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quarta-feira, 6 de maio de 2020

Pesquisa da Unicamp descobre como coronavírus pode infectar neurônios humanos

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Testes em laboratório mostram que o Sars-CoV-2 acessa a proteína ACE-2, que é assimilada pelas células neurológicas. Estudo segue para apontar de que forma o vírus modifica o neurônio.
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 Por G1 Campinas e Região  
 06/05/2020 13h44  Atualizado há 25 minutos  
 Postado em 06 de maio de 2020 às 14h50m  
GIPOPE - GARIBA'S Logística for 2012 - 2013
      Post.N.\9.258  
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Pesquisa da Unicamp ajuda a compreender de que forma a Covid-19 influencia no corpo humano
Pesquisa da Unicamp ajuda a compreender de que forma a Covid-19 influencia no corpo humano

Uma pesquisa da Unicamp descobriu, por meio de testes em laboratório, como o novo coronavírus (Sars-CoV-2) pode acessar as células neurológicas humanas. Com a descoberta, o estudo busca, agora, entender quais as mudanças biológicas causadas pelo vírus nos neurônios.

O estudo teve como ponto de partida a constatação clínica de que pacientes com a Covid-19, doença causada pelo vírus, apresentaram dificuldade de fala, de organizar os pensamentos e até convulsões.

Os sintomas levaram os pesquisadores da Unicamp a cultivar em laboratório as células neurológicas e contaminá-las com o novo coronavírus para identificar como elas podem ser atingidas.

Segundo o coordenador da pesquisa, Daniel Martins-de-Souza, que é professor do Instituto de Biologia da Unicamp, a proteína usada pelo novo coronavírus para se conectar ao corpo humano, a ACE-2 (sigla em inglês para enzima conversora de angiotensina 2) também está presente nos neurônios.
Pesquisadores da Unicamp identificam como Covid-19 pode atingir sistema neurológico — Foto: Reprodução/EPTVPesquisadores da Unicamp identificam como Covid-19 pode atingir sistema neurológico — Foto: Reprodução/EPTV

"Nós temos em laboratório estes neurônios cultivados, sabemos que os neurônios têm a porta de entrada do vírus, que é a proteína ACE-2. A gente sabe que os vírus conseguem invadir essas células e estamos investigando agora o que é o que vírus muda biologicamente dentro do neurônio".

A "porta de entrada" descrita pelo pesquisador, a ACE-2, é a sigla em inglês para a enzima conversora de angiotensina 2, uma das proteínas envolvidas no controle da pressão arterial. A enzima está presente na membrana de várias células humanas espalhadas pelo corpo.

Imagina que essa proteína é uma porta na qual o vírus tem a chave para entrar. Então ele usa dessa proteína para invadir as células humanas e muitas têm, explica o pesquisador.

Hipóteses para o ‘caminho’ até o cérebro
O pesquisador explicar que são duas as principais hipóteses, ainda não comprovadas, da forma que o novo coronavírus chega os neurônios.

Uma delas é por meio do próprio sangue. Para isso, o vírus precisaria passar pela barreira hematoencefálica, que é uma proteção responsável pela triagem das substâncias presentes na corrente sanguínea que podem ou não chegar no cérebro.

É para proteger o cérebro de patógenos. Em principio, vírus e outros micro-organismos não deveriam ser passiveis de passar pela barreira hematoencefálica, mas alguns passam. Essa é uma hipótese, porque ainda não se sabe se o coronavírus pode passar por essa barreira, afirma Souza.

Outra possibilidade é a entrada pelo nervo olfatório, considerando que um dos sintomas dos pacientes é a perda do olfato. Esse nervo tem uma terminação nervosa no nariz, então eventualmente poderia ser que o vírus se instalasse e chegasse por lá.

Próxima fase
Para a segunda fase da pesquisa, a equipe vai comparar as substâncias que compõem as células antes e depois da contaminação para localizar as diferenças existentes. Tudo isso a partir das células produzidas em laboratório.
"[Vamos]Compreender melhor como ele funciona dentro de neurônios, mesmo que in vitro, ainda pode nos ajudar a melhor compreender o curso da doença", afirma o professor.
A pesquisa ocorre por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

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Telescópio encontra buraco negro mais próximo da Terra até agora

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Instrumento fica no Observatório La Silla, no pé do deserto do Atacama, no Chile. Astrônomos dizem que esta pode ser apenas 'a ponta de um iceberg' de descobertas. 
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 Por Carolina Dantas, G1  
 06/05/2020 09h00  Atualizado há 2 horas  
 Postado em 06 de maio de 2020 às 11h00m  
GIPOPE - GARIBA'S Logística for 2012 - 2013
      Post.N.\9.257  
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Representação artística mostra as órbitas do sistema de duas estrela no buraco negro descoberto pelos astrônomos. — Foto: ESO/L. CalçadaRepresentação artística mostra as órbitas do sistema de duas estrela no buraco negro descoberto pelos astrônomos. — Foto: ESO/L. Calçada

Um telescópio de 2,2 metros localizado no Observatório La Silla, no Chile, detectou o buraco negro mais próximo da Terra até o momento. O estudo com a descoberta foi publicado nesta quarta-feira (6) na revista Astronomy & Astrophysics.

O Observatório La Silla fica localizado no pé do deserto do Atacama e os instrumentos estão a uma altitude de 2,5 mil metros. 

Administrado pelo Observatório Europeu do Sul (ESO), o La Silla é o primeiro fundado pela instituição e existe desde 1960. São cerca de 300 artigos científicos publicados por ano, com pesquisas sobre planetas fora do Sistema Solar e revelação de supernovas.
Timelapse mostra o céu do Observatório La Silla, no Chile
Timelapse mostra o céu do Observatório La Silla, no Chile

Os astrônomos do ESO Chile fizeram a descoberta em parceria com a equipe da Alemanha e também com o Observatório Monte Wilson, nos Estados Unidos. Estes são alguns dos detalhes encontrados sobre o buraco negro "vizinho" da Terra:
  • O buraco negro detectado está localizado a 1.000 anos-luz da Terra, sendo que 1 ano-luz equivale a 9.461.000.000.000 quilômetros;
  • Ele faz parte de um sistema triplo, com duas estrelas companheiras, localizado em uma constelação chamada Telescopium;
  • Uma das estrelas orbita o buraco negro em um período que dura 40 dias;
  • É um dos primeiros buracos negros estelares, que se forma a partir do colapso gravitacional de uma estrela massiva, e não interage de forma violenta com seu entorno;
  • Ele tem pelo menos 4 vezes a massa do Sol.
De acordo com os cientistas, além de ser o buraco negro localizado mais perto do Sistema Solar até o momento, suas estrelas também podem ser vistas a olho nu no Hemisfério Sul em noites escuras e limpas, sem a ajuda de telescópios. Os astrônomos estavam inicialmente rastreando a dupla de estrelas, mas encontraram o objeto invisível. Eles acreditam que esta pode ser apenas a "ponta de um iceberg" de descobertas nessa região do universo.

"Nos surpreendemos muito quando nos demos conta de que tratava do primeiro sistema estelar com um buraco negro que pode ser visto a olho nu", disse Petr Hadrava, pesquisador da Academia de Ciências da República Tcheca, em Praga, e coautor do estudo. O sistema é chamado HR 6819.
Localização do sistema HR 6819 onde está o buraco negro na constelação Telescopium — Foto: ESO, IAU and Sky & TelescopeLocalização do sistema HR 6819 onde está o buraco negro na constelação Telescopium — Foto: ESO, IAU and Sky & Telescope

Como é um dos primeiros buracos negros estelares que não interagem de forma agressiva com o entorno, ele parece realmente negro. Até o momento, os astrônomos conseguiram detectar dezenas de buracos negros na Via Láctea, e quase todos se relacionam com o entorno.

"As observações necessárias para determinar o período de 40 dias tiveram que se estender por vários meses. Isso foi possível graças ao esquema pioneiro de observação do ESO, em que a equipe faz observações em nome de outros cientistas que precisam deles", disse Dietrich Baade, astrônomo do ESO na Alemanha que também assina o estudo.
Localização do Observatório La Silla, no Chile — Foto: Guilherme Luiz Pinheiro/G1 
Localização do Observatório La Silla, no Chile — Foto: Guilherme Luiz Pinheiro/G1

Mas, afinal, o que é um buraco negro?
Stephen Hawking, físico e cosmólogo britânico, explica em alguns de seus livros como é o mecanismo de um buraco negro. Segundo o cientista, o primeiro a falar sobre o assunto foi John Michell, de Cambridge, em 1783.

Hawking usa o seguinte exemplo para explicar o fenômeno: "Se dispararmos uma partícula - pense em uma bala de canhão - verticalmente para cima, ela vai ser desacelerada pela gravidade. No fim, a partícula vai parar o movimento para cima e vai cair. Entretanto, se a velocidade inicial para o alto for superior a determinado valor crítico - chamado de velocidade de escape - a gravidade não terá força suficiente para deter a partícula e ela irá embora".

Para entender os buracos negros, o físico explica que a velocidade de escape da Terra é de aproximadamente 12 quilômetros por segundo; no Sol, 100 quilômetros por segundo - muito mais elevadas do que a velocidade de uma bala de canhão. E continua a explicação:
"Mas [essas velocidades] são pequenas se comparadas à velocidade da luz, que é de 300 mil quilômetros por segundo. Assim, a luz pode escapar da Terra ou do Sol sem grande dificuldade. Entretanto, Michell argumentou que devia haver estrelas muito mais massivas que o Sol, com velocidades de escape maiores do que a velocidade da luz. Não conseguiríamos vê-las porque toda luz emitida seria puxada de volta pela gravidade. Dessa forma, elas seriam o que Michell denominou de estrelas negras e que hoje chamamos de buracos negros".

Esse trecho foi retirado do livro "Breves respostas para grandes questões", última obra lançada pelo cientista, que morreu em março 2018.
Astrônomos observaram pela primeira vez o 'café da manhã' de um buraco negro
Astrônomos observaram pela primeira vez o 'café da manhã' de um buraco negro

Astrônomos apresentam a primeira imagem de um buraco negro já registrada
Astrônomos apresentam a primeira imagem de um buraco negro já registrada
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terça-feira, 5 de maio de 2020

Fitch mantém nota de crédito do Brasil, mas coloca perspectiva como negativa

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Em nota, a agência apontou que a revisão reflete a deterioração das perspectivas econômicas e fiscais do país e riscos por incerteza política e pandemia.  
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 Por G1  05/05/2020 18h21    
 Atualizado há uma hora  
 Postado em 05 de maio de 2020 às 19h30m  

      Post.N.\9.256  
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Fitch muda perspectiva de nota do Brasil de estável para negativa
Fitch muda perspectiva de nota do Brasil de estável para negativa

A agência de classificação de risco Fitch manteve a nota de crédito do Brasil em BB-, mas revisou a perspectiva para negativa. Em nota, a agência apontou que a revisão reflete a deterioração das perspectivas econômicas e fiscais do país, e os riscos negativos tanto por conta da incerteza política quanto sobre a duração e intensidade da pandemia de coronavírus.

A nota do Brasil está em BB- desde fevereiro de 2018, dias após o governo desistir de votar a reforma da Previdência em razão da intervenção no Rio de Janeiro. Com a nota, o rating do Brasil está 3 degraus abaixo do grau de investimento.
Fitch rebaixa a nota do Brasil e muda perspectiva de negativa para estável — Foto: Karina Almeida / G1 
Fitch rebaixa a nota do Brasil e muda perspectiva de negativa para estável — Foto: Karina Almeida / G1

Período de estresse
Em relatório, a Fitch avalia que o Brasil entrou no atual período de estresse com um balanço fiscal fraco e baixo crescimento econômico. "A pandemia e a recessão relacionada vão incrementar ainda mais o endividamento público, erodindo a flexibilidade fiscal e aumentando a vulnerabilidade e a choques", diz o texto.

Apesar disso, a nota de crédito é mantida pela economia grande e diversificada do país, alto rendimento per capita em relação a seus pares e uma capacidade de absorver choques externos apoiada pelo câmbio flexível e reservas internacionais robustas, entre outros.

A Fitch aponta que a economia brasileira deve ter uma retração de 4% em 2020, com riscos negativos. "O crescimento médio de -0,6% nos últimos 5 anos reflete uma recuperação lenta após a longa recessão de 2015/2016", aponta a agência. Para 2021, a estimativa é de um crescimento de 3%, conforme o país se recupera da pandemia. Uma recuperação mais rápida, no entanto, pode ser prejudicada por incertezas fiscais, políticas e sobre reformas.

A estimativa também é de piora nas contas públicas: o déficit público deve chegar a 13% do PIB, uma vez que as finanças permanecem estruturalmente fracas e vão sofrer com a crise atual.

Ambiente político
A agência ressalta ainda que o ambiente político brasileiro é marcado por um "relacionamento volátil" entre o Executivo e o Congresso, que foi mais contaminado nas semanas recentes pela saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça, e suas acusações de que o presidente Bolsonaro teria interferido na Polícia Federal.

"Ainda que a administração e o Congresso tenham trabalhado juntos para aprovar uma importante reforma previdenciária em 2019 e as recentes medidas de emergência para apoiar a economia, fricções periódicas reduziram a previsibilidade dos resultados econômicos e políticos e nublaram as perspectivas de reforma após a pandemia.
Moro diz em depoimento que sofreu pressão de Bolsonaro para trocar comando da PF do Rio
Moro diz em depoimento que sofreu pressão de Bolsonaro para trocar comando da PF do Rio

Perda do grau de investimento
O Brasil está há mais de 4 anos sem o grau de investimento. A S&P foi primeira a tirar o selo de bom pagador do país, em setembro de 2015, ação que foi seguida pelas outras duas grandes agências internacionais, Fitch e Moody's.

Com os rebaixamentos que se seguiram, a nota do Brasil recuou para o patamar de 2005. O país conquistou o grau de investimento pelas agências internacionais Fitch Ratings e Standard & Poor’s pela primeira vez em 2008. Em 2009, conseguiu a classificação pela Moody's. Veja gráfico abaixo:
Histórico das notas do Brasil  — Foto: Infografia: Rodrigo Cunha e Diana Yukari/G1Histórico das notas do Brasil — Foto: Infografia: Rodrigo Cunha e Diana Yukari/G1

Entenda a classificação das agências
As agências têm uma longa escala de classificação, com mais 20 notas. Em resumo, são dois terrenos e uma muralha. Quem está a partir de um determinado nível tem o carimbo de grau de investimento.

Quanto mais longe do muro, mais eficiente, confiável, robusta é a economia e menor o seu risco. O triplo A, por exemplo, é a nota da Alemanha. Alguns fundos de investimento só colocam dinheiro em países desse terreno. Do outro lado é o grau especulativo. Países arriscados, com economia problemática e menos confiável. Os investidores pensam duas vezes antes de entrar.

Alguns fundos de pensão internacionais, de países da Europa ou os Estados Unidos, por exemplo, seguem a regra de que só se pode investir em títulos de países que estão classificados com grau de investimento por agências internacionais. Por isso, essa "nota" permite que o país receba recursos de investidores interessados em aplicar seu dinheiro naquele local.

Segundo analistas de mercado, historicamente, países costumam levar cerca de 5 a 10 anos para recuperar o selo de país bom pagador.

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Com pandemia, produção industrial tomba 9,1% e tem pior março desde 2002

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Trata-se também da queda mensal mais acentuada desde a greve dos caminhoneiros de maio de 2018 (-11%). Setor fechou o 1º trimestre no vermelho, com queda de 2,6% frente aos últimos 3 meses de 2019. 
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 Por Darlan Alvarega e Daniel Silveira, G1        
 05/05/2020 09h01  Atualizado há 34 minutos  
 Postado em 05 de maio de 2020 às 10h00m  

      Post.N.\9.255  
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Produção de veículos caiu 28% em março e foi segmento que exerceu maior pressão no resultado setor, segundo o IBGE. — Foto: Divulgação/HyundaiProdução de veículos caiu 28% em março e foi segmento que exerceu maior pressão no resultado setor, segundo o IBGE. — Foto: Divulgação/Hyundai

A produção industrial brasileira desabou 9,1% em março, na comparação com fevereiro, conforme divulgou nesta terça-feira (5) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrando um forte impacto da pandemia de coronavírus e das medidas de isolamento social no setor e na atividade econômica.

Trata-se do pior resultado para meses de março da série histórica da pesquisa, iniciada em 2002. É também a queda mensal mais acentuada desde maio de 2018 (-11%), quando o setor foi afetado pelas paralisações provocadas pela greve dos caminhoneiros.
Na comparação com março do ano passado, a queda foi de 3,8%, quinto resultado negativo seguido nessa comparação.

Com o tombo de março, a produção industrial passou a acumular no ano uma retração de 1,7%. Em 12 meses, tem queda de 1%.
Produção industrial mensal — Foto: Economia G1Produção industrial mensal — Foto: Economia G1

Queda de 2,6% no 1º trimestre
A indústria registrou queda de 2,6% no 1º trimestre, na comparação com o 4º trimestre. É a maior queda desde o segundo trimestre de 2018, que pega exatamente a greve dos caminhoneiros, quando caiu 2,7%, destacou o gerente da pesquisa André Macedo.

Com o resultado de março, o patamar de produção retornou a nível próximo ao de agosto de 2003, ficando 24% abaixo do pico histórico, alcançado em maio de 2011 – em fevereiro essa distância era de 16,4%. O tombo de agora levou o setor a uma posição pior que a registrada com a greve dos caminhoneiros, em maio de 2018, quando o patamar ficou 23,9% abaixo do pico.

Vale lembrar, que o início das medidas restritivas provocadas pela pandemia e o período de confinamento não atingiu todo o mês de março. O que a gente observa é que houve uma força maior das consequências do isolamento social no final do mês, com um número maior de plantas industriais concedendo férias coletivas e interrompendo a sua produção, afirmou o pesquisador.

Segundo Macedo, os efeitos da pandemia sobre a produção industrial tendem a se prolongar, ao contrário do ocorrido com a greve dos caminhoneiros, que foi um movimento pontual.
Pelo que a gente observa, você tem uma continuidade desse movimento de queda para o mês de abril e meses seguintes. Aquela queda da greve dos caminhoneiros foi reposta logo no mês seguinte, em junho, algo que a gente não vai conseguir observar pelo mês de abril, avaliou. 
Queda generalizada em março
Segundo o IBGE, houve queda de produção em todas as quatro grandes categorias do setor e em 23 dos 26 ramos pesquisados, evidenciando o aprofundamento das paralisações em diversas plantas industriais, devido ao isolamento social por conta da pandemia de Covid-19.

Entre as atividades, a queda que exerceu a maior pressão no índice geral foi a de veículos automotores, reboques e carrocerias (-28%), pior resultado desde maio de 2018(-29%). "O movimento de quarentena fez com que muitas empresas interrompessem o seu processo de produção, seja concedendo férias coletivas ou paralisando as atividades por determinados períodos, destacou Macedo.
23 dos 26 ramos industriais pesquisados registraram queda em março, segundo o IBGE — Foto: Divulgação23 dos 26 ramos industriais pesquisados registraram queda em março, segundo o IBGE — Foto: Divulgação

Outros destaques negativos em março foram os ramos de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-37,8%), bebidas (-19,4%), couro, artigos para viagem e calçados (-31,5%), produtos de borracha e de material plástico (-12,5%), máquinas e equipamentos (-9,1%), produtos de minerais não-metálicos (-11,9%), produtos têxteis (-20,0%) e móveis (-27,2%).

As únicas altas foram registradas nos ramos de impressão e reprodução de gravações (8,4%), de perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (0,7%) e de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (0,3%).

Você observa em algumas atividades um resultado positivo que guardam relação com esse momento de isolamento social, mas que são insuficientes para fazer qualquer movimento de alta do setor, observou Macedo.
Dentre os produtos que tiveram alta na produção, segundo o pesquisador, estão papel higiênico, absorvente, fraldas descartáveis, desodorante, sabão, detergente, sabonete, shampoo, desinfetante, sabão em pó, sabão líquido, seringas, agulhas, cateteres, luvas de borracha, óculos de proteção e caixões, entre outros. 
Resultado por grandes categorias
Já o resultado de março entre as grandes categorias econômicas, o maior tombo foi na produção de bens de consumo duráveis, afetado principalmente pela menor produção de automóveis. Confira:
  • bens de consumo duráveis: -23,5%
  • bens de capital: -15,2%
  • bens de consumo semi e não-duráveis: -12,0%
  • bens intermediários: -3,8%
Repercussão e perspectivas
O tombo da indústria em março veio acima do esperado. As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de queda de 4,7% na variação mensal e de 1,6% na base anual.

"O resultado veio ligeiramente pior do que esperávamos e sugere que devemos ter quedas significativas nos outros ramos da atividade e o PIB deve recuar de fato este ano 5%", avaliou André Perfeito, economista-chefe da Necton.

O setor industrial do país chegou a ensaiar uma melhora no começo do ano, com dois meses seguidos de ganhos, mas a perspectiva de recuperação mais firme foi desmantelada pelas consequências da pandemia em meio a férias coletivas, paralisações e menor consumo das famílias e demanda interna.

De acordo com último boletim Focus do Banco Central, o mercado financeiro passou a projetar retração de 3,76% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2020. Já a previsão dos analistas para a produção industrial no ano é de uma queda de 2,75%.

Pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que a pandemia de coronavírus derrubou a confiança do empresário industrial para mínimas históricas na passagem de março para abril.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua) do IBGE, mostraram que o número de postos de trabalho na indústria caiu -2,6% no 1º trimestre (ou menos 322 mil pessoas), na comparação com o 4º trimestre.

Com a crise, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) da indústria brasileira atingiu em abril o menor patamar já registrado, segundo levantamento da Fundação Getulio Vargas. O indicador alcançou o percentual de 57,5% em abril, menor valor da série histórica iniciada em janeiro de 2001. Isso significa que, em média, o setor industrial operou com pouco mais da metade da sua capacidade total. Os segmentos mais impactados foram os de vestuário, veículos e couros e calçados.
Veja cuidados que a indústria deve ter para retomar as atividades
Veja cuidados que a indústria deve ter para retomar as atividade

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