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- Dólar recua nesta segunda e vale R$ 2,37 após leilões do BC
Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o índice de referência, o Ibovespa, segue o otimismo dos pregões europeus e, às 15h55m, se valorizava 3,15% aos 51.587 pontos, com volume negociado de R$ 4,1 bilhões.
O índice sobe puxado principalmente pelas ações da OGX Petróleo, que apresentam alta de 23% a R$ 0,33%, a maior valorização do pregão. Os papéis da Vale e da Petrobras também têm alta expressiva, influenciados pelos números da China, e ajudam a manter o Ibovespa no azul.
Para Ari Santos, gerente de mesa de operações da corretora H. Commcor, os dados positivos da indústria da China e da Europa, o adiamento da possível ação militar dos EUA na Síria trazem o otimismo de volta aos pregões internacionais. Hoje as Bolsas americanas estão fechadas com o feriado do Dia do Trabalho.
- O volume por aqui deverá ser reduzido na Bovespa, já que não temos a presença do investidor americano. Mas os dados melhores da índústria chinesa e o adiamento do ataque à Síria fazem as Bolsas na Europa subirem, influenciando a Bovespa - analisa Santos.
De acordo com Álvaro Bandeira, economista e sócio da Órama investimentos, ajudam ainda na valorização do Ibovespa o crescimento de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, divulgado na sexta, e o recuo do dólar.
- O PIB acima da expectativa ajuda, mas é preciso lembrar que essa tendência mais otimista para o crescimento da economia, não deve se manter no terceiro trimestre. E hoje não temos um referencial importante, que é o mercado americano - diz Bandeira.
Entre as ações mais negociadas do pregão, Vale PNA sobe 2,89% a R$ 32,01 e Petrobras PN tem alta de 0,65% a R$ 16,91. O petróleo e o minério de ferro se beneficiam com a melhora da indústria chinesa, o que tem impacto positivo nas ações da Vale e da Petrobras. Já entre as ações de bancos, Itaú Unibanco ON se valoriza 1,62% a R$ 29,45 e Bradesco PN tem ganho de 1,33% a R$ 28,08.
Hoje começou a vigorar a nova carteira teórica do Ibovespa. Foram incluídas as ações ON da Kroton e da Anhanguera, ambas do setor educacional, com o índice totalizando 73 ativos de 67 empresas. A OGX mais que dobrou sua participação no Ibovespa, o que leva a um realinhamento de posições de investidores de fundos de ações passivos que seguem o indicador.
As ações da OGX já abriram as negociações desta segunda com forte alta, após ficarem mais de dez minutos em leilão. As ações da petrolífera começaram o dia com valorização de 40%, a R$ 0,42 por ação. Duas corretoras, Morgan Stanley e Flow, fizeram pedido de compra de mais de dois milhões de ações da petrolífera do grupo EBX, com a ação cotada a R$ 0,41.
Na última sexta-feira, os papéis da OGX despencaram nos últimos minutos da sessão e perderam 40%, fechando em R$ 0,30, a mínima histórica. A saída da OGX do índice MSCI, que serve de referência para investidores estrangeiros, fez com que vários fundos vendessem ações da companhia. Na sexta, a corretora do Morgan Stanley, que elabora o MSCI, foi a maior vendedora de ações da OGX, negociando R$ 52 milhões.
Em agosto, a petrolífera acumulou queda de 54,55%, após o empresário Eike Batista, controlador da OGX, afirmar que iria realizar vendas pontuais de ações da companhia, para "cumprir determinadas obrigações financeiras com credores da holding EBX".
- A saída do índice MCSI fez o papel da OGX atingir a mínima histórica na sexta. Hoje, os fundos refizeram suas posições para se readequar ao novo Ibovespa e os papéis sobem - diz Ari Santos, da H. Commcor.
O fato de o Grupo EBX ter anunciado a contratação de uma consultoria - a Angra Partners - para reestruturar as dívidas da OGX, também pesa positivamente sobre o papel, segundo analistas. A dívida da OGX, no primeiro semestre deste ano, somava R$ 8 bilhões.
Banco Central dá sequência a leilões de dólares
No mercado de câmbio, o Banco Central deu sequência aos leilões de swap cambial tradicional, que equivalem à venda de moeda americana no mercado futuro. O dólar comercial já abriu a sessão desta segunda-feira em queda e às 15h51m se desvalorizava 0,41% frente ao real, sendo negociado a R$ 2,373 na compra e R$ 2,375 na venda. Na máxima do dia, a divisa chegou a R$ 2,378 e na mínima bateu em R$ 2,356. A moeda americana também recua no exterior nesta segunda-feira frente a outras divisas.O BC realizou, entre 9h30m e 9h40m, a operação já programada dentro do plano anunciado pelo BC, e vendeu US$ 498,4 milhões em contratos de swap cambial tradicional com vencimento em 2 de dezembro deste ano. O Banco Central também fez um leilão extraordinário de swaps cambiais, das 10h30 às 10h40, e vendeu US$ 992,7 milhões em 20 mil contratos, com vencimento em 3 de fevereiro de 2014. Com a atuação do BC e o cenário externo mais calmo, o dólar recua.
Em relatório divulgado nesta segunda, o economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn afirma que a estratégia de leilões do BC, tanto no mercado futuro quanto no mercado à vista, já começou a dar resultado. Segundo o relatório, houve uma redução significativa na posição de estrangeiros em dólar futuro.
Stephen Jen, ex-chefe mundial de câmbio do Morgan Stanley, disse à agência Bloomberg, que as moedas dos mercados emergentes, que já passam pelo maior declínio anual desde 2008, cairão mais 20% à medida que cresce a saída de capitais de países como Índia e Brasil.
Em abril, Jen já havia previsto a desvalorização atual. Ele lembra que US$ 3,9 trilhões dos fundos investidos em mercados emergentes nos últimos quatro anos sairão à medida que o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, interromper o estímulo à economia, o que deve acontecer em breve.
No boletim Focus, elaborado pelo Banco Central, os economistas elevaram a expectativa para o dólar no final deste ano pela quarta semana seguida, para R$ 2,36, ante R$ 2,32 da semana passada.
Juros futuros acompanham queda do dólar
No mercado de juros futuros, o feriado americano reduz os negócios. As taxas estão em queda acompanhando o recuo do dólar. O DI com vencimento em janeiro de 2017 recuava de 11,82% para 11,71% e o papel com vencimento em 2015 passava de 10,52% para 10,45%.Na Europa, as Bolsas tiveram um pregão de alta, animadas pela divulgação do índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da atividade industrial da China e da zona do euro. Na China, o indicador de agosto subiu para 51,0 pontos, maior patamar desde abril de 2012, de 50,3 pontos em julho.
Na zona do euro, o PMI da indústria subiu de 51,3 em julho para 51,4 em agosto, a quarta leitura positiva consecutiva e o nível mais alto desde junho de 2011. A indústria alemã cresceu no ritmo mais rápido em dois anos em agosto graças à demanda forte tanto doméstica quanto externa, com o PMI subindo de 50,7 em julho para 51,8 em agosto.
O índice Dax, do pregão de Frankfurt, subiu 1,74%; o Cac, da Bolsa de Paris, avançou 1,84% e o FTSE, da Bolsa de Londres, teve alta de 1,45%.
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