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sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Após 6 altas seguidas, vendas do comércio caem 0,1% em novembro

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Apesar da desaceleração, setor se encontra 7,3% acima do patamar pré-pandemia. Na comparação com novembro do ano passado, houve alta de 3,4%, impulsionada pelas promoções da Black Friday.  
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Por Daniel Silveira e Darlan Alvarenga, G1  
15/01/2021 09h01 Atualizado há 2 horas
Postado em 15 de janeiro de 2021 às 11h05m


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Movimento em shopping de Manaus — Foto: Rebeca Beatriz/G1 AM
Movimento em shopping de Manaus — Foto: Rebeca Beatriz/G1 AM

As vendas do comércio varejista caíram 0,1% em novembro, na comparação com outubro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), impactadas principalmente pelo recuo nas vendas dos supermercados em meio à alta da inflação. O resultado interrompeu uma sequência de 6 altas seguidas.

"No confronto com igual mês do ano anterior, também houve perda de ritmo, com o varejo crescendo 3,4% em novembro de 2020, menos que a alta de 8,4% em outubro. Apesar da desaceleração, o setor se encontra 7,3% acima do patamar pré-pandemia", destacou o IBGE.

Vendas do comércio mês a mês — Foto: Economia G1
Vendas do comércio mês a mês — Foto: Economia G1

O resultado veio abaixo do esperado. A expectativa em pesquisa da Reuters era de alta de 0,40% na comparação mensal e de avanço de 4,90% sobre um ano antes.

Setor ainda acumula alta no ano de 2020

No acumulado entre janeiro e novembro, o setor ainda registra alta de 1,2%. Em 12 meses, manteve avanço de 1,3% em novembro, sinalizando estabilidade no ritmo das vendas em relação a outubro.

Das 8 atividades do varejo analisadas pelo IBGE, no entanto, apenas quatro apresentavam crescimento acumulado no ano. As que tiveram melhor desempenho foram móveis e eletrodomésticos e artigos farmacêuticos, medicinais, ortopédicos e de perfumaria. Já as atividades de livros, jornais, revistas e papelaria e a de tecidos, vestuários e calçados tiveram os piores resultados.

Metade das atividades do comércio varejista apresentavam taxas negativas no acumulado do ano — Foto: Economia/G1
Metade das atividades do comércio varejista apresentavam taxas negativas no acumulado do ano — Foto: Economia/G1

Pelo conceito varejo ampliado, que inclui "Veículos, motos, partes e peças" e de "Material de construção", o volume de vendas cresceu 0,6% em relação a outubro e 4,1% na comparação com novembro de 2019. No acumulado no ano e nos últimos 12 meses, ainda há queda, de 1,9% e de 1,3%, respectivamente.

Veja o desempenho de cada uma das atividades em novembro

  • Combustíveis e lubrificantes: -0,4%
  • Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: -2,2%
  • Tecidos, vestuário e calçados: 3,6%
  • Móveis e eletrodomésticos: -0,1%
  • Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: 2,6%
  • Livros, jornais, revistas e papelaria: 5,6%
  • Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: 3%
  • Outros artigos de uso pessoal e doméstico: 1,4%
  • Veículos, motos, partes e peças: 3,5% (varejo ampliado)
  • Material de construção: -0,8% (varejo ampliado)
Impacto da inflação nas vendas

Das 8 atividades investigadas pelo IBGE, 5 cresceram na comparação com o outubro, porém hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que têm peso de cerca de 45% no índice geral, apresentaram retração de 2,2%, pressionando o resultado de novembro na comparação com outubro.

Se olharmos, por exemplo, para a receita das empresas dessa área [hipermercados], houve um declínio de 0,8%. E a diferença entre a receita e o volume de vendas demonstra um aumento de custos. Mas, além disso, é comum que o consumidor, quando tem uma queda de renda ou do seu poder de compra, passe a comprar menos produtos que não são essenciais e a optar por marcas mais baratas, apontou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos. 
Black Friday impulsiona alta na comparação com 2019

Embora as vendas tenham ficado praticamente estáveis em relação à outubro, houve alta na comparação com novembro do ano passado, refletindo as promoções da Black Friday.

Segundo o gerente da pesquisa, foi o desempenho dos hiper e supermercados, prejudicados sobretudo pela inflação, que impediu a percepção do impacto positivo da Black Friday no resultado mensal do setor, dado o peso desse segmento sobre o comércio.

Santos apontou que a Black Friday impacta principalmente as atividades de outros artigos de uso pessoal, móveis e eletrodomésticos, além de equipamentos de escritório, informática e comunicação. Sendo que, em novembro, essas duas primeiras atividades tiveram um desempenho bem superior ao do ano anterior, ao contrário dos equipamentos de escritório e informática, que ficaram 9,9% abaixo do mesmo período de 2019.

"Esses resultados também refletem o fato de as pessoas estarem ficando mais em casa, destacou Santos.

Segundo o IBGE, as empresas que estabeleceram estratégias específicas para as vendas da Black Friday informaram aumento de 9,6% na receita na comparação com novembro de 2019.

O gerente da pesquisa enfatizou, ainda, que da taxa de 3,4% de crescimento das vendas do setor nesta base de comparação, 3,1 p.p. foram de impacto direto da Black Friday.

Perspectivas

Após o forte tombo no 1º semestre, o comércio tem sido um dos destaque de recuperação da economia, tendo retomado já em agosto o patamar pré-pandemia. Todavia, o setor mostrou perda de fôlego na reta final do ano.

Na quarta-feira, o IBGE mostrou que o setor de serviços cresceu 2,6% em novembro, mas ainda se encontra 3,2% abaixo do patamar de fevereiro. Já a indústria cresceu 1,2% em novembro, mas acumula queda de 5,5% na parcial de 2020.

Analistas avaliam que o setor varejista passou a enfrentar um cenário mais desafiador em 2021 diante da maior cautela dos consumidores em meio a um cenário ainda complicado do mercado de trabalho e com o término dos auxílios do governo.

"O varejo conseguiu apresentar expansão significativa em 2020, especialmente em meio aos estímulos sustentados durante a pandemia. Mas, olhando para frente, existe a possibilidade de que a alta da inflação de alimentos e a redução do auxílio emergencial continuem trazendo um viés negativo para o setor avaliou Lisandra Barbero, economista da XP.

Lisandra destacou que alguns indicadores de curto prazo já apontam para alguma desaceleração do comércio em dezembro, como o das vendas de veículos novos da Fenabrave, que apontou queda de 26% no ano, o pior resultado desde de 2016.

Outro indicador que já apontou a perda de ritmo foi o Índice de Confiança do Comércio (ICOM), por exemplo, recuou pelo terceiro mês seguido em dezembro.

Os economistas do mercado financeiro estimam um tombo do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,37% em 2020, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. Para 2021, projetam uma alta de 3,41%.

Os analistas do mercado passaram a projetar também uma Selic em 3,25% no final de 2021 e em 4,75% em 2022.

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quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Setor de serviços tem 6ª alta seguida, mas segue abaixo do nível pré-pandemia

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Em novembro, crescimento foi de 2,6%, mas setor ainda se encontra 3,2% abaixo do patamar de fevereiro, segundo IBGE. Em 12 meses, setor acumula tombo recorde de 7,4%.  
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Por Daniel Silveira e Darlan Alvarenga, G1  
13/01/2021 09h00 Atualizado há 2 horas
Postado em 13 de janeiro de 2021 às 11h00m


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Setor de serviços cresce 2,6% no mês de novembro em relação a outubro, diz IBGE
Setor de serviços cresce 2,6% no mês de novembro em relação a outubro, diz IBGE

O volume de serviços prestados no Brasil cresceu 2,6% em novembro, na comparação com outubro, segundo divulgou nesta quarta-feira (13) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O setor cravou a 6ª alta seguida, mas ainda não conseguiu retomar o patamar pré-pandemia.

Apesar do ganho acumulado de 19,2% nesse período, o resultado ainda é insuficiente para compensar a perda de 19,6% verificada entre fevereiro e maio no setor, que ainda se encontra 3,2% abaixo do patamar de fevereiro, destacou o IBGE.

Segundo o IBGE, além de não ter voltado ao nível pré-pandemia, o volume de serviços no Brasil ainda se encontra 14,1% abaixo do recorde histórico, registrado em novembro de 2014.

O resultado, entretanto, foi melhor do que as expectativas em pesquisa da Reuters, que era de uma alta de 1,2% na comparação mensal.

Na comparação com novembro de 2019, houve queda de 4,8%, a nona taxa negativa seguida nesta base de comparação.

Volume de serviços mês a mês — Foto: Economia G1
Volume de serviços mês a mês — Foto: Economia G1

O IBGE revisou três das cinco altas anteriores, que tiveram crescimento maior que o divulgado anteriormente. A de outubro passou de 1,7% para 1,8%, a de setembro de 2,1% para 2,2% e a de julho de 2,7% para 2,9%.

Tombo de 8,3% no acumulado no ano e queda recorde em 12 meses

No ano, o setor de serviços passou a acumular queda foi de 8,3%, frente ao mesmo período de 2019. Já em 12 meses, o tombo chegou a 7,4%, resultado negativo mais intenso desde o início da série histórica, em dezembro de 2012.

De acordo com o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, as atividades que estão encontrando mais dificuldades são aquelas prestadas de forma presencial, por isso, o setor ainda não conseguiu recuperar as perdas:

Atividades como restaurantes, hotéis, serviços prestados à família de uma maneira geral e transporte de passageiros – seja o aéreo, o rodoviário e ou o metroviário - até mostraram melhoras, mas a necessidade de isolamento social ainda não permitiu o setor voltar ao patamar pré-pandemia, avaliou.

Das cinco grandes atividades do setor de serviços, somente a de outros serviços registrou variação positiva no acumulado no ano, de 6,5%.

A atividade com o pior resultado foi o de serviços prestados às famílias, que acumularam queda de 36,6% no ano - o pior resultado de toda a série histórica da pesquisa iniciada em 2012.

O segundo pior resultado ficou com os serviços profissionais, administrativos e complementares, com queda de 11,8%.

Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio tiveram o terceiro pior resultado acumulado no ano, com queda de 8,1%. Já os serviços de informação e comunicação acumularam queda de 2%.

Só 2 das 5 grandes atividades recuperaram perdas

De acordo com o IBGE, das cinco grandes atividades do setor de serviços, apenas duas recuperaram o patamar observado antes da pandemia - serviços de informação e comunicação e o de outros serviços. Ambos superaram o patamar de fevereiro em, respectivamente, 2,6% e 1,6%.

Distância (em %) do patamar pré-pandemia por atividade de serviços — Foto: Economia G1
Distância (em %) do patamar pré-pandemia por atividade de serviços — Foto: Economia G1

Para retomar ao patamar de fevereiro, a atividade de transportes, serviços auxiliares de transportes e correio precisa avançar 5,4%, enquanto os serviços profissionais, administrativos e complementares ainda precisam crescer 9,5%.

Já os serviços prestados às famílias precisam crescer 34,2% para zerar as perdas da pandemia.

Desempenho por segmentos

Todas as cinco atividades investigadas na pesquisa tiveram crescimento na passagem de outubro para novembro, com destaque para os transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (2,4%) e serviços prestados às famílias (8,2%).

Variação do volume de serviços em novembro, por atividade e subgrupos:

  • Serviços prestados às famílias: 8,2%
  • Serviços de alojamento e alimentação: 9,1%
  • Outros serviços prestados às famílias: 1,5%
  • Serviços de informação e comunicação: 0,5%
  • Serviços de tecnologia da informação e comunicação: -0,3%
  • Telecomunicações: -0,5%
  • Serviços de tecnologia da informação: -0,2%
  • Serviços audiovisuais: 5,6%
  • Serviços profissionais, administrativos e complementares: 2,5%
  • Serviços técnico-profissionais: 2,5%
  • Serviços administrativos e complementares: 1,5%
  • Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio: 2,4%
  • Transporte terrestre: 4,2%
  • Transporte aquaviário: -3,8%
  • Transporte aéreo: 6,8%
  • Armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio: 1,6%
  • Outros serviços: 0,5%
Serviços cresceram em 19 das 27 unidades da federação

Regionalmente, 19 das 27 unidades da federação tiveram expansão no volume de serviços em novembro. São Paulo (3,2%) registrou a maior alta. Outras contribuições positivas relevantes vieram de Minas Gerais, (2,8%), do Rio de Janeiro (1,3%), do Rio Grande do Sul (3,2%), de Pernambuco (5,2%) e do Paraná (2,1%). Já a principal retração foi do Distrito Federal (-9,9%).

Índice de atividades turísticas tem alta de 7,6% em novembro

O IBGE informou também que o índice de atividades turísticas cresceu 7,6% contra outubro, sétima taxa positiva seguida. O segmento, no entanto, ainda precisa avançar 42,8% para retornar ao patamar de fevereiro.

Crescimento no ano é improvável

O gerente da pesquisa enfatizou ser extremamente improvável que o setor de serviços encerre o ano de 2020 no campo positivo.

Segundo ele, para que possa ter crescimento nulo, ou seja, de 0%, o volume de serviços prestados no país em dezembro teriam que registrar um avanço entre 81,8% e 82,8% na comparação com novembro.

Qualquer que seja o contexto, é extremamente improvável que isso ocorra. Então, a gente terá na próxima divulgação, certamente, a queda mais intensa da série histórica para o setor de serviços, iniciada em 2012, disse Rodrigo Lobo.

Entre 2012 e 2014 o setor de serviços registrou taxas anuais positivas, acumulando alta de 11,3% no período. Nos três anos seguintes, no entanto, teve taxas anuais negativas, acumulando perda de 11%. Em 2018, o resultado foi nulo. Já em 2019 o setor encerrou o ano com alta de 1%.

Perspectivas

Amplamente dependente do contato presencial e de maior mobilidade, o setor de serviços, que tem importante peso sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do país, foi o mais abalado pela pandemia de coronavírus e tem mostrando uma retomada bem mais lenta do que a observada no comércio e na indústria, que já retomaram o patamar pré-pandemia.

A confiança do setor de serviços mostrou leve recuperação em dezembro, mas fechou o ano em baixa, segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Para o economista-chefe da Necton, André Perfeiro, o resultado de novembro foi positivo e veio melhor que o esperado. "De maneira geral foi um ótimo número e mais um dado importante na véspera da decisão do Copom que mostra atividade um pouco mais forte e assim pode mudar em parte o balanço de riscos da autoridade monetária", avaliou.

Na semana passada, o IBGE divulgou que a produção industrial cresceu 1,2% em novembro. Na parcial de 2020, porém, o setor acumula queda de 5,5%.

Já os dados do desempenho do comércio em novembro serão divulgados na sexta-feira (15).

Os economistas do mercado financeiro estimam um tombo do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,37% em 2020, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. Para 2021, projetam uma alta de 3,41%.

Os analistas do mercado passaram a projetar também uma Selic em 3,25% no final de 2021 e em 4,75% em 2022.

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terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Índice de inflação oficial no país fecha 2020 em 4,52%, o maior desde 2016

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A alta dos preços foi sentida principalmente na hora de abastecer a geladeira pela população com renda mais baixa.  
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Por Jornal Nacional  
12/01/2021 22h05 Atualizado há 1 horas
Postado em 12 de janeiro de 2021 às 23h10m


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IPCA fecha 2020 em 4,52%, o maior índice desde 2016
IPCA fecha 2020 em 4,52%, o maior índice desde 2016

O IPCA, o índice oficial de inflação do país, fechou 2020 em 4,52%. É o maior desde 2016, de acordo com o IBGE. E foi na hora de abastecer a geladeira que os brasileiros mais perceberam a alta dos preços, principalmente a população com renda mais baixa.

O essencial para sobreviver com custo nada básico. O preço da comida em 2020 teve um aumento que não se via desde 2002: alta de 14,09%. Vários itens da cesta básica dispararam. O carrinho vai mais vazio, diz a professora Lilian Guimarães.

O óleo de soja mais que dobrou; o arroz subiu 76,01%; e o feijão fradinho acompanhou: mais 68,08%. A batata inglesa subiu 67,27% e o tomate quase 53%. A lista de alimentos que ficaram mais caros é extensa.

Nem fazendo substituições deu para montar um prato mais barato. E a desvalorização do real tem a ver com isso. Desvalorizando a nossa moeda, o Brasil fica mais competitivo e aproveitou essa competitividade exportando mais. Isso é bom para a balança comercial, mas acabou gerando um desafio para a inflação porque desabasteceu o mercado doméstico e forçou o aumento de preços aqui, explicou o economista da FGV André Braz.

Mas em dezembro a grande vilã foi a energia elétrica, com tarifa na bandeira vermelha. A inflação no mês registrou a maior variação desde fevereiro de 2003.

Só que foi mesmo a pressão dos alimentos que contribuiu para o IPCA fechar 2020 em 4,52%, a maior taxa anual desde 2016, acima do centro da meta da inflação estabelecida pelo Banco Central, de 4%. Mas ainda dentro da margem de tolerância (5,5%).

Mas a inflação foi ainda mais cruel com quem ganha menos, pessoas que comprometem a maior parte da renda justamente com o que mais subiu em 2020, com comida. E aí foi preciso fazer adaptações, não só no cardápio, mas também na vida para poder sobreviver.

A gente comia carne toda semana, hoje em dia a gente reduziu a carne por um frango, por um ovo, conta a manicure Luciana Gonçalves.

Os gastos com comida aumentaram tanto que Luciana não conseguiu mais pagar uma pessoa para cuidar dos filhos. A manicure deixou de trabalhar fora e montou um salão em casa.O

impacto da inflação entre os brasileiros de renda mais baixa é medido pelo INPC e ficou mais alto que o IPCA: bateu 5,45% em 2020.

Enquanto o IPCA mede o impacto dos preços no custo de vida de famílias que ganham entre um e 40 salários-mínimos, o INPC mede a variação nas famílias mais pobres, que têm renda entre um e cinco salários-mínimos e sentem mais a alta dos alimentos. E a diferença entre os dois índices é a maior registrada desde 2003.A inflação para ela é percebida através do aumento do preço dos alimentos, que é a principal despesa dessas famílias, diz André Braz.

Os gastos com comida morderam ainda mais a renda da Luciana com as crianças fora da escola na pandemia e sem merenda escolar. A geladeira e o armário mais vazios agora fazem parte da nova vida da família: Tem hora que não tem. E dói, dói porque a gente quer o melhor para os nossos filhos.

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Inflação de 2020: óleo de soja tem maior subida de preço do ano; veja as maiores altas e baixas

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Seguindo a lógica que se observou ao longo da pandemia do novo coronavírus, as 15 maiores altas são de alimentos. Isolamento social coloca vestuário e turismo entre as quedas de preço.  
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Por G1  
12/01/2021 10h50 Atualizado há 2 horas
Postado em 12 de janeiro de 2021 às 12h55m


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Óleo de soja: alta de 103% foi o recorde do IPCA de 2020 — Foto: Reprodução/TV Morena
Óleo de soja: alta de 103% foi o recorde do IPCA de 2020 — Foto: Reprodução/TV Morena

O óleo de soja foi o grande campeão das altas de preços no ano de 2020, como mostram os dados da inflação oficial do país divulgados nesta terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A lista de subitens do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tem um domínio completo dos alimentos entre as maiores altas do ano. Os 15 primeiros colocados estão na categoria. Além do óleo de soja, encabeçam o ranking o arroz (76,01%), feijão fradinho (68,08%) e batata-inglesa (67,27%).

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, a procura por alimentos se intensificou no mercado interno. A alta do dólar também tornou produtos brasileiros mais competitivos no exterior, elevando as exportações e gerando impacto nos preços.

Por outro lado, as restrições de circulação necessárias para conter a disseminação da Covid-19 trouxeram consequências para o setor de serviços. Entre as principais quedas de preços em 2020 estão passagens áereas (-17,15%) e hospedagem (-8,07%), por exemplo.

IPCA: inflação oficial fecha 2020 em 4,52%, maior alta desde 2016
IPCA: inflação oficial fecha 2020 em 4,52%, maior alta desde 2016

Abaixo, confira a lista de maiores altas e quedas de preços em 2020.

20 maiores altas

  1. Óleo de soja: 103,79%
  2. Arroz: 76,01%
  3. Feijão fradinho: 68,08%
  4. Batata-inglesa: 67,27%
  5. Laranja-lima: 53,1%
  6. Tomate: 52,76%
  7. Batata-doce: 48,1%
  8. Repolho: 46,43%
  9. Cenoura: 45,98%
  10. Feijão preto: 45,38%
  11. Laranja baía: 44,23%
  12. Maçã: 42,76%
  13. Banana-d'água: 39,28%
  14. Peixe tainha: 38,98%
  15. Banana-maçã: 38,55%
  16. Colchão: 36,93%
  17. Morango: 36,56%
  18. Abobrinha: 34,58%
  19. Pimentão: 34,16%
  20. Carne de Peito: 33,99%
20 maiores baixas

  1. Passagem aérea: -17,15%
  2. Limão: -14%
  3. Agasalho feminino: -13,78%
  4. Mochila: -11,81%
  5. Agasalho infantil: -10,53%
  6. Agasalho masculino: -9,01%
  7. Ônibus interestadual: -8,32%
  8. Hospedagem: -8,07%
  9. Móvel para copa e cozinha: -8,03%
  10. Seguro voluntário de veículo: -7,91%
  11. Peixe-serra: -7,8%
  12. Neurológico: -7,47%
  13. Saia: -7,38%
  14. Mudança: -7%
  15. Anti-infeccioso e antibiótico: -6,8%
  16. Filé-mignon: -6,28%
  17. Antidiabético: -6,26%
  18. Caderno: -6,23%
  19. Brinquedo: -6,05%
  20. Móvel infantil: -5,92%
Inflação ao longo dos últimos anos — Foto: Economia G1
Inflação ao longo dos últimos anos — Foto: Economia G1

Alimento como vilão

O principal motor das altas de preços é a diferença entre a oferta e a demanda dos produtos. Quando a oferta é baixa e a demanda é alta, os preços tendem a subir. Na situação oposta, quando tem pouca gente querendo comprar e muita mercadoria para vender, o natural é que os preços caiam.

Mas, na situação atual do Brasil, surgiram novos "vilões": a procura por alimentos e commodities no mercado internacional e, principalmente, o dólar alto levaram a inflação de produtos às alturas. Todos os produtos, além de verem seus preços subirem em dólar, também sofrem efeito de uma desvalorização forte do real frente à moeda americana.

O real sofreu desvalorização recorde em relação ao dólar por causa das incertezas com o plano de recuperação fiscal brasileiro, juros mais baixos, crescimento tímido e a despreocupação do governo com o meio ambiente. E, sempre que o real se desvaloriza, acaba convidando os países a comprar do Brasil.

Real é a moeda que mais desvalorizou em relação ao dólar em 2020
Real é a moeda que mais desvalorizou em relação ao dólar em 2020

Por um lado, há melhora dos números da balança comercial. Por outro, acontece um desabastecimento do mercado brasileiro para itens que são matéria-prima para fabricação de alimentos que chegam às gôndolas. A alta da soja, por exemplo, aumenta o preço de ração animal, que se reflete nos custos da carne.

A principal vilã da inflação em 2020 foi a alimentação. Os preços do conjunto de alimentos e bebidas tiveram alta acumulada de 14,09% ao longo do ano, o maior aumento desde 2002 (19,47%). Segundo o IBGE, os alimentos responderam sozinhos por quase metade da inflação do ano, com um impacto de 2,73 pontos percentuais sobre o índice geral.

Depois da alimentação, o segundo maior impacto sobre a inflação de 2020 partiu da habitação, que acumulou alta de 5,25% no ano.

A inflação de 2020 — Foto: G1 Economia
A inflação de 2020 — Foto: G1 Economia

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