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domingo, 29 de novembro de 2020

Ciência, inteligência artificial, políticas públicas: a longevidade nos livros

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Autores chamam a atenção de governos e empreendedores para necessidades não atendidas dos mais velhos  
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TOPO
Por Mariza Tavares -- Rio de Janeiro  
Jornalista, mestre em comunicação pela UFRJ e professora da PUC-RIO, Mariza escreve sobre como buscar uma maturidade prazerosa e cheia de vitalidade.
29/11/2020 06h00 Atualizado há 7 hora
Postado em 29 de novembro de 2020 às 13h00


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Livros sobre o envelhecimento saindo do forno. Ou ainda em pré-venda, com lançamento previsto para o começo do ano que vem – um bom sinal de que o assunto está em alta. O painel Longevity: read all about it (Longevidade: leia tudo sobre o tema) era parte do seminário on-line, realizado de 9 a 13, que foi objeto da coluna do dia 19. O moderador foi Andrew Scott, professor de economia da London Business School e ele próprio autor de uma obra que estará disponível em dezembro: The new long life (A nova vida longa). Anna Dixon, presidente do Centro para Envelhecer Melhor, no Reino Unido, lançou The age of ageing better? – a manifesto for our future(A era para envelhecer melhor – um manifesto para nosso futuro) em junho. O livro, segundo a autora, pretende desafiar a narrativa negativa sobre a velhice, dando ênfase às ações que visem a transformar o envelhecimento numa fase na qual possamos viver prazerosamente. Na sua opinião, a sociedade terá falhado se não se mobilizar para atender às mudanças do perfil demográfico da população: os governos têm que focar em políticas públicas que possibilitem que idosos longevos vivam decentemente.

Andrew Steele: “com as terapias gênicas, será possível curar uma doença mudando uma única letrinha do DNA”  — Foto: Divulgação
Andrew Steele: “com as terapias gênicas, será possível curar uma doença mudando uma única letrinha do DNA” — Foto: Divulgação

Físico e especialista em biologia computacional, que usa tecnologia para resolver problemas da biologia, Andrew Steele escreveu Ageless – the new science of getting older without getting older (Sem idade: a nova ciência de envelhecer sem ficar velho), previsto para março de 2021. Diz que, como cientista, se entusiasma com o potencial desse campo de conhecimento. Não há uma data para a cura de senescência, mas são muitas frentes de pesquisa. Com as terapias gênicas, será possível curar uma doença mudando uma única letrinha do DNA utilizando o CRISPR (um sistema de edição genética). É algo para daqui a cinco, dez anos, muitos dos idosos estarão vivos para se beneficiar, afirma. Para ele, a principal barreira é financiamento: a biogerontologia, ou seja, a biologia do envelhecimento, ainda tem pouca visibilidade. Os investimentos se concentram no câncer. No entanto, é o envelhecimento que leva ao câncer, às doenças coronarianas, às demências. Deveria interessar aos governos, empreendedores e filantropos, acrescentou.

A empreendedora social Tina Woods, autora de Live longer with AI (Viva mais com a inteligência artificial), publicado em setembro, é uma defensora da tecnologia para trazer qualidade de vida aos idosos: a inteligência artificial está em todos os lugares e será usada maciçamente nos cuidados de saúde. Pode ser a peça chave para mudanças no estilo de vida. Além disso, drogas poderão ser personalizadas. A indústria de seguros deveria estar interessada em investir para que as pessoas tenham ferramentas para manter a saúde pelo maior tempo possível. Por último, Andrew Scott também falou sobre seu livro, em nova parceria com Lynda Gratton. Os dois abordam as muitas questões relacionadas à longevidade: como manter a saúde; se preparar para a aposentadoria; e o que fazer com o bônus de uma existência estendida.

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sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Desemprego no Brasil salta a taxa recorde de 14,6% no 3º trimestre e atinge 14,1 milhões

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Número de desempregados aumentou 1,3 milhão em 3 meses, segundo o IBGE. Em 1 ano, Brasil perdeu 11,3 milhões de postos de trabalho e, desde maio, menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país.  
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Por Darlan Alvarenga, G1  
27/11/2020 09h01 Atualizado há uma hora
Postado em 27 de novembro de 2020 às 10h05m


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VÍDEO: Desemprego no Brasil salta a taxa recorde de 14,6% e atinge 14,1 milhões
VÍDEO: Desemprego no Brasil salta a taxa recorde de 14,6% e atinge 14,1 milhões

O desemprego no Brasil saltou para uma nova taxa recorde de 14,6% no trimestre encerrado em setembro, afetando 14,1 milhões de pessoas, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua), divulgada nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O índice de 14,6% corresponde a um aumento de 1,3 ponto percentual em relação ao 2º trimestre (13,3%), e de 2,8 pontos percentuais frente ao mesmo intervalo do ano passado (11,8%).

"Essa é a maior taxa registrada na série histórica do IBGE, iniciada em 2012, e corresponde a 14,1 milhões de pessoas. Ou seja, mais 1,3 milhão de desempregados entraram na fila em busca de um trabalho no país", informou o IBGE.

Evolução da taxa de desemprego — Foto: Economia G1
Evolução da taxa de desemprego — Foto: Economia G1

O resultado do 3º trimestre ficou ligeiramente abaixo do estimado em pesquisa da Reuters junto a especialistas, de 14,9%.

O desemprego vem renovando recordes desde julho no país, à medida em que os trabalhadores que perderam sua ocupação na pandemia começam a buscar um emprego após o relaxamento das medidas de restrição.

Segundo a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, o aumento na taxa de desemprego também reflete a flexibilização das medidas de isolamento social para controle da pandemia de Covid-19. Em abril e maio, as medidas de distanciamento social ainda influenciavam a decisão das pessoas de não procurarem trabalho. Com o relaxamento dessas medidas, começamos a perceber um maior contingente de pessoas em busca de uma ocupação, afirma.

Vale lembrar que o IBGE considera desempregado apenas quem não tem trabalho e procurou alguma ocupação nos 30 dias anteriores à semana em que os dados foram coletados.

Resumo

Entre os principais destaques da pesquisa, segundo o IBGE, estão:

  • Mais 1,3 milhão de pessoas entraram na fila em busca de um trabalho no 3º trimestre frente ao segundo;
  • A taxa de desemprego subiu em 10 estados e ficou estável nos demais. Bahia (20,7%) teve a maior taxa e Santa Catarina (6,6%), a menor;
  • Taxa de desemprego foi de 12,8% para os homens e 16,8% para as mulheres;
  • Entre as pessoas pretas, a taxa foi de 19,1%, enquanto a dos pardos foi de 16,5%; a menor taxa foi a dos brancos: 11,8%;
  • O desemprego é maior entre os jovens, com destaque para a faixa das pessoas de 18 a 24 anos de idade (31,4%);
  • O contingente de ocupados atingiu mínima histórica de 82,5 milhões de pessoas;
  • Nível de ocupação foi de 47,1%; ou seja, menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país;
  • O número de desalentados (pessoas que desistiram de procurar emprego) bateu novo recorde, chegando a 5,9 milhões;
  • A taxa subutilização atingiu recorde de 30,3%, reunindo um total de 33,2 milhões de pessoas;
  • O número de pessoas com carteira assinada caiu 2,6% frente ao 2º trimestre, com perda de 790 mil postos;
  • O percentual da população ocupada do país trabalhando por conta própria foi de 26,4%.
  • A taxa de informalidade subiu para 38,4%, contra 36,9% no trimestre anterior, o que corresponde a 31,6 milhões de pessoas;
  • A massa de rendimentos dos trabalhadores caiu 4,9% (menos R$ 10,6 bilhões) em relação ao mesmo trimestre de 2019.
Perda de postos de trabalho — Foto: Economia G1
Perda de postos de trabalho — Foto: Economia G1

População ocupada cai para nova mínima histórica

A população ocupada no Brasil encolheu 1,1% em 3 meses, para 82,5 milhões de pessoas, atingindo o patamar mais baixo da série histórica, segundo o IBGE. Em 12 meses, o país perdeu 11,3 milhões de postos de trabalho, considerando todas as formas de atuação no mercado de trabalho.

Com o novo recuo, o nível de ocupação encolheu para 47,1% da população apta a trabalhar, o menor da série histórica, contra 47,9% no trimestre anterior (47,9%). Desde o trimestre encerrado em maio, o nível de ocupação está abaixo de 50%, o que aponta que menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país.

Só construção e agricultura ampliam número de postos

Entre as atividades, somente construção e agricultura tiveram crescimento da população ocupada no terceiro trimestre aumento da população ocupada. Na construção, o aumento foi de 7,5% (399 mil pessoas a mais) e na agricultura a alta foi de 3,8% (304 mil trabalhadores a mais).

A atividade da construção foi a que mais aumentou no período. Isso porque pedreiros ou outros trabalhadores conta própria, que tinham se afastado do mercado em função do distanciamento social, retornaram no terceiro trimestre com a reabertura das atividades e a demanda por pequenas obras, como reformas de imóveis, afirma Beringuy.

Na outra ponta, a administração pública foi o destaque de postos eliminados, com uma redução de 3,7% (menos 616 mil pessoas) na comparação com o segundo trimestre.

Variação trimestral de vagas por setor  — Foto: Economia G1
Variação trimestral de vagas por setor — Foto: Economia G1

Emprego formal e informal

Os empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada somaram 9 milhões no 3º trimestre, alta de 4,3% (mais 374 mil pessoas) frente ao 2º trimestre, mas ainda 23,9% abaixo (menos 2,8 milhões) do registrado no mesmo trimestre de 2019.

Já os trabalhadores com carteira assinada eram 29,4 milhões, queda de 2,6% (menos 788 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e de 11,2% (menos 3,7 milhões de pessoas) na comparação anual.

Já o número de trabalhadores por conta própria (21,8 milhões) subiu 0,6% (mais 119 mil) em 3 meses, mas caiu 10,8% (menos 2,6 milhões de pessoas) frente ao mesmo período do ano passado. e 2019.

Com a ligeira reação do trabalho sem carteira assinada e por conta própria, a taxa de informalidade no país subiu para 38,4% da população ocupada (ou 31,6 milhões de trabalhadores informais). No 2º trimestre, estava em 36,9% e, no mesmo trimestre de 2019, em 41,4%. 
Rendimento médio

O rendimento médio real habitual (R$ 2.554) ficou estatisticamente estável frente ao trimestre e subiu 8,3% contra o mesmo trimestre de 2019 (R$ 2.359). Para trabalhadores com carteira assinada, o valor médio ficou em R$ 2.317, bem acima do rendimento dos empregados sem carteira (R$ 1.670) e dos trabalhadores por conta própria (R$ 1.805).

As unidades da federação com os maiores rendimentos foram Distrito Federal (R$ 4.268), São Paulo (R$ 3.366) e Rio de Janeiro (R$ 3.251) e as menores, Maranhão (R$ 1.408), Piauí (R$ 1.513) e Alagoas (R$ 1.543).

Taxa de desemprego no 3º trimestre por estado — Foto: Divulgação/IBGE
Taxa de desemprego no 3º trimestre por estado — Foto: Divulgação/IBGE

Perspectivas

Apesar da reação da economia no 3º trimestre, com recuperação de parte significativa das perdas da fase mais aguda da pandemia, analistas avaliam que a taxa de desemprego deve continuar em trajetória de alta nos próximos meses, considerando o fim dos programas de auxílio, as preocupações com uma segunda onda de coronavírus e incertezas sobre o andamento de medidas de ajuste fiscal para garantir a sustentabilidade das contas públicas.

A economia brasileira gerou 394.989 empregos com carteira assinada em outubro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados na quinta-feira (26). Foi o quarto mês seguido em que as contratações com carteira assinada superaram as demissões. No acumulado dos dez primeiros meses deste ano, porém, houve perda de 171.139 empregos.

"O Caged tem uma metodologia diferente da Pnad – aqui temos pesquisa domiciliar, usamos trimestres móveis e o Caged olha isoladamente um mês. Enquanto o Caged mostra recuperação da carteira de trabalho, a gente mostra um mercado que ainda não se recupera", disse Beringuy à Reuters.

Na avaliação do ministro da Economia, Paulo Guedes, o país pode recuperar essas vagas até o fim do ano, mesmo sendo dezembro um mês tradicionalmente marcado por fechamento expressivo de postos formais de trabalho.

"Podemos terminar o ano tendo perdido zero empregos no mercado formal, zero", disse o ministro. "Se terminarmos o ano com zero perda de empregos no mercado formal, terá sido um ano histórico da economia brasileira", acrescentou.

O Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre será divulgado na próxima semana e deverá confirmar a saída do Brasil da recessão técnica, com recuperação de boa parte das perdas do segundo trimestre. Para o ano de 2020, a expectativa atual do mercado é de um tombo de 4,55%, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central.

Brasil criou quase 395 mil vagas com carteira assinada no mês de outubro, segundo governo
Brasil criou quase 395 mil vagas com carteira assinada no mês de outubro, segundo governo

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quinta-feira, 26 de novembro de 2020

O excepcional alinhamento de Júpiter e Saturno, que não acontece de tal modo desde a Idade Média

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21 de dezembro marcará o ápice da "grande conjunção" entre os dois planetas, que poderá ser vista facilmente de horizontes abertos; proximidade tamanha entre eles só ocorreu séculos atrás.
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TOPO
Por Alejandro Millán Valencia, BBC

Postado em 26 de novembro de 2020 às 13h00m


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Alinhamento dos planetas ocorre a cada duas décadas, mas não de modo tão próximo como o previsto em dezembro. — Foto: Getty Images via BBC
Alinhamento dos planetas ocorre a cada duas décadas, mas não de modo tão próximo como o previsto em dezembro. — Foto: Getty Images via BBC

Entre 16 e 21 de dezembro, uma grande parte dos habitantes da Terra poderá observar um fenômeno que não ocorria pelo menos desde 1623 - ou, segundo alguns astrônomos, desde o século 13: o que é conhecido como a "grande conjunção" de Júpiter e Saturno.

Durante esses dias, e especialmente às noites, os dois planetas estarão alinhados de tal maneira que parecerá que formam um planeta "duplo".

"Depois de meses de aproximação lenta, em 21 de dezembro, que coincide com o solstício de inverno, Júpiter e Saturno se reunirão em uma espetacular grande conjunção", diz à BBC News Mundo (serviço em espanhol da BBC) Hernando Guarín, professor de Astronomia da Universidade del Valle, na Colômbia, e diretor da Rede Colombiana de Astronomia.

Para Guarín, a noite de 21 de dezembro será um "presente de Natal" antecipado para os fãs de astronomia.

"É algo especial, porque Júpiter e Saturno são considerados os 'reis da observação', e o fato de estarem juntos não é algo que ocorra normalmente", diz.

Segundo Guarín, esse alinhamento e a possibilidade de vê-lo desde a Terra são excepcionais por conta do próprio movimento dos três planetas.

"A Terra leva um ano para dar volta no Sol; Júpiter leva 12 anos e Saturno, 30 anos", explica. "Isso torna difícil que o fenômeno aconteça com regularidade."

Embora o alinhamento ocorra aproximadamente a cada duas décadas, o fenômeno deste ano tem características específicas que são inéditas há muitas centenas de anos.

"Esta conjunção será excepcionalmente rara devido a quão próximos os planetas estarão entre si", explica Patrick Hartigan, astrônomo da Universidade de Rice (EUA).

Fenômeno será visível em áreas com o céu limpo, principalmente perto da linha do Equador. — Foto: Getty Images via BBC
Fenômeno será visível em áreas com o céu limpo, principalmente perto da linha do Equador. — Foto: Getty Images via BBC

Uma conjunção com os planetas próximos entre si ocorreu em 16 de julho de 1623, mas Hartigan acha que o que vai acontecer em dezembro só tem paralelo com um fenômeno ainda mais antigo.

"Seria preciso retroceder até antes do amanhecer de 4 de março de 1226 para ver um alinhamento mais próximo entre esses planetas (de modo) visível no céu noturno", diz.

Passado 21 de dezembro, "aqueles que preferirem esperar e ver Júpiter e Saturno tão perto e mais acima no céu noturno terão que aguardar até 15 de março de 2080. Depois disso, a dupla não fará aparição semelhante até depois de 2400", diz ele. 

Para Guarín, há outro ponto a ser levado em conta.

"Podemos ver como os planetas estão se aproximando entre si. Ou seja, é um espetáculo que podemos seguir desde agora até 21 de dezembro, quando infelizmente eles voltarão a se separar".

A relevância é desde o ponto de vista científico, mas também "para as pessoas que queiram voltar a olhar para o céu", opina Guarín.

A luminosidade de ambos os planetas no mês de dezembro tornará ainda mais simples essa observação: segundo o pesquisador, será possível ver o fenômeno a olho nu, principalmente de pontos próximos à linha do Equador, embora a visão através de um telescópio ou observatório seja muito melhor.

Mas para conseguir avistar a conjunção "é essencial ter um bom horizonte, totalmente limpo, sem nuvens, montanhas ou edifícios".

Ao mesmo tempo, Peter Lawrence, assessor editorial da revista Sky at Night, da BBC, aponta que é é preciso ter cuidado ao observar tais fenômenos com binóculos.

"Binóculos podem separar os planetas devido ao efeito ótico, por isso é melhor usar um telescópio", afirma o astrônomo. "Com um telescópio você não verá apenas um disco duplo (dos planetas alinhados), como também poderá apreciar os anéis de Saturno e os cinturões de Júpiter."

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"Precisamos de políticas públicas para evitar uma nova pandemia", diz especialista em mudanças climáticas

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Vice-presidente da Academia Brasileira de Ciência alerta que a Amazônia abriga vírus desconhecidos que podem infectar as pessoas com o desmatamento. Ele diz que foi encontrado na floresta pelo menos oito variantes do Sars-CoV-2 recentemente, sendo algumas são novas e que ainda não haviam sido descritas no Brasil. 
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TOPO
Por Izabel Santos, Deutsche Welle  
25/11/2020 13h08 Atualizado há um dia
Postado em 26 de novembro de 2020 às 11h00m


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Desmatamento ilegal na área de Uruará, no Pará.  — Foto: Marizilda Cruppe/Greenpeace
Desmatamento ilegal na área de Uruará, no Pará. — Foto: Marizilda Cruppe/Greenpeace

Desmatamento, tráfico de animais e falta de políticas públicas que mantenham equilibrada a relação entre o homem e o meio ambiente podem favorecer o surgimento de novas pandemias, ainda no século 21. A Amazônia e sua biodiversidade abundante, mas negligenciada, é forte candidata a celeiro dessas doenças.

O biólogo Adalberto Luis Val vem alertando desde o início da pandemia de covid-19 sobre esses riscos: "É muito provável que várias das pandemias que a humanidade já enfrentou tenham sido causadas por micro-organismos que pularam da floresta para o homem", disse Val ao InfoAmazonia.

Adalberto é um dos pesquisadores mais experientes e respeitados da Amazônia. Vice-presidente da Academia Brasileira de Ciência (ABC) para a Região Norte, atua no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) há mais de 40 anos.

No local, comanda um dos mais modernos laboratórios e das mais produtivas equipes da região, que recebe pesquisadores do mundo inteiro em busca de compreensão sobre como a maior floresta tropical do mundo sobreviverá no futuro.

Para ele, o Brasil vem cometendo erros que podem comprometer a luta contra doenças que coloquem o mundo sob novas pandemias. Deixar "passar a boiada" é o caminho pra gente aumentar os processos de transmissão de vírus da floresta para o homem, destaca.

Leia abaixo a entrevista completa.

InfoAmazonia: Existe um risco real do surgimento de uma pandemia na Amazônia?

Na Amazônia, existem mais coisas do que aquilo que podemos ver, como plantas e animais terrestres e aquáticos, mas também um vasto, imenso, número de espécies que a gente não consegue ver, que são os micro-organismos, entre eles bactérias, fungos e vírus. De uma maneira geral, vários deles habitam o corpo de animais e plantas. Esses micro-organismos estão na floresta em equilíbrio, eles vivem onde encontraram os ambientes ideais para viver. É evidente que enquanto eles estiverem ali, sem nenhum distúrbio, está tudo bem e sob controle. Mas, se a gente começa a mexer com essa floresta, se a gente começa a entrar lá, derrubar essa floresta, a mudar o ambiente, contaminar a água, ter uma relação próxima com esses animais e plantas, evidentemente existe a possibilidade de alguns desses organismos "pularem" para o homem e causarem problemas extremamente sérios.

Próxima epidemia ‘já está a caminho’, alerta médico sobre desmatamento na Amazônia
Próxima epidemia ‘já está a caminho’, alerta médico sobre desmatamento na Amazônia

Para responder de maneira direta a sua pergunta: se a gente não parar de interagir fortemente e de forma irresponsável com a floresta, derrubando, colocando os animais que vivem na floresta em desafios, interagindo com esses animais sem os devidos cuidados, traficando animais para outros lugares em sacos, caixas, mochilas, é óbvio que existe a possibilidade de algum desses micro-organismos "pularem" para o homem e causarem novas pandemias. E digo mais: a frequência com que isso tem acontecido nos últimos tempos tem aumentado significativamente de tal forma que isso nos coloca em uma luz amarela e com possibilidade de se tornar vermelha e nos colocar em um novo desafio pandêmico.

Quais são as possibilidades?

Existem vários estudos mostrando o número de novas cepas de vírus que nós temos na Amazônia. O Instituto Evandro Chagas, por exemplo, tem listado mais de 20 mil tipos diferentes de vírus. Vários desses vírus, pelo que já foi estudado até aqui, já causaram algum tipo de dano ao homem, algum episódio epidêmico em algum lugar da Amazônia. Isso quer dizer que nós temos que tomar muito cuidado, pois existe sim a possibilidade de nós termos novos processos epidêmicos a partir da interação com esses animais.

Na Dinamarca, surgiu uma nova cepa de Sars-CoV-2 a partir da infecção de visons. O senhor avalia como possível isso acontecer aqui?

Existe a possibilidade de acontecer, por várias razões. Até pouco tempo, não conhecíamos vírus transmitidos por plantas, mas existe um trabalho recente sobre uma espécie de vírus transmitido por uma espécie de pimenta. Não é aqui na Amazônia, mas é muito provável que também tenhamos coisa semelhante aqui, porque a gente só conhece uma pontinha da diversidade que existe na região. Nós já tivemos outras situações de vírus transmitidos de animal para animal e muitos foram sacrificados. Um exemplo disso é a gripe suína [do vírus H1N1], que atingiu o homem também. Mas existe a transmissão de zoonoses entre animais silvestres que foram domesticados para servir de alimento ao homem. Isso favorece um sistema de ponte, que é quando o vírus "pula" dos animais para o homem.

Dinamarca diz que mutação do vírus em fazendas de Visons está provavelmente extinta
Dinamarca diz que mutação do vírus em fazendas de Visons está provavelmente extinta

Essas situações podem provocar mutações?

Recentemente, nós ficamos sabendo da existência de, pelo menos, oito variantes do Sars-CoV-2 circulando na Amazônia. Dentre essas, algumas são novas e ainda não haviam sido descritas no Brasil, ou seja, apareceram a partir da interação com populações humanas aqui na região em função do ambiente, dos desafios e coisas desse tipo.

É importante que as pessoas saibam que o material genético dos vírus vai sempre mudando, é uma coisa selecionada. Mutações estão sempre acontecendo, mas algumas podem ser problemáticas como as patogênicas [infecciosas], outras podem ser menos ruins e deixar de causar problemas. As mutações podem ter um lado bom e ruim nessa história. Fato é que nós estamos vendo no caso do Sars-CoV-2 uma dinamicidade grande do processo de aparecimento de novas variantes.

O risco de uma nova pandemia é apontado como iminente. Dizem que ela pode surgir nos próximos anos. Na sua opinião, ela pode ser evitada ou somente adiada?

Precisamos trabalhar para evitar. Adiar, significa que nós vamos viver o problema daqui a alguns anos. Temos que trabalhar na recomposição do equilíbrio do ambiente, temos que entender que somos parte desse mundo e não donos dele, não podemos fazer qualquer coisa. Temos que respeitar nossa relação com a floresta, pois, toda vez que a gente vai lá e derruba a floresta, nós estamos impondo um estresse àqueles organismos que vivem lá e eles respondem da melhor forma que podem. Portanto, eu diria que são várias as políticas necessárias para recompor esse equilíbrio.

Segundo, precisamos de políticas voltadas para a compreensão desses processos, que não é só a capacitação de pessoal em altos níveis, de doutorado ou pós-doutorado, na verdade precisamos de uma sociedade cada vez mais educada para se apropriar e usar as informações que temos produzido nos laboratórios, de maneira geral. Em terceiro lugar, temos que entender as verdadeiras vocações de determinados lugares e investir em transporte, comunicação e processos de saúde adequados, garantir segurança alimentar e assim sucessivamente. Então, para que a gente recomponha esse equilíbrio sistêmico de maneira geral, é necessário que tenhamos políticas nos vários estratos sociais, para que possamos trabalhá-los da melhor maneira possível. Do contrário, não tenho dúvidas de que o estresse que causamos aos ambientes nos expõe mais e mais a novas pandemias.

Onde nós, como sociedade, estamos falhando para evitar essa nova pandemia?

Em todos esses aspectos com falta de políticas adequadas. Deixar passar a boiada é o caminho para a gente aumentar os processos de transmissão de vírus da floresta para o homem, isso aumenta a possibilidade de novas pandemias.

A presença da covid-19 no estado do Amazonas tem apontado a necessidade de uma política de vigilância epidemiológica e de saúde diferenciada para a região. No entanto, existem deficiências de comunicação, infraestrutura e outras muito básicas que favorecem a ausência do estado em municípios do interior. O senhor acredita que a ciência e a educação podem apontar alguma solução nesse sentido?

Não se trata de fé cega na ciência, mas sim o único caminho. Não podemos tomar atitudes na base do achismo. A ciência tem um conjunto de verdades que assim o são até que elas sejam substituídas por outras novas, mas cientificamente provadas. Ciência e educação são fundamentais para esse processo.

Aprendemos isso há centenas de anos, mas estamos vendo acontecer novamente com o Sars-CoV-2. Precisamos ter mecanismos epidemiológicos mundiais, e acredito que também precisamos de um fundo [financeiro] mundial que possa manter essa vigilância epidemiológica e surtir algum efeito.

O que senhor acha que esta pandemia está ensinando ao mundo?

Solidariedade. Acho que o mundo está aprendendo que é preciso acreditar na ciência e a fazer colaborações nas pesquisas científicas. Vimos que tivemos avanços significativos a partir de processos colaborativos, que são extremamente importantes e que já fazem parte do processo científico, de uma maneira geral. Mas a pandemia está nos exigindo essa colaboração em todos os níveis sociais para uma vida mais tranquila, como o uso de máscaras, higienização das mãos e distanciamento social.Isso tudo é uma coisa que cada um faz para se proteger, mas, também, para proteger o próximo. No contexto geral, isso significa cooperação, colaboração, uma solidariedade para que todos juntos caminhemos para um novo momento.

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