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terça-feira, 19 de julho de 2022

Embraer anuncia venda de 28 aeronaves e acordo por 150 'carros voadores'

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'Carro voador' é uma espécie de helicóptero elétrico de pouso e decolagem vertical (eVTOL). Acordos foram anunciados nesta terça-feira (19) em feira de aviação no Reino Unido.
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Por g1 Vale do Paraíba e região

Postado em 19 de julho de 2022 às 14h15m

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Embraer anuncia venda de 28 aeronaves e acordo por 150 'carros voadores' — Foto: Divulgação/Embraer
Embraer anuncia venda de 28 aeronaves e acordo por 150 'carros voadores' — Foto: Divulgação/Embraer

A Embraer anunciou nesta terça-feira (19) a venda de 28 aeronaves para companhias aéreas e um acordo para comercialização de 150 veículos elétricos de pouso e decolagem vertical, o eVTOL (veja mais abaixo).

Os anúncios foram feitos pela fabricante de aviões brasileira na feira de aviação em Farnborough, no Reino Unido.

O primeiro contrato é para venda de 20 jatos comerciais E195-E2 para Porter Airlines, que prevê expandir o serviço na América do Norte. A primeira entrega está programada para o segundo semestre deste ano.

O novo acordo, com valor de US$ 1,56 bilhão, eleva os pedidos da Porter à Embraer para um total de até 100 aeronaves E195-E2. Em 2021, a companhia encomendou 30 jatos Embraer E195-E2, com direito de compra de mais 50 aeronaves, no valor de US$ 5,82 bilhões, se todas as opções forem exercidas.

Outra venda firmada pela Embraer foi para a Alaska Air Group. O contrato prevê venda de oito novos jatos E175 e opções para a compra de mais 13. O valor do contrato, incluindo opções, é de US$ 1,12 bilhão.

As novas aeronaves terão 76 assentos, e serão entregues a partir do segundo trimestre de 2023.

Modelo de 'carro voador' da Embrear é apresentado na Inglatrerra — Foto: Divulgação
Modelo de 'carro voador' da Embrear é apresentado na Inglatrerra — Foto: Divulgação

Carros voadores

Ainda na feira de aviação em Farnborough, a Eve, empresa da Embraer voltada ao desenvolvimento de "carros voadores", anunciou acordo para venda de 150 veículos elétricos de decolagem e pouso vertical, o eVTOL.

Os veículos devem ser adquiridos por uma parceria de colaboração entre a Embraer e a BAE System, também anunciada durante a feira de aviação. As companhias pretendem criar uma joint venture para explorar uma eVTOL da Eve para aplicação no mercado de defesa e segurança.

O pedido potencial será adicionado à atual carteira de pedidos da Eve de 1.910 eVTOLS.

Cabine de 'carro voador' da Embraer — Foto: Divulgação
Cabine de 'carro voador' da Embraer — Foto: Divulgação

Na segunda (18), a Eve revelou ao público a cabine de seu primeiro veículo em exposição Fly the Future na Inglaterra. A proposta é apresentar o veículo ao mercado.

Na maquete, a Embraer mostra como ficou o design atual do veículo, que tem uma asa e cauda convencionais em vez da configuração canard anterior. Os oito rotores são fixados ao redor da asa, proporcionando capacidade de decolagem e pouso vertical.

O modelo é o primeiro a ser desenvolvido pela empresa, que e prevê que até 2035 mais de 200 "carros voadores" transportem 4,5 milhões de passageiros em mais de 100 rotas anualmente no Rio de Janeiro e Região Metropolitana do estado.

Maquete de cabine de 'carro voador' da Embraer é apresentado ao público — Foto: Divulgação
Maquete de cabine de 'carro voador' da Embraer é apresentado ao público — Foto: Divulgação

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segunda-feira, 18 de julho de 2022

Esqueleto raro da Batalha de Waterloo é descoberto na Bélgica

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Ossada foi encontrada em sítio arqueológico de hospital de campanha do conflito que marcou o fim do reinado de Napoleão Bonaparte na França, em 1815.
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Por g1

Postado em 18 de julho de 2022 às 19h45m

 #.*Post. - N.\ 10.397*.#

Esqueleto completo tem mais de 200 anos — Foto: Chris van Houts
Esqueleto completo tem mais de 200 anos — Foto: Chris van Houts

Arqueólogos e voluntários do projeto Waterloo Uncovered encontraram o esqueleto completo de um soldado que lutou na Batalha de Waterloo, em 1815, na Bélgica. A descoberta, anunciada na quarta-feira (13), é um tanto rara e foi feita durante escavações em um hospital de campanha da época, situado no vilarejo de Mont-Saint-Jean, a cerca de 20 quilômetros de Bruxelas.

De acordo com os pesquisadores, o achado jazia entre caixas de munição, lixo hospitalar e ossos de pernas e braços de combatentes que tiveram os membros amputados na ocasião. Para Véronique Moulaert, funcionária da Agência de Patrimônio da região, encontrar todos estes artefatos em um mesmo lugar evidencia o estado de emergência em que o hospital estava.

Crânio do esqueleto descoberto em sítio arqueológico da Batalha de Waterloo — Foto: Chris van Houts
Crânio do esqueleto descoberto em sítio arqueológico da Batalha de Waterloo — Foto: Chris van Houts

"Soldados mortos, membros amputados e mais tinham que ser varridos para valas próximas e rapidamente enterrados em uma tentativa desesperada de conter a propagação de doenças ao redor do hospital", afirmou Moulaert, em declaração à imprensa.

Restos destroçados do osso da perna de um soldado que lutou no conflito — Foto: Chris van Houts
Restos destroçados do osso da perna de um soldado que lutou no conflito — Foto: Chris van Houts

Os restos mortais de vários cavalos também foram encontrados no sítio arqueológico e isso, para os estudiosos, ressalta a brutalidade do conflito. "Sou arqueólogo de campos de batalha há 20 anos e nunca vi nada parecido", afirmou Tony Pollard, um dos diretores arqueológicos do projeto e diretor do Centro de Arqueologia de Campos de Batalha da Universidade de Glasgow, Escócia.

Esqueleto de cavalo encontrado no sítio arqueológico da Batalha de Waterloo — Foto: Chris van Houts
Esqueleto de cavalo encontrado no sítio arqueológico da Batalha de Waterloo — Foto: Chris van Houts

A Batalha de Waterloo marcou o fim do governo de Cem Dias de Napoleão Bonaparte, que abdicou do trono da França após a derrota para os britânicos e prussianos. Estima-se que mais de 20 mil combatentes tenham morrido em apenas um dia de conflito, mas o paradeiro de grande parte desses corpos permanece desconhecido.

Os cientistas do Waterloo Uncovered, que trabalham na região desde 2015, acreditam que muitos cadáveres foram queimados em piras ou empilhados em valas comuns. Outra hipótese da equipe é que boa parte dos corpos foram removidos das sepulturas e enviados para o Reino Unido para terem seus ossos transformados em fertilizantes e comercializados.

Dentes humanos encontrados durante as escavações em Mont-Saint-Jean — Foto: Chris van Houts
Dentes humanos encontrados durante as escavações em Mont-Saint-Jean — Foto: Chris van Houts

A equipe espera realizar um levantamento geofísico em larga escala da região ainda este ano. O objetivo da análise é identificar anomalias na paisagem que potencialmente indiquem a existência de valas comuns, objetos metálicos ou estruturas perdidas.

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'Polícia dos buracos negros' descobre primeiro buraco negro estelar 'adormecido' fora da Via Láctea

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Embora previstos por teoria, fenômenos do tipo são bastante difíceis de serem detectados. 'Conseguimos identificar uma agulha num palheiro', afirmou um astrônomo do projeto.
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Por g1

Postado em 18 de julho de 2022 às 15h15m

 #.*Post. - N.\ 10.396*.#

Representação artística mostra como seria o buraco negro. Escala da imagem não representa a realidade. A estrela azul ao centro é cerca de 200 000 vezes maior que o buraco negro. — Foto: ESO/L. Calçada
Representação artística mostra como seria o buraco negro. Escala da imagem não representa a realidade. A estrela azul ao centro é cerca de 200 000 vezes maior que o buraco negro. — Foto: ESO/L. Calçada

A lista de fenômenos espaciais cresceu com a primeira detecção de um buraco negro de massa estelar adormecido, orbitando outra estrela, ainda longe o suficiente para não engolir sua companheira.

Este novo tipo de buraco negro, embora há muito tempo previsto por teoria (mas muito difícil de se detectar, pois está bem escondido) foi encontrado após seis anos de observação com o Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu Austral (ESO, na sigla em inglês) no Chile, de acordo com um estudo publicado na revista científica Nature Astronomy nesta segunda-feira (18).

"Encontramos uma agulha no palheiro", comentou o principal autor do estudo, Tomer Shenar, em um comunicado.

Durante três anos, vários candidatos ao título de "buraco negro adormecido" se apresentaram, mas nenhum até agora havia sido aceito por essa equipe internacional de astrônomos, batizada pela ESO de "polícia dos buracos negros".

O vencedor, com uma dúzia de vezes a massa do Sol, está na Nuvem de Magalhães, uma galáxia anã perto da Via Láctea. É como a segunda perna de um sistema binário de duas estrelas girando em torno uma da outra, uma das quais, morta, tornou-se um buraco negro e a outra ainda está viva.

O que é um buraco negro?

O que é um buraco negro?

Buracos negros de massa estelar - incomparavelmente menores que seus irmãos supermassivos - são estrelas massivas (entre 5 e 50 vezes a massa do Sol) no final de suas vidas, que estão colapsando sobre si mesmas.

Esses objetos são tão densos e sua força de gravidade tão poderosa que nem mesmo a luz pode escapar: são, portanto, por definição, invisíveis. Os cientistas podem, porém, observar a matéria que circula em volta, antes de ser engolida... exceto quando o buraco negro "dorme", de dieta.

Nos sistemas binários já observados, a estrela que se tornou um buraco negro está perto o suficiente de sua estrela companheira para "roubar" sua matéria ("o que os cientistas chamam de acreção"), explica à agência de notícias AFP Hugues Sana, da Universidade de Louvain (KU Leuven), na Bélgica, um dos autores do estudo.

A Nebulosa da Tarântula, a 160.000 anos-luz de distância da Terra, uma das estruturas da Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia satélite da nossa Via Láctea. — Foto: ESO
A Nebulosa da Tarântula, a 160.000 anos-luz de distância da Terra, uma das estruturas da Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia satélite da nossa Via Láctea. — Foto: ESO

'Casal de dançarinos'

Esta matéria, uma vez capturada, emite raios-X, que podem ser detectados. Mas aqui, o buraco negro não emite nenhum, e por uma boa razão: "A estrela viva (cerca de 25 vezes a massa do Sol) está longe o suficiente para não ser engolida. Ela permanece, por enquanto, em equilíbrio nesta órbita", com duração de 14 dias, continua o astrônomo.

Um equilíbrio que não vai durar, segundo ele. "A estrela viva crescerá e, neste momento, parte de sua superfície será engolida pelo buraco negro", que emitirá raios-X e, portanto, sairá de seu estado adormecido.

Mas como saber que tal objeto existe? "Imagine um casal de dançarinos de mãos dadas, que você observa no escuro. Um vestido preto, o outro um traje luminoso: você só vê a dança do segundo, mas sabe que ele tem um parceiro de dança, graças ao estudo do movimento", explica Hugues Sana.

Na astronomia, assim como Júpiter e o Sol giram em torno um do outro, podemos medir as respectivas massas de um sistema binário observando esses movimentos.

Para ter certeza de que o objeto fantasma era de fato um buraco negro, os pesquisadores procederam por eliminação, descartando vários cenários, como o de uma estrela perdendo seu envelope.

"A única explicação razoável é que se trata de um buraco negro, porque nenhuma outra estrela consegue reproduzir esses dados observacionais", resume o pesquisador.

De acordo com modelos recentes, cerca de 2% das estrelas massivas em nossa galáxia provavelmente têm um buraco negro ao seu redor, ou cerca de 100 milhões, de acordo com Hugues Sana.

"No momento, conhecemos apenas dez deles, todos detectados graças às suas emissões de raios-X, então estamos perdendo alguns!"

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domingo, 17 de julho de 2022

Dia de Proteção às Florestas: dados alertam para importância da preservação e conservação da Amazônia

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O Pará, que abriga 9% das florestas tropicais do mundo, é o segundo estado que mais desmatou a Amazônia em 2022 até o momento.
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Por Alan Martins, g1 Santarém e região — PA

Postado em 17 de julho de 2022 às 15h10m

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Pará abriga 9% das florestas tropicais do mundo — Foto: Asimas/Divulgação
Pará abriga 9% das florestas tropicais do mundo — Foto: Asimas/Divulgação

O Dia de Proteção às Florestas é celebrado neste domingo (17), dia do Curupira, que é um personagem do folclore brasileiro considerado o protetor das florestas, famoso pelos cabelos vermelhos semelhante ao fogo e pés posicionados ao contrário, com os calcanhares para frente. Não faltam motivos para que a data em homenagem a ele seja lembrada como forma de conscientizar sobre a importância da conservação florestal.

E mesmo diante de tantas campanhas promovidas por diversas instituições, órgãos de segurança e ONGs a favor da preservação, as florestas continuam correndo riscos constante de queimadas e devastação.

De acordo com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), apenas nos cinco primeiros meses de 2022, a Amazônia perdeu mais de 2 mil campos de futebol por dia de mata nativa, a maior devastação dos últimos 15 anos para o período. A Amazônia ainda conta com vastas áreas de floresta, mas elas se encontram sob ameaça.

Segundo maior desmatador da Amazônia

O Pará está situado no maior corredor de florestas protegidas do mundo com cerca de 21 milhões de hectares — Foto: Agência Pará
O Pará está situado no maior corredor de florestas protegidas do mundo com cerca de 21 milhões de hectares — Foto: Agência Pará

O Pará é o segundo maior estado do Brasil, e também o segundo que mais desmatou a Amazônia em 2022, com cerca de 471 km², o que representa 32% e lidera ranking com mais de mil processos contra desmatadores na região amazônica.

Com extensão territorial de 1.245.871 km², o estado do Pará abriga 9% das florestas tropicais do mundo, segundo a organização The Nature Conservancy. O desmatamento nessas áreas, além de trazer prejuízos ambientais, pode resultar ainda em riscos à saúde de comunidades tradicionais.

Em solo paraense, um dos grandes problemas é o avanço da devastação sobre áreas protegidas, como unidades de conservação (UCs) e terras indígenas (TIs). Seis das 10 UCs e quatro das 10 TIs mais desmatadas na Amazônia ficam no Pará, segundo o Imazon.

O Pará apresenta metade das Áreas de Proteção (APs) no ranking das 10 mais ameaçadas na região como APA do Tapajós e a Floresta Nacional (Flona) do Tapajós.

As florestas

Parte da Floresta Nacional do Tapajós com o rio Tapajós ao fundo — Foto: g1
Parte da Floresta Nacional do Tapajós com o rio Tapajós ao fundo — Foto: g1

Preservar as florestas é essencial, pois não garante somente os processos biológicos, como traz diversos benefícios à sociedade.

"As florestas fornecem água potável para mais de 33% das maiores cidades do mundo. A qualidade deste recurso, primordial para a saúde e o desenvolvimento rural e urbano, está vinculada com a gestão florestal. As florestas propiciam 40% de toda a energia renovável do mundo", destacou João Victor, brigadista.

Além disso, as grandes florestas desempenham um papel primordial na regulação do clima ao ajudar na absorção do gás carbônico da atmosfera.

Proteção às florestas

Floresta Nacional do Tapajós — Foto: g1
Floresta Nacional do Tapajós — Foto: g1

Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), as políticas públicas para o combate ao desmatamento implementadas a partir de 2004 contribuíram para que a taxa de desmatamento na Amazônia brasileira desacelerasse em mais de 80%, caindo de 27,8 mil km² em 2004 para 4,6 mil km² em 2012, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Na região Oeste do Pará, o ICMBio atua nas unidades de conservação federal como Flona Tapajós e o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (IdeflorBio). O órgão também abrange unidades de conservação estaduais, como o Parque Estadual de Monte Alegre.

O ICMBio faz a gestão dessas unidades de conservação com a missão de proteger o patrimônio natural e promover o desenvolvimento socioambiental.

As florestas públicas

O conceito de florestas nacionais nasceu com o Código Florestal de 1934, que institui os tipos de florestas públicas especialmente protegidas: Áreas de Proteção Ambiental (APA), Áreas de Relevante Interesse Ecológico (ARIE), Florestas Nacionais (Flona), Reservas Extrativistas (Resex), Reservas de Fauna e Reservas de Desenvolvimento Sustentável.

Reguladas pela Lei 9.985/00 que criou o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), as espécies nativas podem ser usadas na cadeia produtiva do setor florestal e no oeste do Pará, o manejo florestal sustentável é realizado na Floresta Nacional do Tapajós, garantindo emprego e renda, com o uso múltiplo sustentável dos recursos naturais.

Em 2006 foi entrou em vigor a Lei 11.284, que dispõe sobre a gestão de florestas públicas para produção sustentável e instituiu o Serviço Florestal Brasileiro.

Manejo florestal sustentável na Floresta Nacional do Tapajós — Foto: Asimas/Divulgação
Manejo florestal sustentável na Floresta Nacional do Tapajós — Foto: Asimas/Divulgação

Nas florestas nacionais, a concessão florestal é aberta, qualquer empresa pode solicitar, desde que cumpra os requisitos do Código Florestal Brasileiro e no edital de licitação da área. Já nas reservas extrativistas, como o objetivo é conservar o modo de vida tradicional, apenas os moradores podem manejar, reforça Candido Batista do Nascimento, Presidente da Associação das Indústrias Madeireiras de Santarém e Região (Asimas).

De acordo com a legislação atual, é permitido realizar as atividades de manejo florestal por meio de concessões, que autorizam o solicitante a explorar a área de forma sustentável. A lei aponta que uma floresta nacional, como a Flona Tapajós, em Belterra (PA), é de posse e domínio públicos. Quando criada, as áreas privadas incluídas em seus limites devem ser desapropriadas; já as populações tradicionais que já a habitavam permanecem, desde que incluídas no regulamento e no Plano de Manejo da unidade para garantir o uso sustentável da floresta.

Nessas áreas é permitida a presença humana, bem como atividades de subsistência, pesquisas científicas e o ecoturismo, contudo, a atividade mais rentável dentro de uma Flona é o manejo florestal, o qual pode ser madeireiro ou não madeireiro. A atividade de manejo é altamente interessante para as comunidades que moram dentro das Florestas Nacionais, pois emprega muitos trabalhadores em atividades como inventário, corte, arraste de toras, assim como subsidia outras atividades, como a produção de móveis a partir de resíduos florestais, e artesanatos produzidos a partir de cipós, cascas, entre outros, ressalta Victor Moutinho, professor da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e doutor em Recursos Florestais.

A concessão é uma alternativa prevista do Código Florestal Brasileiro que tem como princípio impedir a degradação e devastação da floresta pela ocupação desordenada e, assim fomentar e viabilizar uma gestão sustentável, aumentar a renda e ofertar melhor qualidade de vida para as populações locais.

As florestas públicas estão sob a gestão do governo federal e devem ser monitoradas por seus órgãos de regulamentação e fiscalização. A colheita passa por um rigoroso processo de análise documental, incluindo tecnologia de GPS, que permite o monitoramento de toda a cadeia do produto, da retirada da floresta ao consumidor final.

Alvos de incêndios

Voluntário combatendo incêndio em Alter do Chão — Foto: Semma/Divulgação
Voluntário combatendo incêndio em Alter do Chão — Foto: Semma/Divulgação

No dia 14 de setembro de 2019, um incêndio de grande proporção atingiu a floresta de Alter do Chão, localizada em Santarém, no oeste do Pará. As chamas avançaram para a rodovia Everaldo Martins e o incêndio se estendeu até Ponta de Pedras, afetarando grande área da mata nativa.

No dia seguinte, os brigadistas iniciaram o combate ao fogo, que naquele momento tinha três grandes focos. O Corpo de Bombeiros e o Exército Brasileiro também foram acionados.

No mesmo dia, centenas de fotos viralizaram nas redes sociais com uma verdadeira cortina de fumaça sobre a vila de Alter do Chão. Pelas imagens aéreas era possível vislumbrar a extensão do fogo que atingiu a floresta.

Um grupo com representantes da Polícia Militar, Companhia de Missões Ambientais, Companhia de Polícia Ambiental, Semma e Corpo de Bombeiros foi montado para trabalhar em conjunto nas investigações para apurar possível ação criminosa no local. Um inquérito havia sido instaurado.

Brigadistas presos por suspeita de incêndio em Alter do Chão

Da esquerda para a direita: Marcelo Cwerver, Gustavo Fernandes, João Romano e Daniel Gutierrez, brigadistas de Alter do Chão — Foto: Divulgação
Da esquerda para a direita: Marcelo Cwerver, Gustavo Fernandes, João Romano e Daniel Gutierrez, brigadistas de Alter do Chão — Foto: Divulgação

Quatro integrantes da Brigada de Incêndio de Alter do Chão foram presos no dia 26 de novembro de 2019, por suspeita de incêndio criminoso na Área de Proteção Ambiental (APA).

Foram presos preventivamente Daniel Gutierrez Govino, João Victor Pereira Romano, Gustavo de Almeida Fernandes e Marcelo Aron Cwerver.

Na época, Wlandre Leal, advogado de defesa dos brigadistas, disse que não existiam no inquérito provas concretas que ligassem os brigadistas aos crimes contra a flora e associação criminosa, dos quais são apontados como suspeitos pela polícia.

A Justiça Federal, no dia 9 de fevereiro de 2021, arquivou o inquérito da Polícia Federal (PF) que investigou as causas dos incêndios. Em março, a Promotoria de Justiça de Santarém, também promoveu o arquivamento do Procedimento Investigatório Criminal (PIC) que apurava a suposta prática de incêndios criminosos.

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