Total de visualizações de página

domingo, 17 de janeiro de 2021

Sepultura nazista no Amapá completa 85 anos em meio a mistério sobre planos de Hitler para a Amazônia

= =---____------- ===  ----                                            -----________::_____   _____= =..= = =..= =..= = =____   _____::________                       --------- ====  -----------____---= =


Cruz com suástica chama atenção em pequeno cemitério isolado no extremo sul do estado. Expedição de quase 2 anos coletou informações para implantação de colônia na região.  
= =---____------- ===  ----                                            -----________::_____   _____= =..= = =..= =..= = =____   _____::________                       --------- ====  -----------____---= =
Por John Pacheco, G1 AP — Macapá  
02/01/2021 11h14 Atualizado há 2 semanas
Postado em 17 de janeiro de 2021 às 10h00m


|        .      Post.N.\9.640     .      |
|||.__-_____    _____ ____    ______    ____- _|| 

Imagem da época mostra indígenas da região com a cruz de Joseph Greiner — Foto: Reprodução
Imagem da época mostra indígenas da região com a cruz de Joseph Greiner — Foto: Reprodução

"Joseph Greiner morreu aqui de febre em 2 de janeiro de 1936 a serviço da pesquisa alemã". A inscrição no idioma alemão numa cruz fincada há 85 anos num pequeno cemitério próximo da cachoeira de Santo Antônio, no Rio Jari, no extremo Sul do Amapá, desperta até hoje a curiosidade de nativos e pesquisadores sobre um projeto audacioso de Adolf Hitler para implantar uma colônia na Amazônia.

O G1 visitou o local em 2017 e mostrou a grandiosidade da cruz, que tem quase 3 metros e chama a atenção de quem vê de longe. O cemitério é de difícil acesso e fica a uma hora de barco pelo rio partindo da cidade mais próxima, Laranjal do Jari.

Cruz fica na margem direita do rio Jari próxima à cachoeira de Santo Antônio. Foto de 2017 — Foto: John Pacheco/G1
Cruz fica na margem direita do rio Jari próxima à cachoeira de Santo Antônio. Foto de 2017 — Foto: John Pacheco/G1

Segundo historiadores, Joseph Greiner era integrante da comitiva alemã que por quase dois anos atuou na Amazônia.

O objetivo da Alemanha de Hitler era implantar uma colônia na América do Sul, a exemplo da Guiana Inglesa, Suriname (Holanda) e Guiana Francesa. O plano não continuou, mas ao longo de 17 meses, a pesquisa levantou informações sobre fauna, flora e a cultura indígena. Registros em imagens feitos à época mostram a relação com a tribo Aparai.

"A França na época era arqui-inimiga da Alemanha, desde a Primeira Guerra Mundial. Tinha todo um rancor ainda pela França. Então possivelmente o interesse deles em chegar à Guiana era uma futura invasão no caso se eles entrassem em conflito", contou, em 2017, Edivaldo Nunes, historiador da Universidade Federal do Amapá (Unifap).

Registros feitos à época mostram trabalho de pesquisadores alemães — Foto: Reprodução/Rede Amazônica
Registros feitos à época mostram trabalho de pesquisadores alemães — Foto: Reprodução/Rede Amazônica

Greiner morreu de uma febre não especificada durante a expedição. Ainda segundo estudos e um livro alemão sobre o assunto, ele era capataz da tropa e morava no Brasil antes de ser recrutado pelo governo alemão. O objetivo era que ele facilitasse a comunicação.

"Ele veio ainda adolescente pro Brasil, com 15 anos. Não se tem uma idade exata, mas ele tinha mais de 30 anos quando faleceu em janeiro de 1936. Ele era uma pessoa que não tinha família, não era casado, era solteiro, e não deixou filhos também", completou Nunes.

O local onde ele foi enterrado fica próximo à cachoeira de Santo Antônio, que abriga a hidrelétrica de mesmo nome. Após o sepultamento no local, a área foi usada como cemitério por comunidades na região. A cruz resiste ao tempo e aos efeitos da natureza e permanece de pé.

Expedição Jari usou pequeno avião para sobrevoar floresta — Foto: Reprodução/Rede Amazônica
Expedição Jari usou pequeno avião para sobrevoar floresta — Foto: Reprodução/Rede Amazônica

Dificuldades na selva

A "Expedição Jari", como foi chamada, trouxe grande aparato da Alemanha para a atuação no sul do Amapá. A equipe formada por três pesquisadores, além de Greiner, trouxe um avião para a região.

Após realizar alguns sobrevoos pela área, a aeronave de pequeno porte apresentou defeitos e não pode ser mais usada.

Com isso, as equipes necessitaram ainda mais da ajuda dos indígenas. A febre fatal para Joseph Greiner foi só uma das várias doenças que atingiram aos membros da expedição, além de outras enfermidades como malária e difteria. O forte calor e as sucessivas chuvas também eram problemas.

Imagem de documentário alemão mostra cruz sendo fincada por indígenas — Foto: Reprodução
Imagem de documentário alemão mostra cruz sendo fincada por indígenas — Foto: Reprodução

Com o possível plano de invasão em mente, a equipe retornou à Alemanha, mas o projeto Guiana nunca foi realizado, mesmo assim, a visitação levou crânios e informações de mais de 500 mamíferos, répteis, anfíbios e aves, além de registros em fotos e filmagens.

Um documentário alemão, feito na época, mostra em detalhes os percalços da viagem, inclusive com imagens da expedição e do contato com os índios. Confira:

Veja o plantão de últimas notícias do G1 Amapá

------++-====-----------------------------------------------------------------------=================---------------------------------------------------------------------------------====-++------

sábado, 16 de janeiro de 2021

Como a escravidão atrasou o processo de industrialização do Brasil

= =---____------- ===  ----                                            -----________::_____   _____= =..= = =..= =..= = =____   _____::________                       --------- ====  -----------____---= =


Cativeiro negro beneficiou pequena elite, mas postergou desenvolvimento do país, dizem pesquisadores. 
= =---____------- ===  ----                                            -----________::_____   _____= =..= = =..= =..= = =____   _____::________                       --------- ====  -----------____---= =
TOPO
Por BBC  
16/01/2021 15h39 Atualizado há uma hora
Postado em 16 de janeiro de 2021 às 16h45m


|        .      Post.N.\9.639     .      |
|||.__-_____    _____ ____    ______    ____- _|| 

Escravizados urbanos coletando água no Brasil da década de 1830. Para pesquisadores, escravidão atrasou desenvolvimento do país — Foto: Johann Moritz Rugendas/Slavery Images via BBC
Escravizados urbanos coletando água no Brasil da década de 1830. Para pesquisadores, escravidão atrasou desenvolvimento do país — Foto: Johann Moritz Rugendas/Slavery Images via BBC

O Brasil importou mais africanos escravizados do que qualquer outro país e, por aqui, a escravidão durou mais tempo do que em qualquer outra parte do Ocidente.

No entanto, ao invés de promover o crescimento econômico e o desenvolvimento, o trabalho compulsório de negros e negras atrasou o processo de industrialização do país, mostra estudo feito por pesquisadores das universidades de Manchester, Bonn e da FGV (Fundação Getulio Vargas).

De maneira inédita, usando a econometria — um método que utiliza a matemática e a estatística para avaliar teorias econômicas —, os analistas mostram com números algo que a literatura historiográfica e econômica já apontava: que a escravidão beneficiou apenas uma pequena elite enquanto atrasou o desenvolvimento do país como um todo.

Escravidão no Brasil em números

Segundo o estudo, entre os séculos 16 e 19, cerca de 4,9 milhões de africanos desembarcaram na costa brasileira, o que representa 46% de todas as chegadas de escravizados ao continente americano. Em comparação, 388.746 escravizados foram levados para os Estados Unidos.

Escravizados recém-chegados da África sendo desembarcados em um porto brasileiro. Entre os séculos 16 e 19, cerca de 4,9 milhões de africanos desembarcaram no país — Foto: Johann Moritz Rugendas/Slavery Images via BBC
Escravizados recém-chegados da África sendo desembarcados em um porto brasileiro. Entre os séculos 16 e 19, cerca de 4,9 milhões de africanos desembarcaram no país — Foto: Johann Moritz Rugendas/Slavery Images via BBC

O tráfico de africanos começou no Nordeste do país na década de 1560, com os cativos sendo empregados inicialmente em grandes plantações de cana-de-açúcar nos entornos de Recife e Salvador. Na década de 1590, a chegada de escravizados aos portos da Bahia e de Pernambuco superava 12 mil por ano e flutuou em torno desse nível até a proibição do tráfico pela Lei Eusébio de Queirós, em 1850.

O Sudeste se tornou um destino relevante para escravizados no século 18, durante a corrida do ouro em Minas Gerais. A maioria dos africanos chegou à região através do Rio de Janeiro, que se tornou o maior porto de escravizados do mundo. Os desembarques de cativos ali chegaram a 25 mil por ano entre 1801 e 1850, com os escravizados sendo direcionados também à produção de café nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.

Números do fim do século 19 sugerem que a população de escravizados no Brasil chegou a cerca de 1 milhão a 1,5 milhão de pessoas, num país com uma população de 3 milhões.

O país também foi o último do Ocidente a abolir a escravidão, em 1888, depois de todos os vizinhos sul-americanos e caribenhos e dos Estados Unidos (1863).

Um debate que vem de décadas

"Nosso objetivo é contribuir para um debate amplo que é qual é o papel da escravidão no desenvolvimento econômico de longo prazo", diz Thales Pereira, professor da EESP-FGV (Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas).

Pereira é um dos coautores do estudo, junto a Nuno Palma, Andrea Papadia e Leonardo Weller. Palma é professor na Universidade de Manchester, no Reino Unido; Papadia é pesquisador na Universidade de Bonn, na Alemanha; e Weller é professor da EESP-FGV. O artigo foi apresentado como texto para discussão pela Universidade de Warwick, no Reino Unido, e os autores esperam sua publicação em periódico acadêmico ainda este ano.

Africanos em um mercado de escravizados em Pernambuco. Debate sobre papel da escravidão no desenvolvimento econômico começou na década de 1940, com o historiador Eric Williams — Foto: Crédito: Maria Graham/Slavery Images via BBC
Africanos em um mercado de escravizados em Pernambuco. Debate sobre papel da escravidão no desenvolvimento econômico começou na década de 1940, com o historiador Eric Williams — Foto: Crédito: Maria Graham/Slavery Images via BBC

Segundo Pereira, esse debate começa na década de 1940, com o historiador Eric Williams, que discute o papel da escravidão no Caribe para a revolução industrial inglesa.

Nos últimos dez anos, ganhou força uma nova literatura sobre o tema, parte da chamada "Nova História do Capitalismo", produzida por um grupo de historiadores americanos, que busca analisar o papel da escravidão para o desenvolvimento dos Estados Unidos.

Para esses autores, como Edward Baptist e Sven Beckert, a industrialização dos EUA estaria ligada ao acesso a algodão barato, fruto da exploração violenta dos escravizados. "É uma visão de crescimento econômico em que o desenvolvimento vem da exploração", avalia Pereira.

Segundo ele, apesar da interpretação desses autores ser considerada por muitos pesquisadores como extremamente falha e baseada em premissas equivocadas, essa visão ganhou espaço no senso comum, daí a importância de testar essas hipóteses a partir de dados concretos da realidade.

No Brasil, produção de algodão com e sem escravizados

O Brasil ofereceu aos pesquisadores uma ótima oportunidade para esses testes. Isso porque, por aqui, houve um aumento repentino da produção de algodão a partir da década de 1860, em resposta à paralisação das lavouras americanas em meio à Guerra Civil daquele país.

Além disso, no Brasil, houve uma situação peculiar: duas províncias vizinhas, Maranhão e Ceará, passaram por esse forte crescimento na produção de algodão, mas uma delas tinha praticamente só trabalho escravo e a outra, somente trabalho livre.

Assim, pela hipótese da "Nova História do Capitalismo", a produção do Maranhão deveria ter crescido mais do que aquela do Ceará. Mas não é isso que os pesquisadores encontram, ao analisar dados dos ministérios da Fazenda e da Agricultura do século 19.

"Na verdade, marginalmente, a produtividade do Ceará aumentou mais do que a do Maranhão", diz Pereira, acrescentando que isso descarta a hipótese de Edward Baptist de que seria a violência contra os escravos a causa do aumento de produtividade nas lavouras de algodão.

Por aqui, afirmam os pesquisadores, com base em registros históricos, o fator determinante nesse ganho de produtividade foi o uso de novas sementes, importadas dos Estados Unidos, e a adoção de tecnologias inovadoras.

Escravidão e industrialização

Outra hipótese que pôde ser testada na realidade brasileira é a que relaciona a escravidão e o avanço da industrialização.

Para isso, os pesquisadores usaram dados do Censo nacional de antes de depois da Abolição, mais precisamente, de 1872 e 1920. E compararam dados municipais dos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro (excluída a capital fluminense, cuja realidade era muito peculiar, pelo fato de a cidade ter sido a capital do país entre 1763 e 1960).

Vendedoras de Angu. Regiões com presença de escravizados afastavam imigrantes e o trabalho livre de maneira geral — Foto: Jean Baptiste Debret/Slavery Images via BBC
Vendedoras de Angu. Regiões com presença de escravizados afastavam imigrantes e o trabalho livre de maneira geral — Foto: Jean Baptiste Debret/Slavery Images via BBC

"Testamos se áreas que tinham maior presença de escravos, no Censo de 1872, que foi o primeiro Censo nacional brasileiro, tinham mais indústrias no início do século 20", explica Pereira. "Levamos em conta um monte de controles para analisar isso."

Entre os controles utilizados estão a parcela de trabalhadores ocupados na agricultura, a presença de imigrantes, o grau de alfabetização, se os municípios eram produtores antigos ou tardios de café, se havia presença ou não de estação de trem, a distância em relação ao porto mais próximo e a desigualdade na posse de terras.

"O que encontramos é que há uma forte correlação entre industrialização e capital humano. Tanto regiões onde os brasileiros são mais alfabetizados, quanto regiões que têm imigrantes — que à época tinham mais acesso à alfabetização —, têm mais industrialização", diz Pereira.

"Mas o que encontramos de interessante é que esse efeito só aparece após a abolição da escravidão. Ou seja, regiões com mais alfabetização e mais imigrantes em 1872 não têm mais indústria. Mas, onde esses fatores estão presentes em 1872, aparece a indústria em 1920."

"Isso é o que a literatura, à exceção da 'Nova História do Capitalismo', já discutia há muito tempo: que o potencial produtivo do país era limitado pela escravidão. Então, com o fim dela, houve um melhor uso dos recursos humanos na sociedade."

'Escravidão foi um desastre e atrasou o país'

Segundo o pesquisador, a presença de escravizados afastava os imigrantes e o trabalho livre de maneira geral. Além disso, em regiões onde havia muitos escravos, não havia incentivo municipal para a abertura de escolas para alfabetizar a população.

O professor da FGV diz que há evidências de que houve escravizados trabalhando na manufatura e na indústria têxtil, por exemplo. Mas que havia limites para a expansão dessa industrialização, pela falta de um mercado consumidor, já que esses trabalhadores não recebiam salários. Além disso, não havia estímulo para empregar escravizados na manufatura, porque o retorno deles na agricultura era maior.

"Resultados como os nossos, apesar de não serem conclusivos, ajudam a dissipar essa ideia, que vai e volta na literatura, de que crescimento econômico ocorre simplesmente por exploração", diz Pereira.

"Tentamos retomar a literatura que diz que isso não é verdade. A escravidão foi um desastre, um horror. Ela gerou riqueza para alguns, mas não gerou crescimento econômico para a sociedade."

"Ela não teve um efeito positivo 'oculto' como sugere a 'Nova História do Capitalismo'. Ela era indefensável. Mas por que a escravidão durou tanto? Porque ela era lucrativa para as pessoas que eram donas de escravos. Mas isso atrasou o país."

------++-====-----------------------------------------------------------------------=================---------------------------------------------------------------------------------====-++------

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Após 6 altas seguidas, vendas do comércio caem 0,1% em novembro

= =---____------- ===  ----                                            -----________::_____   _____= =..= = =..= =..= = =____   _____::________                       --------- ====  -----------____---= =


Apesar da desaceleração, setor se encontra 7,3% acima do patamar pré-pandemia. Na comparação com novembro do ano passado, houve alta de 3,4%, impulsionada pelas promoções da Black Friday.  
= =---____------- ===  ----                                            -----________::_____   _____= =..= = =..= =..= = =____   _____::________                       --------- ====  -----------____---= =
Por Daniel Silveira e Darlan Alvarenga, G1  
15/01/2021 09h01 Atualizado há 2 horas
Postado em 15 de janeiro de 2021 às 11h05m


|        .      Post.N.\9.638     .      |
|||.__-_____    _____ ____    ______    ____- _|| 

Movimento em shopping de Manaus — Foto: Rebeca Beatriz/G1 AM
Movimento em shopping de Manaus — Foto: Rebeca Beatriz/G1 AM

As vendas do comércio varejista caíram 0,1% em novembro, na comparação com outubro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), impactadas principalmente pelo recuo nas vendas dos supermercados em meio à alta da inflação. O resultado interrompeu uma sequência de 6 altas seguidas.

"No confronto com igual mês do ano anterior, também houve perda de ritmo, com o varejo crescendo 3,4% em novembro de 2020, menos que a alta de 8,4% em outubro. Apesar da desaceleração, o setor se encontra 7,3% acima do patamar pré-pandemia", destacou o IBGE.

Vendas do comércio mês a mês — Foto: Economia G1
Vendas do comércio mês a mês — Foto: Economia G1

O resultado veio abaixo do esperado. A expectativa em pesquisa da Reuters era de alta de 0,40% na comparação mensal e de avanço de 4,90% sobre um ano antes.

Setor ainda acumula alta no ano de 2020

No acumulado entre janeiro e novembro, o setor ainda registra alta de 1,2%. Em 12 meses, manteve avanço de 1,3% em novembro, sinalizando estabilidade no ritmo das vendas em relação a outubro.

Das 8 atividades do varejo analisadas pelo IBGE, no entanto, apenas quatro apresentavam crescimento acumulado no ano. As que tiveram melhor desempenho foram móveis e eletrodomésticos e artigos farmacêuticos, medicinais, ortopédicos e de perfumaria. Já as atividades de livros, jornais, revistas e papelaria e a de tecidos, vestuários e calçados tiveram os piores resultados.

Metade das atividades do comércio varejista apresentavam taxas negativas no acumulado do ano — Foto: Economia/G1
Metade das atividades do comércio varejista apresentavam taxas negativas no acumulado do ano — Foto: Economia/G1

Pelo conceito varejo ampliado, que inclui "Veículos, motos, partes e peças" e de "Material de construção", o volume de vendas cresceu 0,6% em relação a outubro e 4,1% na comparação com novembro de 2019. No acumulado no ano e nos últimos 12 meses, ainda há queda, de 1,9% e de 1,3%, respectivamente.

Veja o desempenho de cada uma das atividades em novembro

  • Combustíveis e lubrificantes: -0,4%
  • Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: -2,2%
  • Tecidos, vestuário e calçados: 3,6%
  • Móveis e eletrodomésticos: -0,1%
  • Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: 2,6%
  • Livros, jornais, revistas e papelaria: 5,6%
  • Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: 3%
  • Outros artigos de uso pessoal e doméstico: 1,4%
  • Veículos, motos, partes e peças: 3,5% (varejo ampliado)
  • Material de construção: -0,8% (varejo ampliado)
Impacto da inflação nas vendas

Das 8 atividades investigadas pelo IBGE, 5 cresceram na comparação com o outubro, porém hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que têm peso de cerca de 45% no índice geral, apresentaram retração de 2,2%, pressionando o resultado de novembro na comparação com outubro.

Se olharmos, por exemplo, para a receita das empresas dessa área [hipermercados], houve um declínio de 0,8%. E a diferença entre a receita e o volume de vendas demonstra um aumento de custos. Mas, além disso, é comum que o consumidor, quando tem uma queda de renda ou do seu poder de compra, passe a comprar menos produtos que não são essenciais e a optar por marcas mais baratas, apontou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos. 
Black Friday impulsiona alta na comparação com 2019

Embora as vendas tenham ficado praticamente estáveis em relação à outubro, houve alta na comparação com novembro do ano passado, refletindo as promoções da Black Friday.

Segundo o gerente da pesquisa, foi o desempenho dos hiper e supermercados, prejudicados sobretudo pela inflação, que impediu a percepção do impacto positivo da Black Friday no resultado mensal do setor, dado o peso desse segmento sobre o comércio.

Santos apontou que a Black Friday impacta principalmente as atividades de outros artigos de uso pessoal, móveis e eletrodomésticos, além de equipamentos de escritório, informática e comunicação. Sendo que, em novembro, essas duas primeiras atividades tiveram um desempenho bem superior ao do ano anterior, ao contrário dos equipamentos de escritório e informática, que ficaram 9,9% abaixo do mesmo período de 2019.

"Esses resultados também refletem o fato de as pessoas estarem ficando mais em casa, destacou Santos.

Segundo o IBGE, as empresas que estabeleceram estratégias específicas para as vendas da Black Friday informaram aumento de 9,6% na receita na comparação com novembro de 2019.

O gerente da pesquisa enfatizou, ainda, que da taxa de 3,4% de crescimento das vendas do setor nesta base de comparação, 3,1 p.p. foram de impacto direto da Black Friday.

Perspectivas

Após o forte tombo no 1º semestre, o comércio tem sido um dos destaque de recuperação da economia, tendo retomado já em agosto o patamar pré-pandemia. Todavia, o setor mostrou perda de fôlego na reta final do ano.

Na quarta-feira, o IBGE mostrou que o setor de serviços cresceu 2,6% em novembro, mas ainda se encontra 3,2% abaixo do patamar de fevereiro. Já a indústria cresceu 1,2% em novembro, mas acumula queda de 5,5% na parcial de 2020.

Analistas avaliam que o setor varejista passou a enfrentar um cenário mais desafiador em 2021 diante da maior cautela dos consumidores em meio a um cenário ainda complicado do mercado de trabalho e com o término dos auxílios do governo.

"O varejo conseguiu apresentar expansão significativa em 2020, especialmente em meio aos estímulos sustentados durante a pandemia. Mas, olhando para frente, existe a possibilidade de que a alta da inflação de alimentos e a redução do auxílio emergencial continuem trazendo um viés negativo para o setor avaliou Lisandra Barbero, economista da XP.

Lisandra destacou que alguns indicadores de curto prazo já apontam para alguma desaceleração do comércio em dezembro, como o das vendas de veículos novos da Fenabrave, que apontou queda de 26% no ano, o pior resultado desde de 2016.

Outro indicador que já apontou a perda de ritmo foi o Índice de Confiança do Comércio (ICOM), por exemplo, recuou pelo terceiro mês seguido em dezembro.

Os economistas do mercado financeiro estimam um tombo do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,37% em 2020, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. Para 2021, projetam uma alta de 3,41%.

Os analistas do mercado passaram a projetar também uma Selic em 3,25% no final de 2021 e em 4,75% em 2022.

------++-====-----------------------------------------------------------------------=================---------------------------------------------------------------------------------====-++------

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Setor de serviços tem 6ª alta seguida, mas segue abaixo do nível pré-pandemia

= =---____------- ===  ----                                            -----________::_____   _____= =..= = =..= =..= = =____   _____::________                       --------- ====  -----------____---= =


Em novembro, crescimento foi de 2,6%, mas setor ainda se encontra 3,2% abaixo do patamar de fevereiro, segundo IBGE. Em 12 meses, setor acumula tombo recorde de 7,4%.  
= =---____------- ===  ----                                            -----________::_____   _____= =..= = =..= =..= = =____   _____::________                       --------- ====  -----------____---= =
Por Daniel Silveira e Darlan Alvarenga, G1  
13/01/2021 09h00 Atualizado há 2 horas
Postado em 13 de janeiro de 2021 às 11h00m


|        .      Post.N.\9.637     .      |
|||.__-_____    _____ ____    ______    ____- _|| 

Setor de serviços cresce 2,6% no mês de novembro em relação a outubro, diz IBGE
Setor de serviços cresce 2,6% no mês de novembro em relação a outubro, diz IBGE

O volume de serviços prestados no Brasil cresceu 2,6% em novembro, na comparação com outubro, segundo divulgou nesta quarta-feira (13) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O setor cravou a 6ª alta seguida, mas ainda não conseguiu retomar o patamar pré-pandemia.

Apesar do ganho acumulado de 19,2% nesse período, o resultado ainda é insuficiente para compensar a perda de 19,6% verificada entre fevereiro e maio no setor, que ainda se encontra 3,2% abaixo do patamar de fevereiro, destacou o IBGE.

Segundo o IBGE, além de não ter voltado ao nível pré-pandemia, o volume de serviços no Brasil ainda se encontra 14,1% abaixo do recorde histórico, registrado em novembro de 2014.

O resultado, entretanto, foi melhor do que as expectativas em pesquisa da Reuters, que era de uma alta de 1,2% na comparação mensal.

Na comparação com novembro de 2019, houve queda de 4,8%, a nona taxa negativa seguida nesta base de comparação.

Volume de serviços mês a mês — Foto: Economia G1
Volume de serviços mês a mês — Foto: Economia G1

O IBGE revisou três das cinco altas anteriores, que tiveram crescimento maior que o divulgado anteriormente. A de outubro passou de 1,7% para 1,8%, a de setembro de 2,1% para 2,2% e a de julho de 2,7% para 2,9%.

Tombo de 8,3% no acumulado no ano e queda recorde em 12 meses

No ano, o setor de serviços passou a acumular queda foi de 8,3%, frente ao mesmo período de 2019. Já em 12 meses, o tombo chegou a 7,4%, resultado negativo mais intenso desde o início da série histórica, em dezembro de 2012.

De acordo com o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, as atividades que estão encontrando mais dificuldades são aquelas prestadas de forma presencial, por isso, o setor ainda não conseguiu recuperar as perdas:

Atividades como restaurantes, hotéis, serviços prestados à família de uma maneira geral e transporte de passageiros – seja o aéreo, o rodoviário e ou o metroviário - até mostraram melhoras, mas a necessidade de isolamento social ainda não permitiu o setor voltar ao patamar pré-pandemia, avaliou.

Das cinco grandes atividades do setor de serviços, somente a de outros serviços registrou variação positiva no acumulado no ano, de 6,5%.

A atividade com o pior resultado foi o de serviços prestados às famílias, que acumularam queda de 36,6% no ano - o pior resultado de toda a série histórica da pesquisa iniciada em 2012.

O segundo pior resultado ficou com os serviços profissionais, administrativos e complementares, com queda de 11,8%.

Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio tiveram o terceiro pior resultado acumulado no ano, com queda de 8,1%. Já os serviços de informação e comunicação acumularam queda de 2%.

Só 2 das 5 grandes atividades recuperaram perdas

De acordo com o IBGE, das cinco grandes atividades do setor de serviços, apenas duas recuperaram o patamar observado antes da pandemia - serviços de informação e comunicação e o de outros serviços. Ambos superaram o patamar de fevereiro em, respectivamente, 2,6% e 1,6%.

Distância (em %) do patamar pré-pandemia por atividade de serviços — Foto: Economia G1
Distância (em %) do patamar pré-pandemia por atividade de serviços — Foto: Economia G1

Para retomar ao patamar de fevereiro, a atividade de transportes, serviços auxiliares de transportes e correio precisa avançar 5,4%, enquanto os serviços profissionais, administrativos e complementares ainda precisam crescer 9,5%.

Já os serviços prestados às famílias precisam crescer 34,2% para zerar as perdas da pandemia.

Desempenho por segmentos

Todas as cinco atividades investigadas na pesquisa tiveram crescimento na passagem de outubro para novembro, com destaque para os transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (2,4%) e serviços prestados às famílias (8,2%).

Variação do volume de serviços em novembro, por atividade e subgrupos:

  • Serviços prestados às famílias: 8,2%
  • Serviços de alojamento e alimentação: 9,1%
  • Outros serviços prestados às famílias: 1,5%
  • Serviços de informação e comunicação: 0,5%
  • Serviços de tecnologia da informação e comunicação: -0,3%
  • Telecomunicações: -0,5%
  • Serviços de tecnologia da informação: -0,2%
  • Serviços audiovisuais: 5,6%
  • Serviços profissionais, administrativos e complementares: 2,5%
  • Serviços técnico-profissionais: 2,5%
  • Serviços administrativos e complementares: 1,5%
  • Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio: 2,4%
  • Transporte terrestre: 4,2%
  • Transporte aquaviário: -3,8%
  • Transporte aéreo: 6,8%
  • Armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio: 1,6%
  • Outros serviços: 0,5%
Serviços cresceram em 19 das 27 unidades da federação

Regionalmente, 19 das 27 unidades da federação tiveram expansão no volume de serviços em novembro. São Paulo (3,2%) registrou a maior alta. Outras contribuições positivas relevantes vieram de Minas Gerais, (2,8%), do Rio de Janeiro (1,3%), do Rio Grande do Sul (3,2%), de Pernambuco (5,2%) e do Paraná (2,1%). Já a principal retração foi do Distrito Federal (-9,9%).

Índice de atividades turísticas tem alta de 7,6% em novembro

O IBGE informou também que o índice de atividades turísticas cresceu 7,6% contra outubro, sétima taxa positiva seguida. O segmento, no entanto, ainda precisa avançar 42,8% para retornar ao patamar de fevereiro.

Crescimento no ano é improvável

O gerente da pesquisa enfatizou ser extremamente improvável que o setor de serviços encerre o ano de 2020 no campo positivo.

Segundo ele, para que possa ter crescimento nulo, ou seja, de 0%, o volume de serviços prestados no país em dezembro teriam que registrar um avanço entre 81,8% e 82,8% na comparação com novembro.

Qualquer que seja o contexto, é extremamente improvável que isso ocorra. Então, a gente terá na próxima divulgação, certamente, a queda mais intensa da série histórica para o setor de serviços, iniciada em 2012, disse Rodrigo Lobo.

Entre 2012 e 2014 o setor de serviços registrou taxas anuais positivas, acumulando alta de 11,3% no período. Nos três anos seguintes, no entanto, teve taxas anuais negativas, acumulando perda de 11%. Em 2018, o resultado foi nulo. Já em 2019 o setor encerrou o ano com alta de 1%.

Perspectivas

Amplamente dependente do contato presencial e de maior mobilidade, o setor de serviços, que tem importante peso sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do país, foi o mais abalado pela pandemia de coronavírus e tem mostrando uma retomada bem mais lenta do que a observada no comércio e na indústria, que já retomaram o patamar pré-pandemia.

A confiança do setor de serviços mostrou leve recuperação em dezembro, mas fechou o ano em baixa, segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Para o economista-chefe da Necton, André Perfeiro, o resultado de novembro foi positivo e veio melhor que o esperado. "De maneira geral foi um ótimo número e mais um dado importante na véspera da decisão do Copom que mostra atividade um pouco mais forte e assim pode mudar em parte o balanço de riscos da autoridade monetária", avaliou.

Na semana passada, o IBGE divulgou que a produção industrial cresceu 1,2% em novembro. Na parcial de 2020, porém, o setor acumula queda de 5,5%.

Já os dados do desempenho do comércio em novembro serão divulgados na sexta-feira (15).

Os economistas do mercado financeiro estimam um tombo do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,37% em 2020, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. Para 2021, projetam uma alta de 3,41%.

Os analistas do mercado passaram a projetar também uma Selic em 3,25% no final de 2021 e em 4,75% em 2022.

------++-====-----------------------------------------------------------------------=================---------------------------------------------------------------------------------====-++------