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sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Inflação acelera para 0,86% em outubro, maior alta para o mês desde 2002

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No acumulado no ano, IPCA registra avanço de 2,22% e, em 12 meses, de 3,92%, ainda abaixo da meta central do governo para o ano, que é de 4%. Alta no mês foi puxada por alimentos como arroz (13,36%) e óleo de soja (17,44%), e pelas passagens aéreas (39,83%).  
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Por Darlan Alvarenga e Daniel Silveira, G1 
06/11/2020 09h01 Atualizado há uma hora
Postado em 06 de novembro de 2020 às 10h15m


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Inflação sobe 0,86% em outubro
Inflação sobe 0,86% em outubro

Puxado pela alta nos preços dos alimentos e das passagens aéreas, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, avançou 0,86% em outubro, acima da taxa de 0,64% registrada em setembro, divulgou nesta sexta-feira (6) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Trata-se da maior alta para o mês desde 2002, quando a taxa foi de 1,31%, e também da maior taxa desde dezembro de 2019, quando avançou 1,15%. Em outubro de 2019, a variação havia sido de 0,10%.

No acumulado em 2020, o IPCA passou a registrar alta de 2,22% e, em 12 meses, de 3,92%, acima dos 3,14% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Com a forte aceleração, a inflação de 12 meses está agora apenas 0,08 ponto percentual abaixo do centro da meta de inflação do governo para este ano, que é de 4%.

IPCA - Inflação oficial mês a mês — Foto: Economia G1
IPCA - Inflação oficial mês a mês — Foto: Economia G1

O resultado ficou ligeiramente acima do esperado. A mediana das projeções de 35 consultorias e instituições financeiras consultadas pelo Valor Data era de uma taxa de 0,84%.

Alimentos seguem pressionando

A maior variação (1,93%) e o maior impacto (0,39 ponto percentual) na inflação vieram, mais uma vez, do grupo alimentação e bebidas, embora tenha desacelerado sobre o avanço de 2,28% registrado em setembro. No ano, a inflação dos alimentos acumula alta de 9,37%.

Entre os itens que mais subiram, destaque para alimentos como o arroz (13,36%, após alta de 17,98% em setembro), óleo de soja (17,44%, após avanço de 27,54% em setembro) e carnes (4,25%, após alta de 4,53% em setembro).

Houve aceleração na variação de itens como tomate (de 11,72% em setembro para 18,69% em outubro), frutas (de -1,59% para 2,59%) e batata-inglesa (de -6,30% para 17,01%). No lado das quedas, os destaques foram os preços da cebola (-12,57%), da cenoura (-6,36%) e do alho (-2,65%).

O que tem puxado a inflação nesses dois últimos meses principalmente são os alimentos. Alguns alimentos, em particular, têm pressionado essa alta, que são o arroz e o óleo de soja, mas tem também as carnes. Em geral, [essa alta] está relacionada à oferta, com influência da alta do dólar sobre as exportações, disse o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, citando também a contribuição do auxílio emergencial do governo na renda das famílias.

O segundo maior impacto (0,24 ponto percentual) no IPCA de outubro veio dos transportes (1,19%), enquanto a segunda maior variação veio dos artigos de residência (1,53%), com a alta de 2,38%, nos preços dos eletroeletrônicos e dos artigos de informática, influenciados pelo dólar.

Veja o resultado para cada um dos 9 grupos pesquisados

  • Alimentação e bebidas: 1,93%
  • Habitação: 0,36%
  • Artigos de residência: 1,53%
  • Vestuário: 1,11%
  • Transportes: 1,19%
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,28%
  • Despesas pessoais: 0,19%
  • Educação: -0,04%
  • Comunicação: 0,21%
Alta de preços fica mais generalizada

Dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados, 8 apresentaram alta em outubro. A única queda foi no grupo educação (-0,04%).

"Podemos dizer que as altas de preços estão mais difundidas entre os componentes do IPCA", destacou Kislanov, citando o índice de difusão do IPCA, que avançou de 63% em setembro para 68% em outubro.

O índice de difusão indica o espalhamento da alta de preços entre os produtos pesquisados pelo IBGE. Em maio, esse indicador era de 43% e desde então mantém trajetória ascendente.

IPCA de serviços em outubro — Foto: Economia/G1
IPCA de serviços em outubro — Foto: Economia/G1

Já a inflação dos serviços avançou de 0,17% em setembro para 0,55% em outubro, a maior variação desde fevereiro, quando o indicador foi de 0,68%, reforçando a leitura de uma alta de preços mais disseminada pela economia.

"Pode ser que a gente esteja em um momento de retomada econômica, por causa de alguns indicadores, como o da indústria, que zerou as perdas da pandemia. Mas, ainda estamos em um cenário muito incerto, a exemplo da taxa de desemprego acima de 14%. Então, ainda precisamos aguardar", ponderou o pesquisador. 
Passagens aéreas sobem 39,83%

No grupo dos transportes, a maior variação veio das passagens aéreas (39,83%), que representaram o impacto individual no índice do mês (0,12 p.p.) e o maior fator de pressão na aceleração da inflação de serviços.

A alta nas passagens aéreas parece estar relacionada à demanda, já que com a flexibilização do distanciamento social, algumas pessoas voltaram a utilizar o serviço, o que impacta a política de preços das companhias aéreas, afirmou Kislanov.

A segunda maior contribuição no grupo (0,04 p.p.) veio da gasolina, cujos preços subiram 0,85%, desacelerando em relação à alta de 1,95% observada no mês anterior. Outro destaque foi o seguro voluntário de veículo, com aumento de 2,21%, após sete meses consecutivos de quedas.

Inflação tem alta em todas as regiões

O IPCA avançou, na passagem de setembro para outubro, em todas as 16 regiões pesquisadas pelo IBGE. Em apenas seis delas, o avanço foi menor que a média nacional. A maior alta foi registrada em Rio Branco (1,37%).

Segundo o IBGE, a inflação na capital acreana foi puxada pelos alimentos, sobretudo das carnes (9,24%) e do arroz (15,44%). Já o menor índice foi observado na região metropolitana de Salvador (0,45%), que sofreu influência da queda nos preços da gasolina (-2,32%).

Inflação tem alta em outubro em todas as regiões pesquisadas pelo IBGE — Foto: Economia/G1
Inflação tem alta em outubro em todas as regiões pesquisadas pelo IBGE — Foto: Economia/G1

Perspectivas e meta de inflação

Embora o índice de inflação oficial permaneça sob controle no país, a alta do custo de vida tem pesado mais no bolso dos mais pobres. O índice da FGV que mede a variação de preços de produtos e serviços para famílias com renda entre um e 2,5 salários mínimos, por exemplo, acumula alta de 3,86% no ano e 4,54% nos últimos 12 meses.

Apesar da disparada nos alimentos nos últimos meses, a expectativa de inflação para este ano ainda segue abaixo da meta central do governo, de 4%, embora acima do piso do sistema de metas, que é de 2,5% em 2020.

"Chama atenção a elevada dispersão da inflação. Cada vez mais produtos apresentam alta em relação ao mês anterior, sugerindo assim que os preços estão mais contaminados pelos choques que ocorreram este ano e que se espraiam agora de maneira mais disseminada", escreveu em nota para clientes o economista André Perfeito, da Necton.

Os analistas das instituições financeiras projetam um IPCA de 3,02% em 2020, conforme a última pesquisa Focus do Banco Central.

Já o Itaú passou a estimar inflação de 3,41% no ano. "As próximas leituras do IPCA devem seguir pressionadas pela inflação de alimentos e de alguns itens industriais, com destaque para artigos de casa, eletroeletrônicos e vestuário. Projetamos variação de 0,47% em novembro e 0,70% em dezembro", informou o banco em relatório..

Pela regra vigente, o IPCA pode oscilar de 2,5% a 5,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), atualmente em 2% – mínima histórica.

Nos últimos meses, com a alta do dólar e recuperação da atividade econômica, os preços passaram a subir num ritmo mais acelerado, principalmente alimentos.

Na ata da última reunião do Copom, o Banco Central avaliou que pressão sobre a inflação é 'temporária' e espera 'reversão' na alta de preços. O BC endureceu, porém, a mensagem sobre o eventual espaço para cortar a taxa básica de juros e frisou estar atento à piora do quadro fiscal do país e as implicações do aumento da dívida pública para a política monetária.

Para 2021, o mercado financeiro subiu de 3,10% para 3,11% sua previsão de inflação. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%.

Metas para a inflação estabelecidas pelo Banco Central — Foto: Aparecido Gonçalves/Arte G1
Metas para a inflação estabelecidas pelo Banco Central — Foto: Aparecido Gonçalves/Arte G1


Copom diz que pressão sobre a inflação é 'temporária'
Copom diz que pressão sobre a inflação é 'temporária'

INPC de outubro sobe 0,89

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), índice de referência para reajustes salariais e benefícios previdenciários, subiu 0,89%, acima dos 0,87% registrados em setembro. Trata-se do maior resultado para um mês de outubro desde 2010, quando o índice foi de 0,92%.

No ano, o INPC acumula alta de 2,95% e, nos últimos 12 meses, de 4,77%, acima dos 3,89% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em outubro de 2019, a taxa foi de 0,04%.

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quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Trump x Biden: as disputas e polêmicas de outras eleições presidenciais nos EUA

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TOPO
Por BBC  
05/11/2020 12h53 Atualizado há 41 minutos
Postado em 05 de novembro de 2020 às 13h45m


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Em 1960, Richard Nixon perdeu a eleição para o senador democrata John F. Kennedy — Foto: Getty Images/BBC
Em 1960, Richard Nixon perdeu a eleição para o senador democrata John F. Kennedy — Foto: Getty Images/BBC

Independentemente do resultado da eleição presidencial nos Estados Unidos, parece provável que o pleito entre democratas e republicanos acabe no tribunal.

Ao se declarar vencedor em um discurso durante a madrugada, ainda sem o resultado oficial das urnas, o presidente Donald Trump disse que vai contestar os resultados das eleições. Também afirmou que está convencido de que a Suprema Corte americana tomará a decisão final. Enquanto isso, o candidato presidencial democrata, Joe Biden, tem uma equipe de advogados preparada para travar uma possível batalha judicial.

As mudanças sem precedentes nos procedimentos de votação devido à pandemia do coronavírus criaram oportunidades para os candidatos suspeitarem de fraudes. Os republicanos argumentaram que estender os prazos para recebimento e contagem das cédulas levará a uma confusão e fraude, enquanto os democratas acreditam que os republicanos estão trabalhando ativamente para privar os eleitores do direito de votar.

Se algum dos candidatos se recusar a aceitar os resultados, não será a primeira vez que confusão e alegações de fraude dominam os dias e semanas subsequentes às eleições dos Estados Unidos.

Os pleitos de 1876, 1888, 1960 e 2000 estão entre os mais disputadas da história do país. Em cada caso, o candidato e o partido perdedores reagiram aos resultados de maneira diferente.

1876: um acordo que teve um preço

Em 1876, onze anos após o fim da Guerra Civil americana, todos os Estados confederados foram readmitidos na União e a reconstrução do país estava em pleno andamento. Os republicanos tinham mais apoio nas áreas sindicalizadas do norte e nas regiões afro-americanas do sul, enquanto a força democrata se concentrava nos Estados brancos do sul e nas áreas do norte que não apoiaram a guerra civil.

Naquele ano, os republicanos escolheram como candidato à presidência o então governador de Ohio, Rutherford B. Hayes, e os democratas nomearam o governador de Nova York, Samuel Tilden, como seu candidato presidencial.

Mas no dia da eleição houve episódios generalizados de intimidação contra eleitores republicanos afro-americanos no sul. Três Estados do sul, Flórida, Louisiana e Carolina do Sul, tinham conselhos eleitorais dominados pelos republicanos. Nesses três Estados, alguns resultados iniciais pareciam indicar vitórias do candidato democrata Tilden.

Porém, por causa de acusações generalizadas de intimidação e fraude, as juntas eleitorais invalidaram votos suficientes para dar os Estados — e seus votos — a Hayes. Com votos de todos os três Estados, Hayes conquistaria a maioria do Colégio Eleitoral.

Rutherford B. Hayes venceu as eleições depois de uma disputa mediada pelo Congresso — Foto: Getty Images/BBC
Rutherford B. Hayes venceu as eleições depois de uma disputa mediada pelo Congresso — Foto: Getty Images/BBC

Assim, em janeiro de 1877, o Congresso recebeu duas contagens diferentes, com resultados opostos, de modo que a Câmara votou pela criação de uma comissão bipartidária: 15 membros do Congresso e magistrados do Supremo Tribunal Federal determinariam como atribuir os votos eleitorais dos três Estados em disputa. Sete comissários seriam republicanos, sete democratas e haveria um juiz independente, David Davis, de Illinois.

Davis, que havia sido escolhido pelos democratas de Illinois para servir no Senado (na época, os senadores ainda não eram eleitos diretamente pelos eleitores), renunciou à comissão. Ele foi substituído pelo juiz republicano Joseph Bradley, que se juntou a uma maioria republicana de 8-7 que concedeu todos os votos disputados a Hayes.

Os democratas optaram por não lutar contra esse resultado final por causa do "Compromisso de 1877". Esse acordo permitia que, em troca da entrega da Casa Branca a Hayes, fosse finalizada a reconstrução e a ocupação militar do Sul.

O resultado final foi um único mandato presidencial de Hayes, considerado ineficaz, enquanto qualquer possibilidade de influência política afro-americana no Sul foi destruída. No século seguinte, os Estados do Sul, livres da supervisão do Norte, promulgariam leis que discriminavam os negros e restringiam sua capacidade de votar.

1888: Suborno cinco por cinco

Em 1888, o presidente democrata Grover Cleveland, de Nova York, concorreu à reeleição contra o ex-senador de Indiana Benjamin Harrison.

Naquela época, os boletins de voto eram impressos na maioria dos Estados, distribuídos por partidos políticos, e a votação era pública. Certos eleitores (chamados de "flutuantes") eram conhecidos por vender seus votos a quem desse o lance mais alto.

O candidato republicano, Benjamin Harrison, indicou um advogado de Indiana, William Wade Dudley, para ser tesoureiro do Comitê Nacional Republicano. Pouco antes da eleição, Dudley enviou uma carta aos líderes republicanos locais em Indiana com os fundos prometidos e instruções sobre como dividir os eleitores receptivos em "blocos de cinco" para receber subornos em troca de votar em Harrison. As instruções descreviam como cada ativista republicano seria responsável por cinco desses "flutuadores".

Os democratas obtiveram uma cópia da carta e a divulgaram amplamente nos dias que antecederam a eleição. Harrison acabou vencendo Indiana por cerca de 2 mil votos. Ele teria vencido a eleição mesmo se tivesse perdido no Estado, pois já havia conquistado maioria no Colégio Eleitoral.

Na verdade, o candidato democrata Cleveland ganhou no voto popular em todo o país por quase 100 mil votos a mais. Mas ele perdeu seu Estado natal, Nova York, por cerca de 1% dos votos, colocando Harrison como o vencedor no Colégio Eleitoral. Acredita-se que a derrota de Cleveland em Nova York também pode estar relacionada à compra de votos.

Cleveland não contestou o resultado do Colégio Eleitoral e se vingou de Harrison quatro anos depois, tornando-se o único presidente a servir mandatos não consecutivos. Enquanto isso, o escândalo de cinco blocos levou à adoção do voto secreto em todo o país.

1960: Nixon x Kennedy

Em 1960, John Kennedy ganhou as eleições presidenciais, mas também enfrentou acusações de fraude eleitoral — Foto: Getty Images/BBC
Em 1960, John Kennedy ganhou as eleições presidenciais, mas também enfrentou acusações de fraude eleitoral — Foto: Getty Images/BBC

As eleições de 1960 foram disputadas entre o então vice-presidente republicano, Richard Nixon, e o senador democrata John F. Kennedy.

A votação popular foi a mais apertada do século 20, com Kennedy derrotando Nixon por cerca de 100 mil votos, uma diferença de menos de 0,2%.

Por causa dessa diferença estreita, quando Kennedy derrotou Nixon por menos de 1% em cinco estados (Havaí, Illinois, Missouri, Nova Jersey, Novo México) e por menos de 2% no Texas, muitos republicanos não aceitaram a derrota.

Eles se voltaram para dois locais em particular: O sul do Texas e a capital de Illinois, Chicago, onde a máquina política liderada pelo prefeito democrata Richard Daley teria produzido votos suficientes para dar a Kennedy a vitória no Estado. Se Nixon tivesse vencido no Texas e em Illinois, ele teria a maioria no Colégio Eleitoral.

Embora os jornais de tendência republicana tenham investigado o caso e concluído que ocorrera fraude eleitoral em ambos os Estados, Nixon não contestou os resultados. Seguindo o exemplo de Cleveland em 1892, ele concorreu novamente à presidência em 1968 e venceu.

2000: os votos perdidos na Flórida

Em 2000, muitos Estados ainda usavam a cédula perfurada, um sistema de votação criado na década de 1960. Apesar de essas cédulas terem uma longa história de mau funcionamento e de votos perdidos, os americanos de repente perceberam que a tecnologia desatualizada criou um problema na Flórida.

No dia da eleição, a mídia nacional descobriu que uma "cédula borboleta" (uma cédula de cartão perfurado com um desenho que violava a lei estadual da Flórida) confundiu milhares de eleitores no condado de Palm Beach.

George W. Bush e Al Gore disputaram voto a voto o colégio eleitoral da Flórida, e a eleição foi decidida na Justiça — Foto: Reuters/BBC
George W. Bush e Al Gore disputaram voto a voto o colégio eleitoral da Flórida, e a eleição foi decidida na Justiça — Foto: Reuters/BBC

O desenho da cédula em questão fez com que alguns eleitores escolhessem o candidato do Partido Reformista Pat Buchanan pensando que haviam votado no candidato democrata Al Gore. Estima-se que Pat Buchanan recebeu cerca de 3 mil votos de eleitores que provavelmente pretendiam votar em Gore.

O fato é que Gore acabou sendo derrotado na Flórida para George Bush por 537 votos e, ao perder este Estado, perdeu a eleição.

O processo para determinar o vencedor das eleições presidenciais durou um mês.

Na Flórida, os leitores de cédulas eletrônicas não registraram nenhum voto para presidente em mais de 60 mil cédulas. No entanto, em muitos dos cartões perfurados, os pequenos pedaços de papel que são jogados fora quando alguém vota com esses tipos de cartões, conhecidos como chads, ainda ficam pendurados em um, dois ou três cantos e não são contados.

Gore foi ao tribunal para que as cédulas fossem contadas manualmente para tentar determinar a intenção dos eleitores, conforme permitido pela lei estadual. Bush apelou contra o pedido de Gore. Embora Gore tenha vencido na Suprema Corte do Estado da Flórida, a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu, no dia 12 de dezembro, que o Congresso havia estabelecido um prazo para os Estados escolherem eleitores, então não houve mais tempo para contar os votos.

Gore aceitou os resultados no dia seguinte. O drama nacional e o trauma que se seguiu ao dia da eleição em 1876 e 2000 podem se repetir neste ano. Claro, vai depender da diferença entre as votações dos candidatos e como ele reagem aos resultados.

A maioria dos olhos estará em Trump.

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quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Maior iceberg do mundo avança sobre ilha e ameaça área de preservação ambiental

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A68 se descolou da Antártida há três anos e existe grande risco de que possa acabar ancorando na costa de paraíso de vida selvagem. 
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TOPO
Por BBC 
04/11/2020 16h13 Atualizado há 3 horas
Postado em 04 de novembro de 2020 às 19h20m



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Icebergs encalham ao redor de Geórgia do Sul com frequência — Foto: BAS/Pete Bucktrout
Icebergs encalham ao redor de Geórgia do Sul com frequência — Foto: BAS/Pete Bucktrout

O maior iceberg do mundo, conhecido como A68, está em rota de colisão com o território ultramarino britânico da Geórgia do Sul.

O gigante de gelo que se descolou da Antártida há três anos tem tamanho semelhante ao da ilha do Atlântico Sul, e há uma grande possibilidade de que o iceberg possa acabar encalhando na costa desse paraíso de vida selvagem.

Se isso acontecer, será uma grave ameaça para a fauna local, especialmente pinguins e focas.

Isso porque as rotas normais de forrageamento dos animais podem ser bloqueadas, impedindo-os de alimentar seus filhotes adequadamente.

E nem é preciso dizer que todas as criaturas que vivem no fundo do mar acabariam mortas no local onde o A68 "atracar" — algo que levaria muito tempo para ser revertido.

"Os ecossistemas podem e irão se recuperar, é claro, mas há o perigo de que, se esse iceberg ficar preso, possa permanecer lá por 10 anos", diz o professor Geraint Tarling do British Antarctic Survey (BAS), órgão responsável pelos assuntos relativos aos interesses do Reino Unido na Antártica.

"E isso faria uma grande diferença, não apenas para o ecossistema da Geórgia do Sul, mas também para sua economia", acrescenta.

O A68 é muito extenso, mas tem apenas 200 metros de espessura (relativamente fino para um iceberg) — Foto: Nasa/John Sonntag via BBC
O A68 é muito extenso, mas tem apenas 200 metros de espessura (relativamente fino para um iceberg) — Foto: Nasa/John Sonntag via BBC

O território ultramarino britânico é uma espécie de cemitério dos maiores icebergs da Antártica.

Esses gigantes se descolam vez ou outra do continente gelado em fortes correntes, e acabam na parte rasa da plataforma continental que circunda a ilha remota.

O A68 — que tem a aparência de uma mão com um dedo para cima — tem andado neste "beco do iceberg" desde que se descolou da Antártica em meados de 2017. Agora está a apenas algumas centenas de quilômetros a sudoeste do território da Geórgia do Sul.

Morte de animais

Com uma área equivalente a quase três vezes a cidade de São Paulo, o iceberg pesa centenas de bilhões de toneladas. Mas sua espessura relativa (uma profundidade submersa de talvez 200 metros ou menos) significa que tem o potencial de flutuar até a costa da Geórgia do Sul antes de encalhar.

"Um iceberg tem implicações enormes para onde predadores terrestres podem ser capazes de forragear", explica Tarling.

"Quando falamos sobre pinguins e focas durante o período que é realmente crucial para esses animais — a criação de filhotes — a distância real que eles têm que percorrer para encontrar comida (peixe e krill) realmente importa. Se eles têm que fazer um grande desvio, significa que não vão voltar para seus filhos a tempo de evitar que morram de fome nesse ínterim."

Quando o colosso A38 aterrissou na Geórgia do Sul em 2004, inúmeros filhotes de pinguins e filhotes de foca mortos foram encontrados nas praias locais.

Com calado de cerca de 200m, o A68 tem potencial para se prender na plataforma rasa ao redor da ilha

O pesquisador do BAS está tentando organizar recursos para estudar A68 na Geórgia do Sul, caso o pior cenário se confirme e o iceberg alcance uma das principais áreas produtivas para a vida selvagem e a indústria pesqueira local.

Os impactos potenciais são diversos — e nem todos negativos, enfatiza.

Por exemplo, os icebergs trazem consigo enormes quantidades de poeira que fertilizarão o plâncton oceânico ao seu redor, e esse benefício irá então se espalhar pela cadeia alimentar.

Embora as imagens de satélite sugiram que o A68 está em rota de colisão com a Geórgia do Sul, isso pode não acontecer. Tudo é possível, diz Peter Fretwell, especialista em mapeamento e sensoriamento remoto da BAS.

"As correntes devem dar uma volta pelo que parece ser um estranho loop ao redor da extremidade sul da Geórgia do Sul, antes de girar ao longo da borda da plataforma continental e voltar para o noroeste. Mas é muito difícil dizer exatamente o que vai acontecer", acrescenta ele à BBC News.

Colega de Fretwell na BAS, Andrew Fleming diz que uma solicitação foi feita à Agência Espacial Europeia para obter mais imagens de satélite, particularmente do sistema de radar Sentinel-1.

Esses satélites trabalham em comprimentos de onda que lhes permitem ver através das nuvens, o que significa que podem rastrear o iceberg independentemente das condições climáticas.

"O A68 é espetacular", diz Fleming. "A ideia de que ainda está em um grande pedaço é realmente notável, especialmente dadas as enormes fraturas que vemos passando por ele nas imagens de radar. Esperava que ele já tivesse se rompido agora", acrescenta.

"Se ele girar em torno da Geórgia do Sul e seguir em direção ao norte, deve começar a se fragmentar. Ele entrará muito rapidamente em águas mais quentes e, especialmente, a ação das ondas começará a derretê-lo."

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Produção industrial cresce 2,6% em setembro e recupera patamar pré-pandemia, diz IBGE

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Atividade industrial no país agora se encontra 0,2% acima do nível de fevereiro. No acumulado no ano, porém, setor ainda acumula perda de 7,2%.  
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Por Darlan Alvarenga e Daniel SIlveira, G1 — São Paulo e Rio de Janeiro  
04/11/2020 09h00 Atualizado há 2 horas
Postado em 04 de novembro de 2020 às 11h00m


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Fábrica de papelão ondulado para embalagens no interior de São Paulo; produção industrial cresce 2,6% em setembro e recupera patamar pré-pandemia, segundo IBGE — Foto: Fabio Tito/G1
Fábrica de papelão ondulado para embalagens no interior de São Paulo; produção industrial cresce 2,6% em setembro e recupera patamar pré-pandemia, segundo IBGE — Foto: Fabio Tito/G1

produção industrial brasileira cresceu 2,6% em setembro, na comparação com agosto, com o setor cravando a quinta alta seguida, segundo divulgou nesta quarta-feira (4) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Já na comparação com setembro do ano passado, o setor cresceu 3,4%, interrompendo uma sequência de 10 quedas seguidas nesta base de análise.

Com o resultado de setembro, a indústria acumulou em 5 meses um ganho de 37,5%, eliminando completamente as perdas registradas entre março e abril (-27,1%). Com isso, superou em 0,2% o patamar de fevereiro, quando a pandemia de coronavírus ainda não havia afetado a produção do país.

Embora tenha recuperado o patamar pré-pandemia, o setor ainda se encontra 15,9% abaixo do seu patamar mais alto, alcançado em agosto de 2018. Isso nos dá a dimensão do tamanho da perda que a indústria já vinha acumulando, enfatizou o gerente da pesquisa, André Macedo.

No acumulado no ano, a indústria ainda registra, porém, queda de 7,2%. Em 12 meses, a baixa acumulada é de 5,5%, indicando uma desaceleração frente ao mês anterior (-5,7%).

Produção industrial mensal — Foto: Economia G1
Produção industrial mensal — Foto: Economia G1

O IBGE revisou os dados da produção industrial de julho, de uma alta de 8,3% para 8,6%, e também de agosto, para um avanço de 3,6%, ante uma taxa de 3,2% divulgada anteriormente.

O resultado de setembro veio acima do esperado. As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de alta de 2,2% na variação mensal e de 2,2% na base anual.

Alta de 22,3% no 3º trimestre na comparação o 2º trimestre

Na passagem do 2º para o 3º trimestre, a produção industrial apresentou uma alta de 22,3%, recuperando a perda registrada na passagem do 1º para o 2º trimestre, que havia sido de 17,5%.

Já na comparação com o 3º trimestre de 2019, a indústria teve queda de 0,6%, bem abaixo do recuo registrado no 2º trimestre contra o 2º trimestre do ano passado, quando houve um tombo de 19,4%. Essa foi a queda mais elevada, nessa base de comparação, de toda a série histórica atual da pesquisa, destacou o gerente da pesquisa.

Destaques de setembro

Na passagem de agosto para setembro, a produção cresceu em todas as grandes categorias econômicas e em 22 dos 26 ramos pesquisados, com destaque para bens de consumo duráveis, cujos resultados foram puxados pela indústria automobilística.

Produção industrial cresceu em setembro em 22 dos 26 ramos pesquisados — Foto: Divulgação/IBGE
Produção industrial cresceu em setembro em 22 dos 26 ramos pesquisados — Foto: Divulgação/IBGE

Veículos automotores, reboques e carrocerias avançaram 14,1%. Vale destacar que essa atividade acumulou expansão de 1.042,6% em cinco meses consecutivos de crescimento na produção, mas ainda assim se encontra 12,8% abaixo do patamar de fevereiro, afirmou o gerente da pesquisa.

Outros avanços de destaque em setembro foram na produção de máquinas e equipamentos (12,6%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (16,5%) de couro, artigos para viagem e calçados (17,1%).

Por outro lado, houve queda em indústrias extrativas (-3,7%), impressão e reprodução de gravações (-4,0%), produtos diversos (-1,3%) e outros produtos químicos (-0,3%).

A indústria extrativa teve um recuo em setembro, mas vinha de três meses de crescimento na produção. Ou seja, ela interrompe o comportamento positivo, mas não elimina o saldo positivo dos últimos meses. Mesmo considerando a queda em setembro, essa atividade está 5,7% acima do patamar anterior à pandemia, observou Macedo.

Indústria ainda acumula perdas no ano

Todas as quatro grandes categorias econômicas acumulam recuo no ano, com perdas em 20 dos 26 ramos, 64 dos 79 grupos e 68,4% dos 805 produtos pesquisados.

Na produção de bens de consumo duráveis, a queda é de 26,7% no acumulado em 9 meses. Em bens de capital, o recuo é de 17,9%. Já os setores produtores de bens de consumo semi e não-duráveis (-7,6%) e de bens intermediários (-3,1%) acumulam taxas negativas menos acentuadas no ano. Na média da indústria, a queda no ano é de 7,2%.

Entre os segmentos, as maiores baixas no acumulado no ano são na produção de impressão e reprodução de gravações (-37,9%), veículos automotores (-37%) e confecção de artigos do vestuário (-31,8%).

Dos 26 ramos, apenas 4 tiveram aumento de produção no acumulado no ano, com destaque para produtos alimentícios (5,4%), produtos derivados do petróleo (4,5%), perfumaria e produtos de limpeza (3,9%) e produtos farmacêuticos (2,1%). Veja quadro abaixo:

Apenas 4 dos 26 ramos pesquisados acumulam alta no ano — Foto: Divulgação/IBGE
Apenas 4 dos 26 ramos pesquisados acumulam alta no ano — Foto: Divulgação/IBGE

Perspectivas

Após o tombo recorde no 2º trimestre, a indústria tem mostrado uma recuperação firme nos últimos meses. Segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a alta da produção também tem sido acompanhada de mais contratações, de redução da ociosidade do parque industrial e aumento da intenção de investir dos empresários.

Além de renovadas preocupações sobre a evolução da pandemia no mundo e riscos de novas paralisações, o grande contingente de desempregados no país e as incertezas sobre a sustentabilidade das contas públicas e andamento da agenda de reformas no Congresso também são apontadas por analistas como fatores que podem limitar a expansão da indústria e da economia brasileira.

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