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quinta-feira, 28 de maio de 2020

Desemprego sobe para 12,6% em abril com queda recorde no número de ocupados

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População ocupada encolheu 5,2% em relação ao trimestre anterior, o que representou uma perda de 4,9 milhões de postos de trabalho. Desalento também bateu recorde. 
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Por Darlan Alvarenga e Daniel Silveira, G1  
28/05/2020 09h01  Atualizado há 43 minutos  
Postado em 28 de maio de 2020 às 10h20m  


      Post.N.\9.305  
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Desemprego no Brasil chega a quase 13 milhões de pessoas até abril, segundo IBGE
Desemprego no Brasil chega a quase 13 milhões de pessoas até abril, segundo IBGE

A taxa de desemprego no Brasil subiu para 12,6% no trimestre encerrado em abril, atingindo 12,8 milhões de pessoas e com um fechamento de quase 5 milhões de postos de trabalho em relação ao trimestre anterior. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua) divulgada nesta quinta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado representa uma alta de 1,3 ponto percentual na comparação com o trimestre encerrado em janeiro. Dessa forma, o número de pessoas na fila por um emprego aumentou em 898 mil pessoas em 3 meses, em meio aos impactos da pandemia de coronavírus na atividade econômica.

Trata-se também da maior taxa de desemprego desde o trimestre terminado em março do ano passado, quando foi de 12,7%.
Evolução da taxa de desemprego — Foto: Economia G1
Evolução da taxa de desemprego — Foto: Economia G1

População ocupada tem queda recorde
A população ocupada no país teve queda recorde de 5,2% em 3 meses e encolheu para um total de 89,2 milhões de brasileiros, contra 94,1 milhões no trimestre encerrado em janeiro. Na comparação com abril do ano passado, a queda também foi recorde, de 3,4% (3,1 milhões de pessoas a menos).

O período foi marcado por grande dispensa de pessoal e desistência de trabalhadores em procurar trabalho em meio à pandemia.

Na véspera, dados divulgados pelo Ministério da Economia mostraram que a economia brasileira perdeu 1,1 milhão de vagas de trabalho com carteira assinada entre os meses de março e abril. Apenas em abril, foram fechados 860,5 mil postos de emprego formal, o pior resultado para um único mês em 29 anos, segundo dados do Caged.
"Um indicador que reflete os efeitos da pandemia de Covid-19 no mercado de trabalho, a população ocupada teve queda recorde de 5,2%, em relação ao trimestre encerrado em janeiro, representando uma perda de 4,9 milhões de postos de trabalho, que foram reduzidos a 89,2 milhões", destacou o IBGE.
O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) caiu para 51,6%, o menor da série histórica iniciada em 2012. Há 1 ano, estava em 54,2%.

Recorde de pessoas fora da força de trabalho e de desalentados
O número de desempregados no país só não cresceu mais porque um contingente significativo de pessoas deixou de procurar emprego ou não estava disponível para trabalhar em abril, em meio ao isolamento social e restrições impostas pelas autoridades para tentar conter o avanço do coronavírus.

No trimestre encerrado em abril, 4 milhões de brasileiros deixaram a força de trabalho.
A população fora da força de trabalho somou 70,9 milhões de pessoas no trimestre encerrado em abril, representando também um novo recorde na série iniciada em 2012, com alta de 7,9% (mais 5,2 milhões de pessoas) em 3 meses e salto de 9,2% (mais 6 milhões) na comparação a igual período de 2019.

São classificadas como fora da força de trabalho as pessoas que não procuraram trabalho, mas gostariam de ter um, ou aquelas que buscaram emprego, mas não estavam disponíveis para trabalhar na semana de referência da pesquisa.

Já o desalento (pessoas que desistiram de procurar emprego) cresceu 7% (328 mil pessoas a mais) em relação ao trimestre encerrado em janeiro, chegando a 5 milhões, novo recorde de toda a série histórica.

Se por um lado, a gente teve uma queda bastante acentuada na ocupação, também teve um aumento recorde da população fora da força de trabalho, que foi de 7,9%. O que provocou um aumento da chamada força de trabalho potencial, muitas pessoas nem estão ocupadas, pararam de procurar trabalho, mas estão ali na força potencial, o que contribuiu para a gente ter um aumento muito importante da taxa de desalento, que volta a crescer depois de um bom tempo em estabilidade”, destacou a analista da pesquisa Adriana Beringuy, acrescentando que o isolamento social teve um peso "bastante importante no resultado da pesquisa.
Distribuição da população ocupada — Foto: Economia G1
Distribuição da população ocupada — Foto: Economia G1

Abalos no emprego informal e formal
Segundo a pesquisadora, os efeitos da pandemia foram sentidos tanto entre os informais quanto entre trabalhadores com carteira assinada, mas o primeiro grupo foi o mais afetado. Enquanto a população ocupada total teve queda de 5,2%, entre os informais essa redução foi de 9,7%.
Dos 4,9 milhões de pessoas a menos na ocupação, 3,7 milhões foram de trabalhadores informais. O emprego com carteira assinada no setor privado teve uma queda recorde também. A gente chega em abril com o menor contingente de pessoas com carteira assinada, que é de 32,2 milhões, destacou.
Já o número de trabalhadores por conta própria caiu para 23,4 milhões de pessoas, uma redução de 4,9% em relação ao trimestre anterior e de 2,1% frente igual período de 2019.

A taxa de informalidade ficou 38,8% e o contingente total de informais (34,6 milhões), recuando para o menor nível na série histórica. Essa redução numérica não está, necessariamente, apontando para a uma melhora qualitativa do mercado de trabalho. Ela está associada a uma queda generalizada da ocupação, ponderou Adriana Beringuy.

A população subutilizada atingiu 28,7 milhões de pessoas, novo recorde da série, com alta de 8,7% (mais 2,3 milhões pessoas) frente ao trimestre móvel anterior. Com isso, a taxa de subutilização da força de trabalho subiu para 25,6%, também nova máxima da pesquisa.

Comércio tem maior redução de número de trabalhadores
A queda na população ocupada foi generalizada, atingindo 9 dos dez grupos de atividades pesquisados, na comparação com o trimestre anterior. Dos 4,9 milhões de pessoas que saíram da população ocupada, as maiores baixas foram no comércio (menos 1,2 milhão de pessoas), construção (menos 885 mil), serviços domésticos (menos 727 mil, a maior queda desde o início da série, em 2012), e no setor de alojamento e alimentação (menos 699 mil). A administração pública foi a única atividade com aumento no número de ocupados (mais 287 mil).

De acordo com Adriana Beringuy, a queda recorde no número de trabalhadores em serviços domésticos está associada às medidas de isolamento social. Várias famílias podem ter dispensados os seus trabalhadores domésticos em função dessa questão do isolamento. É uma queda bastante acentuada, observou.

Número de trabalhadores domésticos é o menor já registrado no país, aponta IBGE
Variação do número de ocupados por atividade, na comparação com o trimestre encerrado em janeiro. — Foto: Economia G1
Variação do número de ocupados por atividade, na comparação com o trimestre encerrado em janeiro. — Foto: Economia G1

Massa de rendimentos tem queda recorde
Com a queda recorde da população ocupada, a massa de rendimentos também registrou a maior retração da série histórica, de 3,3% frente ao trimestre anterior, com um encolhimento de R$ 7,3 bilhões em 3 meses, somando R$ 211,6 bilhões.
Por outro lado, o rendimento médio real recebido pelas pessoas ocupadas subiu 2% e foi estimado em R$ 2.425 no trimestre encerrado em abril, o maior da série histórica. Esse aumento, porém, é explicado principalmente pelo fato de que os trabalhadores informais, que ganham menos, foram o grupo que mais saiu saiu da população ocupada.
"Os que ficaram foram trabalhadores que relativamente têm salários maiores. Agora temos uma situação de menos trabalhadores informais e o rendimento médio acaba sendo calculado em cima de quem permaneceu no mercado de trabalho, explica a pesquisadora. 

Coleta de dados por telefone
De acordo com a gerente da Pnad, Maria Lúcia Vieira, a coleta das informações em abril foi melhor aproveitada que a de março. Com a pesquisa sendo realizada exclusivamente por telefone, a coleta de dados teve aproveitamento de 60% em março e de 66% em abril.

Normalmente, essa taxa ficava em torno de 87% quando era feito presencialmente, esclareceu a pesquisadora. Segundo ela, após o fechamento da coleta de maio, o aproveitamento dos dados será avaliado pela Coordenação de Métodos de Qualidade.
Brasil fecha 1,1 milhão de vagas de trabalho entre março e abril
Brasil fecha 1,1 milhão de vagas de trabalho entre março e abril

Programa de Manutenção do Emprego
Para tentar evitar uma perda maior de empregos, o governo federal baixou, no começo de abril, uma Medida Provisória que autorizou a suspensão do contrato de trabalho por 2 meses ou redução da jornada com corte de salário de até 70% num período de até três meses.

A medida tem força de lei e já recebeu o aval do Supremo Tribunal Federal, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional em até 120 dias para se tornar uma lei em definitivo.

O Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda prevê que o trabalhador permanecerá empregado durante o tempo de vigência dos acordos e pelo mesmo tempo depois que o acordo acabar. Os números do Ministério da Economia mostram que, até esta quinta-feira, mais de 8,2 milhões de trabalhadores aderiram ao programa.

Em meio aos impactos da pandemia de coronavírus e perspectiva de forte tombo do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em 2020, o Ibre/FGV projeta que o Brasil deverá encerrar este ano com uma taxa média de desemprego de 18,7%.

O Ministério da Economia passou a projetar contração do PIB em 2020 de 4,7%, no que seria o pior resultado da série história que começou em 1900.

A pesquisa Focus mais recente do Banco Central mostra que a expectativa do mercado é de retração de 5,89% para a economia este ano.

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quarta-feira, 27 de maio de 2020

Desmatamento na Mata Atlântica cresceu 27% entre 2018 e 2019, aponta relatório

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Documento da Fundação SOS Mata Atlântica aponta que Minas Gerais, Bahia e Paraná tiveram as maiores áreas desmatadas; já Alagoas e Rio Grande do Norte conseguiram zerar o desmatamento. Bioma tem lei específica de proteção. 
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Por Lara Pinheiro, G1    
27/05/2020 05h00  Atualizado há 3 horas  
Postado em 27 de maio de 2020 às 14h50m  

      Post.N.\9.304  
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Mata Atlântica no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, em Petrópolis, no Rio de Janeiro. — Foto: Patrícia Figueiredo/G1
Mata Atlântica no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, em Petrópolis, no Rio de Janeiro. — Foto: Patrícia Figueiredo/G1

O desmatamento das áreas de Mata Atlântica do Brasil cresceu 27% entre 2018 e 2019, aponta o relatório "Atlas da Mata Atlântica" divulgado pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) nesta quarta-feira (27), data que marca o dia do bioma.

14.502 hectares foram desmatados entre 1º de outubro de 2018 e 30 de setembro de 2019, comparados a 11.399 no mesmo período entre 2017 e 2018 (1 hectare equivale a 10 mil m²). Os números vinham caindo desde 2016.

Desmatamento na Mata Atlântica
Depois de queda por três anos consecutivos, índice voltou a subir
Fonte: Atlas da Mata Atlântica

A maior área abatida foi em Minas Gerais, com 4.972 hectares destruídos, seguido da Bahia, com 3.532; depois vêm Paraná (2.767) e Piauí (1.558). Os estados também ocupavam os primeiros postos no ano passado.

Alagoas e Rio Grande do Norte conseguiram zerar o desmatamento, conforme os parâmetros da ONG. (O "Atlas da Mata Atlântica" consegue mapear desmatamentos acima de 3 hectares, o equivalente a 30 mil m²).

Estados com mais desmatamento de Mata Atlântica
Só Alagoas e Rio Grande do Norte conseguiram alcançar zero desmatamento
Fonte: SOS Mata Atlântica

Mario Mantovani, geógrafo e diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, explica que os estados com os piores índices já eram, historicamente, aqueles onde o desmatamento criminoso era mais comum.
"Em Minas Gerais, é a queima de árvores para carvão vegetal. Na Bahia, é a soja. No Paraná, há a pressão dos grandes agricultores em relação aos pequenos", explica. Ele credita a continuidade da situação à eleição do presidente Jair Bolsonaro, em novembro de 2018.
Parque Trianon, em São Paulo, tem 125 anos e preserva remanescente de Mata Atlântica — Foto: Marcelo Brandt/G1
Parque Trianon, em São Paulo, tem 125 anos e preserva remanescente de Mata Atlântica — Foto: Marcelo Brandt/G1

Ainda na época da campanha, Bolsonaro afirmou, entre outras declarações, que "não aceitava" as multas ambientais. "Ele sinalizou um vale-tudo. E esse pessoal [que já desmatava antes] se sentiu inspirado", avalia Mantovani.
"E, agora, o despacho do ministro [Ricardo Salles] comprovou: o que ele falava na campanha lá atrás, o ministro não entrou para cuidar do meio ambiente do Brasil. Ele entrou com o plano de acabar com o meio ambiente. Esse Atlas já sinalizou que a situação é ruim", afirma Mantovani.
O despacho, emitido pelo Ministério do Meio Ambiente em abril, recomendou a órgãos ambientais do país que não levassem em consideração a Lei da Mata Atlântica, de 2006, e aplicassem no lugar dela o Código Florestal. O Ministério Público Federal disse ao Ibama para descumprir o documento do governo, considerando que ele fere a lei de proteção do bioma.
Com a pandemia, Mantovani acredita que o próximo relatório da ONG também não será favorável. "A prova maior foi a autodenúncia do ministro [Salles] naquela reunião", afirma.

Na reunião com outros ministros e o próprio presidente, no dia 22 de abril, Ricardo Salles defendeu "passar a boiada" e "mudar" regras de proteção ambiental enquanto a atenção da imprensa está concentrada na cobertura da Covid-19 (veja vídeo). Várias entidades ligadas ao meio ambiente criticaram a fala, e procuradores do MPF enviaram à PGR, nesta quarta, representações contra o ministro.
Salles defende mudar regras de proteção ambiental enquanto imprensa se concentra na Covid
Salles defende mudar regras de proteção ambiental enquanto imprensa se concentra na Covid

Legislação
A Mata Atlântica é o bioma brasileiro mais desmatado, segundo a SOS Mata Atlântica: apenas 12,4% da área de floresta original ainda sobrevive – cerca de 16,3 milhões de hectares.

Do ponto de vista da conservação de biodiversidade, explica Mario Mantovani, um percentual abaixo de 20% já coloca as espécies ali praticamente em extinção. E, se o bioma se extinguir por completo, pode haver consequências como falta de água nas cidades, assoreamento de rios e piora na qualidade do ar.

Para tentar reforçar a proteção do bioma é que foi aprovada a Lei da Mata Atlântica, em 2006, explica explica Pedro Avzaradel, professor adjunto de direito ambiental da Universidade Federal Fluminense em Volta Redonda (RJ). O texto acrescentou à lei de crimes ambientais brasileira, de 1998, o artigo sobre crimes contra o bioma da Mata Atlântica, com pena de até 3 anos de detenção. Mas a aplicação é complexa.
"Pelo fato de a pena ser de detenção menor que 4 anos, muitas vezes essas são substituídas por outra coisa – penas restritivas de direitos, como o pagamento de uma determinada quantia", explica Avzaradel.
Ele acrescenta que há uma série de dificuldades em processos penais ambientais, inclusive do ponto de vista técnico. "Por exemplo: quando você analisa um furto, um roubo, vai pegar uma pessoa, ou um grupo de pessoas que atuam juntas. Os crimes ambientais, muitas vezes, estão sendo praticados por corporações enormes – uma cadeia enorme de pessoas, que às vezes nem se conhecem", lembra Avzaradel.
No caso da aplicação de multas ainda há a diferença entre as multas administrativas (aplicadas, por exemplo, pelo Ibama) e as que são determinadas por um juiz. "A multa aplicada pelo Poder Judiciário é a que decorre de um crime. E o critério não é o mesmo [da multa administrativa]", explica.

Avdarazel pontua que seria melhor se as sanções e a fiscalização administrativa para prevenir os crimes funcionassem de forma eficiente: a grande maioria das multas não é paga nem executada. Precisamos investir nas estruturas e pessoas que trabalham na fiscalização ambiental, aumentar o efetivo e melhorar as condições em que trabalham, argumenta.

17 estados
A maior parte da Mata Atlântica do Brasil está em Minas Gerais, que tem 17% do bioma (cerca de 2,8 milhões de hectares). Em seguida vêm São Paulo e Paraná (com cerca de 2,3 milhões cada), Santa Catarina (2,2 milhões), Bahia (2 milhões) e Rio Grande do Sul, com 1 milhão de hectares.

Outros 11 estados têm Mata Atlântica em sua área: Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Sergipe.

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Com pandemia do coronavírus, Brasil fecha 1,1 milhão de vagas de trabalho entre março e abril

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Apenas em abril, foram fechados 860,5 mil postos de trabalho, o pior resultado para um único mês em 29 anos, segundo dados do Caged divulgados pelo Ministério da Economia. 
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Por Alexandro Martello, G1 — Brasília  
27/05/2020 11h03  Atualizado há 2 horas 
Postado em 27 de maio de 2020 às 13h15m  


      Post.N.\9.303  
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Brasil fechou 860,5 mil vagas de emprego formal em abril
Brasil fechou 860,5 mil vagas de emprego formal em abril

A economia brasileira fechou 1,1 milhão de vagas de trabalho com carteira assinada entre os meses de março e abril, informou nesta quarta-feira (27) o Ministério da Economia.

Os números, do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), são os primeiros a trazer o retrato do impacto da pandemia do novo coronavírus no mercado de trabalho brasileiro. A pandemia foi decretada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no dia 11 de março. O Brasil registrou a primeira morte pelo vírus no dia 17 de março.

A pandemia levou governos a adotarem medidas de restrição e isolamento social para reduzir a velocidade do avanço da doença. Essas medidas exigiram o fechamento de grande parte do comércio no país - no início, apenas setores considerados essenciais foram autorizados a permanecer funcionando, como supermercados e farmácias - e também de fábricas, o que provocou a suspensão de contratos de trabalho e também a demissão de trabalhadores.

Os reflexos da pandemia do novo coronavírus estão empurrando a economia mundial para uma forte recessão. No Brasil, estimativa mais recente dos economistas dos bancos é de uma queda de quase 6% para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.
Miriam Leitão: ‘PIB de 4,7% é a maior recessão da história brasileira em 120 anos'
Miriam Leitão: ‘PIB de 4,7% é a maior recessão da história brasileira em 120 anos'

De acordo com o Caged, em março, quando os efeitos da crise do coronavírus começaram a ser sentidos, foram fechadas 240.702 vagas formais no país.

Já no mês de abril, a eliminação de vagas de trabalho formais se acelerou: foram 860.503 postos fechados, o pior resultado da série histórica da Secretaria Especial de Trabalho e Previdência do Ministério da Economia, que tem início em 1992.

Com isso, foi a maior demissão registrada em um único mês em 29 anos.
O resultado de abril vem da diferença entre as contratações (598.596) e as de demissões (1.459.099) registradas no mês.

O setor de serviços foi o que mais demitiu.
Foram fechadas -362.378 vagas neste setor apenas no mês de abril (leia mais abaixo).

Resultado do Caged - meses de abril
Fonte: Ministério da Economia

Em janeiro e fevereiro deste ano, respectivamente, o governo contabilizou a abertura de 113.155 e de 224.818 vagas com carteira assinada na economia brasileira.

No fim de março, o Ministério da Economia havia suspendido a divulgação do Caged porque empresas haviam deixado de enviar informações, principalmente referentes às demissões de trabalhadores formais, o que poderia comprometer a qualidade dos dados. E pediu que as empresas retificassem e reenviassem as informações.

O secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco, avaliou que o Caged revelou "números duros" e que "reflete a realidade de pandemia que vivemos."

Entretanto, ele avaliou que o impacto do coronavírus no mercado de trabalho brasileiro foi, até momento, menor do que o visto em outros países, como os EUA, onde o número de pedidos de seguro desemprego já passava de 38 milhões na semana passada.

Bianco citou o programa de manutenção do emprego adotado pelo governo brasileiro que, informou, contou com a adesão de mais de 1 milhão de empresas e beneficiou 8 milhões de trabalhadores (veja detalhes mais abaixo).

A preservação [dos empregos] é algo para se comemorar. Temos de olhar o copo meio cheio e não o copo meio vazio. Estamos preservado empregos e renda, afirmou ele.

Parcial do ano
Os números oficiais do governo mostram também que, nos quatro primeiros meses deste ano, foram fechados 763.232 empregos com carteira assinada.

No acumulado deste ano, ainda de acordo com a área econômica, foram contratados, com carteira assinada, 4.999.981 trabalhadores, e foram fechadas 5.763.213 vagas formais.

Esse é o pior resultado, para esse período, desde o início da série histórica disponibilizada pelo Ministério da Economia - que começa em 2010. Deste modo, é o maior número de demissões para o período de janeiro a abril, ao menos, em 11 anos.

Por setores
Os números do governo revelam que, em abril, houve fechamento de vagas em todos os cinco setores da economia. Mas, no acumulado do ano, houve abertura de vagas no setor de agricultura.

No mês de abril, o setor que mais demitiu foi o de serviços. Já na parcial deste ano, o comércio registrou o maior número de desligamento de trabalhadores.
  • Indústria: -195.968 vagas em abril; e -127.886 empregos na parcial do ano
  • Serviços: -362.378 empregos em abril; e -280.716 vagas no acumulado do ano
  • Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura: -4.999 vagas em abril; e +10.032 empregos no ano
  • Construção: -66.942 empregos em abril; e -21.837 vagas no acumulado do ano
Comércio: -230.209 vagas em abril; e -342.748 empregos formais de janeiro a abril
Com lojas fechadas, vendas pela internet crescem 30% em três semanas
Com lojas fechadas, vendas pela internet crescem 30% em três semanas

Dados regionais
Segundo o governo, houve fechamento de vagas formais, ou seja, com carteira assinada, em todas as regiões do país de janeiro a abril deste ano.
  • Sudeste: -448.603 vagas
  • Sul: -106.838 empregos formais
  • Centro-Oeste: -20.464 vagas
  • Norte: -20.771 empregos
  • Nordeste: -190.081 vagas formais
Programa de Manutenção do Emprego
Para tentar evitar uma perda maior de empregos, o governo federal baixou, no começo de abril, uma Medida Provisória que autorizou a redução da jornada de trabalho com corte de salário de até 70% num período de até três meses.

A medida tem força de lei e já recebeu o aval do Supremo Tribunal Federal, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional em até 120 dias para se tornar uma lei em definitivo.

O Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda prevê que o trabalhador permanecerá empregado durante o tempo de vigência dos acordos e pelo mesmo tempo depois que o acordo acabar. Os números do Ministério da Economia mostram que, até esta quarta-feira (27), mais de 8,1 milhões de trabalhadores aderiram ao programa.

Quando lançou o programa no dia 1º de abril, o governo estimou atender atender 24,5 milhões de trabalhadores formais. Ou seja, três vezes mais do que o número de acordos fechados até o momento.

Procurada pelo G1 na semana retrasada , a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho informou, naquele momento, que as previsões estavam mantidas e avaliou, em nota, que "o desempenho do programa é bastante satisfatório".

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terça-feira, 26 de maio de 2020

Pela primeira vez, mais da metade da zona rural e classes mais baixas têm acesso à internet, diz pesquisa

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Segundo levantamento TIC Domicílios, 57% da população entre as classes D e E estava conectada em 2019. Na zona rural, 53%. Pela primeira vez, mais da metade das pessoas que estão nesses dois grupos afirmou ter acesso à rede. 
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 Por Thiago Lavado, G1    
 26/05/2020 13h41  Atualizado há 2 horas  
 Postado em 26 de maio de 2020 às 15h45m  

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Celular é o principal meio de acesso nas casas que possuem serviço de internet — Foto: Caio Fulgêncio/G1
Celular é o principal meio de acesso nas casas que possuem serviço de internet — Foto: Caio Fulgêncio/G1

O acesso à internet nas residências brasileiras cresceu em 2019, com 74% da população já conectada, segundo a pesquisa TIC Domicílios, que afere informações sobre conexão à internet no país. Em 2018, o percentual da população que se dizia conectada era de 70%.

Com o avanço do indicador, agora são 133,8 milhões de usuários de internet no Brasil, apontou a pesquisa divulgada nesta terça-feira (26). O levantamento, um dos principais no país, é feito todos os anos pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic).

Os dados foram compilados antes da pandemia de coronavírus e não refletem ainda as mudanças no uso da rede que aconteceram a partir da segunda quinzena de março. O levantamento colheu informações em 23.490 domicílios, com mais de 20 mil pessoas.
Entre as classes mais baixas (D e E), 57% da população está na internet. O indicador também cresceu na região rural, com 53% das pessoas conectadas. Pela primeira vez, mais da metade da população desses dois indicadores tem acesso à internet.
Usuários de internet no Brasil
Pessoas que utilizaram a internet há menos de 3 meses
Fonte: TIC domicílios

Veja mais destaques da pesquisa:
  • Uso da internet para comunicação é o mais comum: 92% dos usuários afirmam já ter enviado mensagens por WhatsApp ou chat no Facebook;
  • 74% usaram a internet para ver filmes ou séries;
  • 39% dos usuários realizaram compras on-line nos 3 meses anteriores à pesquisa;
  • 68% usaram serviços on-line do governo no último ano, mas o número é maior entre quem tem mais renda (88% na classe A, ante 48% nas classes D e E);
  • Ainda existem 28 milhões de domicílios que não estão conectados, somando 47 milhões de brasileiros.

Celular é principal meio
Os smartphones continuam liderando na pesquisa como o principal dispositivo para acessar a internet: 58% dos usuários se conectam à rede exclusivamente por celulares. Já os computadores tiveram mais um ano de declínio.

Celulares foram utilizados como método de conexão por 99% dos usuários de internet. O computador foi usado por 42% dos usuários. As televisões inteligentes também tiveram alta considerável, de 30% em 2018 para 37% em 2019.

Em 2019, 39% das residências tinham computador, abaixo dos 42% um ano antes. O maior índice, de 50%, foi registrado em 2015.

Dispositivo usado para acessar a internet
Celular ampliou dominância como dispositivo de acesso preferido
Fonte: TIC Domicílios

O uso do celular, como ferramenta exclusiva de acesso, é mais comum nas classes mais baixas, nas zonas rurais e entre pessoas com menor nível de educação.
Nas classes D e E, 85% dos usuários de internet se conectaram exclusivamente por smartphones. O índice foi de 79% na zona rural e de 78% entre as pessoas que tem apenas ensino fundamental.
O celular também é o meio exclusivo de acesso para os mais novos e os mais velhos: 65% das pessoas entre 10 e 15 anos se conectaram usando um dispositivo móvel, mesmo percentual de quem tem 60 anos ou mais.

Diferentes noções de uso da internet
A TIC Domicílios apontou que o número de usuários de internet no país seja maior do que os 74% divulgados. O indicador ampliado aponta que cerca de 79% dos brasileiros têm acesso à rede.

Acontece que muitos usuários não definem como acesso à internet o uso de aplicações específicas e há uma discussão sobre o que quer dizer usar a internet.

"A própria ideia do que é usar a internet está em discussão. Há um percentual de usuários que usa aplicações na internet, mas não reconhece o uso da rede", afirma Fabio Senne, coordenador das pesquisas TIC no Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR, braço do Comitê Gestor da Internet no Brasil.

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