudo aquilo que foi muito afetado na pandemia
volta a crescer com força". "A gente tem um aumento brutal da demanda
por serviços e a gente sabe que o setor de serviços é o que mais emprega
no Brasil. Então toda a demanda reprimida que a gente tinha, por conta
da pandemia, ela chega no mercado de uma vez só. Fora isso, você tem o
Auxílio Brasil, que está botando dinheiro na economia como um todo."
Ela destaca os crescimentos de ocupações nas áreas de serviços
prestados às famílias, inclusive de serviços domésticos (empregada ou
diarista), recreação, lazer, beleza e estética.
Borges, do FGV IBRE, diz que a melhor expressão para sintetizar o
comportamento da economia brasileira no último ano - e principalmente no
primeiro semestre de 2022 — é que "a gente tem mais emprego do que
PIB".
Ele faz a ressalva de que as atuais previsões para o PIB de 2022, hoje
em torno de 2%, estão maiores do que estavam há alguns meses (quando
alguns analistas chegaram a projetar que o PIB poderia inclusive
encolher neste ano). "Por várias razões: as commodities subiram depois
da guerra; a gente afastou risco de apagão que estava nos assombrando no
final do ano passado por conta da estiagem; a gente também tem esse
conjunto de medidas de estímulo que o governo está adotando, algumas com
viés claramente eleitoreiro, mas obviamente que isso acaba ajudando a
economia".
Mesmo com esse aumento nas previsões, no entanto, Borges diz que os
dados de ocupação estão melhores do que a teoria indicaria. Segundo a
chamada Lei de Okun, que faz uma relação entre a evolução da taxa de
desemprego e a dinâmica do PIB, a taxa de desemprego estaria mais
próxima de 11% (do que de 9%) para um PIB de cerca de 2%, segundo os
cálculos do economista.
E o que explica isso? Em parte, diz ele, as características das áreas
que estão puxando essa melhora. "A gente vê que o PIB brasileiro está
sendo muito puxado neste ano e desde o final do ano passado por alguns
segmentos que demandam muita mão de obra, principalmente os serviços —
'outros serviços' de um modo geral, serviços domésticos — e construção
civil".
'Os salários estão realmente perdendo, e bastante, da inflação, mesmo
com a economia gerando mais e mais empregos', diz Borges — Foto:
Reuters/Via BBC
Salário menor e número recorde de informais
No entanto, isso também ajuda a explicar a queda nos salários reais.
"Esses setores demandam muita mão de obra, mas, ao mesmo tempo, pagam
salários baixos, geralmente pouco acima do salário mínimo, e isso ajuda a
entender um pouco outro aspecto: os salários reais estão caindo
também", diz Borges.
Ele destaca que isso não seria o esperado. "É uma situação meio
diferente, porque com um desemprego de 9,3%, a gente esperaria que o
comportamento dos salários estivesse mais favorável", diz. "Então os
salários estão realmente perdendo, e bastante, da inflação, mesmo com a
economia gerando mais e mais empregos em termos quantitativos."
Também chama atenção o número recorde de trabalhadores sem carteira
assinada no setor privado (13 milhões), o maior da série. O aumento foi
de 23% na comparação com igual período do ano anterior — bem maior que a
alta de 11,5% do número de empregados com carteira assinada no mesmo
período.
Lameiras considera "natural" a força do emprego informal neste momento,
visto que foi o que mais sofreu na pandemia e destaca que o setor de
serviços, que puxa o crescimento "é um setor realmente intensivo em mão
de obra informal".
A economista diz, ainda, que é esperado que, na saída de uma recessão, o
emprego informal apareça primeiro, enquanto o empregado "não tem muito
claro se esse processo de retomada de crescimento é um processo
duradouro". "Enquanto ele não tiver esta certeza, ele vai deixar aquele
trabalhador ali na informalidade", diz.
"O emprego informal sempre vai ter, mas a gente pode diminuir, trazendo
esse trabalhador sem carteira para o trabalhador com carteira, esse
conta própria para um conta própria com CNPJ — e o caminho é crescimento
econômico. Não existe maneira mais eficaz de criar emprego de qualidade
do que crescendo de maneira forte e sustentável."
Borges acredita que o Brasil terminará 2023 com um crescimento em torno
de 2% e um desemprego na casa dos 9%, mas diz que o quadro é mais
incerto para o próximo ano.
"Muitas dessas medidas que o governo está usando para impulsionar o PIB
neste ano têm vida curta. Elas vão antecipar consumo e antecipar PIB
para este ano e, entre aspas, roubar isso do ano que vem. E aí
obviamente que isso acaba impactando o mercado de trabalho negativamente
ao longo de 2023".