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sábado, 6 de junho de 2020

Brasil registra 40 mil internações por falta de saneamento nos primeiros três meses do ano; gastos chegam a R$ 16 milhões

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Internações ocuparam, em média, 4,2% dos leitos do SUS no primeiro trimestre de 2020. Estudo da ABES destaca que ocupações acontecem durante a pandemia do coronavírus e que podem ser evitadas com mais investimento em serviços de água, esgoto e coleta de lixo. 
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Por Clara Velasco, G1  
05/06/2020 10h00  Atualizado há um dia  
Postado em 06 de junho de 2020 às 16h45m  


      Post.N.\9.323  
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O Brasil teve mais de 40 mil internações causadas por doenças relacionadas a falhas de saneamento básico no primeiro trimestre deste ano, aponta um estudo da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES) divulgado nesta sexta-feira (5).

As internações ocuparam, em média, 4,2% dos leitos do SUS no período, por cerca de três dias.

Além disso, elas custaram mais de R$ 16,1 milhões aos cofres públicos. Deste valor, quase a metade (46%) foi despendida apenas no Norte, região que, historicamente, apresenta graves falhas e os piores índices de saneamento básico do país.
Estudo aponta as internações causadas por doenças relacionadas à falta de saneamento no país — Foto: Fernanda Garrafiel/Arte
Estudo aponta as internações causadas por doenças relacionadas à falta de saneamento no país — Foto: Fernanda Garrafiel/Arte

Para contabilizar as internações, o estudo considera as Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI) de transmissão feco-oral. São elas: cólera, febres tifóide e paratifóide, shiguelose, amebíase, diarreia e gastroenterite de origem infecciosa presumível, entre outras enfermidades infecciosas intestinais.

Segundo a publicação, estas doenças são típicas de ambientes precários, sem saneamento ou com saneamento inadequado.
"Saneamento público é saúde. Ele afeta diretamente a saúde das pessoas. Cidades com índices melhores de saneamento têm incidência menor dessas doenças. Por isso, nós sempre conectamos os dois temas nos nossos estudos", afirma Roberval Tavares de Souza, presidente da ABES.
Souza destaca a importância de analisar a ocupação destes leitos públicos com doenças ligadas ao saneamento inadequado por causa do atual contexto de pandemia que o país vive. "Nós verificamos que, em média, mais de 13 mil leitos foram ocupados por doenças relacionadas ao saneamento neste primeiro trimestre", diz.
"Se a gente tivesse mais saneamento, a gente teria menos doenças e, consequentemente, teria mais leitos disponíveis para atender as pessoas com Covid-19. Então, se a gente tivesse avançado mais no saneamento nos últimos anos, com certeza a gente teria diminuído o número de mortes por Covid no Brasil, pois esses leitos seriam ocupados para salvar essas vidas", afirma Souza.
Acesso a saneamento básico está diretamente relacionado com incidência de doenças na população, aponta ABES. — Foto: Natinho Rodrigues
Acesso a saneamento básico está diretamente relacionado com incidência de doenças na população, aponta ABES. — Foto: Natinho Rodrigues

Segundo ele, essa lógica não faz sentido apenas em um contexto de pandemia, mas em qualquer momento. "A gente não tem pandemia todo ano, mas a gente tem outras doenças que ocupam e demandam o sistema publico de saúde no Brasil. Aí alguém que tem uma doença causada pelo saneamento, que podia ser evitada, disputa leito com uma pessoa com alguma outra doença."

Nesta sexta, a associação divulgou um ranking que analisa como as cidades do país estão avançando rumo à universalização dos serviços. Os números, porém, não são satisfatórios, segundo Souza, pois menos de 100 cidades de mais de 1.800 analisadas estão perto de conseguir atender todos os cidadãos com os serviços de água, esgoto e coleta de lixo.

Também é importante destacar que ainda há quase 35 milhões de brasileiros sem acesso à água tratada e mais de 100 milhões sem coleta de esgoto. Além disso, apenas 46% dos esgotos gerados nos país são tratados.
O estudo da ABES ainda aponta as diferenças regionais nos dados de internação e ocupação de leitos. Mesmo que a média de ocupação de leitos do trimestre tenha sido de 4,2%, há estados em que os sistemas de saúde ficaram bem mais comprometidos.

O Maranhão, por exemplo, se destaca negativamente, com uma ocupação de 17,6% dos leitos do SUS. O estado é seguido pelo Pará, com 11,7%, e Piauí, com 9,6%.

São Paulo, apesar de ter registrado uma quantidade similar à do Pará de internações médias no trimestre, teve o menor percentual de ocupação dos leitos SUS do país por apresentar, sozinho, quase o dobro dos leitos disponíveis dos outros três estados. A média de internações dos três meses do estado foi de 1.042, com 1,7% de ocupação dos leitos.
Paciente com Covid-19 recebe atendimento na UTI do Hospital Municipal de Parelheiros, em São Paulo; cidade teve a menor taxa de ocupação de leitos do SUS para doenças relacionadas ao saneamento básico — Foto: Amanda Perobelli/Reuters
Paciente com Covid-19 recebe atendimento na UTI do Hospital Municipal de Parelheiros, em São Paulo; cidade teve a menor taxa de ocupação de leitos do SUS para doenças relacionadas ao saneamento básico — Foto: Amanda Perobelli/Reuters

O mesmo acontece na comparação entre as capitais. Belém, Fortaleza e São Paulo foram as três capitais com as maiores quantidades de internações médias por DRSAI de transmissão feco-oral no trimestre: 217, 269 e 252, respectivamente.

Contudo, em função do número de leitos SUS disponíveis, o percentual de ocupação de São Paulo coloca as cidades em condições bastante diferentes: enquanto Belém ocupou 7,7% dos leitos com as doenças e Fortaleza ocupou 4,4%, São Paulo ocupou 1,4% com essas internações.

Segundo Souza, estes dados estão diretamente relacionados ao nível do saneamento básico destes estados e destas cidades.

"Belém, Manaus e Macapá são cidades que têm péssimas infraestruturas de saneamento e aí, consequentemente, têm mais pessoas internadas por questões relacionadas a doenças de saneamento", afirma.

Em São Paulo, por exemplo, 99,3% da população têm acesso a abastecimento de água, e 96,3%, a coleta de esgoto. Já em Belém, os índices são bem mais baixos: 70,3% e 13,6%, respectivamente.
A cada 100 litros de água tratada, mais de 38 se perdem em vazamentos, roubos e fraudes
A cada 100 litros de água tratada, mais de 38 se perdem em vazamentos, roubos e fraudes

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Em 3.547 municípios do Brasil, pelo menos 1/4 dos habitantes recebeu o Auxílio Emergencial

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Levantamento considera a base de dados de pagamentos do auxílio emergencial criado durante a pandemia e a mais recente estimativa populacional do IBGE por município. Mais de 53 milhões de brasileiros receberam a primeira parcela.
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Por Gabriela Caesar, G1     
06/06/2020 14h12  Atualizado há uma hora  
Postado em 06 de junho de 2020 às 15h25m  

      Post.N.\9.322  
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Um levantamento feito pelo G1 revela que pelo menos 1/4 dos habitantes de 3.547 dos 5.570 municípios do Brasil recebeu o Auxílio Emergencial criado durante a pandemia do novo coronavírus. A primeira parcela do benefício de R$ 600 (ou R$ 1.200 para mães solteiras) foi paga a 48.720.875 pessoas em abril e 5.198.765 em maio deste ano.

Os dados são resultado de um cruzamento da base de dados de pagamentos do auxílio emergencial, disponível no Portal da Transparência desde quinta-feira (4), e a mais recente estimativa populacional do IBGE por município (de 2019).
(Abaixo, no mapa, clique no zoom ou passe o mouse para saber mais detalhes)
A metade desses municípios com taxas mais altas de beneficiários está localizada no Nordeste (1.780 de 3.547). Ainda nessa região, em sete estados pelo menos 1/3 dos habitantes recebeu o benefício: Piauí (35%), Bahia (34%), Maranhão (34%), Ceará (34%), Paraíba (33%), Sergipe (33%) e Pernambuco (33%).

Já os estados com os menores índices de beneficiários por habitantes são Santa Catarina (16%), Rio Grande do Sul (18%), São Paulo (21%) e Paraná (21%). O Distrito Federal também teve um percentual menor: 19%.

Percentual de habitantes que receberam o auxílio
UFHabitantesBenefíciosPercentual
PI3.273.2271.161.19735%
BA14.873.0645.063.67934%
MA7.075.1812.384.72434%
CE9.132.0783.060.25034%
PB4.018.1271.342.40733%
SE2.298.696758.44433%
PA8.602.8652.836.78933%
PE9.557.0713.136.03333%
AL3.337.3571.065.91432%
RN3.506.8531.102.65831%
AP845.731264.36431%
AC881.935274.54531%
AM4.144.5971.268.42031%
RR605.761183.97430%
TO1.572.866449.54929%
RO1.777.225470.75426%
RJ17.264.9434.304.74725%
MT3.484.466867.63925%
ES4.018.650989.63225%
GO7.018.3541.724.62025%
MS2.778.986658.27624%
MG21.168.7914.954.62923%
PR11.433.9572.421.28021%
SP45.919.0499.419.12821%
DF3.015.268563.19219%
RS11.377.2392.024.85318%
SC7.164.7881.167.67016%
Entre os municípios, o maior percentual de beneficiários foi registrado em Severiano Melo (RN). Há 2.658 benefícios na cidade que tem estimativa de 2.440 habitantes (o número do IBGE é uma estimativa e, por isso, pode haver diferença). As pessoas receberam, em média, R$ 718.

Já em segundo lugar o município com mais beneficiários é Maetinga (BA), onde 2.929 dos 3.161 habitantes receberam o auxílio emergencial. O valor médio do benefício foi de R$ 593.

Em seguida, Campos Verdes (GO) teve o terceiro maior índice: 1.897 dos 2.141 habitantes conseguiram o auxílio emergencial. O benefício foi, em média, de R$ 648.

A base de dados do Portal da Transparência não informa o município nem a unidade federativa quanto a 273 beneficiários do auxílio emergencial.

Veja os 10 municípios com as taxas mais altas:
Percentual de habitantes que receberam o auxílio
MunicípioHabitantesBenefíciosPercentual
Severiano Melo (RN)2.4402.658109%
Maetinga (BA)3.1612.92993%
Campos Verdes (GO)21411.89789%
Amapá (AP)9.1097.93587%
Lajedo do Tabocal (BA)3.7833.29487%
Japurá (AM)2.7552.08276%
Jacareacanga (PA)8.2395.67569%
Junco do Maranhão (MA)3.4322.32168%
Altamira do Paraná (PR)1.9421.22263%
Assis Brasil (AC)7.4174.56562%
A cientista política Marta Arretche, professora do Departamento de Ciência Política da USP e diretora do Centro de Estudos da Metrópole (CEM), afirma que o auxílio emergencial é muito importante durante a pandemia, quando o isolamento social é necessário para evitar a disseminação do novo coronavírus. Para ela, porém, faltava um "ajuste muito mais fino no desenho do programa" ao considerar, por exemplo, também as condições de cada família, como o número de filhos.
"Para muitas pessoas, que tinham renda superior a R$ 600 e ficaram sem renda, esse auxílio é insuficiente, porque ele é 60% do salário mínimo [R$ 1.045 em 2020]. É um valor bem pequeno. De qualquer maneira, seria pior sem ele. É um auxílio necessário e deveria ser mantido enquanto nós tivermos os efeitos econômicos da pandemia em andamento", diz.
A cientista política destaca ainda que essa é uma oportunidade de repensar a estratégia brasileira de transferência de renda. "Temos benefícios pulverizados que poderiam ser repensados em uma estratégia única. Há um debate de uma renda básica, mas, passada a emergência da pandemia, que não sabemos quanto tempo vai durar, seria necessário repensar a estratégia de transferência de renda [Bolsa Família, abono salarial, seguro-desemprego]."

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sexta-feira, 5 de junho de 2020

Pesquisadores avaliam os riscos para a abertura precoce do comércio em meio à pandemia

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Estudos mostram que a curva de contágio no Brasil ainda avança - e de forma acelerada - e que nós somos o único país que, a partir do 50º dia de epidemia, manteve a curva de aceleração da Covid-19. 
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g1.globo.com/jornal-nacional/noticia  
04/06/2020 21h26  Atualizado há uma hora  
Postado em 05 de junho de 2020 às 11h35m  


      Post.N.\9.320  
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Pesquisadores avaliam os riscos para a abertura precoce do comércio em meio à pandemia
Pesquisadores avaliam os riscos para a abertura precoce do comércio em meio à pandemia


Os números falam por si. Dia a dia, os novos casos de Covid vão aumentando num ritmo crescente e é nesse cenário que muitas cidades estão reabrindo lojas, locais públicos, diferentemente do que aconteceu em outros países.

Por trás dos gráficos que mostram a evolução da Covid-19, também estão histórias de brasileiros vencidos pela doença. E essas linhas são importantes para saber como estamos sendo afetados pelo novo coronavírus.

E o que elas revelam é preocupante. Um grupo de estudo da PUC-Rio e da FGV comparou a situação do Brasil com a de outros países. A linha que representa o Brasil continua subindo, indicando que a doença ainda avança por aqui em ritmo acelerado, com contágio crescente de brasileiros. Nos outros países, vai caindo. Nos Estados Unidos, avança, mas em um ritmo menor.

Nos últimos sete dias, os americanos registram 151.587 casos. No mesmo período, foram 172.195 no Brasil.

O ponto é como a curva se comporta, a tendência da curva, né? E a gente vê um crescimento. Não está vendo um arrefecimento nesse crescimento do Brasil em comparação aos demais países, avalia Marcelo Fernandes, professor de Economia FGV-SP.

A aceleração da curva no Brasil é muito maior hoje do que é na Rússia e nos Estados Unidos. Então, o número de casos está aumentando aqui de forma muito mais acentuada, analisa Marcelo Medeiros, professor de Economia da PUC-Rio.

Nesta quinta (4), faz 100 dias do registro do primeiro caso de Covid-19 no Brasil. Mas o alerta do crescimento da doença por aqui já aparecia bem antes disso.

Uma outra pesquisa, da USP de Ribeirão Preto, mostrou que o Brasil foi o único país que, a partir do 50º dia de epidemia, manteve a curva de aceleração da Covid-19. Nos outros países , houve desaceleração.

"A partir do 50º dia da epidemia, comparada com o 50º dia de epidemia de todos esses países, o Brasil está colocando o pé no acelerador de casos, enquanto esses países já estavam colocando o pé no freio dos casos, explica Domingos Alves, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP).

Os pesquisadores também compararam a situação do Brasil com a de outros países no momento em que decidiram afrouxar as medidas de isolamento social e reabrir gradualmente a economia. O estudo mostra que muitos estavam numa situação melhor do que a que enfrentamos agora.

Um dos critérios levados em conta para o relaxamento é a capacidade do sistema de saúde de atender novos casos e a velocidade de reprodução do vírus, que é o número de pessoas que são infectadas, em média, por alguém doente.

Os pesquisadores dizem que, entre os dez países com mais casos no mundo, com exceção da Rússia, todos estavam com o índice de transmissão abaixo de 1, o que significa que a epidemia está mais controlada. O Brasil até conseguiu uma redução com as medidas de isolamento, mas ainda tem índice de transmissão acima de 1: 1,4.

O Brasil hoje ele é o epicentro, é onde tem as maiores taxas de reprodução, de transmissibilidade. A gente ainda está numa parte inicial da curva, bem longe ainda de chegar a um pico, como os demais países que já começaram a flexibilização", destaca Marcelo Fernandes.

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Produção de veículos tem pior maio desde 1992, e montadoras projetam tombo de 40% nas vendas no ano

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Fábricas começaram a retomar atividade no mês passado, mas nível ficou 84% abaixo do mesmo período de 2019. 
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Por Guilherme Fontana, G1  
05/06/2020 09h14  Atualizado há uma hora  
Postado em 05 de junho de 2020 às 10h25m  

      Post.N.\9.321  
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Fábricas reabriram em maio com medidas para prevenir contágio do coronavírus; Renault instalou divisórias de acrílico no refeitório em São José dos Pinhais — Foto: Divulgação
Fábricas reabriram em maio com medidas para prevenir contágio do coronavírus; Renault instalou divisórias de acrílico no refeitório em São José dos Pinhais — Foto: Divulgação

A produção de veículos no Brasil no mês passado sofreu um tombo de 84,4% em relação a maio de 2019. Os números foram divulgados nesta sexta-feira (5) pela associação das fabricantes, a Anfavea.
"É o pior maio desde 1992", disse Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea.
Com a retomada gradual de atividades em algumas montadoras, houve alta de 2.232% na produção em relação a abril. Mas, na prática, o número impactante reflete apenas o retorno das atividades de algumas fábricas. Em abril, praticamente todas ainda estavam paralisadas como medida de distanciamento social pela pandemia do coronavírus.
Embora junho sinalize algum retorno mais efetivo às atividades, teremos sem dúvida o pior trimestre da história do setor automotivo. Resta esperar por uma reação no segundo semestre capaz de evitar maiores danos à cadeia automotiva, disse Moraes.

Tombo de 40% é esperado
No acumulado do ano, a baixa é de 49,2% sobre janeiro a maio de 2019, com 631 mil veículos produzidos contra 1,24 milhão no mesmo período do ano passado.

Para Moraes, painda não é possível refazer projeções para o ano na produção e em exportações, já que cada país enfrenta a pandemia de forma diferente.

Mas a associação apresentou uma perspectiva para as vendas, que devem voltar ao mesmo patamar de 2004. A previsão é de que 2020 termine com 1,675 milhão de veículos emplacados, um recuo de 40% em relação a 2019.
No início do ano, antes da chegada da pandemia, Anfavea projetava crescimento de 9,4% nas vendas em 2020, voltando ao patamar de 3 milhões de unidades que não é visto desde 2014.

Por segmento
Em maio, foram produzidos 43.080 automóveis, comerciais leves (picapes e furgões), caminhões e ônibus, contra 1.847 do mês anterior. No mesmo período de 2019, a produção foi de 275.747 unidades.

No balanço de maio, os melhores e os piores números ficaram para os veículos leves (automóveis e comerciais leves), com crescimento de 3.507% em relação a abril e queda de 85,6% a maio do ano passado. Entre os caminhões, houve subida de 906% e caída de 63,9%, respectivamente.

Os ônibus, com menores números absolutos, têm recuperação e quedas menores, de 208% e 56,1%.

Exportações não sobem
Apesar da retomada das atividades e da aparente recuperação da indústria, as exportações permanecem com resultados negativos em todas as comparações. A Argentina, principal importadora de veículos do Brasil, ainda segue rígidas regras de isolamento social pela Covid-19.

Em relação a maio do ano passado, os números despencaram 90,8% (de 42.126 para 3.870). Comparando com abril, que registrou 7.212 veículos exportados, a queda foi de 46,3%. No acumulado, a variação negativa foi de 44,9%.
Entretanto, os segmentos de caminhões e ônibus tiveram mais unidades enviadas para fora do país. Os caminhões viram os números subirem 193% e, os ônibus, 280%.

Vendas
Os números de emplacamentos apresentados pela Anfavea são semelhantes aos divulgados na última terça (2) pela Fenabrave, a federação dos concessionários.

Houve uma queda de 74,7% na comparação com maio de 2019, mas crescimento de 11,6% em relação a abril de 2020. No acumulado, a queda é de 37,7%.

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